A influência da hipertensão arterial sistêmica na qualidade de vida de pacientes hipertensos La influencia de la hipertensión arterial sistémica en pacientes hipertensos calidad de vida The influence of systemic hypertension in hypertensive patients quality of life |
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Fisioterapeuta, Acadêmico do curso de Medicina UEPA, Campus Santarém, Pará (Brasil) |
Reli José Maders |
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Resumo Objetivo: o estudo tem como objetivo central realizar um levantamento bibliográfico sobre o tema qualidade de vida de pacientes hipertensos. Metodologia: trata-se de uma de revisão narrativa, cujas informações foram obtidas em bases de dados on line nacionais de periódicos eletrônicos, bibliotecas e em livros que abordem o tema. Resultados: fizeram-se considerações sobre qualidade de vida em pacientes hipertensos, sobre hipertensão arterial sistêmica e a inter-relação entre estas. Conclusão: pesquisas apontam que a hipertensão arterial sistêmica influência de forma negativa em vários aspectos da qualidade de vida destes pacientes, e que há necessidade de realização de mais estudos sobre esta temática. Unitermos: Hipertensão arterial sistêmica. Qualidade de vida.
Abstract Objective: The study is mainly aimed to conduct a literature review on the subject quality of life of hypertensive patients. Methodology: it is a narrative review, whose information was obtained in line national databases on electronic journals, libraries and books working in the area. Results: made up consideration of quality of life in hypertensive patients on systemic arterial hypertension and the interrelationship between them. Conclusion: studies indicate that hypertension influence negatively on various aspects of quality of life of these patients, and that there is need for further research on this topic. Keywords: Hypertension. Quality of life.
Recepção: 30/08/2015 - Aceitação: 02/12/2015
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 20, Nº 212, Enero de 2016. http://www.efdeportes.com/ |
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Introducão
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) sistêmica é a doença cardiovascular mais prevalente no Brasil e mensurar a qualidade de vida neste grupo de pacientes é de sua importância, pois o conceito de qualidade de vida serve como um indicador nos julgamentos clínicos, avalia o impacto físico e psicossocial que a HAS acarreta para as pessoas acometidas, permitindo ainda o melhor conhecimento acerca do paciente e de sua adaptação às condições de estar doente, além de possibilitar direcionar tratamentos individualizados para pacientes hipertensos.
Neste sentido, esta revisão tem como objetivo realizar um levantamento bibliográfico a cerca do tema qualidade de vida de pacientes hipertensos.
Metodologia
Trata-se de um estudo de revisão narrativa com informações levantadas em artigos disponíveis em bases de dados on line nacionais de periódicos eletrônicos e de bibliotecas, que abordam a temática. Os dados foram rastreados entre 15 de Novembro a 15 de Dezembro de 2014.
Para o rastreio em periódicos eletrônicos foram utilizadas palavras chaves relacionadas ao tema em foco para a obtenção de artigos, a saber: Qualidade de Vida, Hipertensão Arterial Sistêmica e combinações entre estas.
Com base nos artigos obtidos foi possível o desenvolvimento de uma fundamentação teórica sobre a temática em questão.
Resultados e discussão
Qualidade de vida
Qualidade de vida (QV) em contextos atuais sofre influencia por todas as dimensões da vida, variando de acordo com a visão individual, desde unidirecional para alguns a multidirecional para outros (Maders, 2014). Para este mesmo autor a QV basear-se em três princípios fundamentais, a saber: capacidade funcional, nível socioeconômico e satisfação. Para Galisteu et al. (2006) pode ainda ser vinculada a componentes como capacidade física, interação social estado emocional, atividade intelectual dentre outros.
Neste contexto qualidade de vida pode ser definida como a percepção do próprio individuo sobre sua posição na vida, considerado no contexto da cultura e dos valores individuais, expectativas, padrões e preocupações (Pereira, Borges e Amadei, 2013).
Diante da heterogeneidade e subjetividade que o conceito de qualidade de vida possui houve a necessidade de criação de instrumentos para medi-la, pelos profissionais da saúde, e avaliar efetivamente o impacto das intervenções em saúde sobre a qualidade de vida e, mais especificamente, a qualidade de vida relacionada à saúde (Melchior et al., 2010).
Para Pereira, Borges e Amadei (2013) mensurar a QV de pacientes hipertensos assume crucial importância, pois se pode desenvolver estratégias de tratamentos mais eficazes, detectar problemas pontuais em alguns pacientes, melhorar a adesão de tais pacientes diante de um tratamento prolongado e crônico, dentre outros.
Hipertensão arterial sistêmica
Segundo Melchior et al. (2010) a hipertensão arterial sistêmica é a doença cardiovascular mais prevalente do Brasil e que 22,3% a 43,9% da população adulta desenvolverá valores de pressão arterial maior ou igual a 140 mmHg (sistêmica) e maior ou igual a 90 mmHg (diastólica).
A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) pode ser definida como uma doença cardiovascular, que acomete o coração e os vasos sanguíneos. Pode inda acometer órgãos importantes como os rins, retina, coração, cérebro e vasos (Sociedades Brasileiras de Cardiologia, Hipertensão & Nefrologia, 2010).
A pressão arterial pode ainda ser definida segundo Neiman (1999) como a intensidade com que o sangue força as paredes das artérias. Outra definição é dada por Simão (2004) como crônica e persistente elevação dos valores da pressão sanguínea. Ou ainda pode ser definida como sendo uma síndrome cardiovascular progressiva, surgindo a partir de complexos e inter-relacionados aspectos etiológicos (Póvoa, 2007).
Dentre os principais fatores de risco para o desenvolvimento da hipertensão arterial sistêmica destaca-se o colesterol alto, sedentarismo, além da obesidade e do tabagismo (Safons e Pereira, 2007).
A hipertensão arterial é considerada atualmente um dos maiores problemas de saúde pública da sociedade, podendo estar diretamente associado a fatores agravantes como o estresse pessoal e profissional, dieta inadequada, dentre outros (Sousa, Haertel e Souza, 2007).
Relação entre a hipertensão arterial e a qualidade de vida.
Segundo Melchior (2010) aponta que alguns dos principais fatores que impactam na qualidade de vida dos hipertensos são as complicações da doença e os efeitos adversos dos medicamentos anti-hipertensivos, tomadas diariamente e por anos.
Fato este comprovado pelo trabalho de Pereira, Borges e Amadei (2013) em que objetivaram verificar a qualidade de vida, através do SF-36 de portadores de hipertensão arterial em tratamento medicamentoso, atendidos na rede pública de saúde do município de Atalaia – Paraná, apresentaram comprometimento dos domínios capacidade funcional, desempenho físico, dor, estado geral de saúde, vitalidade. Estes mesmos autores concluíram que uma assistência bem orientada e direcionada, visando fortalecer a importância de mudanças de hábitos, pode melhorar os escores de qualidade de vida desta população.
Em outro estudo mostrando as múltiplas influencias sobre a qualidade de vida que pacientes hipertensos sofrem, destaca-se o trabalho de Andrade et al. (2014), que objetivaram analisar a associação entre fatores socioeconômicos e qualidade de vida (Minichal) de idosos hipertensos atendidos pelo Programa Saúde da Família na cidade de Montes Claros, Minas Gerais, observaram que o estado conjugal, a religião e a escolaridade afetam de maneira significativa a qualidade de vida de idosos hipertensos. Assim como idosos hipertensos solteiros/divorciados/viúvos, evangélicos e analfabetos apresentaram menores escores de qualidade de vida.
Ao se comprara a qualidade de vida de pacientes hipertensos em tratamento controlados e não controlados, observou-se que os segundos apresentaram qualidade de vida pior em relação aos primeiros (Santos et al., 2013). Tal estudo corrobora ainda mais com o valor que o quadro hipertensivo não controlado acarreta ao paciente hipertenso, e demonstra a importância que o acompanhamento e o controle rigoroso da hipertensão trazem para melhoria da qualidade de vida deste grupo de pacientes.
Ressalta-se ainda que um estilo de vida saudável dirigida para o controle pressórico adequado pode melhorar a qualidade de vida de pacientes hipertensos (Pereira, Borges e Amadei, 2013).
Considerações finais
Inúmeras pesquisas apontam que vários campos da qualidade de vida podem ser afetados direta ou indiretamente pela hipertensão arterial sistêmica, e que mensurá-la é extremamente importante, pois pode direcionar mais objetivamente o tratamento de tais pacientes, diante de tal doença crônica de generativa com evolução lenta e progressiva.
Acredita-se serem insuficientes estudos desenvolvidos sobre a temática em nível local e mesmo regional, sugerindo-se assim, a realização de mais estudos abrangendo este tema tão corriqueiro em unidades de saúde e ao mesmo tempo, extremamente complexo, pois abrange inúmeros aspectos da vida de cada paciente hipertenso, no transcorrer da patologia.
Bibliografia
Andrade, J. M. O., Rios, L. R., Teixeira, L. S., Vieira, F. S., Mendes, D. C., Vieira, M. A. & Silveira, M. F. (2014). Influência de fatores socioeconômicos na qualidade de vida de idosos hipertensos. Ciência e Saúde Coletiva, 19(8), 3497-3504.
Galisteu, K. L., Facundim, S. D., Ribeiro, R. C. H. M. & Soler, Z. A. S. G. (2006). Qualidade de vida de idosos de um grupo de convivência com a mensuração de escala de Flanagan. Arq Ciênc. Saúde. 13(4), 209-214.
Maders, R. J. (2014). Qualidade de vida e os exercícios físicos resistidos para idosos. EFDeportes.com, Revista Digital. 19(197), 01-06. http://www.efdeportes.com/efd197/qualidade-de-vida-e-os-exercicios-para-idosos.htm
Melchior, A. C., Correr, C. J., Pontarolo, R., Santos, F. O. S. & Souza, R. A. P. (2010). Qualidade de vida em pacientes hipertensos e validade concorrente do Minichal-Brasil. Arq. Brás. Cardiol. 94(3), 357-364.
Nieman, D. C. (1999). Exercício e saúde: como se prevenir de doenças usando o exercício como seu medicamento. São Paulo: Manole.
Pereira, C. L., Borges, M. S. & Amadei, J. L. (2013). Qualidade de vida de hipertensos usuários da rede pública de saúde. Revista Saúde e Pesquisa. 6(2), 295-303.
Póvoa, R. (2007). Hipertensão arterial na prática clínica. 1ª ed. São Paulo: Atheneu.
Safons, M. P. & Pereira, M. M. (2007). Princípios metodológicos da atividade física para idosos. Brasília: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI.
Santos, F. R., Marin, N.D.R., Debortoli, M. C., Silva, P. V., Fortes filho, L. C. O., Jurado, S. R., Alves, D. A. & Cabrelli, D. W. M. (2013). A influência da hipertensão arterial na qualidade de vida: uma revisão bibliográfica. Arch Health Invest. 2(2),01-08.
Simão, R. (2004). Fisiologia e prescrição de exercício para grupos especiais. São Paulo: Phorte.
Sociedades Brasileiras de Cardiologia, Hipertensão & Nefrologia. (2010). VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Arquivos Brasileiro Cardiologia. 95(1), 1-51.
Sousa, C. A., Haertel, G. B. & Souza, M. C. (2002). Epidemiologia da hipertensão: exercícios físicos e comunidade. Revista Dynamis. 10(41), 46-51.
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