Detecção e seleção de corredores de fundo e meio fundo Detección y selección de corredores de fondo y medio fondo Detection and selection of long and middle distance runners |
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*Centro Universitário Estácio do Ceará **Academia Brasileira de Treinadores Comitê Olímpico do Brasil (Brasil) |
Edson Marcos de Godoy Palomares* ** Malena Martins Magalhães* Michelly Maria Alcântara Nobre* Suelen Rodrigues Borges* |
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Resumo Visando ampliar o material de pesquisa no campo da seleção e detecção de atletas de longa e média distância, nos dedicamos à investigação nesse campo. De início devemos avaliar o potencial genético, pois para ser um corredor de talento é preciso ter um bom genótipo. Sabe-se que a genética influencia as características anatômicas e fisiológicas, além dessas devemos considerar as valências físicas as quais estão inseridas na capacidade motora do indivíduo. A detecção de um talento não pode ser evidenciada apenas por um único aspecto de predição, mas por um processo de desenvolvimento em que se pondera no decorrer de uma trajetória de etapas de treinamento, testes e mensurações ordenadas aliadas à participação em competições esportivas. Unitermos: Seleção. Talentos fundistas. Detecção de corredores. Perfil de corredores.
Abstract In order to expand the research material in the field of detection and selection of athletes of long and medium-haul flights, we are dedicated to research in this field. At first we should evaluate the genetic potential, because to be a talent you have to have a good genotype. It is known that genetics influences the physiological and anatomical features, in addition to these we have to consider the physical skills which are inserted into the motor skills of the individual. The detection of a talent cannot be evidenced only by a single aspect of prediction, but by a process of development in which he ponders over a path of training steps, tests and measurements ordered Allied participation in sports competitions. Keywords: Athletes. Talent selection. Detection of hallways. Corridors profile.
Recepção: 11/08/2015 - Aceitação: 25/10/2015
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 20, Nº 210, Noviembre de 2015. http://www.efdeportes.com/ |
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1. Introdução
A corrida é uma das formas mais rudimentares de exercício, surgiu da necessidade dos homens primitivos de deslocar-se mais rapidamente para fugir de alguns perigos ou perseguir a caça, ou seja, como meio de sobrevivência. O homem percorria grandes distâncias para melhores condições de vida. O atletismo é presente desde o tempo de nossos ancestrais. Foi se aprimorando com o passar dos tempos, então ideias de distancias e categorias surgiram.
Sabendo que a identificação prévia de talentos esportivos é uma necessidade fundamental para otimizar o treinamento e posteriormente entrar em um processo competitivo, na pesquisa buscamos indicar meios que possam dar auxílio para a descoberta de novos talentos de corrida de média e longa distância.
Primeiramente devemos avaliar o potencial atlético em relação aos dotes genéticos. Para ser um corredor é preciso ter inicialmente um bom potencial genético, necessitando de estímulos para alcançar o máximo que sua genética oferece de acordo com o princípio da individualidade biológica. A genética influencia as características anatômicas e fisiológicas como: somatótipo, antropometria, tipos de fibras, volume muscular, flexibilidade, capacidade aeróbia e cardiovascular, entre outros. Além destes aspectos, as valências físicas também são pautadas, estão inseridas como capacidades motoras de desenvolvimento.
Levamos também em consideração os testes que vêm se modificando devido ao grande desenvolvimento científico e tecnológico, e a forma como o atleta vem se adaptando ao treinamento. Os testes estão relacionados aos aspectos anatômicos e fisiológicos.
O objetivo deste estudo é abordar o processo de detecção e seleção de corredores nas categorias de meio fundo e fundo.
2. Referencial teórico
A teoria da Seleção Natural elaborada por Darwin defende que o processo consiste em selecionar indivíduos mais adaptados a determinada condição ecológica, eliminando aqueles desvantajosos para essa mesma condição. A expressão mais adaptada refere-se à maior probabilidade de determinado indivíduo sobreviver e deixar descendentes em determinado ambiente.
Os termos Fenótipo e Genótipo forma criados pelo pesquisador dinamarquês Wilhelm L. Johannsen - Fenótipo é empregado para designar as características apresentadas por um indivíduo, sejam elas morfológicas, fisiológicas e comportamentais. Também fazem parte do fenótipo características microscópicas e de natureza bioquímica, que necessitam de testes especiais para a sua identificação. E o Genótipo refere-se à constituição genética do indivíduo, ou seja, aos genes que ele possui.
A genética, o ambiente e a interação entre ambos têm impacto importante sobre o desempenho físico, já que as diferenças no genótipo e no treinamento contribuem para as diferenças observadas em relação ao sucesso esportivo (Hopkins, 2001).
Aspectos como a valorização cultural do esporte e agentes sociais como a família e a escola, podem exercer uma influência marcante na formação de atletas. Em outras palavras, a probabilidade de a criança possuir uma base motora adequada tem elevada relação com as oportunidades ambientais as quais essa criança tem acesso (Gallahue & Ozmun, 2005; Stodden et al., 2008; Stork & Sanders, 2008).
O termo “talento esportivo” é utilizado para caracterizar indivíduos que apresentam um desempenho acima da média, em determinado campo de ação, podendo ser desenvolvido através da estimulação e de oportunidades no seu processo de socialização (Calantonio, 2007; Lanaro Filho & Boehme, 2001).
O individuo talentoso deve somar um conjunto de capacidades genéticas e experiências vivenciadas. O talento esportivo é fruto de uma genética privilegiada que só atinge o ápice de seu desempenho se estiver em condições favoráveis de desenvolvimento (Dantas et al., 2004).
A detecção de um talento não pode ser evidenciada apenas por um único aspecto de predição, mas por um processo de desenvolvimento em que se pondera no decorrer de uma trajetória de etapas de treinamento, testes e mensurações ordenadas aliadas à participação em competições esportivas (Lanaro Filho & Böhme, 2001).
Em populações isoladas, a segregação genética pode causar o aumento ou diminuição da frequência de certos alelos, de modo que elas diferem de outras populações. Fato este, que pode haver a seleção para um determinado fenótipo em particular, de forma que possa favorecer o desempenho de provas de longa e média distância do atletismo, isto pode ser observado em atletas do leste Africano (Scott & Pitsiladis, 2007).
O desempenho esportivo para o alto nível de rendimento só pode ser alcançado quando os fundamentos necessários para os mesmos são desenvolvidos na infância e juventude, o que pressupõe o planejamento sistemático de um processo de treinamento ao longo prazo (Weineck, 1996).
A capacidade enzimática muscular mitocondrial está diretamente ligada ao metabolismo de substratos durante o exercício físico. Quanto maior a densidade mitocondrial, maior é o consumo muscular de lipídios durante o exercício físico (Henriksson, 1977). Em tese, o nível de lactato sanguíneo é mais baixo para uma dada carga de trabalho, quanto mais alta é a atividade das enzimas oxidativas (Ivy et al., 1980). Deste modo, existe uma ligação direta entre o potencial oxidativo dos músculos envolvidos na corrida e o nível de desempenho físico, assim como uma velocidade de corrida é mais alta antes da concentração de lactato sanguíneo começar a subir (Sjödin & Jacobs, 1981)
A coloração vermelha do músculo está ligada à alta concentração de enzimas de metabolismo aeróbio, de mioglobina, e com a densidade de vascularização.
Fibras musculares tipo I (contração lenta). Este tipo de fibra possui resposta de contração lenta, é mais avermelhada (escura), pois possui maior número de capilares sanguíneos o que proporciona ao músculo maior suprimento de sangue e, consequentemente, de oxigênio. Apresenta também grande quantidade de mitocôndrias que são o "pulmão" da célula, responsáveis pela "respiração" celular, ou seja, usam o oxigênio para obter energia.
São fibras pequenas, com pouca capacidade de hipertrofiar, ou seja, de ganhar volume muscular. São resistentes à fadiga, pois possuem metabolismo predominantemente aeróbio (dependem de oxigênio para gerar energia), por isso respondem às atividades de longa distância. (Zaidan & Frias, 2008)
Corredores de média e longa distância requerem um alto nível de resistência aeróbia. Vários estudos anteriores (Morgan, Baldini, Martin & Kohrt, 1989; Powers, Dodd, Deason, Byrd & Mcknight, 1983) mostraram que o consumo máximo de oxigênio (VO2max), velocidade de corrida no limiar de lactato e economia de corrida em alta velocidade corresponde significativamente com o sucesso na corrida. No entanto, sabemos que muito poucos corredores de elite possuem altos níveis de todas as três variáveis.
Além da importância de condicionamento aeróbio, a corrida de longa distância requer uma grande quantidade de força mental (Thelwell & Greenlees, 2003). De acordo com Morgan et al. (1988), fatores psicológicos possuem um papel importante no desempenho da corrida.
Em relação ao somatótipo, os estudos clássicos de locomoção humana verificaram que o trabalho realizado pelos membros em movimento consiste numa parte substancial do custo metabólico da corrida, já que a adição de poucas gramas de peso nos pés ou tornozelos promoveria aumento da taxa metabólica (Cavagna et al., 1964). Fator observado nos africanos, onde hipoteticamente, a melhor economia de corrida dos corredores pode estar relacionada com o fato dos mesmos apresentarem membros magros permitindo-os correr com um custo energético menor durante a corrida (Larsen, 2003; Wilber & Pitsiladis, 2012).
Outro fator apontado por alguns estudos é o desempenho em corredores que apresentam um biótipo ectomorfo, longilíneo, baixa massa corporal e pernas relativamente longas. Estes são privilegiados em sua perpetração.
As funções motoras estão diretamente ligadas ao desenvolvimento do atleta, é preciso detectar algumas valências físicas para que esse atleta venha ao ápice de seu desenvolvimento. Algumas valências podem ser abordadas como: velocidade, coordenação, resistência aeróbia e anaeróbia, flexibilidade, força, agilidade, dentre outras.
Os testes motores caracterizam-se pela realização de uma tarefa motora conduzida em situação que procure solicitar predominantemente uma capacidade motora especifica. Um aspecto importante a considerar na utilização dos testes motores refere-se à necessidade de tentar estabelecer a variação fisiológica, que melhor relaciona-se com os resultados a serem alcançados (Guedes, 2006).
O Teste de Cooper ou Teste de 12 minutos foi elaborado pelo Doutor Kenneth H. Cooper em 1968 para ser usado pelas forças armadas para verificar o nível de condicionamento físico. Em sua forma original, o objetivo do teste é correr o mais longe possível em 12 minutos. O teste de Cooper visa medir o condicionamento da pessoa e dessa forma deve ser corrido em um ritmo constante. O teste de Cooper é bastante utilizado para as categorias de meio fundo e fundo, por ser fidedigno e de baixo custo (Gomes, 1995).
3. Metodologia
3.1. Tipo de estudo
O presente estudo caracterizou-se por ser uma revisão integrativa, que compreende por amostra, estudos publicados referentes à temática. Este tipo de pesquisa busca dados relevantes em obras pré-existentes, implicando normalmente na análise comparativa entre autores (Marconi e Lakatos, 2007).
3.2. Local e período
A pesquisa foi realizada na cidade de Fortaleza em bibliotecas universitárias e na rede internacional (internet), no período compreendido entre agosto e dezembro de 2014.
3.3. Amostragem
Composta por 29 obras literárias virtuais ou impressas publicadas em sua maioria nos últimos 5 anos, com autores de diversas nacionalidades.
3.4. Método de condução
O estudo foi conduzido com a elaboração de quadros e tabelas, num primeiro momento onde relacionam as principais ideias dos autores. Posteriormente foram comparadas e separadas por princípios ideológicos.
4. Discussão
Este estudo teve a finalidade de analisar os processos de orientação na detecção e seleção de futuros talentos nas corridas de meio fundo e fundo. Notou-se a carência literária em relação ao assunto. Alguns autores declaram o quanto à genética pode interferir e ser fundamental para o desempenho e desenvolvimento esportivo, existem fatores genéticos que podem fazer toda diferença na escolha de um atleta em potencial neste caso corredores de média e longa distância, as variações de frequência do DNA estão associadas com características que afetam o desempenho atlético, consumo máximo de O2, débito cardíaco, tipos de fibras, dentre outros. Vale ressaltar que a seleção de talentos é importante para o sujeito que aparentemente tenha um potencial genético favorável possam ser inseridos em programas de longa duração, reduzindo assim os riscos de erros na detecção de futuros atletas. Foram perceptíveis algumas concordâncias e divergências de alguns autores sobre o impacto da genética e dos estímulos dados pelo ambiente, sendo que alguns ressaltam a genética como fator principal, já outros asseguram que os fatores e estímulos ambientais podem influenciar diretamente no progresso do atleta, verificamos que não basta apenas nascer talentoso, pois os estímulos externos dão suporte para a evolução (Martin et al., 2008).
Em geral, podemos dizer que há duas categorias de atletas que chegam ao alto nível de rendimento desportivo, os geneticamente talentosos e os que treinam arduamente (Smith, 2003). Nesse sentido, a genética, o ambiente e a interação entre ambos têm impacto importante sobre o desempenho físico (Scott e Pitsiladis, 2007; Wilber e Pitsiladis, 2012; Tucker e Collins, 2012). Determinar o fenótipo indica o grau de domínio que o treino pode exercer nos aspectos, tais como: aptidões e habilidades. Durante o período de seleção deve-se obsevar o potencial dos indivíduos no inicio de seu desenvolvimento, proporcionando condições para que evoluam durante o treinamento, compreender as características e habilidades que são necessárias para aquele tipo de modalidade esportiva. Muitas variáveis podem influenciar a corrida as mais evidenciadas são: VO2máx, economia de corrida, e limar de lactato.
O desempenho nas corridas de longa distância requer a combinação de alta potência aeróbia e de utilização de alta fração do VO2máx durante a competição e uma boa economia de corrida (Larsen, 2003; Coyle, 2007; Wilber e Pitsiladis, 2012). No caso de atletas de alto nível que possuem pequena variação no VO2máx, a economia de corrida e a alta fração sustentável de utilização do VO2máx são fatores mais importantes e melhores preditores do desempenho físico e sucesso esportivo (Maughan e Leiper, 1983; Coyle, 2007) do que ter simplesmente um alto O2máx (Conley e Krahenbuhl, 1980; Coyle, 2007).
Alguns autores acreditam que as valências físicas precisam ser desenvolvidas na fase da infância e adolescência, para quando atingirem a fase de treinamento os fatores psicomotores já estejam ampliados e avançados. Os estímulos externos como aspectos sociais de integração desde a infância para a inclusão em modalidades esportivas e recreativas desenvolvendo eficientemente as habilidades motoras tem uma grande importância para a inserção destes jovens atletas nos esporte. Entende-se que um talento esportivo é um indivíduo que além de possuir uma genética privilegiada, deve também ter a influência do ambiente para o alcance do maior pico atlético. A genética, o ambiente e a interação entre ambos têm impacto importante sobre o desempenho físico, já que diferenças no genótipo e no treinamento contribuem para as diferenças observadas em relação ao sucesso esportivo (Hopkins, 2001).
As valências físicas mais observadas diante de possíveis corredores envolvem:
Velocidade que é a capacidade de mudar a localização de uma parte do ou de mover o corpo todo em uma única direção. Define as diferentes formas e subcategorias da velocidade motora (Tritschler, 2003; Weineck, 1999). Na aquisição, a consolidação e o aperfeiçoamento de um movimento qualquer ajustado em sua organização estão associado à capacidade motora. Sendo a coordenação à capacidade de integrar os movimentos dentro de padrões repetidos que são eficientes (Guedes, 2006; Tritschler, 2003).
A resistência pode ser classificada quanto à duração, curta, média, longa e quanto os principais requisitos motores, resistência de força, resistência de força rápida e resistência de velocidade (Weineck, 1999). As características cinéticas “mais lentas” são próprias do processo metabólico aeróbio. Esse sistema é alcançado após dois ou três minutos do inicio do trabalho. O metabolismo aeróbio envolve predominantemente o uso de O2, fonte primaria de energia para eventos que duram de 2 minutos a 2-3 horas (Volkov, 2002; Bompa, 2002).
O metabolismo anaeróbio alático fornece a energia que, após 8 a 10 segundos, é substituída pelo metabolismo anaeróbio lático. A capacidade máxima é atingida entre 20 – 40 segundos, no decorrer do esforço diminui devido ao esgotamento das reservas intramusculares de glicogênio e ao acumulo nos tecidos das substancias finas da degradação anaeróbia (Volkov, 2002).
Flexibilidade é a capacidade de executar ao longo de toda a amplitude articular movimentos de grande amplitude por si mesmo ou por influencias auxiliar de forças externas (Guedes, 2006).
A força motora é entendida como a capacidade que um músculo ou um grupo muscular tem de produzir tensão e se opor a uma resistência externa num determinado tempo ou velocidade (Barbanti, Tricoli & Ugrinowitsch, 2004).
Agilidade é a capacidade de mudar a posição do corpo de um ponto para o outro o mais rapidamente possível. Devem-se preconizar distancias em torno de 10 metros e existe um consenso que três mudanças de direção de 180 graus sejam suficientes (Guedes, 2006).
Os testes motores caracterizam-se pela realização de uma tarefa motora conduzida em situação que procure solicitar predominantemente uma capacidade motora especifica. Um aspecto importante a considerar na utilização dos testes motores refere-se à necessidade de tentar estabelecer a variação fisiológica, que melhor relaciona-se com os resultados a serem alcançados (Gomes, 2012).
Os estudos revelam que o melhor tipo de fibras para este esporte são as fibras que possuem a característica de contração lenta, pois suportam grandes esforços por um prolongado período de tempo, nestas fibras há uma maior concentração de mitocôndrias, levando ao músculo um maior suporte de oxigênio, e seus capilares fornecem nutrição necessária durante o trabalho, apresentam também a propriedade de pouca hipertrofia isto explica o perfil dos atletas serem predominantes pelo somatótipo ectomorfo, que são indivíduos longilíneos, baixo percentual de gordura, pouco músculo, esse perfil ajudará o praticante durante o percurso já que um grande volume de massa muscular iria atrapalhar o desempenho, sendo mais peso para carregar durante um prolongado período de tempo (Newsholme, 2006)
Os critérios para a identificação dos talentos consistem em escolher testes e protocolos que possuam fidedignidade, precisão biológica, confiança e validade, avaliando a idade cronológica, estágios da maturação biológica, realizar o procedimento de testes e avaliações físicas para identificar possíveis talentos levando em consideração, a saúde do avaliado, sua adaptação fisiológica ao treinamento e à competição, e como esse indivíduo se comporta em momentos de estresse. Os testes precisam possuir uma correlação com as experiências físicas capacidades trabalhadas. Devido ao alto custo da mensuração direta do consumo de O2, são mais utilizados os métodos indiretos dos quais consistem em vários protocolos para estimar o VO2máx, a partir de variáveis como: tempo, FC, IMC, % G, idade e outros. Após selecionar o teste devemos observar sua precisão e a população para a qual o teste foi elaborado, estes podem ser máximos, submáximo e de campo, mas também os sem exercício, lembrando que quanto mais o exame exige do avaliado maior será sua preciso e risco. Dentre os métodos indiretos serão utilizados para a detecção o teste máximo de esteira usando o protocolo de Bruce e de Balke, sendo que o de Balke foi modificado por Cooper, (1968) diminuindo o tempo do teste, teste submáximo teste de 12 min. Em Balke, de acordo com estudos o teste de 4000 metros se mostrou mais preciso que o teste de Cooper para predição de velocidade limiar anaeróbia.
5. Considerações finais
Concluímos que a seleção/detecção de corredores de meio fundo e fundo leva em consideração que as características fenotípicas e genotípicas são primordiais para a classificação destes atletas, neste perfil estão englobados aspectos como composição de fibras musculares, capacidade de VO2máx, somatótipo corporal, funções motoras desenvolvidas. Essas combinações desenvolvidas agregam ao desempenho esportivo, trazendo excelentes resultados.
Um indivíduo talentoso é aquele que possui uma performance acima da média, além de apresentar o dotes genéticos referentes às modalidades a serem inseridas, deve também receber incentivo de fatores ambientais adquirindo assim ocorre um bom desenvolvimento das funções psicomotoras.
Saber qual é o principal elemento para a detecção e seleção de talento ainda é uma incógnita, pois isso se constitui de uma série de variáveis. Presumimos que a união da genética com o ambiente causa uma estrutura essencial para obtenção do sucesso esportivo.
Reconhecer que quanto mais precocemente for a descoberta de um atleta em potencial, melhor será o resultado do trabalho, sendo possível desta forma planejar um sistema de treinamento adequado, levando em consideração fortalecer as valências físicas precisas para o melhor desenvolvimento da performance, trabalhar o físico, mas também dar atenção ao psicológico, e como isso pode vir a ter efeito em seu comportamento.
Após obter percepção de um futuro talento os testes e protocolos a ser utilizados devem ser precisos e possuir validade para aquele público alvo, testes para determinar o VO2máx, limiar anaeróbio, velocidade do limiar anaeróbio, dentre outros. Durante a aplicação dos testes verificar os atletas que apresentam qualidade na frequência de passadas, os tipos de pisada e os destaques em relação ao VO2máx, economia durante a corrida, e o limiar de lactato.
Houve uma dificuldade relativa para encontrar possíveis avaliações a ser aplicadas durante a seleção dos corredores. Carecemos de protocolos e testes que possuam mais fidedignidade para serem adotados especificamente a corredores de média e longa distância, seria interessante a obtenção de mais estudos relacionados a este assunto ou comparações de testes que fossem mais precisos para esta população.
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