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Violência das torcidas organizadas de futebol: 

um olhar a partir da teoria do processo civilizador

La violencia de las hinchadas organizadas de fútbol: una mirada a partir de la teoría del proceso civilizador
Supporters’ violence in soccer: a perspective based on civilizing process’ theory

 

Graduando em Ciências da Atividade Física

Universidade de São Paulo, USP, São Paulo

(Brasil)

Rafael Ming Chi Santos Hsu

rafa.mcsh@gmail.com

 

 

 

 

Resumo
          A violência dos torcedores no futebol é um assunto bastante discutido e importante na sociedade contemporânea, porém, poucos dos que a discutem se pautam em teorias acadêmicas. O presente artigo buscou interpretar este fenômeno através de pesquisa descritiva analítica com base em fontes secundárias sobre a Teoria do Processo Civilizador de Norbert Elias. Procurou-se discutir, com o uso de outros autores, o que se tem de conhecimento sobre este assunto.
          Unitermos: Futebol. Violência. Sociologia. Processo Civilizador. Torcidas organizadas.

 

Abstract

          The supporters’ violence in football is a subject very discussed and important in contemporary society, but, there are few which discussed this phenomenon using academic research. The present essay aimed to interpret this phenomenon through descriptive analytic research, based on secondary sources about Norbert Elias’ Civilizing Process’ Theory. I discussed, with other authors, what is known about that.

          Keywords: Soccer. Violence. Sociology. Civilizing process. Supporters.

 

Recepção: 27/09/2015 - Aceitação: 30/10/2015

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 20, Nº 210, Noviembre de 2015. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A violência relacionada ao futebol é sempre algo que chama a atenção, principalmente quando vem da torcida. Porém, vê-se predominando em relação ao tema visões pouco aparadas em teorias, geralmente pautadas no senso comum. Creio que seja necessário olhar mais esta questão com um enfoque acadêmico.
O dicionário Houaiss (2009) define violência como "força súbita que se faz sentir com intensidade, fúria, veemência”. Hilário Júnior (2007), afirma que a violência é um fator que pode afastar a torcida dos estádios, destacando o exemplo ocorrido na Inglaterra, em que, devido à violência dos torcedores uniformizados (Hooligans), a média de público caiu bastante.

    O futebol, por sua vez, se caracteriza como um jogo com os pés, coletivo e regrado na visão de Júnior (2007). Já o dicionário Tubino (2007) o descreve como o esporte mais importante do mundo, bem como o mais popular. Na mesma linha, tão grande é relevância do futebol no mundo, que este foi utilizado como arma política em diversos países no mundo, inclusive no Brasil, que sofreu com isso, por exemplo, na Era Vargas e na Ditadura Militar, como mostram Almeida e Gutierrez (2011). Quanto a isso, Júnior (2007) mostra que, à medida que o futebol foi ficando popular, mais se tornava instrumento político, exemplificando com a sua utilização por alguns governos, que, quanto mais autoritários ficavam, mais se aproveitavam desse esporte. 

    Em relação à importância do futebol, Hilário Júnior (op. cit.) afirma que este representa a síntese da história, citando como exemplos os desempenhos da seleção brasileira em Copas do Mundo, sendo quase sempre possível fazer uma ligação direta entre os resultados e o momento político vivido no país. Um exemplo que dá força à idéia de que o esporte reflete a cultura na qual está inserido, são os dados apresentados pelo autor (op.cit.), que dão a entender que quanto maior for a tensão sociopolítica de um país, maior será a violência de seus torcedores.

    Toledo (2010) afirma que torcer é uma prática utilizada por vários indivíduos que se aventuram em estádios com o intuito de extravasar suas emoções, interagindo com o próximo. O autor citado acrescenta que torcer envolve alegria, empolgação, sentimentos e/ou sofrimento daqueles que buscam a vitória, porém o torcer também pode dizer respeito ao domínio da sensibilidade mais próxima à prática, às técnicas corporais inerentes ao jogo, à explosão muscular, às experiências consubstanciais, como o suor de jogadores e lágrimas dos torcedores (ou vice-versa) alojadas nos corpos, nutrindo e produzindo a impactante vontade de torcer.

    Quanto às torcidas organizadas, Toledo (op. cit.) aponta que estas surgiram ao final dos anos 60, e que rapidamente se difundiram e se popularizaram, possuindo sempre alguma ligação com os dirigentes de clubes.

    Com relação ao motivo que leva pessoas tão diferentes a se unir e torcer por um determinado time, Júnior (2007) afirma que pode se tratar de uma tentativa em atenuar o isolamento que sofrem na sociedade contemporânea, que está marcada pelo individualismo incentivado pelas doutrinas capitalistas. Além disso, o autor acrescenta que ao mesmo tempo, o torcedor é a personalidade mais rica e contraditória do futebol, pois ser torcedor implica em renunciar parte de sua individualidade em prol de um ideal coletivo.

    Outro componente a ser destacado no ato de torcer por Hilário Júnior (op. cit.) é o narcisismo, que está presente no torcedor, pois este, ao ver uma vitória do seu time, acaba interpretando isso como uma vitória pessoal. Também quando cantam antes mesmo de haver jogadores em campo, significa que, para eles, estar ali representa, inconscientemente, ser amado e receber sentimentos positivos. Nesse sentido, o futebol ainda oferece a seus torcedores uma experiência masoquista, pois acaba sendo uma forma de prazer na angústia, visto que, em troca de um ou dois momentos de alegrias (gols), os torcedores aceitam sofrer por 90 minutos.

    A partir do exposto até aqui, meu objetivo foi refletir acerca da violência para entender um pouco sobre o significado dela no futebol, utilizando, como base, trabalhos de diversos autores sobre a Teoria do Processo Civilizador, criada pelo sociólogo Norbert Elias, além de diálogos complementados com outros autores. O método utilizado para a realização deste trabalho foi o do tipo descritivo de análise de conteúdo e, a fim de atender ao objetivo, procurou-se discutir alguns dos conceitos essenciais para se entender a violência no futebol a partir do enfoque eliasiano.

Discussão teórica

    Na Inglaterra, país onde se naturalizou, Elias desenvolveu sua mais famosa teoria, a do Processo Civilizador, a qual foi meu foco para analisar a violência sob a ótica do autor. Para Almeida e Gutierrez (2005b), a visão diferenciada em Elias pode ser entendida tendo em vista sua maneira de explicar o comportamento não apenas recorrendo a componentes racionais estudados pela sociologia, mas também por atentar-se a questões de outras ciências, como a fisiologia e a psicologia.

    O processo consiste em determinadas ações que basicamente buscam conduzir os indivíduos aos meios de controle que se criam e modificam para mantê-los passivos às normas e regras impostas pela sociedade (Elias, 1993, citado por Ribeiro, Almeida e Xavier, 2005). A análise de Elias é pautada no processo de controle social, bem como no avanço da sociedade, ou seja, busca entender por que a aceitação ou rejeição a algo muda com o passar do tempo, como o exemplo da violência. Nos parágrafos seguintes, buscou-se fazer uma interpretação da teoria, bem como de seus conceitos elementares, aplicados à violência dos torcedores.

    Para Elias, o processo civilizador deveria ser algo pautado nas transformações que ocorrem em função da evolução da história social. Contudo, momentos como o regime militar alteraram seu curso, acentuando-o na ânsia de obter um maior controle social (2006, citado por Ribeiro, Almeida e Xavier, 2012). Então, podemos acreditar que o aumento da violência nos estádios pode ter sido um reflexo da repressão ditatorial, pois à medida que iam tendo suas válvulas de escape controladas, as pessoas passavam cada vez mais a buscar outras maneiras de extravasar suas emoções, e o futebol foi um local ideal para isso, afinal era incentivado pelo próprio regime. Em relação à sua atuação nos meios esportivos em si, Elias acrescenta que todos têm um processo civilizador interno norteando suas estruturas, e, no caso do futebol, este traz, ao ser incorporado aos hábitos cotidianos, regulamentação das condutas sustentando a legitimidade da modalidade. (Ribeiro, Almeida & Xavier, 2012). Ainda neste exemplo, conforme os autores citados, vendo o grande alcance que possuía o futebol, a ditadura rapidamente o incorporou a fim de garantir a ordem social e obter um controle maior sobre a população, mantendo os objetivos do regime, passando, assim, uma visão de aparente normalidade à sociedade.

    Elias (2006), citado por Ribeiro, Almeida e Xavier (2012), afirma que, para que um processo seja justo com a população, deve ter uma regulação progressiva, porém estável e equilibrada, mas impedir que essas válvulas se manifestem com o aumento excessivo do controle (como ocorreu na ditadura), pode resultar em alguns problemas, visto que se trata de sentimentos que necessitam ser colocados para fora.

    No processo civilizador, levando em conta os torcedores, sobretudo os organizados, para Elias (1994, citado por Brandão, 2005), é possível eliminar a violência entre os torcedores, mas isso exigiria um longo processo de aprendizagem. Por outro lado, pela maneira como se tem tentado controlá-la, fica-se com a impressão de que acaba por ser algo muito excessivo e pouco eficaz, pois é estranho, por exemplo, que as autoridades reprimem os torcedores batendo neles, dando a impressão de que estão tentando apagar fogo com gasolina, o que obviamente, acaba por desencadear, conseqüentemente, apenas mais violência. Elias explica que a diferença entre os dois tipos de agressão está no fato de que a violência das autoridades é legitimada pelo Estado, enquanto que a dos torcedores não (1994, citado por Brandão, 2005).

    Elias (1997, citado por Brandão, 2005) ainda acredita que a questão da violência nunca estará plenamente solucionada devido à diferença natural entre um ser e outro, que sempre gerará divergências. Esses conflitos são mediados entre os seres por meio do processo civilizador. Contudo, se não conseguir atingir seu objetivo, o conflito evoluirá em uma manifestação de violência.

    Almeida e Gutierrez (2005b) ilustram como o processo civilizador vai agindo no esporte, limitando seu efeito catártico, ao citarem o exemplo dos jogos modernos, os quais estão bem mais sensíveis e menos violentos em relação aos medievais. Sensibilizam-se, pois passa a existir uma preocupação maior com o outro e se reduz a violência por conta da burocratização e do ideal de jogo bonito. O futebol acaba sendo um exemplo curioso em relação ao último aspecto, no qual jogadores em geral mais violentos, como os zagueiros, raramente são lembrados com o mesmo carinho que os meias habilidosos.

    A partir daqui, serão destacados, um a um, os demais conceitos que de alguma forma possuem relação com a interpretação de Elias, em seu significado mais amplo e também aplicado à violência dos torcedores. São eles: válvula de escape, mimese, descontrole controlado e catarse. De certa maneira, até aqui já foram abordados alguns deles, porém sem serem citados diretamente.

    Com base em Almeida e Gutierrez (2005b), podemos entender que todas as regras impostas que devemos aceitar acabam acumulando pulsões, as quais devem ser liberadas, e o esporte é um dos momentos ideais para isso. As pulsões (caracterizadas como a energia que vem do inconsciente) que não possuímos controle precisam ser, de alguma forma, colocadas para fora. Esse ato de liberação se dá através das válvulas de escape, as quais, conforme Almeida e Gutierrez (2005b) consistem basicamente em uma maneira de liberar os atos reprimidos e acumulados, tendo, como elementos norteadores, o descontrole controlado, a catarse e a mimese. O processo de válvula de escape, ainda, segundo Almeida e Gutierrez (2005a) facilitará o processo de incorporação das normas sociais, que, numa sociedade burocratizada, que exige normas como o respeito ao outro, igualdade de oportunidades, democracia e liberdade de expressão, obriga seus integrantes a reprimirem seus atos violentos e confiar cegamente nas regras coletivas que lhes são impostas. Os autores acrescentam que toda essa autorrepressão tem um custo social e pessoal. Assim, momentos ocorridos no lazer (que acaba por ter como função a liberalização de atos reprimidos pela incorporação dessa moral estatal dominante), como a guerra entre as torcidas, são exemplos de explosão de sentimentos diversos.

    Quanto às válvulas de escape, Eric Dunning (1988, citado por Júnior, 2007) acredita que para solucionar a questão da violência de torcedores como os Hooligans, não basta apenas expulsá-los do futebol, pois, dessa forma, eles apenas encontrariam outro meio para manifestar sua agressão. O sociólogo propõe que é preciso dar a eles perspectivas (outras válvulas de escape) que os excitem tanto quanto as brigas, mas que sejam aceitas pela sociedade.

    Almeida e Gutierrez (2005b) ressaltam o caráter de guerra simbólica do futebol. Nesta perspectiva, os torcedores funcionam como objetos de guerra (soldados). A busca pela excitação acaba sendo uma tentativa de se aliviar das repressões sociais. O lazer se coloca como período ideal para essa descarga, visto que é o momento no qual há sociabilidade, e também não possui a mesma repressão de outros lugares, como nichos sociais, trabalho, família e religião. Esta maneira de expressá-lo também pode ser tida como uma válvula de escape.

    Adentrando agora na catarse, no contexto de recreação, esta pode ser considerada positiva, por permitir ao sujeito sair do estado emocional monótono em que se encontra na maioria de suas atividades. Ela permite, em outras palavras, para Elias e Dunning (citados por Almeida e Gutierrez, 2005b), experimentar uma série de sentimentos diferentes, permitindo que se saia, brevemente, do estado sério da vida. Compõe-se de emoções, simultaneamente complementares e opostas às do mundo das obrigações, pois, ao mesmo tempo em que são integrantes do todo social, têm também sua lógica própria, de superar a rotina racional. Dentre elas, Almeida e Gutierrez afirmam que nenhuma é como ir a um estádio, pois, a euforia dos outros, juntamente com a possibilidade de se esconder através do símbolo da equipe ou torcida organizada, faz com que as pessoas assumam tão efusivamente o papel de torcedores que, esquecendo-se de suas demais condutas sociais, estarão prontas para brigas. Quando as atividades deixam de possuir seu caráter catártico para alguns sujeitos, estes buscarão outras atividades de risco, como por exemplo, os esportes radicais, que, apesar de não proporcionarem descargas emocionais maiores na visão eliasiana, trazem consigo um componente novo, o da sensação de morte não realizada (Almeida e Gutierrez, 2005b).

    Quanto à mimese, Quintaneiro (2010), interpretando a Teoria do Processo Civilizador, afirma que as atividades de busca pela excitação se tratam de fontes fictícias de excitação, de maneira a imitar situações da vida real, sem, porém, envolver os perigos e os riscos que elas implicam.

    Já sobre o descontrole controlado, Almeida e Gutierrez (2005), afirmam que essa característica representa um momento de permissão de expressões fortes e apaixonadas. Será controlado, pois não irá ao extremo de retornar ao estado de barbárie, sendo, porém, proporcionado um momento de relaxamento muito maior do que em outras atividades cotidianas. Exemplos citados pelos autores são xingamentos, uso de certos tipos de roupas, guerra de torcidas, liberalização sexual, dentre outros. Para Elias e Dunning (1992), citados por Almeida e Gutierrez (op. cit.), essa liberação se trata de uma forma de expressar os desejos reprimidos pelas condições impostas pelo processo civilizador.

    Almeida e Gutierrez (op. cit.) lembram que a guerra entre torcidas, por seu caráter repetitivo, indica que a violência de certa forma faz parte de suas vidas, é apenas extravasada no futebol. Elias e Dunning, citados por Almeida e Gutierrez (op. cit.), ao estudarem os Hooligans, notaram que para esses torcedores, o jogo em si é algo bem secundário perto da excitação buscada por eles ao guerrearem com a polícia e os torcedores rivais. Os autores identificam, ainda, uma grande neurose social nesses indivíduos, resultante da repressão social que sofrem por conta do processo civilizador.

    Os autores citados no parágrafo anterior acrescentam que o lazer permite um descontrole controlado tendo em vista que ele proporciona sensações que são reprimidas no que chamam de “mundo das obrigações”.

    Quanto à violência física no esporte, esta é aprovada socialmente, tendo em vista seu caráter controlador, participando de transformações civilizadoras que afetam o tempo de vida, conforme a interpretação realizada por Júnior (2005). Há uma forte influência do ambiente neste processo, pois dependendo do local em que se manifestar, um determinado tipo de violência poderá ou não ser aceito. No caso do futebol, ela é aceita até certo ponto, caracterizando a questão do descontrole controlado, pois há as regras que punem golpes mais fortes, bem como os propositais com cartões. Se pensarmos na questão das torcidas, não podemos garantir que exista controle absoluto, até porque os torcedores podem ir até a morte caso as brigas não sejam interrompidas.

    Para Almeida e Gutierrez (2005a), é no estádio que há o auge da catarse dos indivíduos, uma vez que nesse momento único, serão vistas pessoas que jamais se permitiriam xingar outrem libertando-se de suas amarras sociais. Além disso, ainda falando da catarse, os autores (op. cit.) afirmam que esta permite uma restauração do tônus mental aos níveis normais, jogando para fora os sentimentos ruins, sendo uma sensação de alívio, pois as “coisas ruins” terão sido colocadas para fora.

    Outra hipótese para explicar o fenômeno, colocada por Hilário Franco Júnior (2007), é a de que a violência varia proporcionalmente com o cumprimento ou não da função exercida pelo futebol de guerra canalizadora. Em outras palavras, aproximando essa idéia com a teoria eliasiana, o fato de o jogo ficar mais monótono, com média de gols reduzida, mais tático, significa que ele está passando por processos de civilização.

    Júnior esclarece que os torcedores violentos não se trata de sociopatas, visto que fora da situação grupal nos dias de jogos, portam-se praticamente como cidadãos comuns. O que ocorre é que, quando se reúnem, formam uns com os outros uma espécie de laço de solidariedade, de forma que, em grupo, fazem coisas que nenhum deles conseguiria ou teria coragem de fazer sozinho. Outra hipótese levantada pelo autor citado é que a violência também pode ser um reflexo da questão do ambiente, tendo em vista a maneira pífia com que os torcedores são tratados, citando como exemplo o caso dos Hooligans, que freqüentam estádios em péssimas condições. O mesmo pode ser dito em relação às condições precárias oferecidas aos torcedores no Brasil. Ele ainda cita que os torcedores que assistem as partidas de seus times em pé, tendem a ser mais complacentes com a violência no futebol, em contraste aos que ficam sentados, que tendem a apresentar uma postura mais a favor do jogo limpo. Outro exemplo ainda citado pelo autor é o das grades que separam as arquibancadas do campo, que passam uma idéia de enjaulamento, como se os torcedores estivessem encarceirados, tendo sido verificado que quando foram retiradas dos estádios houve diminuição nos níveis de violência.

    Gebara (2000), citado por Almeida e Gutierrez (2005a) lembra que apesar de ser uma idéia interessante extrapolar os conceitos de Elias em relação ao futebol brasileiro não é tarefa das mais fáceis, afinal nosso processo civilizador se deu de maneira completamente distinta em relação à Europa, objeto principal de estudo do alemão.

    Dessa forma, cabe sugerir também a realização de mais estudos, que conectem a história do processo civilizador brasileiro com as manifestações desportivas como o futebol, utilizando, como base, a teoria de Elias.

Considerações finais

    Para finalizar este artigo, considero pertinente sugerir que essa questão aqui abordada (violência das torcidas organizadas do futebol) deve ser mais discutida também por outros campos do saber científico. Assim, teremos um conjunto de olhares, que, abordados de maneira interdisciplinar, poderão criar uma luz no fim do túnel para este problema, tão relevante para a sociedade contemporânea.

Agradecimentos

    Agradeço a Josefa Bernardo da Silva e Guilherme Ricardo Prazeres Correia, que participaram do trabalho (realizado na disciplina Antropologia e Sociologia da Educação Física e do Esporte, no 1º semestre de 2013) que abrangeu as questões abordadas na presente publicação, e a Débora Cidro de Brito, por ter indicado artigos interessantes e dado orientações quanto às citações. É necessário agradecer também, apesar das divergências pessoais, a Marco Antonio Bettine de Almeida (docente responsável pela disciplina acima citada) e Renata Ferreira dos Santos, que também deram alguma contribuição intelectual.

Bibliografia

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