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Índice de massa corporal (IMC) de crianças de 6 a 10 anos 

de uma escola rural de Iporã do Oeste, SC, Brasil

Indice de masa corporal (IMC) de niños de 6 a 10 años de una escuela rural de Iporá do Oeste, SC, Brasil

Body mass index (BMI) of children 6-10 years from a rural school in Ipora do Oeste, SC, Brazil

 

*Mestre em Ciência do Movimento Humano pela UFSM

Professora do curso de Educação Física da Unoesc

campus de São Miguel do Oeste/SC

**Acadêmica do Curso de Licenciatura em Educação Física

pela UNOESC, campus de São Miguel do Oeste/SC

(Brasil)

Andréa Jaqueline Prates Ribeiro*

andrea.ribeiro@unoesc.edu.br

Elis Carla Guerra**

eliscarlaguerra@hotmail.com

Karine Schneiders**

karischneiders@hotmail.com

Vanessa Gabrieli Ribeiro de Oliveira**

vo78846@gmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O objetivo do presente estudo foi verificar o Índice de Massa Corporal (IMC) de crianças nas séries iniciais do 1ª ao 4ª ano em uma escola municipal no interior da cidade de Iporã do Oeste no estado de Santa Catarina. Por ser uma medida simples e de menor custo para uma avaliação no estudo nutricional, portanto mais viável para utilização em serviços públicos de saúde. Este estudo caracteriza-se como uma pesquisa descritiva que tem o objetivo de conhecer e interpretar a realidade sem nela interferir (Picolli, 2006). A amostra foi composta por 53 crianças (7 a 10 anos de idade) de ambos os gêneros da SDR de Itapiranga/SC, freqüentadores da rede municipal de ensino. A escolha da amostra aconteceu de forma aleatória, participando do estudo todos os alunos de 1º ao 4º ano. A coleta de dados realizada para a avaliação do IMC foi de acordo com as normas do Laboratório de Fisiologia de Esforço (LAFE) da Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC), campus de São Miguel do Oeste/SC. Foi feito contato com a direção e professor titular de Educação Física da escola solicitando a autorização para a coleta de dados. A avaliação foi realizada em uma sala, onde o aluno de forma individual informou a sua idade, sendo posteriormente submetido às avaliações que incluíram verificação de peso (uso de uma balança) e estatura (uso de um estadiômetro). Para análise dos dados utilizou-se a estatística descritiva a qual compreendeu o cálculo das médias e desvio padrão. Concluiu-se que os resultados demonstraram que o IMC dos meninos encontra-se classificado dentro dos padrões de normalidade, porém com um indicador de 2 com obesidade, 1 com sobrepeso e 4 abaixo do peso, resultado este que indica que deve se manter uma rotina de exercícios acompanhado de uma boa alimentação, e com um cuidado maior em relação aos que estão fora do normal. Já o IMC das meninas demonstrou também em grande maioria uma normalidade, constatando apenas 1 com obesidade e 5 abaixo do peso, tendo um acompanhamento também para manter as normalidades e corrigir nos resultados anormais.

          Unitermos: Índice de Massa Corporal. Crianças. Obesidade.

 

Abstract

          The aim of this study was to determine the body mass index (BMI) of children in the early 1st series of the 4th year in a municipal school in the inner city of West Ipora in the state of Santa Catarina. As a simple and less costly for an evaluation study on nutrition, so more viable for use in public health services measure. This study is characterized as a descriptive research that aims to understand and interpret reality without it interfering (Picolli, 2006). The sample consisted of 53 children (7 to 10 years old) of both genders of SDR Itapiranga / SC and attend the municipal school system. The choice of the sample happened randomly, participating in the study all students of 1st to 4th year. Data collection conducted to evaluate the BMI was in accordance with the standards of Stress Physiology Laboratory (Lafe) of the University of West of Santa Catarina (UNOESC), campus of São Miguel do Oeste / SC. He contacted the direction and school professor of Physical Education asking permission to collect data. The evaluation was conducted in a room where the student individually informed his age, and subsequently subjected to assessments that included weight check (using a scale) and height (using a stadiometer). For data analysis we used descriptive statistics which comprised the calculation of average and standard deviation. It was concluded that the results showed that BMI of boys is ranked within the normal range, but with an indicator 2 with obesity, overweight 1 and 4 underweight, a result that indicates that you should keep a routine exercises accompanied by good nutrition, and with greater care than those who are out of the ordinary. But the girls BMI also showed a large majority a normal, noting only one obese and 5 underweight, having a monitoring well to maintain normality and correct the abnormal results.

          Keywords: Body Mass Index. Children. Obesity.

 

Recepção: 05/08/2015 - Aceitação: 15/11/2015

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 20, Nº 211, Diciembre de 2015. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Atualmente existem muitas crianças e adolescentes com sobrepeso e obesidade. Verifica-se que na infância de nossas crianças o índice da massa corporal vem crescendo de forma significativa, em virtude da falta de orientação dos familiares em relação a uma alimentação saudável e a realização de uma atividade física adequada para sua faixa etária.

    A obesidade infantil vem aumentando de forma significativa o que determina várias complicações na infância e na idade adulta. Na infância, de acordo com Thorpe (2011), a conscientização pode ser ainda mais difícil do que na fase adulta, pois está relacionado a mudanças de hábitos e disponibilidade dos pais, além de uma falta de entendimento da criança quanto aos danos da obesidade.

    Em um estudo realizado em Brasília (DF) por Giugliano e Melo, envolvendo crianças pré-adolescentes, na faixa etária de 6 a 10 anos, de ambos os sexos, estudantes do Centro Educacional da Católica de Brasília (CECB). Os autores verificaram que a prevalência de sobrepeso e obesidade foi de 21,2% nas meninas e 18,8% nos meninos. A porcentagem de gordura corporal média nas crianças normais (17,7%) foi significativamente diferente da observada nas crianças com sobrepeso (27,0%) e obesidade (29,4%). O uso do índice de massa corporal por idade, baseado em padrão internacional, mostrou-se adequado para o diagnóstico de sobrepeso e obesidade na faixa etária estudada, apresentando boa concordância com a adiposidade.

    No estudo realizado por Ramos e Ferreira (2013), que objetivou analisar o índice de massa corporal (IMC) dos escolares da rede pública de ensino do município de Dois Irmãos do Buriti, MS, Brasil, a maior preocupação foi com o estado nutricional dos escolares. Com isso, buscou-se fazer a identificação de possíveis inadequações entre peso e estatura entre os escolares, separando-os conforme o local de residência deles. Constatou-se, que a grande maioria dos alunos apresentou-se com IMC normal (área urbana 69,7% e rural 74%), entretanto entre os da área urbana as alterações foram de maior percentual no índice de sobrepreso (20,1%) e de obesidade (8,7%), quando comparados com a área rural (19,3% de sobrepeso e 4,7% de obesidade).

    Outro estudo feito por Ribeiro, Fachineto et al. (2012) teve por objetivo analisar o Índice de Massa Corporal (IMC) dos adolescentes da rede de ensino da Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR) de São Miguel do Oeste, Santa Catarina, onde a amostra foi composta por 623 adolescentes (14 a 17 anos). A partir disso observou-se que a maioria dos alunos encontra-se no peso ideal (75,2%). No entanto, 19,8% apresentam-se com sobrepeso, 3,7% com obesidade e 1,3% baixo peso. Com relação aos gêneros observou-se que no sexo masculino a um maior índice de excesso de peso 21,2% masculino, e 18,8% de gênero feminino, o mesmo ocorre com relação à classificação obesidade, 4,8% masculino e 3,0% feminino. A obesidade em crianças adolescentes resulta principalmente do desequilíbrio entre atividades físicas reduzidas e excesso de consumo de alimentos densamente calóricos, o que pode resultar em diversas doenças como diabetes e hipertensão, processos patológicos que iniciam na infância.

    Sendo assim o objetivo do presente estudo foi verificar o Índice de Massa Corporal (IMC) de crianças nas séries iniciais do 1ª ao 4ª ano em uma escola municipal no interior da cidade de Iporã do Oeste no estado de Santa Catarina. A utilização do IMC se deu pelo fato de ser uma medida simples e de menor custo para uma avaliação no estudo nutricional, portanto mais viável para utilização e serviços públicos de saúde.

Metodologia

    Este estudo caracteriza-se como uma pesquisa descritiva que tem o objetivo de conhecer e interpretar a realidade sem nela interferir (Picolli, 2006). A amostra foi composta por 53 crianças (7 a 10 anos de idade) de ambos os gêneros da SDR de Itapiranga/SC, freqüentadores da rede municipal de ensino.

    A escolha da amostra aconteceu de forma intencional, participando do estudo todos os alunos de 1º ao 4º ano.

    A coleta de dados realizada para a avaliação do IMC foi de acordo com as normas do Laboratório de Fisiologia de Esforço (LAFE) da Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC), campus de São Miguel do Oeste/SC.

    Foi feito contato com a direção e professor titular de Educação Física da escola solicitando a autorização para a coleta de dados.

    A avaliação foi realizada em uma sala, onde o aluno de forma individual informou a sua idade, sendo posteriormente submetido às avaliações que incluíram verificação de peso (uso de uma balança) e estatura (uso de um estadiômetro).

    Para análise dos dados utilizou-se a estatística descritiva a qual compreendeu o cálculo das médias e desvio padrão.

    É importante salientar que este trabalho foi realizado na disciplina de Medidas e Avaliação em Atividade Física, do Curso de Educação Física da Unoesc/SMO/SC.

Resultados e discussão

    O aumento dos índices de obesidade de crianças e adolescentes atualmente instiga o incremento de estratégias ou até mesmo a procura por instrumentos para se avaliar o nível de saúde dessa população, uma vez que implicações na mesma possuem ligação direta à idade adulta desses indivíduos. O índice de massa corporal (IMC) foi recomendado pela Organização Mundial da Saúde como um indicador para avaliação do estado nutricional de adolescentes, e tem sido utilizado em estudos epidemiológicos, este fato justifica-se por este indicador utilizar medidas de fácil mensuração, possuir grande precisão e por não exigir equipamentos sofisticados, além de apresentar boa capacidade de discriminar excesso de gordura corporal em adolescentes. (FARIAS JÚNIOR et al., 2009).

Quadro 1. Caracterização da amostra

    No quadro 1 é apresentada a caracterização da amostra do estudo. A população estudada corresponde a crianças que estudam na rede de ensino municipal de Iporã do Oeste pertencente à SDR de Itapiranga - Santa Catarina, com idade média de 8,8 ± 1,1 anos, massa corporal média de 28,31 kg ± 6,12, estatura média de 1,32 cm ± 0,07 e índice de massa corporal (IMC) média de 16,14 kg/m² ± 1,86.

Gráfico 1. Níveis do IMC encontrados entre as crianças de ambos os gêneros

Fonte: os autores (2015)

    De acordo com o gráfico 1 podemos observar que tanto meninos quanto meninas estão em sua grande maioria dentro do peso ideal. Como se pode notar, os meninos possuem classificações de IMC mais elevados em relação às meninas, onde possui um menino com sobrepeso e dois com obesidade. Já as meninas apresentam apenas uma com obesidade. Em virtude disto verifica-se que a maioria dos avaliados encontra-se na classificação normal (28 meninas e 14 meninos), assim como há de se considerar o nível de baixo peso (5 meninas e 4 meninos). No entanto, há 1 menina e 2 meninos com obesidade e apenas 1 menino com sobrepeso.

    Nesse sentido, Araújo (1985 apud Perondi et al., 2011) salienta que a causa dos indivíduos do sexo masculino apresentarem prevalência maior à obesidade, pode ser pelo fato da maturação, pois enfatiza as mudanças normais de dimensão durante o desenvolvimento e pode resultar em aumento ou diminuição de tamanho e também pode modificar em forma e proporção.

    O aumento no índice de massa corporal é um fator de risco que fica em segunda mão quando o nível de atividade física encontra-se elevado. Um estudo que teve como objetivo determinar a associação do IMC com os níveis de atividade física e comportamentos sedentários, concluiu que os rapazes classificados como pouco ativos apresentaram 74% de chances a mais de terem excesso de peso corporal em comparação aos ativos e nas moças, não foram observadas associações significativas entre o excesso de peso e a atividade física. (Silva et al., 2008).

    Em um estudo similar a este, realizado por Januario et al. (2008), teve o objetivo de comparar os indicadores de obesidade, IMC e percentual de gordura em escolares de ambos os sexos. O estudo for realizado com 100 meninas e 100 meninos de 8 a 10 anos, alunos do ensino fundamental de Londrina. Os dados encontrados demonstraram que segundo o IMC, 21 meninos e 15 meninas encontravam-se dentro do normal, e com isso, pode-se perceber que o restante estava com obesidade, sobrepeso ou baixo peso, ou seja, fora da normalidade de acordo com o padrão do IMC.

    A partir disso, pode-se perceber a importância de ser trabalhado o IMC desde cedo com crianças, para então haver mais conhecimento da importância da atividade física, sendo que esta poderá contribuir com um índice de massa corporal adequado, mais próximo de uma vida saudável.

    Mesmo com resultados satisfatórios para o índice normal, cabe dar importância para os resultados encontrados em excesso de peso e obesidade. Embora em menor proporção, sabe-se que crianças com obesidade ou excesso de peso podem tornar-se adultos obesos, desta forma, o quanto antes iniciarem práticas de vida saudáveis, muito maior será a chance de haver uma redução da prevalência de obesidade entre os indivíduos. Este é um problema importante a ser prevenido, na infância e também na adolescência, devendo-se pensar em políticas públicas de saúde que promovam o aumento da atividade física, melhorando a qualidade de vida dos escolares, estendendo esta pela vida adulta dos mesmos.

Conclusão

    O presente estudo teve por objetivo analisar o IMC das crianças rede municipal de ensino da Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR) de Itapiranga - Santa Catarina, e destacar a importância do uso de indicadores antropométricos como o IMC.

    Os resultados demonstraram que o IMC dos meninos encontra-se classificado dentro dos padrões de normalidade, porém com um indicador de 2 com obesidade, 1 com sobrepeso e 4 abaixo do peso, resultado este que indica que se deve manter uma rotina de exercícios acompanhado de uma boa alimentação, e com um cuidado maior em relação aos que não estão classificados no item normal.

    O IMC das meninas demonstrou também em grande maioria uma normalidade, constatando apenas 1 com obesidade e 5 abaixo do peso, sendo indicado um acompanhamento para manter as normalidades e corrigir nos resultados inadequados.

    Sugere-se que novos estudos sejam realizados com os escolares, visando contribuir na melhoria dos aspectos relacionados à saúde.

Bibliografia

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EFDeportes.com, Revista Digital · Año 20 · N° 211 | Buenos Aires, Diciembre de 2015
Lecturas: Educación Física y Deportes - ISSN 1514-3465 - © 1997-2015 Derechos reservados