Avaliação da propensão a quedas e correlação com a mobilidade de membros inferiores e medo em idosos não institucionalizados Evaluación de la propensión a
las caídas y la correlación con la movilidad Propensity to falls assessment and
correlation with the mobility |
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*Fisioterapeuta- Professor Universidade Federal do Vale do São Francisco - UNIVASF **Fisioterapeuta- Professora da Universidade Tiradentes, UNIT ***Fisioterapeuta (Brasil) |
Carlos Dornels Freire de Souza* Patricia Almeida Fontes** Marcela Aline Macedo Sales de Souza*** Tereza Cristina Melo*** |
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Resumo O processo de envelhecimento trás consigo mudanças nos sistemas orgânicos que comprometem as habilidades do indivíduo em responder de forma adequada as demandas físicas que lhe são impostas, resultando na ocorrência de quedas, muitas delas comprometendo a qualidade de vida. Este trabalho tem como objetivo principal avaliar a propensão de quedas em idosos não institucionalizados e sua correlação com a mobilidade de membros inferiores e medo de quedas. Na consecução de tal objetivo, foi realizado um estudo prospectivo, exploratório, observacional, contemporâneo e corte transversal por conveniência, no período de novembro/2011 a abril/2012, abrangendo 112 indivíduos com idade entre 65 e 79 anos de ambos os sexos. As seguintes etapas foram adotadas: aplicação do questionário de caracterização sócio-demográfica da amostra, seguido do Questionário de Eficácia de Quedas – Internacional – FES – 1 e, por fim, aplicação do teste de mobilidade de membros inferiores, o Time Up and Go. Após a coleta dos dados, foram informatizados e analisados utilizando o programa SPSS® (Statistical Package for Social Sciences, versão 15.0). As variáveis numéricas foram testadas quanto à distribuição de normalidade por meio do teste de Shapiro-Wilk. Para as correlações, foram utilizados os testes Pearson para dados paramétricos ou Spearman para dados não paramétricos. A significância estatística foi estipulada em 5% (p ≤ 0,05). 75,9% eram do gênero feminino, com idades que variaram de 65 a 79 anos. Nessa amostra. Quanto ao risco de quedas, 55,6% dos idosos apresentaram risco leve de quedas e 42,9% um risco moderado. 75,0% dos idosos apontaram uma ausência de preocupação quanto ao medo de cair contra 2,7% apresentaram preocupação extrema. Foi encontrada uma correlação moderada entre o medo de cair e o risco que esse evento venha a ocorrer (r = 0,54). Quando correlacionado os valores do FES-I-BRASIL com a idade, foi encontrada uma correlação fraca (r = 0,11). De modo semelhante, ao correlacionar o risco de queda por meio do Time Up and Go com a idade, foi identificada correlação fraca (r = 0,16). Foi encontrada diferença estatisticamente significante (p = 0,034) na mobilidade de membros inferiores ao comparar indivíduos não praticantes e praticantes de atividade física. Pode-se concluir que a mobilidade de membros inferiores repercute de forma significativa no risco de queda e medo de tal episódio venha a ocorrer. Keywords: Queda. Idoso. Mobilidade de membros inferiores.
Abstract The aging process brings with it changes in the organ systems that compromise the individual's abilities to respond appropriately the physical demands that are imposed on them, resulting in the occurrence of falls, many of them compromising the life quality. This study has as main aim to assess the likelihood of falls in non-institutionalized elderly and their correlation with lower limb mobility and fear of falling. In achieving this goal, we performed a prospective, exploratory, observational, contemporary and cross section for convenience, from November/2011 to April/2012 involving 112 individuals aged between 65 and 79 years for both sexes. The following steps were taken: the questionnaire of socio-demographic sample, followed by the Falls Efficacy Questionnaire - International - FES – 1 and, finally, applying the test of lower limbs mobility; the Timed Up and Go. After collecting the data, they were computerized and analyzed using SPSS ® (Statistical Package for Social Sciences, version 15.0). The numerical variables were tested for normal distribution using the Shapiro-Wilk. For correlations, Pearson’s tests were used for parametric data or Spearman’s for nonparametric data. Statistical significance was set at 5% (p ≤ 0.05). In this sample, 75.9% were female, with ages ranging from 65 to 79 years. As for the risk of falls, 55.6% of them were slight risk of falls and 42.9% a moderate risk. 75.0% of the elderly showed a lack of concern about the fear of falling against 2.7% showed extreme concern. There was a moderate correlation between fear of falling and the risk that this event will occur (r = 0.54). When correlated values of the FES-I-BRAZIL with age, found a weak correlation (r = 0.11). In similar way, by correlating the risk of falling through Time Up and Go with age, was identified weak correlation (r = 0.16). Difference was statistically significant (p = 0.034) in the lower limbs mobility when comparing individuals who did not practice and who did practice physical activity. It can be concluded that lower limbs mobility affects significantly the risk of falling and fear that this episode will occur. Keywords: Fall. Elderly. Mobility of the lower limbs.
Recepção: 08/11/2015 - Aceitação: 11/12/2015
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 20, Nº 211, Diciembre de 2015. http://www.efdeportes.com/ |
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1. Introdução
O envelhecimento é um processo dinâmico e progressivo, no qual há alterações morfológicas, funcionais e bioquímicas, com redução na capacidade de adaptação homeostática às situações de sobrecarga funcional, alterando progressivamente o organismo e tornando-o mais susceptível às agressões intrínsecas e extrínsecas (Carvalho e Coutinho, 2002).
O envelhecimento afeta todos os elementos que têm relação com a manutenção da postura e do equilíbrio, tanto os do controle, quanto os das aferências periféricas e os efetores motores. A manutenção do equilíbrio depende de uma interação complexa entre os sistemas musculoesquelético e neural (Shumway-Cook e Woollacot, 2003). Entre as perdas apresentadas pelo idoso está a instabilidade postural, que ocorre devido às alterações do sistema sensorial e motor, levando a uma maior tendência a quedas (Barbosa; Arakaki e Silva, 2001).
Além de produzirem uma importante perda de autonomia e de qualidade de vida entre os idosos, podem ainda repercutir entre os seus cuidadores, principalmente os familiares, que devem se mobilizar em torno de cuidados especiais, adaptando toda a rotina em função da recuperação ou adaptação após a queda.
Surge nesse contexto o medo de novas quedas. Se, por um lado, esse medo leve o idoso a tomar cuidados, por outro, pode ser prejudicial, pois reduzirá a mobilidade, o que trás consigo efeitos ainda mais deletérios, elevando consideravelmente o risco de esse sujeito sofrer uma nova e ainda mais grave queda (Soares et al., 2003).
Assim, este trabalho tem como objetivo principal avaliar a propensão a quedas em idosos não institucionalizados e correlação com a mobilidade de membros inferiores e medo de quedas.
2. Material e métodos
Trata-se de um estudo do tipo prospectivo, exploratório, observacional, contemporâneo e corte transversal, desenvolvido na cidade de Aracaju/SE, no período de novembro/2011 a abril/2012, abrangendo 112 indivíduos com idade entre 65 e 79 anos de ambos os sexos. A amostra foi recrutada aleatoriamente e por conveniência em grupos de convivência comunitária da terceira idade.
Foram adotados como critérios de inclusão: Indivíduos com idade superior a 65 anos, capacidade física para realizar o teste, capacidade cognitiva, colaborar com a aplicação da metodologia, aceite e assinatura do TCLE.
Inicialmente, foram explicados todos os procedimentos do projeto, adequação da amostra e assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. Foram aplicados, na seqüencia: o teste Mini mental (critério de exclusão), questionário de caracterização sócio-demográfica da amostra, Questionário de Eficácia de Quedas – Internacional – FES – 1 e, por fim, o Time Up and Go.
As variáveis numéricas foram testadas quanto à distribuição de normalidade por meio do teste de Kolmogorov-Smirnov. Para os dados que seguirem distribuição normal utilizaram-se os testes t-Student pareado e independente. Para os grupos em que a suposição de normalidade não foi satisfeita, foram aplicados os testes Wilcoxon Marched Pairs e Mann-Whitney para amostras pareadas e independentes, respectivamente. Dados normais são apresentados por meio de média e desvio padrão, dados que não assumem esse pressuposto são apresentados em mediana e intervalo interquartil. Os dados categóricos foram apresentados por meio de freqüência absoluta. Para as correlações, foram utilizados os testes Pearson para dados paramétricos ou Spearman para dados não paramétricos. A significância estatística foi estipulada em 5% (p ≤ 0,05). Para todas as análises, foi utilizado o programa SPSS® (Statistical Package for Social Sciences, versão 15.0).
3. Resultados
Participaram do estudo 112 idosos, onde 75,9% eram do gênero feminino e 24,1% do gênero masculino. 83,9% apresentavam idade entre 65 e 74 anos e, 16,1% idade entre 75 e 79 anos. 86,6% residiam acompanhadas. Quanto à escolaridade, 12,5% nunca freqüentaram a escola e 11,6% apresentavam nível superior. Quanto ao estado conjugal, 50,9 eram casados. 64,3% da amostra afirmaram não possuírem vida sexual ativa. Ao questionar quanto à percepção de saúde, 9,8% consideraram excelente, 40,2% média e 10,7% consideraram ruim. Quanto à satisfação com a vida, 93,8% consideraram-se satisfeitos. Quando questionados sobre a presença de morbidades associadas, 83,0% relataram apresentar ao menos uma enfermidade. De modo igual, 83,% da amostra utilizam algum tipo de medicação.
Ao avaliar o risco de quedas por meio do teste Time Up and Go, foi encontrado que 56,3% dos idosos apresentaram um risco leve de quedas, 42,9% um risco moderado e 0,8% um risco grave. Se analisarmos que 83,9% da amostra apresenta idade entre 65 e 74 anos, percebe-se que nessa faixa etária o risco de queda é caracterizado como leve.
Ao avaliar o medo de cair com o teste FES-I-BRASIL, 75,0% dos idosos apontaram uma ausência de preocupação, 22,3% apresentaram preocupação moderada e apenas 2,7% apresentavam-se muito preocupados em cair. Esse percentual de ausência de preocupação encontrado no presente estudo pode justificar-se pelas próprias características da amostra, já que, como visto, 83,9% da amostra encontra-se na faixa conceituada como idoso jovem, grupo no qual o risco de quedas é menor. Nos 16,1% que apresentam idade superior a 75 anos, observou-se que o risco de quedas eleva-se, bem como a preocupação de cair. Não foi evidenciada diferença estatisticamente significante entre o medo de cair e o número de quedas, embora se observe que o medo alto de quedas estava presente nos indivíduos que caíram mais vezes. No grupo sem quedas, a pontuação média FES-I Brasil foi igual a 26 ± 8,9, no grupo que sofreu apenas um evento, a média foi 24,26 ± 8,3, no grupo que sofreu mais de dois eventos, 28,79 ± 7,9 e, no grupo que sofreu três ou mais quedas, 37 ± 1,4.
Figura 1. Relação entre o medo de cair (pontuação obtida) e o número de quedas
Fonte: Dados dos Pesquisadores
Quando correlacionado os valores do FES-I-BRASIL com a idade, foi encontrada uma correlação fraca (r = 0,11), o que demonstra que o medo de queda não está diretamente relacionado com o aumento da idade (figura 2). A fraca correlação também foi observada no Timed Up and Go.
Figura 2. Correlação da idade com o FES (r = 0,11)
Correlação da idade com o Timed Up and Go (r = 0,16). Correlação fraca
Fonte: Dados dos Pesquisadores
Outro dado importante observado em nosso estudo reside na correlação entre o Time Up and Go e o FES-I-BRASIL. Foi encontrada uma correlação moderada (r = 0,54), ou seja, o medo de queda está correlacionado de forma moderada com o aumento do risco de queda (figura 3).
Figura 3. Correlação do Timed Up and Go com o FES (r = 0,54). Correlação moderada
Fonte: Dados dos Pesquisadores
Por outro lado, o tempo de realização do Time Up and Go encontrado neste trabalho foi menor em indivíduos praticantes de atividade física quando comparado com indivíduos não praticantes, com média e desvio-padrão de 11,47 ± 4 e 9,9 ± 2,71 para o tempo de realização do mesmo, respectivamente. Dessa forma, pode-se entender que a prática de atividade física repercute em melhor mobilidade de membros inferiores, o que pode trazer conseqüências favoráveis, como um menor número de quedas em longo prazo (figura 4).
Figura 4. Tempo de realização do Time Up and Go entre indivíduos praticantes e não praticantes
p=0,034. teste Mann-Whitney para amostra independente
Fonte: Dados dos Pesquisadores
4. Discussão
Entre os idosos mais ativos residentes em comunidade, o risco de queda tende a ser na maior parte relacionada à exposição a ambientes perigosos, além de comportamentos de risco, como subir escadas. Já os adultos mais velhos, por precisarem de mais apoio para viver na comunidade tendem a ser mais suscetíveis a quedas, devido aos efeitos deletérios de problemas de saúde, como depressão, uso de psicotrópicos e as conseqüências funcionais das doenças crônicas (King e Tinetti, 1995; Brandis et al., 2003).
Corroborando nossos achados, Rodrigues et al. (2004) colocam que os episódios de quedas são muito comuns na idade avançada principalmente durante a realização de algum tipo de locomoção, existindo uma correlação positiva entre idade e risco de quedas. Acredita-se que isso ocorra devido às modificações que a marcha sofre com o envelhecimento, tornando os passos mais curtos, mais lentos e menos seguros, havendo maior propensão a quedas acabam ocorrendo com maior freqüência.
Em estudo Lukinen et al. (1995) envolvendo idosos com idade superior a 70 anos, foi verificado que dos 93 indivíduos acompanhados durante dois anos, 57% dos homens e 56% da mulheres tiveram pelo menos duas quedas em seis meses. Os principais fatores de risco identificados no estudo foram a velocidade de caminhada lenta e diminuição da força do quadriceps. Ainda segundo esse estudo, os fatores de risco encontrados são potencialmnete remediáveis e eles devem ser minimizados pela melhoria ou manutenção das capacidades funcionais dos idosos.
De modo semelhante, em estudo de Ander et al. (2007) envolvendo 79 idosos, foi verificado que os indivíduos mais velhos relataram risco elevado de futuras quedas. Associado ao risco crescente de quedas houve sinais de declínio funcional rápido ou fragilidade, como a velocidade de caminhada diminuída, sarcopenia ou eventos de quedas já percebidas, além do medo. Esses aspectos estão relacionados a um risco crescente de queda e perda de mobilidade e autonomia dos idosos estudados.
Quando o idoso cai há uma tendência à diminuição de suas atividades diárias, seja por medo de expor-se ao risco de queda como por atitudes protetoras da sociedade e familiares/cuidadores. As pessoas podem passar a ver o idoso que cai como um fraco, muitas vezes afastando-o de tais atividades (Carvalhães et al., 1998). Portanto, todos esses aspectos emocionais e sociais podem trazer repercussões para a diminuição da funcionalidade do indivíduo, tais como: perda de autonomia e independência para ABVD e AIVD, diminuição de atividades sociais, sentimento de fragilidade e insegurança. Ao tomar consciência de que seu risco de quedas é alto, geralmente em razão de ocorrência anterior, o idoso passa a mudar hábitos no sentido de evitar que venha a ser acometido novamente (Kong et al., 2000).
Medo de voltar a cair, ou "síndrome pós-queda" (segunda maior conseqüência citada pelos idosos) também foi relatado por vários autores. Após a queda pode trazer consigo não somente o medo de novos episódios, mas também de machucar-se, ser hospitalizado, sofrer imobilizações, ter declínio de saúde, tornar-se dependente de outras pessoas para o autocuidado ou para realizar atividades da vida diária, ou seja, medo das conseqüências inerente à queda (Vellas et al., 1997; Landrot et al., 2007).
Callisaya et al. (2010), demonstraram que o medo de cair torna a população idosa mais vulnerável a alterações da marcha, o que predispõe à ocorrência de quedas. Haja vista que o medo de cair representa um maior desafio para o controle do equilíbrio dinâmico, pode-se inferir que a diminuição da força na extremidade inferior, inerente ao envelhecimento, predispõe os idosos às quedas.
Em estudo realizado por Hallal (2011), no qual se investigou a influencia do medo de cair sobre a ativação muscular e a co-contração dos músculos dos membros inferiores em idosas e jovens ativas durante a marcha, foi verificado que na marcha com medo de cair ocorreu um aumento da ativação muscular em relação à marcha normal, no grupo de jovens e idosos para os músculos extensores de joelho e flexores plantares. Estes dados demonstram que a marcha realizada em situações desafiadoras demandam uma maior porcentagem da capacidade neuromuscular em relação à marcha normal.
Nesse mesmo estudo foi verificado ainda um aumento da co-contração muscular em membros inferiores em idosos quando comparado com jovens, em situação de medo. Esse achado, segundo Ortega e Farley (2007) justifica-se porque os idosos usam a co-contração para suprir perdas das funções sensoriais e motoras decorrentes do envelhecimento, porém, especula-se que o aumento da co-contração seja eficiente apenas para perturbações lentas do equilíbrio e pouco eficaz em situações de perturbação rápida, como por exemplo, um tropeço durante a marcha.
O aumento da co-contração tem sido interpretado na literatura como um padrão de ineficiência muscular durante o movimento, devido ao aumento da relação de ativação entre os músculos agonista e antagonista, segundo Candotti et al. (2009). Altos percentuais de co-contração podem indicar um maior custo de energia para a locomoção, predispondo o individuo à ocorrência de fadiga, limita a realização da atividade e eleva, por fim, o risco de quedas.
A partir da análise da relação entre o medo de cair e a idade, podemos entender que a idade não pode, isoladamente, ser considerada como causadora do medo de cair. Segundo a OMS (2002), uma nutrição adequada e níveis ideais de atividade física durante a infância e a adolescência são críticos para o desenvolvimento de ossos saudáveis. À medida que as pessoas envelhecem, elas sofrem um gradual declínio da massa óssea. Novamente, os estilos de vida saudáveis podem retardar esse processo.
Em estudo realizado por Pimentel e Scheicher (2009), com o objetivo de comparar o risco de quedas em idosos sedentários e ativos por meio da escala de equilíbrio de Berg, verificou-se que o desempenho no teste de Berg foi pior no grupo sendentário do que no ativo, sugerindo que os idosos sedentários têm maior chance de quedas e que a prática regular de atividades físicas interfere nesse desempenho. A realização de atividades físicas pode ter efeitos positivos sobre a estabilidade postural e sobre o risco de quedas, proporcionando aumento do equilíbrio, da habilidade funcional, da mobilidade e força e da coordenação (Skelton, 2001).
Guimarães et al. (2004) em estudo com comparou idosos que praticavam atividades físicas com aqueles que não praticavam, utilizando o teste de levantar e caminhar cronometrado (Timed Up and Go). Os autores observaram que muitos idosos têm propensão a quedas, pois em ambos os grupos foram encontrados indivíduos com, pelo menos, risco médio de quedas. Porém, aqueles que praticavam atividade física regularmente apresentavam maior nível de mobilidade e menor propensão a quedas, quando comparados ao grupo sedentário. Dados esses que corroboram com os achados nesse estudo.
De acordo com Spirduso (2005), a atividade física diária e o exercício provavelmente contribuem para a prevenção de quedas, pois as descobertas de todos os estudos com relação ao assunto de exercícios e quedas, quando consideradas em conjunto, sugerem que um programa de exercícios que aumente significativamente a força, mantenha uma composição e peso corporal eficientes para a locomoção e que também melhore o equilíbrio deve diminuir o número de quedas observadas nas pessoas mais idosas.
5. Conclusão
Com base nos dados ora apresentados, fica evidente que a mobilidade de membros inferiores repercute de forma significativa no risco de queda e no medo que ela venha a ocorrer. E mais, a prática de atividade física tem relação positiva com a melhora na mobilidade de membros inferiores.
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