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Diagnóstico de enfermagem: tensão do papel de 

cuidador familiar das vítimas de acidentes de trânsito

Diagnóstico de enfermería: la tensión del rol del asistente familiar de las víctimas de accidentes de tráfico

 

*Graduanda do Curso de Enfermagem do Centro Universitário

Adventista de São Paulo – UNASP - São Paulo, SP

**Docente do Departamento de Enfermagem do Centro Universitário

Adventista de São Paulo – UNASP - São Paulo, SP

(Brasil)

Allynne Bispo*

Ivone da Silva**

Blenda Ramos*

allynnebispo@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O cuidador familiar é um ser que sofre a limitação de seu ente tanto quanto o próprio doente; é uma figura singular, sensível, muitas vezes esquecido e ignorado. Ele necessita de orientações para se fortalecer nesse processo. Os objetivos deste estudo foram identificar em cuidadores familiares de acidentados no trânsito, as características definidoras e os fatores relacionados ao Diagnóstico de Enfermagem de Tensão do Papel de Cuidador e traçar intervenções teóricas de enfermagem para minimizar tal diagnóstico, conforme Carpenito-Moyet (2011). Trata-se de um estudo transversal de abordagem qualitativa onde foram analisadas sete cuidadoras de acidentados com seqüelas motoras. A coleta dos dados foi realizada mediante aplicação de formulário de pesquisa com quatro questões norteadoras para a entrevista. A ocorrência de um acidente de trânsito traz grandes alterações físicas e emocionais para o cuidador familiar, tais como somatização com dor em diversas partes do corpo; sono perturbado; isolamento social; choro e tristeza. O cuidador familiar se encontra em constante tentativa de tranqüilizar, amenizar a dor e promover o bem-estar do acidentado, esquecendo-se de si mesmo; sendo assim é necessário que sejam traçadas intervenções que minimizem essas alterações.

          Unitermos: Acidentado. Cuidador familiar. Diagnóstico de enfermagem.

 

Resumen

          El asesor familiar es un ser que sufre las limitaciones de su ser tanto como el propio paciente; es una figura singular, sensible, a menudo se pasa lo por alto y es ignorado. Precisa de orientaciones para fortalecerse en este proceso. Los objetivos de este estudio fueron identificar en los asesores familiares de accidentados en el tráfico, las características determinantes y los factores relacionados al diagnóstico de Enfermería de tensión de rol de asesor de y delinear las intervenciones teóricas de enfermería para minimizar tal diagnóstico, según Carpenito-Moyet (2011). Es un estudio transversal con enfoque cualitativo donde se estudiaron siete asesoras de accidentados con secuelas motoras. La recolección de datos se realizó mediante la aplicación de cuestionario con cuatro preguntas orientadoras para la entrevista. La circunstancia de un accidente de tráfico trae grandes alteraciones físicas y emocionales para el asesor familiar, tales como somatizaciones con dolor en diferentes partes del cuerpo; trastornos del sueño; aislamiento social; llanto y tristeza. El asesor familiar está constantemente tratando de tranquilizar, aliviar el dolor y promover el bienestar del accidentado, olvidándose de sí mismo; por lo tanto, es necesario que sean realizadas intervenciones para minimizar estas alteraciones.

          Palabras clave: Accidentados. Asistente familiar. Diagnóstico de enfermería.

 

Recepção: 14/05/2015 - Aceitação: 03/09/2015

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 20, Nº 210, Noviembre de 2015. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Os acidentes de trânsito (AT) são causadores de sérios agravos ao ser humano. Entendendo que a família é atingida de forma direta e indireta com as conseqüências do AT de um ente querido, acredita-se que, quando um de seus membros se encontra em um momento de crise, o âmbito familiar entra em desequilíbrio. Nesse contexto, as repercussões do AT são complexas e os familiares passam a desempenhar ações necessárias cuidando do ente com as seqüelas do acidente (Sousa Filho; Xavier; Vieira, 2008).

    Conforme Jandrey (2009), o cuidado é uma atitude de ocupação e preocupação para com as pessoas e, além disso, faz parte da essência do ser humano e que sem ele o ser humano não sobreviveria. O membro de família que assume este cuidado é chamado de cuidador familiar.

    A tarefa de cuidar de um adulto dependente requer do cuidador uma grande disponibilidade física, emocional e socioeconômica, podendo ser extremamente desgastante. Na escala de prioridades, a saúde do cuidador fica em segundo plano e, desta forma, a sobrecarga física de cuidados, aliada ao estresse emocional repetido, pode torná-lo tão doente e dependente como aquele de quem cuida (Brito; Rabinovich, 2008).

    É importante que se comece a pensar nesse cuidador de maneira a poder criar estratégias para ampará-lo e também que se influencie na elaboração de políticas públicas direcionadas, assim como na formação profissional com visão ampliada para a abordagem a esse grupo populacional (Marques et al, 2011). A assistência ao cuidador familiar requer um redirecionamento do olhar daqueles que planejam e executam ações assistenciais em seu favor, no sentido de implementar intervenções que venham minimizar o impacto da condição de dependência do indivíduo sobre o cuidador (Fernandes ; Garcia, 2009).

    O enfermeiro deve não somente trabalhar voltado às necessidades do doente, mas também às necessidades do cuidador, figura de referência para o resultado positivo ou negativo na recuperação do doente e manutenção de seu próprio estado de saúde (Bicalho; Lacerda; Catafesta, 2008).

    Faz-se necessário identificar os diagnósticos de enfermagem, caracterizá-los e relacioná-los, pois são julgamentos clínicos sobre respostas do indivíduo, da família ou da comunidade aos problemas de saúde/processos de vida reais ou potenciais (Carpenito-Moyet, 2011).

    Portanto o presente estudo tem como objetivos, identificar em cuidadores familiares de acidentados no trânsito, as características definidoras e os fatores relacionados ao Diagnóstico de Enfermagem de Tensão do Papel de Cuidador, através de um formulário que foi aplicado e traçar intervenções teóricas de enfermagem para minimizar tal diagnóstico, conforme Carpenito-Moyet (2011).

Método

    Foi conduzido um estudo transversal de abordagem qualitativa realizado com cuidadores familiares de pacientes adultos, com seqüelas motoras vítimas de acidentes de trânsito, moradores do município de São Paulo.

    A seleção da amostra foi feita através da técnica de bola-de-neve (snowball technique). Este método permite a definição de uma amostra através de indicações feitas por pessoas que compartilham ou conhecem outras que possuem as características de interesse da pesquisa, e termina quando alcança o objetivo proposto (Biernacki; Walford, 1981). Os sujeitos do estudo foram 07 indivíduos respectivamente identificados como Cuidadora A, B, C, D, E, F e G.

    Os critérios de inclusão para seleção dos sujeitos constituiu em cuidadores familiares: com idade igual ou superior a 18 anos; prestando cuidados há, no mínimo dois meses; de vítimas que sofreram acidente de trânsito há, no mínimo 6 meses;que não fossem remunerados.

    Foi elaborado um formulário baseado nas características físicas e emocionais definidoras relativas ao Diagnóstico de Enfermagem de Tensão no Papel de Cuidador. As questões foram verbalizadas pelas pesquisadoras. O entrevistado, principal cuidador do acidentado, respondeu verbalmente. Suas respostas foram gravadas e na ausência do participante, transcritas pelas entrevistadoras. As gravações serão mantidas com as pesquisadoras durante cinco (05) anos e depois deletadas.

    Como técnica para análise dos dados, utilizou-se a “análise temática” de Minayo (2004). O material produzido foi agrupado em categorias temáticas, compatíveis com o método utilizado. As unidades de registro foram classificadas e agregadas em duas categorias de análise relativas ao Diagnóstico de Enfermagem de Tensão do Papel de Cuidador: características definidoras físicas e emocionais e fatores relacionados.

    O estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP-SP), sendo o Número do Parecer 377.698 e o Número do CAAE 20802913.0.0000.5377. E por envolver seres humanos, foi norteado pelos princípios normativos contemplados pela Resolução n° 466/12 do CNS/MS (BRASIL, 2012). O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, em duas vias, foi oferecido para todos os participantes assinarem.

Resultados e discussão

    As sete cuidadoras entrevistadas foram do sexo feminino, confirmando a literatura de que os cuidados são realizados geralmente por uma mulher. Segundo Ferreira et al (2012), comumente a mulher cuida de várias e de todas as gerações: bebês, crianças, adultos e idosos; sadios e doentes. Elas agregam várias funções de cuidado para manter a ordem familiar. Quando se faz necessário, é comum a mulher abandonar tudo para exercer o papel de cuidadora.

    Cuidar, no domicílio, de um familiar com dependência, acarreta diversas mudanças nos âmbitos físico, psicológi­co e social do cuidador (Amendola; Oliveira; Alvarenga, 2011).

    Segundo Sousa Filho; Xavier e Vieira (2008), a depressão/tristeza é constante no cotidiano dos cuidadores, pois a impotência e a incapacidade em prover cuidados também contribuem com esse estado melancólico; a amputação de um membro é outro motivo referido dessa depressão, e que contribui para a instabilidade emocional. De acordo com o relato da cuidadora C, após o choro ela se sentia aliviada e mais forte para continuar seus afazeres.

    “Quando eu to sozinha eu sinto uma emoção, me entristeço (choro). Sinto muita vontade de chorar. Às vezes eu choro cuidando sabe?! Eu não choro na frente, mas eu choro, choro, choro até desabafar. Depois de desabafar eu torno a ter aquela força de novo.” (Cuidadora C)

    A religião e a fé são percebidas como uma forma de aliviar os conflitos internos, de favorecer a aceitação por parte do cuidador familiar da situação vivenciada no presente e de melhorar as expectativas que ele possui em relação ao futuro de seu familiar doente e de seu próprio futuro (Barreto; Marcon, 2012). As cuidadoras A e B identificam claramente a espiritualidade em seus discursos.

    “Tem dia que eu dou banho nela, ela tá bem né?! Eu deito e fico do lado dela conversando com Deus. Nunca procurei ajuda psicológica, abro a Palavra de Deus e vejo o que Ele diz.” (Cuidadora A)

    “Quando eu comecei a cuidar dela eu sofri muito porque ela gemia muito, ela chorava muito, sentia muita dor e eu não tinha o que fazer. Eu queria que aquela dor dela passasse pra mim. Mas então eu fui cuidando, fui rezando, pedindo a Deus [...]” (Cuidadora B)

    Os mais resilientes encontram na religião o apoio emocional para justificar sua dedicação. Não deixam, entretanto, de sofrer da sobrecarga física e emocional, tornando-se potenciais doentes (Marques et al, 2011).

    O cuidado constante ao familiar impedia que as cuidadoras tivessem uma vivência comunitária adequada, por exemplo, a dificuldade de participar dos cultos.

    “As vezes eu não vou pra igreja pra não deixar ele sozinho, fico preocupada. Eu fico um pouco atarefada [...]” (Cuidadora D)

    “Então eu não tenho mais vida social, festas, aniversários, igreja, eu não posso e se eu for eu já fico pensando, já deixo o lanchinho dele pronto do lado dele, embora ele fale que posso ir e tal, mas eu não conseguia né?!” (Cuidadora E)

    Observou-se que as cuidadoras eram privadas de atividades de descontração fora do lar ocasionando uma ruptura de seu convívio social. Além de não saírem, elas não recebiam visitas contribuindo assim para o isolamento social.

    As cuidadoras manifestaram sentimento de pena dos seus familiares e o desejo de se sentirem fortes para cuidar do ente querido.

    “[...] Não tem como não ser forte, eu sinto dó porque eu não gostaria de ver meu esposo nessa situação.” (Cuidadora C)

    Conforme Bicalho, Lacerda e Catafesta (2008) o cuidador familiar é um indivíduo que se recolhe a uma vida voltada para o paciente, muitas vezes vivenciando conflitos internos em virtude da grande responsabilidade que assume.

    “Não sei direito, mas eu acho que a gente se envolve tanto que acaba sentindo um pouco das dores do acidentado. É uma dor que vem direto do coração, afinal de contas é minha filha. Preferia que as dores fossem em mim. Me sentiria melhor assim.” (Cuidadora G)

    Para Jandrey (2009), o cuidado é uma atitude de ocupação, preocupação e responsabilização para com as pessoas e não somente um momento de atenção e esmero. A falta de conhecimento pode ser a causa de alguns sentimentos como: medo, insegurança, culpa, impotência, frustração, desespero, entre outros.

    O cuidador familiar compartilha a dor e o sofrimento da pessoa cuidada, é fonte tanto de angústia e estresse para o doente quanto de apoio. Presencia a depressão, a impaciência, a agitação, as reclamações, a tristeza do paciente por causa do seu problema, ou baixa autoestima (Pinto; Nations, 2012).

    De acordo com o estudo de Rocha et al (2011), o cuidar é uma tarefa exaustiva e estressante originando sobrecarga ao cuidador, e isso pode implicar na qualidade de assistência prestada ao familiar e, conseqüentemente, na qualidade de vida de ambos.

    “[...] Tudo isso acaba afetando o emocional do ente, quando afeta o emocional dele afeta você. Indiretamente acaba afetando você.” (Cuidadora F)

    Apesar de inicialmente a família se desestruturar, ela vai se reorganizando com o tempo, podendo inclusive haver uma maior aproximação dos seus membros (Luchesi et al, 2013).

    Conforme Lima et al (2011) a partir do momento que diminuindo a sobrecarga e o estresse vivenciado pelo cuidador, as relações familiares tendem a se harmonizar, a família passa a compreender a problemática vivenciada.

    “Ele reconhecia o que a gente fazia, o casamento da gente até melhorou né?! Porque o amor na dificuldade é difícil de se mostrar e a gente conseguiu perceber que existia amor.” (Cuidadora E)

    Sentimentos de tranqüilidade, prazer, alegria, gratificação também foram manifestados pelas cuidadoras.

    “Eu procuro ficar bem tranqüila, ficar bastante calma [...] Eu descobri algo em mim que eu não sabia que eu tinha. Eu nunca pensei que eu fosse capaz de cuidar das pessoas porque eu nunca tinha passado por uma experiência assim e pra mim é gratificante, porque é bom saber que as pessoas precisam da gente também e não só a gente delas.” (Cuidadora F)

    De acordo com Brito e Rabinovich (2008), a sobrecarga física está freqüentemente associada aos cuidados prestados aos pacientes mais dependentes, em especial, ao transporte e deambulação.

    Das cuidadoras, cinco, se queixaram de dores enquanto cuidavam dos acidentados indicando o esforço físico como conseqüência dessas dores. Ao realizar procedimentos como colocar o indivíduo na cama, cadeira de locomoção ou higiênica; ajustar a posição; ou até mesmo auxiliar na deambulação, as cuidadoras fisicamente se esforçavam além dos seus limites, pois se deparavam com o peso do familiar.

    Nos estudos de Costa et al (2013), as queixas de dores articulares mais comuns foram: região cervical, região lombar e membros superiores. Conforme vemos a seguir, a Cuidadora A admitiu fazer uso de medicamento como forma de alívio a suas dores.

    “Tenho muita dor na coluna e meu braço dói também, porque eu pego ela muito né?! Então dói. E quando sinto dor eu tomo analgésico e passa.” (Cuidadora A)

    Para Simonetti e Ferreira (2008), os cuidadores podem desenvolver sintomas físicos devido ao impacto sofrido com o processo de cuidar. Seus estudos identificaram em cuidadores a hipertensão arterial, problemas digestivos, respiratórios e infecções como os mais citados.

    Segundo Baptista et al (2012), a sobrecarga é uma situação vivenciada por familiares que desempenham a função de cuidador, exposto a múltiplos fatores que levam ao desgaste físico, causando um ônus importante ao seu cotidiano.

    “A dor de estômago veio uns dois dias depois do acidente, eu comecei a perceber que eu estava ruim porque eu sentia fraqueza, e eu achava que era a pressão porque eu tenho tendência a ter pressão baixa e daí cuidando dele e dos filhos eu me esquecia até de comer.” (Cuidadora E)

    Um dos sintomas pertinentes no processo de cuidar é o distúrbio do sono. As dores e gemidos do familiar, o medo e a preocupação foram externados como sendo os motivos da insônia.

    O aumento com os gastos, a sobrecarga das funções, afastamento das atividades sociais e de lazer e o aprendizado com demandas práticas e emocionais do cuidado acabam por alterar a saúde do cuidador e o bem estar familiar (Luchesi et al, 2013).

    De acordo com Baptista et al (2012) a dificuldade do cuidar não se fundamenta na realização das tarefas em si, mas também na dedicação necessária para satisfazer as necessidades do outro, em detrimento das suas próprias necessidades. Conforme Simonetti et al (2008) os cuidadores sentiam a perda da liberdade e que suas vidas se limitavam a cuidar do outro, não desfrutando de atividades de lazer, o que causava infelicidade e desânimo.

    “Eu queria sair, andar um pouco. Não tenho nem lazer, quero tirar o foco dela.” (Cuidadora A)

    Para tanto, Inouye; Pedrazzani e Pavarini (2010) salientam que as intervenções psicoeducacionais devem apoiar a otimização de conhecimentos e aptidões que proporcionem encorajamento e satisfaçam as necessidades individuais, para que os familiares se sintam aceitos e compreendidos em suas dificuldades e limitações.

    É de suma importância que se conheça o universo dos cuidadores [...] para que a equipe da Estratégia de Saúde da Família possa traçar estratégias de saúde, segundo as necessidades e a acessibilidade dos indivíduos. São os cuidadores domiciliares que irão dar continuidade ao tratamento necessário para a convalescência do sujeito em seu domicílio (Araujo et al, 2013).

    Diante do Diagnóstico de Tensão do Papel de Cuidador conforme Carpenito-Moyet (2011) o enfermeiro deve investigar se o cuidador familiar tem entendimento sobre a situação do familiar acidentado e quais são suas expectativas sobre a melhora ou piora dessa situação. Faz-se necessário discutir com a família do acidentado a importância de reconhecer regularmente a sobrecarga da situação para o cuidador; a importância do apoio emocional, através de telefonemas regulares, cartões, cartas e visitas; e a necessidade de dar ao cuidador a “permissão” para divertir-se, tendo férias e folgas. A família deve ser orientada sobre os benefícios de ouvir sem dar conselhos e a importância de oferecer apoio e ajuda financeira.

    A pessoa que cuida de um familiar em casa necessita de ajuda em várias atividades, portanto é importante que o enfermeiro investigue quais são as tarefas nas quais a família poderá auxiliar o cuidador, por ex.: lavagem de roupas; consertos na casa; limpeza da casa; folgas (número de horas por semana); compras, tarefas de rua; controle do dinheiro; refeições; transporte; compromissos (médico, cabeleireiro); necessidade da pessoa que recebe (higiene, alimentos, tratamentos, mobilidade).

    O enfermeiro deve também proporcionar empatia e promover sensação de competência e demonstrar como pedir ajuda ao cuidador. Discutir os efeitos do plano atual e as responsabilidades de: saúde física, estado emocional e relacionamentos.

    Ao identificar todas as fontes possíveis de auxílio voluntário, seja da família ou amigos, vizinhos, igreja, grupos comunitários, grupos de apoio, transporte, aconselhamento ou serviço social, o enfermeiro estará trabalhando pela melhoria da qualidade de vida do cuidador familiar.

    Para prestar esta assistência direcionada cabe ao enfermeiro estabelecer as intervenções necessárias de acordo com o Diagnóstico de Tensão do Papel de Cuidador que é definido como dificuldade para desempenhar o papel de cuidador da família, onde o indivíduo apresenta estado de sobrecarga física, emocional, social e/ou financeira no processo de cuidar de outra pessoa (NANDA, 2012; Carpenito-Moyet, 2011).

Considerações finais

    Percebeu-se que o adoecimento de entes queridos trouxe para estes cuidadores mudanças que lhes causaram danos à saúde tanto física quanto emocional. Notou-se que esses cuidadores sofreram emocionalmente demonstrando este sofrimento com choro; tristeza; isolamento; frustrações e também fisicamente por relatarem dores em várias partes do corpo, como na coluna, braço, cabeça, ossos, joelho; problemas gástricos; sensação de cansaço e fadiga.

    Entendendo-se que o cuidador familiar se encontra em constante tentativa de tranqüilizar, amenizar a dor e promover o bem-estar do acidentado, esquecendo-se de si mesmo, é compreensível que este sofra grandes alterações físicas e emocionais, sendo assim necessário que sejam traçadas intervenções que minimizem essas alterações.

    Intervenções teóricas de enfermagem para minimizar o Diagnóstico de Tensão do Papel de Cuidador baseados em Carpenito-Moyet (2011) foram traçadas, propondo detalhadamente as metas, indicadores e intervenções gerais que visam melhorar a qualidade de vida daqueles que cuidam de familiares acidentados.

Bibliografia

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Lecturas: Educación Física y Deportes - ISSN 1514-3465 - © 1997-2015 Derechos reservados