efdeportes.com

Alterações nos níveis de glicose após 

ingestão de diferentes tipos de carboidratos

Los cambios en los niveles de glucosa en sangre después de la ingestión de diferentes tipos de hidratos de carbono

 

*Graduandos do Curso de Licenciatura em Educação Física – Doctum Serra

**Mestre em Educação em Ciências – Doctum Serra

(Brasil)

Fabiano de Moraes Borges*

Patrícia Ferreira Alves*

Silmar Robson Salvador da Costa*

Rodolfo Moura Pereira**

rodolfoefi@yahoo.com.br

 

 

 

 

Resumo

          O objetivo desse estudo foi verificar os níveis de glicose em dois momentos (jejum e após a ingestão de carboidratos). O estudo foi realizado com quatro pessoas onde três do sexo masculino e um do sexo feminino entre 22 a 35 anos de idade. A primeira aferição da glicose foi realizada pela manhã em jejum de seis horas e as aferições após a ingestão dos carboidratos (batata doce, banana e maltodextrina) foram realizadas pela manhã depois de 40 minutos da ingestão dos mesmos, os consumo e verificação do nível de glicose foram realizados em dias alternados com cada carboidrato específico. Foi observado que na primeira aferição em jejum os níveis glicêmicos estavam dentro do percentual de normalidade desejado e nas aferições seguintes apos a ingestão dos carboidratos houve um aumento significativo no nível de glicose dos colaboradores, destacando o maltodextrina por ser uma bebida saturada de glicose.

          Unitermos: Glicose. Carboidratos.

 

Resumen

          El objetivo de este estudio fue determinar los niveles de glucosa en dos etapas (en ayunas y después de consumir hidratos de carbono). El estudio se realizó con cuatro personas: tres varones y mujeres entre 22 y 35 años de edad. La primera medida de la glucosa fue tomada en la mañana con seis horas de ayuno y las mediciones de ingesta de hidratos de carbono (batata, banana y maltodextrina) se realizaron en la mañana después de 40 minutos de la ingestión de los mismos, y la verificación del nivel de consumo la glucosa se llevó a cabo en días alternos con cada carbohidrato específico. Se observó que en la primera medición en ayunas los niveles de glucosa estaban dentro del porcentaje de normalidad de deseado y en las siguientes mediciones después de la ingesta de hidratos de carbono hubo un aumento significativo en el nivel de glucosa de los sujetos investigados, destacando la maltodextrina al ser una bebida de glucosa saturada.

          Palabras clave: Glucosa. Hidratos de carbono.

 

Recepção: 14/07/2015 - Aceitação: 19/10/2015

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 20, Nº 210, Noviembre de 2015. http://www.efdeportes.com/

1 / 1

Introdução

    O presente estudo se refere a uma pesquisa realizada por alunos do curso de licenciatura em educação física da Instituição Doctum de Ensino Superior – Serra. Na qual foi realizado um experimento de verificação do comportamento/fisiologia do sistema endócrino analisando-se o seu funcionamento ao ser exposto a determinados tipos de carboidratos e como ela reage na absorção de glicose.

    A alimentação é uma necessidade vital dos seres vivos; os alimentos suprem o organismo de energia para manter suas funções vitais; para sobreviverem os seres vivos precisam de combustível energético contido nos macronutrientes (Keesey et al., 1976).

    Você já pensou sobre o que ocorre com os alimentos após entrarem em nosso corpo? Depois de comermos, vários processos transformam aquilo que ingerimos em um composto digerido, formado por partes diminutas que poderão passar pelas paredes dos nossos órgãos. Esse processo digestivo fornece a glicose para nosso organismo gerando uma fonte energética considerável par o corpo humano.

    Em uma pesquisa realizada na década de 80 foi proposto por Jenkins Cols o conceito de índice glicêmico, onde ele caracteriza o perfil de absorção dos carboidratos e resposta metabólica após as refeições (Sartorelli & Cardoso, 2006).

    A população Brasileira vem se tornando refém das comidas industrializadas devido a sua praticidade no dia a dia, um dos vilões nas comidas industrializadas está o açúcar refinado e a gordura, que se encontra em grande quantidade nas comidas, principalmente em alimentos como refrigerante, bolachas recheadas, bolinhos prontos. Estes alimentos, com alto índice glicêmico, podem ser potencialmente nocivos para o organismo se ingeridos em grande quantidade ao longo dos anos.

    Este trabalho visa contribuir com informações relevantes sobre quais os tipos de carboidratos produzem maiores picos de glicemia. Estes dados podem auxiliar nutricionistas e educadores físicos a desenvolverem um trabalho interdisciplinar no acompanhamento de pacientes com alterações glicêmicas.

    Baseado nas pesquisas realizadas sabemos que a ingestão de diferentes carboidratos ocasionará nos níveis picos glicêmicos. Sendo assim, o objetivo desse estudo é verificar os níveis de glicemia após a ingestão de diferentes fontes de carboidratos como banana, batata-doce e maltodextrina.

Exercício, alimentação e glicemia

    Segundo (Powers & Howley, 2005).

    Os carboidratos são compostos por átomos de carbono, hidrogênio e oxigênio. Os carboidratos armazenados provêem o corpo com uma forma de energia rapidamente disponível: um grama de carboidrato fornece cerca de 4 kcal de energia.

    Em outro estudo, pesquisadores investigaram a resposta metabólica do exercício em diferentes situações de jejum e após ingestão de carboidratos.

    O exercício provoca alterações metabólicas e fisiológicas no organismo, tornando mais eficaz a lipólise e conseqüentemente diminuindo o uso de glicogênio muscular como fonte energética. É a oxidação dos ácidos graxos durante o exercício que permite que a atividade física seja mantida por períodos mais prolongados e retarda a depleção do glicogênio e a hipoglicemia (Silveira et al., 2003).

    Durante a atividade física, a epinefrina e glucagon se conectam aos receptores beta-adrenergéticos, que estimula a atividade da enzima lípase, e que consequentemente recebe glicose do fígado (De Bock et al., 2008)

    Em outra investigação, pesquisadores buscam determinar parâmetros de regulação do metabolismo da glicose durante o exercício.

    De acordo com Hawley (1994)

    As reservas de lipídios em nosso organismo são inúmeras vezes superiores aquelas de carboidratos, o que explicaria a preferência do nosso organismo pelos lipídios em condições basais e principalmente de jejum, aumentando a disponibilidade de glicose para outros tecidos (sistema nervoso, sanguíneo e imunológico), os quais são essencialmente mantidos a custa desse substrato.

    Os lipídios ou gorduras são lentos em sua queima, funcionam como isolantes térmicos e são fonte energética de grande maioria em nosso corpo, por outro lado os carboidratos encontrados em sua maioria nas massas são absorvidos de forma rápida e armazenados no organismo.

    Segundo o autor:

    A quantidade de carboidratos utilizados durante o exercício esta relacionados tanto a disponibilidade de carboidratos como ao sistema bem desenvolvido dos músculos para o metabolismo dessa substância. Em última análise, todos os carboidratos são convertidos em glicose, um monossacarídeo (açúcar simples, ou de uma unidade) que é transportado através do sangue para todos os tecidos do corpo. Em condições de repouso, o carboidrato ingerido é armazenado em músculos e no fígado na forma de uma molécula de um açúcar mais complexo, o glicogênio, que é estocado no citoplasma das células musculares até que eles utilizem a substância na forma de ATP. O glicogênio conservado no fígado é convertido de volta em glicose, conforme a necessidade, e, em seguida transportado pelo sangue até os tecidos ativos onde será metabolizado. (Wilmore, Costill & Kenney, 2010).

    Considerando a importância do carboidrato como fonte de energia para pratica do exercício e sua facilidade em ser quebrado é importante no desenvolvimento muscular, os lipídios por terem sua quebra lenta na prática do exercício são convertidos em gorduras.

    Antagônico à insulina, há outro hormônio também produzido pelo pâncreas denominado glucagon, que tem como sua principal função o aumento da concentração de glicose no sangue, através da glicogenólise e gliconeogênese. (Garret & Kirkendall, 2003; McArdle, Katch & Katch, 2003; Willmore & Costill, 2001).

    Desta forma, pode-se dizer que o glucagon é liberado pelas células-alfa do pâncreas quando o nível de glicose sanguínea se encontra abaixo dos limites mínimos para a manutenção da homeostase, como no estado de jejum, por exemplo. (Guyton & Hall, 2002).

    Ainda persiste a dúvida na literatura sobre a prática desportiva no estado de restrição alimentar (jejum), pois para que ocorra a oxidação dos lipídios é necessário que o organismo produza o ácido oxaloacético proveniente dos carboidratos, desta maneira, seria aceito dizer que os lipídios queimam em uma “fogueira” de glicídios. Do ponto de vista teórico, se houvesse restrição de carboidratos, ocorreria conseqüente prejuízo da produção de oxaloacetato, prejudicando assim a formação de Citrato e a atividade do ciclo de Krebs. (Costa & Marquezi, 2007).

    O estado de jejum não é recomendado em longo prazo, exceto em exames específicos de rotina, por que na falta de carboidratos ou gorduras durante um exercício físico o metabolismo utilizará das suas reservas energéticas as proteínas. É recomendada a ingestão de alimentos ricos em carboidratos entre outros nutrientes para uma constante reposição energética do metabolismo.

Métodos

Delineamento do estudo

    O presente estudo tem caráter experimental para comparar os diferentes picos de glicose causados através da ingestão de diferentes tipos de carboidratos (batata doce, banana e maltodextrina).

Amostra

    O grupo estudado foi composto por quatro voluntários sendo três homens e uma mulher, entre 22 e 35 anos, aparentemente saudáveis, não fumantes, que não fazem uso de medicação para controle de diabetes.

Procedimento para coleta de dados

    Todos os indivíduos responderam a um questionário pré-avaliativo, foram submetidos a jejum completo por 6h até que se desse início aos testes para aferição da taxa glicêmica por um aparelho da marca Accu Chek. Nos estágios iniciais de jejum, os substratos energéticos armazenados são utilizados para produzir energia e o fígado mantém os níveis de glicose sanguínea (Smith, Marks & Lieberman, 2007).

Teste de resistência física

    Todos os indivíduos realizaram uma seqüência de 10 polichinelos e 20 abdominais, para ativar o processo metabólico e causar um gasto energético a cada aferição do nível de glicose.

Alimentos

    Primeiro foi feito a aferição glicêmica dos voluntários em jejum, logo após receberam 100g de batata doce que é rica em carboidratos e 40 minutos depois da ingestão foi feita a segunda aferição, no dia seguinte em estado de jejum os colaboradores fizeram a ingestão de 100g de banana e 40 minutos após a ingestão foi feita a terceira aferição para a verificação da taxa de glicose, o mesmo procedimento foi realizado no dia seguinte com a utilização de uma bebida a base de 150 ml de água e 50g de maltodextrina sabor guaraná e açaí. Todas as etapas de preparo dos alimentos foram feitas por uma única pessoa para que não houvesse alterações nos padrões de qualidade.

Resultados

    Os dados da pesquisa estão descritos na tabela abaixo. Os colaboradores eram adultos entre 22 a 35 anos pesando 60 a 85 kg.

Tabela 1. Valores de glicose

Gráfico 01. Referente à média de aferição da taxa glicêmica dos colaboradores

Discussão

    Para que haja manutenção das reservas de energia no organismo considera-se que o ser humano precise de uma quantidade considerável de alimento. O volume de carboidratos, potássio e entre outras substâncias que ingerimos deve ser balanceado se não pode ocasionar altos picos glicêmicos no organismo. Perdemos energia de várias formas durante o dia ou à noite enquanto dormimos.

    A fisiologia envolvida na absorção e secreção de glicose e solutos é um mecanismo complexo e que merece maior atenção nesta análise. Sendo assim, vamos abordar resumidamente a ação que explica os resultados encontrados no nosso experimento.

    Na primeira aferição os níveis glicêmicos aferidos estavam dentro do percentual de normalidade desejado no estado de jejum. Na segunda aferição após a ingestão de 100g de batata doce todos os colaboradores tiveram um aumento significativo.

    No terceiro dia foi repetido o mesmo padrão anterior, apenas substituindo a batata doce por uma banana com peso de 100g, os níveis glicêmicos tiveram um pequeno aumento em relação à ingestão da bata doce.

    No quarto dia realizamos o mesmo teste glicêmico seguindo os padrões das coletas anteriores e pode se constatar que todos os colaboradores tiveram um aumento significativo na taxa glicêmica após a ingestão de 50 g de maltodextrina.

Conclusão

    O conhecimento dos picos de glicose proporcionados pelos alimentos é de grande importância para controle de doenças metabólicas como o diabetes melito e para uma prescrição adequada da alimentação durante os treinamentos físicos. Assim, alimentos como a batata doce são recomendáveis em situações em que haja necessidade de um fornecimento lento de glicose como nos casos de diabetes e auxílio a programas de treinamento que visem minimizar o catabolismo proteico oriundo de períodos superiores a três horas sem alimentação. Alimentos que proporcionam maiores picos de glicose como a maltodextrina são recomendáveis para indivíduos saudáveis e que necessitam de energia imediata para a prática de suas atividades físicas e, ainda, para manobras nutricionais que promovam estes picos de insulina em momentos específicos da supercompensão do organismo após o estímulo de atividade física.

Bibliografia

Outros artigos em Portugués

www.efdeportes.com/
Búsqueda personalizada

EFDeportes.com, Revista Digital · Año 20 · N° 210 | Buenos Aires, Noviembre de 2015
Lecturas: Educación Física y Deportes - ISSN 1514-3465 - © 1997-2015 Derechos reservados