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A aplicabilidade da dança como conteúdo das aulas de 

Educação Física no ensino médio regular: uma ação investigativa

La aplicabilidad del baile como contenido de las clases de Educación Física en escuela media

The applicability of dance as the content of physical education classes in regular school: an investigative action

 

*Especialização em Educação Física Escolar

Instituto Superior de Educação do Município de Itaperuna

**Especialização em MBA-Gestão Empreendedora da Escola

Instituto Superior de Educação do Município de Itaperuna

***Mestre em Educação Física

Instituto Federal de Minas Gerais

Flávio Alves Jorge*

João Paulo de Oliveira Faria**

Raquel Guimarães Lins***

raquelglins@hotmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          O presente trabalho intitulado “A aplicabilidade da dança como conteúdo das aulas de Educação Física no ensino médio regular: uma ação investigativa” teve por objetivo investigar a aplicabilidade da Dança como conteúdo nas aulas de Educação Física no ensino médio no município de Itaperuna. Para compor o levantamento de dados, foram aplicados 29 questionários contendo onze questões fechadas aos professores que atuam nas unidades escolares estaduais, pertencentes à Regional Noroeste Fluminense/SEEDUC-RJ. De acordo com o resultado obtido, apenas 24,1% dos professores pesquisados informaram que aplicam o conteúdo dança em suas aulas, enquanto 20,7% deles não contemplam e 51,7% contemplam às vezes o conteúdo. Vale ressaltar que 3,4% não responderam a questão. Para justificar a presença da dança nas aulas, os professores informaram que os principais motivos foram: por fazer parte do seu plano do ensino por terem curso de pós graduação latu sensu e por fazer parte do planejamento da escola. Aqueles que informaram não desenvolverem atividades rítmicas em suas aulas apontaram os seguintes motivos: por terem tido formação deficiente e por não terem habilidade com o conteúdo. As danças predominantes nas escolas são as folclóricas e a metodologia aplicada a elas é a mista. Após o desenvolvimento da pesquisa de campo associado à revisão de literatura com pressupostos atuais que contemplam o assunto em questão, pôde-se afirmar que há uma grande necessidade de ampliar os estudos sobre atividades rítmicas e expressivas, além da dança na escola, pois muitos são os entraves que impedem a aplicabilidade deste conteúdo nas escolas do município de Itaperuna e provavelmente em outras escolas também.

          Unitermos: Dança. Educação Física. Ensino Médio.

 

Abstract
         
This work entitled “The applicability of dance as the content of physical education classes in regular school: an investigative action” aimed at investigating the applicability of dance as content in physical education classes in high school in the city of Itaperuna. To develop the data collection, questionnaires were administered 29 closed questions containing eleven teachers working at schools belonging to the state Regional Northwest Fluminense / RJ-SEEDUC. According to the results, only 24.1% of teachers surveyed reported that they apply the content in their dance classes, while 20.7% and 51.7% do not include times to contemplate the content. It is noteworthy that 3.4% did not answer the question. To justify the presence of dance classes, teachers reported that the main reasons were: to be part of his plan of education, to have post-graduate course in broad sense and to be part of planning the school. Those who reported not develop rhythmic activities in their classrooms indicated the following reasons: because they had poor training, and do not have skill with the content. The dances are prevalent in the folk school, and the methodology applied to them is mixed. After the development of the field research associated with the literature review current assumptions that address the issue at hand, one could say that there is a need to expand the studies on rhythmic and expressive activities, and dance in school because many are barriers that prevent the applicability of this content in schools of the city of Itaperuna and probably other schools too. As a suggestion, the study suggests the following procedures to minimize such problems: reformulation of educational plans and proposals from the disciplines of dance scholars banks, development seminars, symposiums and events to discuss the effectiveness of this valuable content and teaching strategy and formulation of proposals.

          Keywords: Dance. Physical Education. School.

 

Recepção: 09/10/2015 - Aceitação: 13/11/2015

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 20, Nº 211, Diciembre de 2015. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A dança é símbolo de expressão humana, presente em todos os povos e todos os tempos. Ela é a manifestação cultural de uma sociedade, cuja relação envolve cultura – homem – meio social. Desde os tempos bem remotos, a Dança fez parte da cultura de todas as civilizações. A dança sempre foi para os povos, essa representação de manifestações que expressam emoções, estado de espírito, lutas, o amor, para agradecer ou fazer pedidos aos deuses. Os homens do período paleolítico superior, que era caracterizado pelas tribos e pelo nomadismo, acreditavam que com a dança, eles poderiam atrair suas presas, influenciar o crescimento das plantas para seu sustento, bem como cultuar seus ritos de nascimento e morte (Sborquia, 2002).

    Gallardo (2002) apud Ehrenberg (2003) diz que ao se referir à dança, considera-a como uma forma de comunicação que se utiliza a linguagem corporal, podendo expressar idéias, sentimentos e emoções através de seus gestos. Por concordar com o autor e reconhecer o valor cultural que a dança incorpora, passa-se a adotar o seu conceito de dança. Além de relacioná-lo diretamente à educação, afinal esta é uma manifestação artística que possibilita formas de criação e apreensão cultural.

    A dança se insere no contexto escolar em 1854, quando era oferecida apenas para as mulheres, com objetivo de mostrá-las que eram predestinadas ao cuidado com o lar e à maternidade por meio da leveza e graça. Já para os homens passa a ser oferecido a ginástica (Ehrenberg, 2003).

    No ano de 1996, foi sancionada a lei regulamentadora do ensino no âmbito nacional, a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação). A partir dessa lei, também foi criado os PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais). Após a vigência da LDB (Lei 9.394/96), a disciplina de Educação Física passou a compor os currículos escolares, semelhantes às demais disciplinas, trazendo consigo uma série de mudanças, relacionadas à estrutura didática e autonomia dada às escolas e sistemas de ensino, com foco maior na formação de cidadãos (MARQUES, 2009).

    Sobre os Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN é correto afirmar que a Educação Física deve buscar sua identidade como área de estudo fundamental para a compreensão e entendimento do ser humano, enquanto produtor de cultura. Para isso é necessário que o aluno do ensino médio vivencie todas as estratégias de ensino propostas pelos professores e as modalidades esportivas, sem falar da experimentação de linguagens como os jogos, a dança, entre outras (Brasil, 1999).

    Marques (2007) apud Alcades; Fernandes e Rocha, (2011) afirmou que “em 1997, a dança foi incluída nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e ganhou reconhecimento nacional, como forma de conhecimento a ser trabalhado na escola”. Esses parâmetros são orientações para os docentes entenderem a dança, que é uma subdivisão de atividades rítmicas e expressivas. O PCN também trás outros blocos de conteúdos (esportes, jogos, lutas e ginásticas; e conhecimentos sobre o corpo.). Sugerem uma lista de danças e outras atividades rítmicas e/ou expressivas como danças brasileiras: samba, baião, valsa, quadrilha, afoxé, catira, bumba meu boi, maracatu, xaxado, etc.; danças urbanas: rap, funk, break, pagode, danças de salão; danças eruditas: clássicas, modernas, contemporâneas, jazz; danças e coreografias associadas a manifestações musicais: blocos de afoxé, olodum, timbalada, trios elétricos, escolas de samba; lengalengas; brincadeiras de roda, cirandas; escravos-de-jó.

    O objetivo central do trabalho foi investigar a aplicabilidade da Dança como conteúdo nas aulas de Educação Física no Ensino Médio das Escolas Estaduais no Município de Itaperuna. Pretendeu-se ainda verificar se os professores utilizam o conteúdo “Dança” proposto pelos Parâmetros Curriculares Nacionais em suas aulas de Educação Física no Ensino Médio e identificar os principais motivos que levam os professores de Educação Física que atuam no Ensino Médio a utilizarem ou não o conteúdo “Dança” em suas aulas.

Material e métodos

    Foram selecionados, de forma aleatória, 29 (Vinte e nove) professores que atuam diretamente em turmas do Ensino Médio nas Escolas Estaduais do Município de Itaperuna, a partir de uma listagem com todas as escolas estaduais do município de Itaperuna fornecida pela Coordenadoria Regional Noroeste (SEEDUC-RJ). A escolha intencional das instituições escolares aconteceu por estas apresentarem grupos de diferentes classes sociais, turmas mistas e possuírem alunos que residem tanto na zona urbana como na zona rural.

    Após a autorização de pesquisa nas escolas, foram aplicados os questionários aos professores de Educação Física sobre o conteúdo dança nas escolas selecionadas. Todos os participantes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido.

    O questionário aplicado foi adaptado de Freitas e Santoso (2010), contendo onze perguntas fechadas relacionadas ao conteúdo de dança nas aulas de Educação Física no Ensino Médio regular: uma ação investigativa. Foi utilizada a estatística descritiva e como teste de hipóteses, o Teste qui-quadrado para sumarizar os dados.

Resultados

    Ainda que para 55,2% dos professores, a dança faz parte do plano de ensino, enquanto ela não faz parte do plano de ensino de 44,8% dos entrevistados, o conteúdo da dança ainda é um dos conhecimentos pouco contemplados nas aulas de Educação Física, conforme tabela abaixo:

Tabela 1. Conteúdo dança nas aulas de Educação Física

    A afirmação de que a dança faz parte do plano de ensino dos professores, é justificada pelo fato de 10,3% terem habilidade, 3,4% pela solicitação escolar, e 44,8% ser devido a fazer parte do planejamento escolar. 41,4% dos entrevistados não responderam a questão.

    Um percentual de 13,8% dos professores afirmou para justificar não ter a dança em seu plano de ensino, a formação deficiente, 3,4% por acharem que faz parte do conteúdo de artes, 6,9% por não haver material e espaço adequado e 17,2% por outros motivos não especificados. Dos entrevistados, 58,6% não responderam a questão.

    Menos de 10 aulas são previstas para o ensino de dança por 20,7% dos entrevistados, mais de 10 aulas para 13,8% e apenas em datas comemorativas para 27,6%. 62,1% não responderam a questão.

    Observou-se a predominância das danças folclóricas (44,8%), enquanto 3,4% trabalham com hip-hop, 3,4% preferem dança de rua, 3,4% funk e 3,4% outros estilos. Sendo que 58,6% dos professores não responderam.

    O método parcial é trabalhado por 13,8% dos professores, enquanto o método global por 10,3%, o misto por 31% e 10,3% outros métodos. Dentre as dificuldades enfrentadas para ministrar aulas de dança na escola, a maior causa foi a falta de habilidade com o conteúdo se faz presente em 41,4% dos entrevistados, enquanto o preconceito por parte dos alunos em 31% e 27,6% por outros motivos.

Discussão

    Ainda que de forma precária, sem o entendimento sobre o que realmente é a dança na escola, recorrendo a “receitas prontas de aulas”, o conteúdo é raramente ministrado nas aulas de Educação Física. Fato este que pode ser mostrado no trabalho de Freitas; Santoso, (2010) que além de confirmar tal afirmação, defendem a idéia de que os alunos devem ter autonomia dos movimentos e estímulos de pessoas capacitadas. Em contrapartida a isso, Lara et al. (2007) toma em argumento a idéia de que a dança não se encontra presente na Educação Física Escolar, devido à carência de trato pedagógico, fundamentação teórica e interdisciplinaridade (Oliveira, 2004).

    No presente estudo foi possível constatar que os professores com mais de dez anos de Educação Física Escolar são os que mais aplicam o conteúdo dança em suas aulas. Folle e Nascimento (2010) contradiz o resultado da relação entre as questões que se referem ao tempo de docência e dança contemplada nas aulas de Educação Física, no qual os professores com uma formação mais antiga vivenciaram o predomínio de uma metodologia baseada no tecnicismo, ou seja o mais importante era a formação de atletas de elite, esportes voltados para olimpíadas e alto nível.

    Santana e Schneider (2008) se opõem à essa idéia, argumentando que em sua pesquisa envolvendo professores de até 29 anos de magistério aplicam a dança por reconhecerem sua importância no desenvolvimento do aluno, uma vez que está relacionado ao corpo. Acredita-se que independente de tempo de docência, a Educação Física permite que se vivencie diferentes práticas corporais, advindas das mais diversas manifestações corporais.

    Os professores investigados indicam a importância do conteúdo dança fazer parte do planejamento escolar. Scarpato (2001) afirma que não só a dança é um dos conhecimentos contemplados nas aulas, como também faz parte do planejamento e, ao aplicar atividades rítmicas e expressivas em sala de aula, não se visa apenas a vivência do corpo e alívio de tensões decorrentes de esforços visuais. Pelo contrário favorece a criatividade, e se torna um aliado no aprendizado quando integrada a outras disciplinas. A dança não está incluída como conteúdo no planejamento das escolas e nas aulas de Educação Física. Isso se deve ao fato de muitos não se considerarem aptos para desenvolver atividades que envolvam ritmos (Castro; Júlio e Silva, 2010).

    Percebe-se, entretanto, que alguns professores apesar de fazer parte do planejamento, contemplam pouco este conteúdo, por falta de habilidade para se trabalhá-lo e por ter tido uma formação deficiente. Quanto à essa afirmação, Freitas e Santoso (2010), justificam isso alegando que os docentes na área não têm compreensão do que vem a ser a dança escolar. Eles não conseguem adaptar o conteúdo à realidade do aluno, nem tão pouco aplicar o conteúdo na prática. Tem-se a idéia de que os profissionais que atuam nas escolas, ainda estão presos à tradições, às normas e aos preconceitos que os próprios têm em trabalhar tal conteúdo. Sem contar a falta de interesse em inovar. De forma geral, percebe-se que tratam a dança como atividade lúdica (Brito; Vaz e Viana, 2010).

    Ainda sobre a questão de falta de habilidade, desta vez relacionada à forma que a dança foi trabalhada no curso de graduação, Manfio e Paim (2008) apontam que o ensino universitário nessa área, não está sendo capaz de suprir as demandas do mercado, permitindo assim um desconhecimento do que vem a ser a dança-arte e a dança-educação, fato que justifica tal dificuldade por falta de habilidade. Lara et al. (2007) confrontam com essa idéia, pois a ausência de habilidade não justifica a não aplicabilidade da dança, o que acontece segundo os autores, é que atividades rítmicas e expressivas são vistas na escola, apenas em eventos escolares, tais como festas juninas, festas folclóricas, dia das mães e formaturas.

    Dentre os tipos e forma como o conteúdo de dança é trabalhado, os professores entrevistados apontam as danças folclóricas como as predominantes e o método misto. As danças folclóricas são as campeãs na preferência do corpo docente, por contribuir na adaptação social, no conhecimento de outras áreas como, geografia, história, música, artesanato, literatura e outras. Estas devem dar condições aos alunos de compreenderem as diversas formas de manifestações culturais de diferentes etnias (Izumi e Martins Júnior, 2006).

    As danças folclóricas estão em baixa na visão de Silva (2010) porque os professores estão se fixando mais no gosto dos jovens que valorizam cada vez menos as tradições do folclore , influenciando assim o ensino da dança. Acredita-se que mesmo contrário ao gosto dos alunos, as manifestações culturais deveriam ser valorizadas.

    Franco e Batista (1998) apud Prioste (2009) consideram por meio de suas pesquisas, que o método misto é muito utilizado pelos professores, pois através dele, é permitido mais de um método na montagem de uma seqüência coreográfica e estas por sua vez podem se adaptar melhor com um método ou outro, ora ambos, quando contruídas. Contradizendo tais idéias, Azevedo (2007) apud Bosque; Santos (2010) relatam que a metodologia parcial quando utilizada nas aulas de dança, motivam mais os alunos a se dedicarem.

    A dança, segundo os entrevistados, é mais utilizada em datas comemorativas e não enquanto conteúdo freqüente da Educação Física escolar. Silva (2010) argumenta que no planejamento anual da escola, em se tratando de Educação Física, constam apenas os conteúdos relativos a esportes, e que mesmo assim, se for necessário é possível trabalhar a dança em seus planejamentos por conta própria.

    Dentre as limitações da presente pesquisa, foi possível notar a dificuldade de entendimento para responder algumas questões dentre os 29 professores entrevistados como por exemplo “aulas previstas e metodologia” ou também do tipo “a dança contemplada nas aulas, se faz parte do plano de ensino”. O que acontece é que esses profissionais tendo ciência da importância da dança na escola, fundamentados nos PCN ou até mesmo nos planos de curso não ministram tal conteúdo em suas aulas de Educação Física. Isso levou a um número de questões não respondidas, mas que não interferiram nos resultados, assegurando o objetivo da pesquisa. Talvez o questionário deveria ter tido um espaço para questões abertas que justificassem a ausência de respostas fechadas.

Conclusões

    Embora pareça uma contradição, os professores com mais de dez anos de profissão, são os que mais aplicam o conteúdo de dança, mesmo que no período de graduação, predominasse o pensamento tecnicista. A dança promove ao aluno a aquisição de habilidades nos aspectos cognitivo, motor, social afetivo. Os professores especialistas, puderam se aprofundar mais neste conhecimento, o que justifica seu destaque quanto à aplicabilidade do conteúdo. A falta de habilidade, faz com que os profissionais que não estudam sobre a dança, bem como seus benefícios, aplicam esta apenas em datas comemorativas, dando preferência às danças folclóricas, que são mais bem aceitas pelos alunos, em cujo ensino os professores utilizam de uma metodologia mista. Vale ressaltar também, que o preconceito por parte dos alunos é um dos motivos que levam os professores a não trabalharem dança na escola.

    O professor de Educação Física precisa entender os benefícios que a dança pode trazer aos alunos e fazer com que esta não seja apenas restrita às academias e festividades escolares. Como sugestão, o estudo aponta os seguintes procedimentos para minimizar tal problemática: reformulação dos planos de ensino e propostas das disciplinas de dança pelos bancos acadêmicos, desenvolvimento de seminários, simpósios e eventos que discutam a efetivação deste conteúdo como estratégia valiosa de ensino e formulação de propostas para elaboração de leis municipais e estaduais que sejam aprovadas pelo poder legislativo obrigando a aplicabilidade da dança como patrimônio artístico e cultural da escola.

Bibliografia

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