A neuropsicologia e a aprendizagem La neuropsicología y el aprendizaje The neuropsychology and learning |
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*Licenciada em Pedagogia, professora do ensino fundamental na Escola Estadual Renée Menezes de Sinop MT **Licenciado em Educação Física pela FASIPE – Faculdade de Sinop. Professor de Educação Física e Artes da Escola Estadual Renée Menezes de Sinop MT ***Licenciada em Pedagogia pela Faculdade UNOPAR. Professor da rede de ensino fundamental da Escola Estadual Renée Menezes de Sinop MT ****Licenciada em Normal Superior pela UNOPAR; Psicopedagoga pela FASIP Pós Graduada do Curso de Educação Especial Inclusiva pela Faculdade Uninter Professora da Escola Estadual Renée Menezes em Sinop *****Licenciada em Pedagogia pela faculdade UNOPAR. Trabalha como técnica de laboratório de informática na Escola Estadual Renée Menezes, Sinop MT (Brasil) |
Maria Rosa Moreira Vieira Marques* Marcelo de Assis** marcelo_enfermeiro@hotmail.com Patrícia Oliveira da Silva*** Nelcileide Orgina Mota**** Aparecida Peghin Leão*** Elex Sandra Pereira Peghin***** |
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Resumo O presente artigo tem por objetivo identificar as contribuições do conhecimento sobre as bases neuropsicológicas da memória e da aprendizagem para a atuação dos profissionais de educação e, assim, fornecer subsídios aos educadores interessados em promover uma aprendizagem mais significativa para os alunos. Neste sentido, optamos por uma pesquisa bibliográfica. É justificado pelo trabalho desenvolvido em sala de aula, estudos e leitura sobre comportamento; questões levantadas por todos os professores da escola. Diante dos estudos realizados, percebe-se que se torna importante estimular as áreas do cérebro identificadas como as responsáveis pelos mecanismos da memória e da aprendizagem. Contudo, ainda há muito que se questionar e discutir, no intuito de, quem sabe, revelarmos outros sentidos que estão por trás das pesquisas que envolvam a memória e a aprendizagem, principalmente no que se refere à sua relação com o aspecto emocional, para que possamos auxiliar a prática educacional dos educadores. Unitermos: Memória. Neuropsicologia. Aprendizagem.
Abstract This article aims to identify the contributions of knowledge about the neuropsychological basis of memory and learning for the work of education professionals and thereby provide grants to educators interested in promoting a more meaningful learning for students. In this sense, we chose a literature search. It is justified by the work done in the classroom, studies and reading about behavior; issues raised by all school teachers. Given the studies, it is clear that it is important to stimulate the brain areas identified as responsible for memory and learning mechanisms. However, there is still a lot to question and discuss in order to perhaps reveal other senses that are behind the research involving memory and learning, especially when it comes to their relationship with the emotional aspect, so that we may serve the educational practice of teachers. Keywords: Memory. Neuropsychology. Learning.
Recepção: 10/09/2015 - Aceitação: 14/12/2015
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 20, Nº 212, Enero de 2016. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
O estudo das bases neuropsicológicas da memória e da aprendizagem é um dos mais interessantes temas atualmente analisado no campo da neuropsicologia. Adquirir novos conhecimentos e posteriormente transformá-los sem perdê-los é o grande interesse dos pesquisadores que procuram estudar os aspectos envolvidos nos mecanismos de formação da memória e na sua correlação com a aprendizagem.
A Neuropsicologia é uma especialidade da Psicologia que aborda as relações entre disfunções cerebrais e comportamento. Uma lesão cerebral, em geral, ocasiona alterações da linguagem, do pensamento, da memória, das emoções, etc. A Neuropsicologia se dedica a compreender e a tratar uma grande variedade de alterações que podem resultar de lesões cerebrais de diferentes tipos. a neuropsicológica é utilizada para identificar déficits, sua gravidade e extensão, estabelecer inter-relações entre estes déficits, determinar como eles afetam o funcionamento geral do indivíduo, correlacionar déficits específicos e neuropatologia. Permite, assim, estabelecer a existência e avaliar a magnitude de alterações cognitivas secundárias à lesão cerebral, proporcionando uma análise quantitativa e qualitativa do funcionamento cerebral e possibilitando a comparação com indivíduos da mesma idade, sexo, escolaridade. É possível utilizar a avaliação neuropsicológica na Formulação de diagnóstico; Reabilitação cognitiva; Pesquisa clínica; Acompanhamento e documentação do estado do paciente em tratamento; Confecção de documentos legais; entre outros.
Segundo alguns estudiosos, a aprendizagem é o processo de alteração de conduta de um indivíduo, seja por condicionamento operante, experiência ou ambos, de uma forma razoavelmente permanente. As informações podem ser absorvidas através de técnicas de ensino ou até pela simples aquisição de hábitos. O ato ou vontade de aprender é uma característica essencial do psiquismo humano, pois somente este possui o caráter intencional, ou a intenção de aprender; dinâmico, por estar sempre em mutação e procurar informações para a aprendizagem; criador, por buscar novos métodos visando a melhora da própria aprendizagem, por exemplo, pela tentativa e erro. Outro conceito de aprendizagem é uma mudança relativamente durável do comportamento, de uma forma mais ou menos sistemática, ou não, adquirida pela experiência, pela observação e pela prática motivada. Na verdade a motivação tem um papel fundamental na aprendizagem. Ninguém aprende se não estiver motivado, se não desejar aprender.
O ponto de partida desta análise é a concepção vygotskyana de que o pensamento verbal não é uma forma de comportamento natural e inata, mas é determinado por um processo histórico-cultural e tem propriedades e leis específicas que não podem ser encontradas nas formas naturais de pensamento e fala.
Uma vez admitido o caráter histórico do pensamento verbal, devemos considerá-lo sujeito a todas as premissas do materialismo histórico, que são válidas para qualquer fenômeno histórico na sociedade humana (Vygotski, 1993, p. 44).
Sendo o pensamento sujeito às interferências históricas às quais está o indivíduo submetido, entende-se que, o processo de aquisição da ortografia, a alfabetização e o uso autônomo da linguagem escrita são resultantes não apenas do processo pedagógico de ensino-aprendizagem propriamente dito, mas das relações subjacentes a isto.
Vygotski diz ainda que: O pensamento propriamente dito é gerado pela motivação, isto é, por nossos desejos e necessidades, nossos interesses e emoções. Por trás de cada pensamento há uma tendência afetivo-volitiva. Uma compreensão plena e verdadeira do pensamento de outrem só é possível quando entendemos sua base afetivo-volutiva (Vygotski, 1991 p. 101).
Desta forma não seria válido estudar as dificuldades de aprendizagem sem considerar os aspectos afetivos. Avaliar o estágio de desenvolvimento, ou realizar testes psicométricos não supre de respostas às questões levantadas. É necessário fazer uma análise do contexto emocional, das relações afetivas, do modo como a criança está situada historicamente no mundo. Na abordagem de Vygotski a linguagem tem um papel de construtor e de propulsor do pensamento, afirma que o aprendizado não é desenvolvimento, o aprendizado adequadamente organizado resulta em desenvolvimento mental e põe em movimento vários processos de desenvolvimento que, de outra forma, seriam impossíveis de acontecer (Vygotski, 1991 p. 101).
A linguagem seria então o motor do pensamento, contrariando assim a concepção desenvolvimentista que considera o desenvolvimento a base para a aquisição da linguagem. Vygotsky defende que os processos de desenvolvimento não coincidem com os processos de aprendizagem, uma vez que o desenvolvimento progride de forma mais lenta, indo atrás do processo de aprendizagem. Isto ocorre de forma seqüencial. (Vygotski, 1991 p. 102).
Já nos estudos de Piaget, a teoria da equilibração, de uma maneira geral, trata de um ponto de equilíbrio entre a assimilação e a acomodação, e assim, é considerada como um mecanismo autorregulador, necessária para assegurar à criança uma interação eficiente dela com o meio-ambiente (Wadsworth, 1996). Na bordagem de Piaget (1975, p. 14), o sujeito está em constante equilibração. Paín parte desse pressuposto e afirma que as dificuldades de aprendizagem podem estar relacionadas a uma hiperatuação de uma dessas formas, somada a uma hipo-atuação da outra gerando as modalidades de aprendizagem sintomática a seguir:
sendo a assimilação o movimento do processo de adaptação pelo qual os elementos do meio são alterados para serem incorporados pelo sujeito, numa aprendizagem sintomatizada pode ocorrer uma exacerbação desse movimento, de modo que o aprendiz não resigna-se ao aprender. Há o predomínio dos aspectos subjetivos sobre os objetivos. Esta sintomatização vem acompanhada da hipoacomodação.Hiperassimilação
Hipoacomodação a acomodação consiste em adaptar-se para que ocorra a internalização. A sintomatização da acomodação pode dar-se pela resistência em acomodar, ou seja, numa dificuldade de internalizar os objetos (Fernández, 1991 p.110).
Hiperacomodação acomodar-se é abrir-se para a internalização, o exagero disto pode levar a uma pobreza de contato com a subjetividade, levando à submissão e à obediência acrítica. Essa sintomatização está associada a hipoassimilação.
Hipoassimilação nesta sintomatização ocorre uma assimilação pobre, o que resulta na pobreza no contato com o objeto, de modo a não transformá-lo, não assimilá-lo de todo, apenas acomodá-lo. A aprendizagem normal pressupõe que os movimentos de assimilação e acomodação estão em equilíbrio. O que caracteriza a sintomatização no aprender é predomínio de um movimento sobre o outro. Quando há o predomínio da assimilação, as dificuldades de aprendizagem são da ordem da não resignação, o que leva o sujeito a interpretar os objetos de modo subjetivo, não internalizando as características próprias do objeto.
O papel da memória na aprendizagem, independente da escola de pensamento seguida, sabe-se que o indivíduo desde o nascimento, utilizando seu Percepção|campo perceptual, vai ampliando seu repertório e construindo conceitos, em função do meio que o cerca. Estes conceitos são regidos por mecanismos de memória onde as imagens dos sentidos são fixadas e relembradas por associação a cada nova experiência.
A memória permanente, ou memória de longo prazo, depende de transformações na estrutura química ou física dos neurônios. Aparentemente as mudanças sinápticas têm uma importância primordial nos estímulos que levam aos mecanismos de lembranças como imagens, odores, som|sons, etc, que, avulsos parecem ter uma localização definida, parecendo ser de certa forma blocos desconexos, que ao serem ativados montam a lembrança do evento que é novamente sentida pelo indivíduo, como por exemplo, a lembrança da confecção de um bolo pela avó pela associassão da lembrança de um determinado odor.
O processo de aprendizagem é de suma importância para o estudo do comportamento. Alguns autores afirmam que certos processos neuróticos, ou neuroses, nada mais são que uma aprendizagem distorcida, e que a ação recomendada para algumas psicopatologias são um redirecionamento para a absorção da nova aprendizagem que substituirá a antiga, de forma a minimizar as sintomatizações que perturbam o indivíduo. Isto é, através da reaprendizagem (re-educação) ou da intervenção profissional através da Psicopedagogia.
Cada indivíduo apresenta um conjunto de estratégias cognitivas que mobilizam o processo de aprendizagem. Em outras palavras, cada pessoa aprende a seu modo, estilo e ritmo. Embora haja discordâncias entre os estudiosos, estes são quatro categorias representativas dos estilos de aprendizagem: Visual: aprendizagem centrada na visualização. Auditiva: centrada na audição, Leitur/Escrita: aprendizagem através de textos, Ativa: aprendizagem através do fazer.
Dessa forma, a aprendizagem é mais bem definida como um processo evolutivo e constante, que envolve um conjunto de modificações no comportamento do indivíduo, tanto a nível físico como biológico, e do ambiente no qual está inserido, onde todo esse processo emergirá sob a forma de novos comportamentos. Sendo a aprendizagem um processo constituído por diversos fatores.
"Dificuldade de aprendizagem é um termo geral que se refere a um grupo heterogêneo de transtornos manifestados por dificuldades significativas na aquisição e uso da escuta, fala, leitura, escrita, raciocínio ou habilidades matemáticas. Atualmente, a descrição dos Transtornos de Aprendizagem é encontrada em manuais internacionais de diagnóstico, tanto no CID-10, elaborado pela Organização Mundial de Saúde (1992), como no DSM-IV, organizado pela Associação Psiquiátrica Americana (1995). Ambos os manuais informam que os transtornos não podem ser conseqüência de: Falta de oportunidade de aprender; Descontinuidades educacionais resultantes de mudanças de escola; Traumatismos ou doença cerebral adquirida; Comprometimento na inteligência global; Comprometimentos visuais ou auditivos não corrigidos.
Atualmente, acredita-se na origem dos Transtornos de Aprendizagem a partir de distúrbios na interligação de informações em várias regiões do cérebro, os quais podem ter surgido durante o período de gestação. Tanto o CID-10, como o DSM-IV apresenta basicamente três tipos de transtornos específicos: Transtorno da Leitura: Rendimento da capacidade de leitura, como correção, velocidade ou compreensão da leitura, significativamente inferior à media para a idade cronológica, capacidade intelectual e nível de escolaridade do indivíduo. A dificuldade de leitura apresentada pelo indivíduo interfere de modo significativo nas atividades cotidianas que requeiram habilidades de leitura. A leitura oral se caracteriza por distorções, substituições ou omissões. O Transtorno da Matemática, também conhecido como discalculia, não é relacionado à ausência de habilidades matemáticas básicas, como contagem, e sim, na forma com que a criança associa essas habilidades com o mundo que a cerca. A aquisição de conceitos matemáticos e outras atividades que exigem raciocínio são afetadas neste transtorno, cuja baixa capacidade para manejar números e conceitos matemáticos não é originada por uma lesão ou outra causa orgânica. Em geral, o Transtorno da Matemática é encontrado em combinação com o Transtorno da Leitura ou Transtorno da Expressão Escrita. Transtorno da Expressão Escrita: Um transtorno apenas de ortografia ou caligrafia, na ausência de outras dificuldades da expressão escrita, em geral, não se presta a um diagnóstico de Transtorno da Expressão Escrita. Neste transtorno geralmente existe uma combinação de dificuldades na capacidade de compor textos escritos, evidenciada por erros de gramática e pontuação dentro das frases, má organização dos parágrafos, múltiplos erros ortográficos ou fraca caligrafia, na ausência de outros prejuízos na expressão escrita.
Transtornos de aprendizagem:
Dislexias: A incapacidade de aprender a ler de um indivíduo que possui a capacidade intelectual necessária. Vários são os termos dados a este transtorno como: dislexia específica, dislexia de evolução, e no passado "cegueira verbal congênita". Segundo Bender (Teoria de atraso na maturação cerebral). "Retardo de maturação". A dislexia representaria um tipo especial de imaturidade cerebral, na qual se atrasaria à função de reconhecimento visual e auditivo dos símbolos verbais.
Dislalia: Transtorno funcional primário que corresponde ao atraso da fala, à linguagem "bebê". É um evento oculto que não pode ser controlado diretamente. Dessa maneira, é muito parecido com o processo oculto de aprendizagem, que também não apresenta referência direta e só pode ser mensurado pela observação das alterações no desempenho. Infelizmente, a atenção é um pré-requisito da aprendizagem. Se ambos são mensurados por uma alteração no desempenho é devida à atenção imperfeita, à aprendizagem imperfeita ou ambas.
A atenção na aprendizagem refere-se à seleção de estímulos dentre os vários utilizados no processo de aprendizagem, a fim de a ele associar a resposta adequada. A criança precisa dispor da atenção seletiva para discernir dentre tantos estímulos àquele que leva a uma resposta apropriada. A atenção deve estar centrada no conteúdo propriamente, não na forma e recursos utilizados na aprendizagem do mesmo. Ao escutar uma explicação oral, além de preocupar-se com a compreensão da mesma, há uma percepção de tom de voz, sotaque, etc.; que também fazem parte do estímulo. Caso a atenção não esteja centrada, (atenção seletiva); ela se desviará, não vingando o essencial.
Apraxias: Incapacidade de executar os movimentos apropriados a um determinado fim, conquanto não haja paralisias.
Disfasias/Audiomudez: Transtornos raros da evolução da linguagem. Trata-se de crianças que apresentam um transtorno da integração da linguagem sem insuficiência sensorial ou fonatória; que podem, embora com dificuldade, comunicar-se verbalmente e cujo nível mental é considerado normal.
Ecolalia: Repetição da fala do interlocutor.
Disortografia: Escrita com os erros de que tratamos, pode ser o primeiro ou único achado de exame em caso de dislexia leve não examinado logo no início, podendo ter havido, mas já desaparecido, as dificuldades à leitura. Boa parte dos disléxicos melhora razoavelmente nesta matéria, enquanto ainda cometem muitos erros à escrita.
Afasia: É a perda parcial ou total da capacidade de linguagem, de causa neurológica central decorrentes de AVC (Acidente Vascular Cerebral), lesões cerebrais nas áreas da fala e linguagem. Conforme a extensão e localização da lesão o paciente pode apresentar um ou mais sintomas. Perda total ou parcial da articulação das palavras; Perda total ou parcial da fluência verbal; dificuldade de expressar-se verbalmente; nomear objetos; repetir palavras; contar; nomear, por exemplo, os dias das semanas, meses do ano; ou ainda perda da noção gramatical.
Disfasia: Transtorno da linguagem-afasia congênita. Cujos transtornos se referem a recepção e análise do material auditivo, verbal e dificuldades com o discurso (perturbações na comunicação verbal), gagueira.
Memória: A memória pode ser definida como a capacidade do indivíduo de gravar as experiências e acontecimentos ao longo da vida. Pode ser dividida em: Tipos de Material: Verbal ou não verbal; Modalidade de Experiência Sensorial: Visual, Auditiva, Táctil e Gustativa; Memória de Curto Termo: aspecto de memória que envolve lembrança Imediata; Memória de Longo Termo: para informações apresentadas pelo menos há 30 minutos; Memória Remota: para informações que ocorreram há mais de 24 h.
Os transtornos de memória têm sido mais freqüentemente relatados como déficits de habilidade associadas com algum tipo de disfunção cerebral. Problema de memória é também freqüentemente foco de intervenções de tratamento, e podem ser classificados como Retrógrada (dificuldade de memória para informação codificada antes da lesão) e Anterógrada ( dificuldade de memória para informações subseqüentes à lesão).
No tratamento das disfunções da memória é importante identificar a fonte da dificuldade, se possível, bem como a natureza e parâmetros da disfunção. Entendendo-se o mecanismo da dificuldade pode-se conduzir ao desenvolvimento das intervenções apropriadas. A intervenção psicopedagógica em indivíduos que tem problema de retenção vem no sentido de auxiliar para que este faça um maior número de relações entre o objeto de estudo (o que quer ou precisa aprender) e suas estruturas mentais.
Hiperatividade: A imagem composta da primeira infância e da meninice das crianças hiperativas é a de crianças que têm dificuldade de alimentar-se, de dormir, estão muitas vezes em mau estado de saúde e não aprendem a falar ou só falam adequadamente após os três anos de idade ou mais.
Atraso de Linguagem: Considera-se atraso de linguagem crianças que até 1 ano e ½ não falam palavras isoladas.A partir dos 2 anos não formam frases. Os pais ou aqueles que cuidam da criança não esperam que a mesma exprima sua vontade, antecipam-se fazendo aquilo que a criança quer fazendo com que a criança não sinta necessidade de falar.
A maioria das crianças necessita de intervenção psicopedagógica e/ou fonoaudiológica e continua participando das aulas. Cabe ao profissional que acompanha a criança ou adolescente realizar contatos com a escola a fim de estabelecer uma maior qualidade do processo de aprendizagem.
Considerações finais
O conhecimento das bases neuropsicológicas da memória e da aprendizagem é muito importante hoje em dia, principalmente para os profissionais de educação, por possibilitar entendimento de como o indivíduo realiza os processos de aquisição, armazenamento e evocação de informações necessárias para propiciar um bom aprendizado escolar.
Diante dos estudos realizados pelos pesquisadores, percebemos que se torna indispensável estimular as áreas do cérebro identificadas como as responsáveis pelos mecanismos da memória e da aprendizagem, objetivando auxiliar os neurônios a desenvolverem novas conexões. Neste sentido, entendemos que os alunos precisam ser educados desde a mais tenra idade com bases nos conhecimentos neuropsicológicos da memória e da aprendizagem, para que possam com isso seguir um caminho mais viável rumo ao desenvolvimento pleno das suas capacidades cognitivas.
Nesta perspectiva, a escola tem um desafio que é integrar os seus referenciais teóricos pedagógicos às pesquisas no campo da neuropsicologia, para a conquista do sucesso no processo de aprendizagem de seus alunos. Os professores são, portanto, os principais agentes, por meio do desenvolvimento de estudos e criação de projetos que envolvam a realização de um ensino voltado para as reais necessidades dos alunos, pois, quando compreendemos que o ato de aprender envolve cérebro, corpo e sentimentos, adotamos uma ação mais competente, levando em conta a influência do todo humano na construção do conhecimento.
Assim, mais do que um exercício para a nossa curiosidade, identificar as bases neuropsicológicas da memória e da aprendizagem contribui para auxiliar a atuação dos profissionais de educação, promovendo uma aprendizagem mais significativa. Entretanto, ainda nos cabe muito a pesquisar, para desvendar os mistérios que envolvem o entendimento sobre a memória e sua correlação com aprendizagem, pois tão dinâmica quanto elas é a plasticidade cerebral que as acompanha e que nos abre um grande leque de possibilidades para estudos sobre os mecanismos pelo qual aprendemos e lembramos.
Portanto, considerando a importância do conhecimento das bases neuropsicológicas da memória e da aprendizagem para os profissionais de educação, podemos concluir nossas reflexões afirmando que o estudo aqui apresentado apenas espera sutilmente poder contribuir para o incremento da pesquisa e valorização dessa temática.
Bibliografia
Paín, S. (1989). Diagnóstico e Tratamento dos Problemas de Aprendizagem. 3ª edição Porto Alegre: Artes Médicas.
Piaget, J. (1998). Seis Estudos de Psicologia. Tradução Maria Alice Magalhães D’Amorim e Paulo Sérgio Lima Silva. 23ª edição, Rio de Janeiro: Forence Universitária.
Piaget, J. (1994). O Juízo Moral na Criança. São Paulo: Summus.
Piaget, J.; Inhelder, B. (1982). A psicologia da criança. São Paulo: DIFEL.
Piaget, J. (1975). Como se desarrolla la mente del niño. In: Piaget, J. et al.; Los años postergados: la primera infancia. Paris: UNICEF.
Piaget, J. (1996). Biologia e Conhecimento. 2ª Ed. Petrópolis: Vozes.
Piaget, J. (1975). A equilibração das estruturas cognitivas. Rio de Janeiro: Zahar.
Vygotski, L. S. (1991). A Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes.
Vygotski, L. S. (1993). Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes.
Wadsworth, B. (1996). Inteligência e Afetividade da Criança. 4ª Ed. São Paulo: Enio Matheus Guazzelli.
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