Consumo de alimentos e líquidos no pré e pós-treino em academias corporativas El consumo de alimentos y líquidos antes y después del entrenamiento en gimnasios corporativos Consumption of food and liquids before and after training in corporate academies |
|||
*Graduandas do Curso de Nutrição do Centro Universitário São Camilo, São Paulo, SP **Doutora em Medicina preventiva pela Faculdade de Medicina da USP. Mestre em Saúde pública pela FSP/USP Docente do Centro Universitário São Camilo, SP (Brasil) |
Carolina Magini Prado Lyra* Mariana Mendes Domingues* Natália Rubino* Renata Furlan Viebig** |
|
|
Resumo Introdução: A nutrição adequada antes, durante e após o treino é um fator importante para promover melhor desempenho, redução da fadiga, aumento das reservas de energia e prevenção do surgimento de enfermidades e lesões. Objetivo: Observar o consumo de alimentos e de líquidos antes, durante e após o exercício de praticantes de atividade física corporativa em unidades de um banco brasileiro. Métodos: Estudo do tipo transversal com realizado em três unidades corporativas de uma rede de academias da cidade de São Paulo, entre Agosto e Setembro de 2015. Foi aplicado questionário composto por perguntas sobre alimentação e ingestão de líquidos e o tempo que realizaram as refeições antes, durante e após a atividade física. Resultados: Amostra composta por 50 indivíduos, de ambos os sexos, com idade média de 29,7 anos. A maioria dos participantes (86%) realizavam refeição pré-treino e destes 62% o fizeram em até 60 minutos antes do treino, sendo os alimentos mais citados: frutas, seguidas de leite e queijo. Os suplementos mencionados foram: a maltodrextrina, aminoácidos de cadeia ramificada e whey protein. Durante o treino, 96% tomaram água e 40,8% destes o fizeram antes dos quinze minutos iniciais. No pós-treino, 72,2% realizaram refeição até 60 minutos após o treino, sendo os alimentos mais citados salada, arroz integral, carne bovina, entre outros e, os suplementos whey protein, maltodrextrina e glutamina. Conclusão: Houve falta de conhecimento por parte dos praticantes de atividade física em relação ao que comer antes e depois do treino, mesmo apresentando alto nível de escolaridade. Unitermos: Atividade física. Refeição pré-treino. Refeição pós-treino.
Abstract Introduction: The appropriate food intake before, during and after training is an important factor to promote better performance, reduced fatigue, increased energy reserves and prevent the outbreak of diseases and injuries. Objective: To observe the ingestion of food and fluids before, during and after exercise corporate physically active in units of a Brazilian bank. Methods: Cross-sectional study conducted in three units corporate gym academies of a bank in São Paulo, between August and September 2015. We applied a questionnaire with questions about the food and fluid intake and time made meals before, during and after physical activity. Results: A sample of 50 individuals, men and women, with an average age of 29.7 years. Most of participants (86%) made the pre-workout meal, of these 62% have done in 60 minutes before training, the most reported foods were: fruits, followed by milk and cheese, since supplements were: maltodrextrina, branched chain amino acids and whey protein. During the training, 96% took water and 40.8% of them did so before the initial 15 minutes. In the post-workout meal 72.2% had up to 60 minutes after training, the most reported were: salad foods, brown rice, beef, among others, including whey protein supplements, maltodrextrina and glutamine. Conclusion: We concluded that there is still a great lack of knowledge among these physical activity practitioners in relation to what to eat before and after training, even with a high level of education. Keywords: Physical activity. Pre-workout meal. Post-workout meal.
Recepção: 29/09/2015 - Aceitação: 09/12/2015
|
|||
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 20, Nº 212, Enero de 2016. http://www.efdeportes.com/ |
1 / 1
1. Introdução
A musculação tem sido uma das modalidades mais procuradas entre esse público, aumentando cada vez mais, a busca e a freqüência dessas pessoas nas academias, sendo a qualidade de vida, estética, perda de peso e ganho de massa muscular os objetivos mais freqüentes entre esses indivíduos (Marchioro; Benetti, 2015; Uchoas; Pires; Marin, 2011; Silva; Nascimento; Macêdo, 2013).
Além disso, a musculação também tem sido praticada em academias em ambientes corporativos, onde a alta exigência no trabalho tem aumentado o desgaste físico e principalmente mental dos colaboradores (Voltolino et al., 2013; Sztaj; Ioshii; Belotti, 2004). Segundo Sanctis e colaboradores (2008), a atividade física pode trazer diversos benefícios para os colaboradores e para o ambiente de trabalho, como aumento da disposição e motivação para o trabalho, redução do estresse e alívio das tensões e melhora do relacionamento interpessoal.
Assim, é importante que as indústrias e empresas apóiem e promovam programas de prevenção e promoção à saúde do trabalhador, que dêem suporte e resultados consideráveis à saúde ocupacional. Tais programas devem proporcionar uma freqüência mínima de três sessões de exercícios semanais, com duração de quinze minutos à uma hora, e devem estar adequados às atividades desenvolvidas e às limitações existentes em cada um dos departamentos e postos de trabalhos (Salve e Theodoro, 2004).
Além disso, a relação entre a prática de atividade física e hábitos alimentares saudáveis e adequados, através de uma dieta equilibrada, pode beneficiar de diversas maneiras os indivíduos fisicamente ativos, tanto na promoção da qualidade de vida ou com o objetivo de melhora do desempenho esportivo e/ou competitivo (Viebig e Nacif, 2011).
As estratégias da nutrição esportiva visam eliminar os fatores que podem causar fadiga ou debilitação, prejudicando o desempenho durante a competição. Dentre os fatores prejudiciais destacam-se a depleção de reservas de glicogênio muscular, hipoglicemia e mecanismos da “fadiga básica” como hipertermia, desidratação, hiponatremia, desconforto gastrintestinal (Maughan e Burke, 2004).
Dentre as estratégias para otimizar o desempenho durante a prática de exercícios resistidos, destaca-se a nutrição no pré-treino. Segundo a Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (SBME, 2009) os objetivos do consumo de carboidratos pré-treino são maximizar as reservas de glicose, minimizar a redução dos estoques de glicogênio, evitar a fome durante o exercício e evitar a hipoglicemia.
Durante a atividade física, os músculos produzem grande quantidade de calor que é dissipado em parte pela produção de suor. Assim, líquidos durante o exercício favorece o estado de hidratação do indivíduo e, se o mesmo prolongar mais de uma hora, carboidratos são recomendados, pois garante o aporte energético, auxilia na manutenção da glicemia e do glicogênio muscular e evita fadiga precoce (Stulbach; Viebig e Nacif, 2010; Guerra, 2004).
Após a atividade física é necessário repor os líquidos perdidos rapidamente. A reposição hídrica é um fator que pode garantir que o desempenho de um praticante de atividade física seja atingido e problemas de saúde sejam evitados (SBME, 2009). Além disso, a refeição pós-treino tem a finalidade principal de reabastecer as reservas musculares e hepáticas de glicose e de recuperação muscular. Portanto, a alimentação pós-treino deve ser composta por carboidrato simples e de alto índice glicêmico juntamente com uma fonte protéica (Morais; Silva e Macêdo, 2014).
O objetivo do presente estudo foi observar o consumo de alimentos e de líquidos antes, durante e após o exercício de praticantes de atividade física corporativa em unidades de um banco brasileiro.
2. Materiais e métodos
O estudo foi de caráter transversal, descritivo, com coleta de dados primários, realizado em 3 unidades coorporativas de um banco brasileiro localizadas no em bairros de São Paulo.
A população do estudo foi composta por todos os colaboradores, homens e mulheres, adultos, que praticavam atividade física nas unidades corporativas. A amostra foi selecionada aleatoriamente durante os treinamentos habituais dos colaboradores, entre os meses de agosto e setembro de 2015.
A coleta de dados foi feita através de em um questionário baseado na alimentação do esportista, com perguntas diretas sobre como é a alimentação da pessoa antes, durante e após o treino, e se há essa refeição; quanto tempo antes e depois, tipo de treino, se a pessoa já passou por um acompanhamento nutricional, além de variáveis como sexo, idade, escolaridade e cargo.
Após coletados, os dados foram digitados em planilhas do software Microsoft Excel® e tabulados na forma de tabelas e gráficos e posteriormente analisados e discutidos.
A presente pesquisa contou com a aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa do Centro Universitário São Camilo (COEP 047/05).
3. Resultados
A amostra foi composta por 50 indivíduos, de ambos os sexos, sendo 58% (n=29) do sexo feminino e 42% (n=21) masculino. A idade média dos praticantes de atividade física foi de 29,7 anos. Em relação à escolaridade todos apresentaram pelo menos o ensino médio completo, sendo que, 58% já haviam completado o ensino superior e 24% pós graduação e, a profissão mais citada foi analista de sistemas (50%).
Como pode ser visto na Tabela 1, 38% dos participantes freqüentavam a academia três vezes por semana e, 45% praticavam atividade física aeróbia e musculação.
Quando perguntado se já passaram por uma orientação nutricional antes 20% (n= 40) responderam que sim e 30% (n=60) disseram que não.
Tabela 1. Caracterização dos praticantes de atividade física
de acordo com a freqüência semanal. São Paulo, 2015
3.1. Alimentação pré-treino
Todos os praticantes de atividade física (100%) consumiram lanches práticos na refeição pré-treino, sendo os mais citados as frutas, seguidas de leite e queijo. Outros alimentos foram citados de uma a duas vezes como: batata doce, aveia e pão de queijo, como pode ser observado no Gráfico 1.
Gráfico 1. Distribuição dos alimentos mais citados no pré-treino. São Paulo, 2015
Outros: batata doce, frango, aveia, manteiga, castanhas, pão de queijo, granola, embutidos,
bolo integral, bebida esportiva, açúcar, legumes, cappuccino, barra de cereal, salgados fritos
Agrupando os alimentos segundo os nutrientes dos quais eram fontes, percebeu-se que a refeição pré-treino foi composta por carboidratos (22 itens) seguidos de carboidratos combinados com proteínas (19 itens).
Foram citados, na refeição que antecedia o treino, os seguintes suplementos alimentares: maltodextrina, aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA) e whey protein.
Como pode ser visto no Gráfico 2, sessenta e dois por cento dos praticantes de atividade física fizeram a refeição pré-treino até 60 minutos antes da atividade física, sendo que destes 32% o fizeram até meia hora antes. Além disso, 7 (14%) não realizaram refeições antes do exercício.
Gráfico 2. Distribuição dos praticantes de atividade física segundo quanto tempo
antes de treinar realizaram a refeição pré-treino. São Paulo, 2015. (n=43)
n=43, pois 7 pessoas não ingeriram nenhum alimento no pré-treino
3.2. Ingestão de líquidos durante o treino
Em relação à ingestão de líquidos durante o treino, 96% (n=48) responderam tomar água, 2% (n=1) disseram ingerir maltodrextrina e os outros 2% (n=1) não ingeriam nenhum tipo de bebida. No Gráfico 3, é possível observar que dentre os indivíduos que ingeriram líquidos no treino, 40,8% o fizeram antes dos 15 minutos iniciais.
Gráfico 3. Distribuição dos praticantes de atividade física segundo quanto tempo após
iniciar a atividade física ingeriram algo durante o treino. São Paulo, 2015. (n= 49)
n=49 pois 1 pessoas não ingeriram nenhuma bebida durante o treino
3.3. Alimentação pós-treino
Na refeição pós-treino os alimentos mais citados, pelos praticantes de atividade física, foram: salada, seguido de arroz integral, carne bovina, feijão, fruta, entre outros (Gráfico 4).
Gráfico 4. Distribuição dos alimentos mais citados no pós-treino. São Paulo, 2015
Outros: leite, achocolatado, pão integral, batata doce, omelete, quibe de forno, extrato de soja, macarrão
integral, lingüiça, salgado (hamburgão com cheddar), iogurte, embutidos, castanhas, manteiga/margarina.
Os suplementos presentes nesta refeição foram o whey protein, maltodrextrina e glutamina e, pode-se perceber que 68% dos praticantes combinaram proteína e carboidrato nesta refeição e, que 6 (12%) referiram não consumir nada.
Em relação ao tipo de refeição realizada, 56% dos participantes relataram consumir lanches práticos, sendo que destes, 44% (n=22) costumam ingerir alimentos como fruta, biscoito integral, queijo, salgado, castanha, entre outros e, os outros 12% (n=6) mencionaram os suplementos.
Já, dezesseis alunos (32%) disseram realizar uma refeição principal neste momento, como o almoço ou jantar e os alimentos mais citados foram salada, arroz integral, carne bovina, feijão, arroz branco e frango.
Além disso, como pode ser visto no Gráfico 6, trinta e dois participantes (64%) realizaram esta refeição até sessenta minutos após a atividade física, sendo que destes, 68,8% o fizeram em até trinta minutos.
Gráfico 6. Distribuição dos praticantes de atividade física segundo quanto tempo
após treinar realizaram a refeição pós-treino. São Paulo, 2015. (n= 44)
* n=44 pois 6 pessoas não ingeriram nenhum alimento no pós-treino
4. Discussão
Este estudo mostrou que a maioria dos participantes era do sexo feminino, com idade média de 29,7 anos. Resultado semelhante foi encontrado no estudo realizado por Lima, Nascimento e Macêdo (2013), em academias das cidades de Santa Cruz do Capibaribe e Surubim, Pernambuco, onde foram avaliados 114 praticantes de musculação, sendo a maioria do sexo feminino (50,8%) com idade entre 18 e 30 anos.
Na refeição pré-treino deste estudo, pode-se perceber que a maioria consumiu somente carboidrato no pré-treino sendo grande parte caracterizada por fruta, seguida de leite, queijo, pão branco e café.
Segundo a Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (SBME, 2009) esta refeição deve ser rica em carboidrato para manter a glicemia e maximizar os estoques de glicogênio, de consistência leve e quantidade de liquido suficiente para manter a hidratação, pobre em gorduras e quantidade de fibra ajustada para facilitar o esvaziamento gástrico, moderada quantidade de proteína e deve fazer parte do hábito alimentar do indivíduo.
Ainda em relação ao consumo de carboidratos no pré-treino, a maioria consome pão composto por farinha branca e não integral. Alimentos ricos em carboidratos complexos, com maior quantidade de fibras e que possuem baixo IG são os mais indicados para compor as refeições pré-exercício, como por exemplo, aveia, macarrão integral, pães, torradas, biscoitos e cereais integrais e algumas frutas, sendo que estes alimentos fazem com que o praticante tenha mais energia durante o exercício, retardando a exaustão (Brasil et al., 2009; Moura; Costa e Navarro, 2007).
Pesquisa realizada por Claudino e Nesello (2013), em uma academia de ginástica de Balneário Camboriú, Santa Catarina, avaliou o perfil alimentar de 22 praticantes de atividade física e, mostrou que na refeição pré-treino o grupo de alimentos mais citados e que mais auxiliaram na performance dos participantes foram os carboidratos (72,7%). Este resultado assemelha-se ao presente estudo, uma vez que o grupo de alimentos mencionado com maior freqüência também foi o dos carboidratos (44%).
Pôde-se perceber que sete participantes deste estudo (14%) relataram não realizar a refeição pré-treino, fato de grande importância pois, a mesma é recomendada a fim de evitar um quadro de hipoglicemia durante a atividade física, manter a homeostase hídrica, evitar a fadiga muscular precoce e a fome (Brasil et al., 2009).
A pesquisa atual confirma o estudo feito por Brasil e colaboradores (2009), com 500 praticantes de diferentes modalidades de atividade física, no qual observaram que 17,8% realizaram os exercícios em jejum.
Neste estudo, a utilização de suplementos alimentares no pré-treino foi de apenas 10% da amostra, sendo os mencionados: whey protein, BCAA e maltodextrina. De acordo com estudo realizado por Lima, Nascimento e Macêdo (2013) 18% dos praticantes consumiam o BCAA, proteínas, carboidratos, creatina, vitaminas e minerais.
Em se tratando do tempo antes de treinar que os praticantes realizaram a refeição pré-treino, 62% o fizeram em até 60 minutos e, 24% (n=12) de 90 a 120 minutos. Já no estudo de Santos, Ribeiro e Liberali (2011) o tempo predominante entre as mulheres (33,34%) foi de 15 a 30 minutos e, entre os homens (50%), foi de 30 a 45 minutos.
A recomendação de ingestão de líquidos durante o treino varia de acordo com o tipo de atividade física e o tempo de duração da mesma. Segundo Moreira e colaboradores (2006), há poucas evidências na melhora do desempenho físico quando consumido líquidos com carboidratos, durante o treino de duração inferior a uma hora. Portanto, recomenda-se apenas o consumo de água pura neste momento.
No presente estudo, 96% dos praticantes de atividade física referiram ingerir água durante o treino, 2% disseram ingerir maltodrextrina e os outros 2 % relataram não ingerir nenhum tipo de bebida. Tal medida encontra-se dentro dos padrões estabelecidos por Moreira e colaboradores (2006), uma vez que a maioria dos participantes não treinam mais que sessenta minutos.
Em relação ao tempo, após iniciar atividade física, que os alunos começam a ingerir água, apenas 20,4% o fizeram em quinze minutos. Vinte alunos (40,8%) relataram iniciar esta ingestão apenas dez minutos de treino e, os outros 38,7% disseram o ter feito a partir de vinte minutos, sendo que destes 12,2% esperaram trinta minutos para iniciar a ingestão de líquidos.
A Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (SMBE, 2009) recomenda que a ingestão de líquidos deve acontecer quinze minutos após ter iniciado a atividade física e continuar bebendo a cada 15 a 20 minutos, uma vez que a hidratação adequada durante o treino pode garantir que o desempenho esperado seja atingido, além de evitar problemas de saúde como diminuição da ejeção ventricular devido a redução do sanguínea e aumento da freqüência cardíaca, ocasionando redução da pressão arterial.
A alimentação pós-treino é um dos critérios mais importantes para alcançar melhores resultados. No presente estudo, a maioria dos praticantes realizavam a refeição pós treino 30 minutos após a atividade física. Na amostra estudada em um estudo que possuía o objetivo avaliar o consumo alimentar de carboidratos e proteínas no pós-treino por praticantes de musculação das academias das cidades de Cachoeirinha e Surubim, Pernambuco, maior parte dos desportistas alegou passar mais de 15 minutos para ter uma alimentação pós-treino (Morais; Silva; Macedo, 2014).
Estudo de Aragão e Fernandes (2014) que avaliou o consumo de alimentos e de suplementos nutricionais nos períodos pré e pós-treino de homens praticantes de musculação de cinco academias da cidade de Goiânia, Goiás, grande parte dos indivíduos possuíam o hábito de consumir alimentos após 84,4% os treinos. Este resultado se assemelha ao presente estudo, por 86% dos praticantes realizarem a refeição pós-treino.
A maioria dos praticantes consumia carboidrato e proteína na refeição pó-treino. O posicionamento da International Society of Sports Nutrition (ISSN, 2008) sobre o consumo associado de carboidrato com proteína no período pós-treino com pesos é baseado na promoção de ganho de força e alteração na composição corporal em relação ao consumo de placebo ou apenas carboidrato.
Segundo Piaia, Rocha e Vale (2007), os carboidratos desempenham importantes funções, dentre elas a preservação da proteína, pois quando a quantidade de carboidratos ingerida é insuficiente, o organismo pode utilizar a proteína como fonte de energia. Elucidam ainda que quantidades adequadas de carboidratos representam um aspecto muito importante na prática da atividade, quando a demanda de energia e de proteínas pode estar aumentada.
5. Conclusão
De acordo com os resultados obtidos, pudemos observar que ainda existe uma grande falta de conhecimento por parte dos praticantes de atividade física em relação ao que comer antes e depois do treino. Os mesmos possuíam um nível alto de escolaridade, com grande acesso a informações, porém, estas muitas vezes as crenças e conhecimentos que apresentavam estavam errados ou são passadas por uma pessoa ou um profissional que não seja nutricionista.
Bibliografia
Aragão, A. R., Fernandes, D. C. (2014). Consumo alimentar e de suplementos no pré e pós-treino em homens praticantes de musculação em Goiânia, Goiás. Revista Estudos, 41, 15-29.
Brasil, T. A., Pinto, J. A., Cocate, P. G., Chácara, R. P., Marins, J. C. B. (2009). Avaliação do hábito alimentar de praticantes de atividade física matinal. Fitness & Performance Journal, 8 (3), 153-163.
Claudino, A. C. T., Nesello, L. A. N. (2013). Perfil alimentar dos praticantes de Running’30® de uma academia de ginástica do município de Balneário Camboriú, SC. Lecturas: Educación Fisica y Deportes, 18 (181). http://www.efdeportes.com/efd181/perfil-alimentar-dos-praticantes-de-running-30.htm
Guerra, I. (2004). Importância da alimentação e da hidratação do atleta. Revista Mineira de Educação Física, 12 (2), 159-173.
Lima, C. C., Nascimento, S. P., Macêdo, E. M. C. (2013). Avaliação do consumo alimentar no pré-treino em praticantes de musculação. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, 7 (37), 13-18.
Marchioro, E. M., Benetti, F. (2015). Consumo de suplementos nutricionais por praticantes de musculação em academias do município de Tenente Portela-RS. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, 9 (49), 40-52.
Maughan, R. J., Burke, L. (2004). Manual de ciência e medicina esportiva: nutrição esportiva. Porto Alegre: Artmed.
Morais, A. C. L., Silva, L. L. M., Macêdo, E. M. C. (2014). Avaliação do consumo de carboidratos e proteínas no pós-treino em praticantes de musculação. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, 8 (46), 247-253.
Moreira, C. A. M., Gomes, A. C. V., Garcia, E. S., Rodrigues, L. O. C. (2006). Hidratação durante o exercício: a sede é suficiente? Revista Brasileira de Medicina do Esporte, 12 (6), 405-409.
Moura, C., Costa, S., Navarro, F. (2007). Índice Glicêmico E Carga Glicêmica: Aplicabilidade Na Prática Clínica Do Profissional Nutricionista. Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, (1), 1-11.
Piaia, C., Rocha, F., Vale, G. (2007). Nutrição no exercício físico e controle de peso corporal. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, 1 (4), 40-48.
Salve, M. G. C., Theodoro, P. F. R. (2004). Saúde do trabalhador: a relação entre ergonomia, atividade física e qualidade de vida. Revista Salusvita, 23 (1), 137-146.
Sanctis, F., Uemura, C. A., Nishimura, C. C., Viebig, R. F. (2008). Atividade física corporativa: colaborações para a saúde do trabalhador. Lecturas: Educación Fisica y Deportes, 13 (125). http://www.efdeportes.com/efd125/atividade-fisica-corporativa-colaboracoes-para-a-saude-do-trabalhador.htm
Santos, E. C. B., Ribeiro, F. E. O., Liberali, R. (2011). Comportamento alimentar pré-treino de praticantes de exercício físico do período da manhã de uma academia de Curitiba - PR. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, 5 (28), 305-316.
SBME - Sociedade Brasileira de Medicina no Esporte. (2009). Diretrizes da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte: Modificações dietéticas, reposição hídrica, suplementos alimentares e drogas: comprovação de ação ergogênica e potenciais riscos para a saúde. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, 15 (3), 3-12.
Silva, C. C., Nascimento, S. P., Macêdo, E. M. C. (2013). Avaliação do consumo alimentar no pré- treino em praticantes de musculação. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, 7 (37), 13-18.
Silva, L. R. R. (2006). Desempenho esportivo: treinamento com crianças e adolescentes. (2ª ed.) São Paulo: Phorte.
Stulbach, T. E., Viebig, R. F., Nacif. M. A. (2010). Bases Nutricionais para a Elaboração de cardápios para atletas e praticantes de atividade física. En S. M. C. S. Silva, S. Martinez (coords.). Cardápio: guia prático para a elaboração (pp. 205-211). São Paulo: Roca.
Sztajn, M., Ioshii, S. H., Belotti, M. P. (2004). Por uma Cultura de Qualidade de Vida nas Empresas de Curitiba. Curitiba, 2004. Disponível em: http://www.ismabrasil.com.br. Acesso em: 18 ago. 2015.
Uchoas, G. D. S., Pires, C. R., Marin, T. (2011). Hábitos alimentares de freqüentadores de academias em Apucarana. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, 5 (30), 530-540.
Viebig, R. F.; Nacif. M. A. Nutrição Aplicada à Atividade Física e ao Esporte. En S. M. C. S. Silva, J. D. P. Mura (cords.) Tratado de alimentação, nutrição e dietoterapia (pp. 215-234). São Paulo: Roca.
Voltolino, B. A., Santos, C. C., Cipriano, L. M. P., Giacomini, B. S., Viebig, R. F. (2013). Avaliação do nível de desidratação de freqüentadores das aulas de spinning® de três academias corporativas do município de São Paulo. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, 7 (39), 147-153.
Outros artigos em Portugués
|
|
EFDeportes.com, Revista
Digital · Año 20 · N° 212 | Buenos Aires,
Enero de 2016 |