Percepções de pessoas idosas com
doenças crônicas Las percepciones de las personas mayores con enfermedades crónicas que asisten a un centro de convivencia de personas mayores en una ciudad de Vale do Taquari Perceptions of older people with chronic diseases who attend one elderly community center in a city of Vale do Taquari, RS, Brazil |
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* Enfermeira. Doutoranda em Ambiente e DesenvolvimentoDocente do Centro Universitário UNIVATES ** Biólogo. Doutor em Ciências. Docente do Centro Universitário UNIVATES *** Enfermeira formada pelo Centro Universitário UNIVATES ****Enfermeira. Doutoranda em Ambiente e Desenvolvimento do Centro Universitário UNIVATES |
Arlete Eli Kunz da Costa* Noeli Juarez Ferla** Arlete Henicka Moraes*** Claudete Moreschi**** (Brasil) |
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Resumo Objetivou-se conhecer a percepção de pessoas idosas que freqüentam um centro de convivência de idosos acerca da doença crônica que são acometidos e sobre o cuidado que esse grupo populacional necessita das equipes de atenção primária à saúde. Pesquisa qualitativa, realizada com 12 pessoas idosas. As doenças crônicas mais presentes nas pessoas idosas são a hipertensão arterial e as doenças cardiovasculares. Em virtude das doenças crônicas, os idosos sentem dor, dificuldade para caminhar, cansaço, entre outros sintomas. Os idosos vislumbram várias atividades que julgam importantes para seu convívio diário, como a participação no centro de convivência, a dança, contato com a natureza e caminhadas. Mostrou-se necessário a promoção de estratégias motivadoras que visem aumentar a adesão-participação dos idosos nas atividades já existentes e ainda a implantação de um espaço para os idosos passarem o dia e retornarem ao final do dia às suas moradias. Tais estratégias de cuidado podem contribuir com melhorias na atenção à saúde das pessoas idosas. Unitermos: Envelhecimento. Doença crônica. Atenção Primária à Saúde.
Abstract This study aimed to know the perception of older people attending an elderly community center about chronic disease that are affected and the care needs of this population group teams of primary health care. Qualitative research conducted with 12 elderly. The most prevalent chronic diseases in the elderly is high blood pressure, followed by cardiovascular. Because of chronic diseases, the elderly feel pain, difficulty walking, fatigue, among other symptoms. The elderly envision various activities they deem important for their daily living, such as participation in a community center, dance, contact with nature and hiking. It has been shown necessary to promote motivational strategies to increase membership-participation of older people in existing activities and also the implementation of a space for the elderly spend the day and return in the evening to their house. Such care strategies can contribute to improvements in health care of the elderly. Keywords: Aging. Chronic disease. Primary Health Care.
Recepção: 19/06/2015 - Aceitação: 09/10/2015
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 20, Nº 210, Noviembre de 2015. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
Dados mostram que o Brasil se tornou um país onde a população está envelhecendo rapidamente. Em 2011, a população de idosos brasileiros era de 20,5 milhões, em 2020, a esse número poderá chegar a 30,9 milhões, representando 14% do total da população brasileira. Essa nova realidade demanda adequações em todas as áreas de atuação, sociais, de saúde, familiares, políticas públicas abrangendo esse grupo populacional (Kuchemann, 2012).
O Brasil está passando por um processo de mudanças na pirâmide populacional. A população com mais de 60 anos de idade está aumentando de maneira crescente, um fato irreversível, que repercute visibilidade para a sociedade. Tal mudança traz também conseqüências que pode interferir na qualidade de vida individual e coletiva, tornando-se necessário uma reformulação na concepção sobre o envelhecimento, tanto da sociedade em geral quanto dos profissionais de saúde envolvidos na assistência. Para isso, torna-se imprescindível buscar alternativas para inserir a faixa etária dos idosos em diferentes meios sociais, bem como, buscar mais recursos para que se possam oferecer serviços que atendam às necessidades específicas dos idosos (Mafra, 2011).
A sociedade, de modo geral, anseia em manter uma vida longa. Para que esse processo seja vivido de forma mais tranqüila, é necessário acrescentar, nessa conquista, a promoção da qualidade de vida e a manutenção da autonomia. É relevante e imprescindível considerar as limitações de cada indivíduo, a capacidade de preparação para novos significados na vida, bem como, incentivar a promoção de práticas de cuidados pautados na integralidade de atenção à saúde (Veras, 2009). Entre as doenças que afetam os idosos, merecem destaque as doenças crônicas, as quais podem provocar limitações funcionais, isolamento social, perdas significativas da qualidade de vida, mortes prematuras na terceira idade, entre outros. Esta situação ainda pode se agravar pelo fato da carência de recursos econômicos disponibilizados à saúde, pois este segmento populacional demanda ações específicas e recursos públicos, requerendo capacidade gerencial para conduzir essa escassez (Malta, 2011).
No processo de trabalho voltado para a população idosa existem algumas dificuldades pontuadas pelas equipes de profissionais de saúde, como a falta ou pouca qualificação profissional e a fragmentação de redes de cuidado. Contudo, as equipes de saúde são essenciais para a promoção, prevenção e reabilitação da saúde dos idosos. Quando é oferecido uma assistência humanizada e integral, pode auxiliar no controle e manutenção da saúde, podendo proporcionar uma melhor qualidade de vida aos idosos (Portella, 2010).
Frente ao exposto, considera-se importante obter uma visão mais ampliada acerca da saúde da população idosa, bem como, otimizar a qualidade dos serviços oferecidos com assistência embasada no cuidado integral. Para tanto, o presente estudo tem como objetivo conhecer a percepção de pessoas idosas que freqüentam um centro de convivência de idosos acerca da doença crônica que são acometidos e sobre o cuidado que esse grupo populacional necessita das equipes de atenção primária à saúde.
Métodos
Trata-se de uma pesquisa exploratório-descritiva, com abordagem qualitativa. Participaram 12 pessoas idosas, que freqüentavam um Centro de Convivência de pessoas idosas de um município do interior do Estado do Rio Grande do Sul, do sexo feminino e masculino, com mais de 60 anos de idade, acometidas por doenças crônicas, residentes no município que ocorreu a pesquisa e que utilizavam os serviços da atenção primária à saúde.
Os dados foram coletados por meio de entrevistas, com perguntas semiestruturadas, no período de agosto a setembro de 2014. Para realização do convite aos participantes dessa pesquisa, inicialmente, foi realizado agendamento prévio com o coordenador do grupo do Centro de Convivência e, após, realizou-se um convite verbal a todos os idosos que estavam participando do grupo, os quais foram informados sobre os objetivos da pesquisa.
As entrevistas foram agendadas com antecedência, conforme disponibilidade e aceite de cada participante, as quais foram realizadas em um ambiente separado no Centro de Convivência. Antes de se iniciar as entrevistas, foi lido um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), assim como a autorização do mesmo, solicitando-se ao participante que o assinasse. Foi informado que os dados coletados seriam utilizados somente para fins científicos.
As entrevistas foram áudio gravadas e transcritas na íntegra, após, foram analisadas por meio da análise temática de conteúdo (Bardin, 2011). Para manter o sigilo quanto a sua identidade e suas falas, os participantes da pesquisa foram identificados com a letra “P” de participante seguido de um número (de 1 a12), atribuído conforme a seqüência de realização da entrevista.
Para o desenvolvimento da pesquisa, foram respeitados os critérios éticos, conforme Resolução Nº 466, de 12 de dezembro de 2012, do Conselho Nacional de Saúde (CNS), que define as diretrizes e normas reguladoras de pesquisas envolvendo seres humanos (Brasil, 2012).
Resultados e discussão
Os resultados serão apresentados e discutidos por meio de três categorias, descritas a seguir:
Doenças crônicas em pessoas idosas: quais doenças? E como se sentem diante do enfrentamento da doença?
Doenças crônicas em pessoas idosas: o que é importante para seu convívio diário? E quais atividades de lazer os idosos estão desenvolvendo?
Doenças crônicas em pessoas idosas: quais são as expectativas de cuidado que os idosos esperam dos profissionais de saúde e da gestão municipal?
Doenças crônicas em pessoas idosas: quais doenças? E como se sentem diante do enfrentamento da doença?
Quando questionados os idosos sobre o tipo de doença crônica que possuem, cabe destacar que alguns são acometidos com mais de uma doença.
A hipertensão arterial acomete 11 entrevistados, a doença cardiovascular aparece em quatro idosos, três com osteoporose, três com artrite, duas pessoas com obesidade, uma com doença respiratória (asma) e uma pessoa com diabetes associada com problemas cardiovasculares.
O aumento de múltiplas doenças crônicas que acomete os idosos implica na sua vida cotidiana e capacidade funcional, além de ocasionar maior vulnerabilidade e dependência, contribuindo para a diminuição da qualidade de vida. Tudo isso repercute na convivência social e familiar, na autonomia e independência da pessoa idosa (Alves et al., 2007). Os participantes relatam que em virtude das doenças crônicas referidas, sentem dor, fraqueza, sofrimento, dificuldade para caminhar, cansaço, entre outros sintomas. Seguem algumas falas:
. (P1).[...] com a minha idade, já é tempo, não tem reforma, fico nervoso com as dores, mas preciso trabalhar
[...] fico chateado, mas o corpo não ajuda mais. (P3).
[...] tenho muita dor nas juntas, às vezes não mexo as pernas, mas devagar vou indo. (P6).
[...] fé em Deus, bastante oração, tenho que tá preparado com Deus. (P10).
As pessoas que sofrem de diferentes doenças crônicas têm de aprender a conviver com várias limitações em seu cotidiano, uma vez que a doença exige adaptação do paciente e dos familiares em diferentes aspectos da vida (Stanton, Revenson e Tennen, 2007). Esse ajustamento implica, possivelmente, uma marcada diminuição da qualidade de vida (Azevedo et al., 2013).
Os idosos apresentam deferentes enfrentamentos sobre seu estado de saúde ou situação em que se encontra, dependendo da sua história, das crenças e valores, dos objetivos de vida e da interpretação da fase de vida em que está vivendo. Algumas pessoas conseguem se adaptar com mais facilidade a diferentes circunstâncias cotidianas e limitações que possam surgir durante a velhice, buscando o bem estar (Horta, Ferreira e Zhao, 2010).
A pessoa idosa, de modo geral, já tem algumas perdas funcionais significativas fisiológicas. Além disso, na medida em que as pessoas envelhecem, são acometidas por várias doenças crônicas e isso provoca importantes perdas funcionais, sobretudo, na faixa etária acima de 65 anos (Veras, 2012). Estudo que avaliou a qualidade de vida de usuários portadores de doenças crônicas que buscam atendimento nas unidades básicas de saúde, demonstrou que existe uma relação entre qualidade de vida e presença de doença crônica, que ao menos a presença de uma doença crônica já afeta a qualidade de vida dos pacientes da amostra (Azevedo et al., 2013).
O modelo assistencial que temos ainda é ineficaz, pois ocorre que normalmente a população idosa com doenças crônicas são captadas pelos serviços de saúde quando as doenças já estão instaladas, com poucas chances de resolubilidade nas questões de saúde dos idosos, aumentando os custos nos serviços (Veras, 2012). Isso denota a importância de cada vez mais discutir a temática da saúde dos idosos e colocá-la entre as prioridades das políticas públicas.
Doenças crônicas em pessoas idosas: o que é importante para seu convívio diário? E quais atividades de lazer os idosos estão desenvolvendo?
Os participantes mencionam diversas atividades que julgam importantes para seu convívio diário, conforme se pode observar nas falas abaixo:
[...] fazer minhas coisas em casa. (P1).
[...] tomar chimarrão com a veia, tomar um café reforçado, fazer comida boa e o serviço por casa. (P3).
[...] o bom é acordar e fazer as minhas coisas, os filhos estão bem encaminhados, eu tomo meu remédio e fica tudo bem. (P6).
[...] cuidar da minha horta e dos meus bichinhos. (P7).
[...] sempre é bom, tomo café, caminho, falo com os velhinhos, não deixo a depressão pegar, a tranquilidade com os filhos e agradecer a Deus. (P10).
[...] gosto de passear e ir nos vizinhos, ficar com a família. (P12).
Ainda, os idosos que participaram dessa pesquisa referiram acerca de suas atividades de lazer. Todos os entrevistados citam que gostam da quarta-feira à tarde, quando tem o encontro no Centro de Convivência; nove deles gostam de dançar, os demais tem como lazer estar em contato com a natureza, freqüentar a Igreja, e fazer comidas diferentes; caminhada, academia de dança, tocar gaita e receber visitas.
Também foi possível perceber que, para os idosos quando se fala de lazer e tarefas rotineiras, os mesmos entendem que as duas coisas são uma diversão, como eles não têm mais o compromisso de um trabalho formal, cumprir horários, a percepção é que tudo que realizam, são coisas boas e que dão prazer, valorizam e necessitam da amizade, do convívio social e familiar para não perderem sua identidade.
Diversas são as situações que podem ser vivenciadas de maneira singular pelas pessoas idosas, como as perdas cognitivas, físicas e mentais e também podem ocorrer mudanças na personalidade, na vida social e produtiva. Tais circunstâncias afetam de alguma forma a autonomia e a independência para o viver diário e a qualidade de vida dos idosos (Gonçalves et al., 2013). Para isso, torna-se fundamental estimular as pessoas idosas, principalmente, quanto estas apresentam doenças crônicas, a realização de atividades de lazer, conforme a singularidade de cada idoso. Estudiosos pontuam a relevância dos grupos de convivência, sendo este, um espaço para os idosos mostrar seu papel na sociedade, permite também, manter vínculos sociais, independência e autonomia, melhorando a autoestima, favorecendo um estilo de vida mais saudável (Rizzolli e Surdi, 2010).
As atividades lúdicas representam uma opção de lazer às pessoas idosas, pois possibilitam vários benefícios a quem as realiza. Estudos desenvolvidos com idosos observaram que a recreação e o lazer instigam a criatividade, possibilitando o desenvolvimento das capacidades e potencialidades das pessoas. Ainda, atividades de lazer podem aprimorar as funções cognitivas, beneficiar as relações e o convívio entre os idosos, além de entreter, divertir e aumentar a autoestima, representando uma atividade ocupação para as pessoas idosas e estimulando-os a procurar diferentes táticas para recriar o modo de viver (Frias et al., 2011, Lucca e Rabelo, 2011).
Profissionais de saúde que trabalham em Instituições de Longa Permanência de Idosos (ILPI) apontam vários benefícios aos idosos institucionalizados decorrentes de oficinas lúdicas desenvolvidas com os idosos residentes. Entre os aspectos positivos da participação dos idosos nas atividades lúdicas das oficinas, redução da agressividade, diminuição da acomodação, aproveitamento do tempo ocioso, despertar do interesse, promoção da interação e sociabilidade, estímulo para desenvolver capacidades, entre outros. Portanto, a realização de atividades lúdicas representa uma alternativa de cuidado e ocupação durante o tempo livre de idosos, contribuindo para uma melhora significativa no cotidiano e na qualidade de vida dos idosos (Balla e Scortegagna, 2014).
Doenças crônicas em pessoas idosas: quais são as expectativas de cuidado que os idosos esperam dos profissionais de saúde e da gestão municipal?
Os idosos que participaram da pesquisa relataram o que esperam da equipe de profissionais de saúde, conforme mostra algumas falas:
(P1).[...] sempre recebemos atenção dos médicos, enfermeiras, farmácia, exames, muito bom.
[...] receber atenção. (P4).
[...] sempre temos atenção de todos, os grupos são bons. (P5).
[...] sempre temos ajuda, exames remédios. (P7).
[...] continuar assim. (P8).
Os participantes também mencionaram o que eles gostariam que o município oferecesse para sua faixa etária, dos idosos. Seguem algumas falas:
. (P2).[...] ter uma casa onde o idoso pode ir de manhã e voltar de noite, e ter jogos, brincadeiras, aulas de línguas
[...] falar mais com as famílias de velhinhos, para dar mais amor e carinho, tem muita gente triste. (P5).
[...] acho que tem que convidar mais os idosos para as coisas que temos, os profissionais, vizinhos, cada um convidar um amigo, para ver como é bom. (P8).
Percebe-se que a expectativa dos participantes em relação aos profissionais de saúde, de modo geral, é continuar recebendo atenção dos profissionais. Isso denota uma satisfação dos idosos quanto ao atendimento de suas necessidades de questões relacionadas à atenção à saúde.
Em relação às expectativas dos idosos com a gestão municipal, os participantes mencionaram que é necessário disseminar convites e motivar os idosos a participarem de atividades que já existem. Também pontuaram a necessidade e importância da implantação de um estabelecimento que proporcione atividades durante o dia para os idosos, que ao final do dia eles possam retornar às suas casas.
O convívio e cuidados que os idosos requerem interfere na funcionalidade da dinâmica familiar, o que repercute de forma negativa na qualidade de vida e estilo de vida dos cuidadores, além da dos próprios idosos nos diferentes domínios e facetas. Isso implica em reformas necessárias nas políticas públicas e sociais que favoreça a rede de apoio à população idosa, bem como, à suas famílias cuidadoras (Gonçalves et al., 2013).
O fenômeno do envelhecimento populacional nos países em desenvolvimento alude em redirecionamento das políticas públicas, sobretudo, aquelas voltadas para aspectos da saúde da população que envelhece. Acredita-se, portanto, que a população idosa, a sociedade e os gestores nas várias esferas de governo necessitam constantemente discutir as necessidades de saúde dos idosos, em relação às ofertas de serviços, com organização e integração das redes de atenção em sistemas para a manutenção da saúde, principalmente em sua funcionalidade (Fernandes e Soares, 2012).
Frente ao exposto, cabe destacar que é importante fortalecer cada vez mais o papel da atenção primária à saúde na atenção à saúde das pessoas idosas, visto que esta é uma estratégia de organização do sistema de saúde que tem como objetivo realizar ações de promoção à saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento de problemas de saúde mais prevalentes e reabilitação individual e coletiva (Lima e Fleck, 2011).
Com as modificações que vivenciamos sobre o envelhecimento, as questões associadas à velhice estão demandando mais esforços no sentido de manter o idoso ativo, com independência, autonomia, autoestima e mantê-lo inserido no meio social o maior tempo possível com qualidade de vida, ainda é um grande desafio para a sociedade e para as equipes de saúde. Exigindo esforços e conhecimento, diferentes estratégias de trabalho, ações inovadoras que consideram e contemplam a saúde do idoso com bases humanísticas e compatíveis com as realidades e particularidades de cada espaço, na sua integralidade.
Conclusão
Evidenciou-se que as doenças crônicas mais presentes nas pessoas idosas que participaram desta pesquisa é a hipertensão arterial, a qual acomete a maioria dos idosos, seguida das doenças cardiovasculares. Em virtude das doenças crônicas, os idosos sentem dor, fraqueza, sofrimento, dificuldade para caminhar, cansaço, entre outros sintomas. Os idosos vislumbram várias atividades que julgam importantes para seu convívio diário e também mencionam algumas atividades que estão sendo desenvolvidas como forma de lazer, como a participação no centro de convivência, a dança, contato com a natureza, caminhadas, instrumentos musicais, entre outros.
Ainda, este estudo possibilitou evidenciar que os idosos almejam continuar recebendo a atenção necessária dos profissionais de saúde nas questões relacionadas à sua atenção à saúde. Os idosos que participaram deste estudo demonstraram-se satisfeitos quanto a isso. Quanto as expectativas dos idosos em relação à gestão municipal, constatou-se necessário a promoção de estratégias motivadoras que visem aumentar a adesão-participação dos idosos nas atividades já existentes. Mostrou-se importante a implantação de um espaço para os idosos passarem o dia e retornarem ao final do dia às suas moradias.
Fica a sugestão para os profissionais de saúde e gestores municipais refletirem acerca das evidências deste estudo, como estratégias de cuidado, com vistas às melhorias na assistência prestada as pessoas idosas.
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