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A importância de acompanhante no trabalho de parto e parto

La importancia del acompañante en el trabajo de parto y durante el parto

The importance of a companion during birth labor and childbirth

 

*Acadêmica/o do Curso de Graduação em Enfermagem

do Centro Universitário Adventista de São Paulo

**Enfermeira, Professora Mestre do Curso de Enfermagem

do Centro Universitário Adventista de São Paulo

(Brasil)

Elga de Souza Silva*

elga.s.silva@gmail.com

Emilly Santos Xavier*

xavier_emilly@hotmail.com

Ivone Corsi da Silva**

ivone.corsi@unasp.edu.br

 

 

 

 

Resumo

          A caracterização do cuidado oferecido à mulher, como diretivos e impositivos passou a ser manipulado pelas mãos dos profissionais “devidamente treinados” a decidir por ela. Esse modelo de atenção prejudica a interação mãe-bebê e família. O conceito de atenção ao parto vem sofrendo modificações na implantação da política de parto humanizado e através da lei 11.108/2005, na qual garante as parturientes o direito a ter um acompanhante de sua livre escolha. Os objetivos principais são identificar os artigos da área de enfermagem no período de 2004 a 2014 e descrever sobre a participação do acompanhante no parto humanizado. Trata-se de uma revisão de literatura sistematizada integrativa realizada pelo portal BVS- Enfermagem entre as datas de 16/07/2014 a 19/07/2014. Obteve-se um total de 21 artigos para revisão de literatura, onde se retratavam a importância do acompanhante, como por exemplo, apoio emocional, aliviar as dores do trabalho de parto e parto, além de fortalecer vínculo parental e afetivo com o bebê. Conclui-se que o acompanhante tem importância significativa nos períodos que englobam o parto atribuindo a eles formação de vínculos afetivos e provedor de segurança e apoio emocional.

          Unitermos: Acompanhantes de pacientes. Parto humanizado. Parto natural.

 

Abstract

          Characterization of care offered to women as directors and imposing happened to be manipulated by the hands of professionals "trained" to decide for her. This model of care affect the mother-child interaction and family. The concept of labor care has undergone changes in the implementation of humanized delivery policy and by law 11.108/2005, which ensures the mothers the right to have a companion of their choice. The main objectives are to identify the articles in the field of nursing in the period 2004-2014 and describe on the participation of the companion in humanized birth. This is an integrative systematic literature review conducted by the VHL-Nursing portal between the dates of 07/16/2014 to 19/07/2014. Yielded a total of 21 articles for the literature review, where it portrayed the importance of the companion, such as emotional support, relieve the pain of labor and delivery, and strengthen parental and emotional bond with the baby. We conclude that the companion has a significant importance in the periods that comprise the delivery by assigning them to the formation of emotional bonds and security and emotional support provider.

          Keywords: Escorts patients. Humanized birth. Natural childbirth.

 

Recepção: 14/08/2015 - Aceitação: 21/10/2015

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 20, Nº 210, Noviembre de 2015. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Segundo Ministério da Saúde (2001) ao longo dos séculos construiu-se um modelo social predominante que vem impedindo a mulher de ser sujeito pleno de sua própria história

    De acordo com Storti (2004) a caracterização do cuidado oferecido à mulher, como diretivos e impositivos passou a ser manipulado pelas mãos dos profissionais “devidamente treinados” a decidir por ela.

    Para Santos & Nunes (2009) nessa modalidade de assistência, a mulher costuma ser internada precocemente e permanece sozinha ao longo de todo trabalho de parto, pouco informada sobre os procedimentos aos quais é submetida.

    Para Brasil (2001) o conceito de atenção humanizada é amplo e envolve um conjunto de conhecimentos, práticas e atitudes que visam à promoção do parto e do nascimento saudáveis e a prevenção da morbi-mortalidade materna e perinatal.

    Santos & Nunes (2009) afirmam que o contexto da atenção ao parto em nosso país, um rol de modificações foi ocorrendo e adquirindo, entre profissionais e usuárias, o status de normalidade, seja no âmbito do Sistema Único de Saúde ou fora dele.

    Para Dodou et al. (2014) os profissionais de saúde, neste contexto, atuam no sentido de facilitar a transição, buscando promover o desen­volvimento humano e a vida em sua plenitude.

A assistência prestada à mulher em trabalho de parto e parto

    Segundo Dodou et al. (2014) em relação ao cuidado prestado à mulher na assistência ao parto e nascimento, este vem sofrendo muitas modificações ao longo dos tempos, decorrentes da institucionalização desses acontecimentos.

    Para Santos & Nunes (2009) tais mudanças implicaram na substituição do ambiente, das pessoas envolvidas e das atitudes diante do fenômeno da parturição, onde a mulher era assistida por parteiras, além de contar com a participação de pessoas do seu convívio afetivo, para ocupar o espaço hospitalar, onde ela permanece afastada dos seus familiares e é vista como mais uma paciente, alheia e submissa.

    Dodou et al. (2014) afirmam que esse novo modelo de atenção ao parto causou o esquecimento e abandono de algumas práticas que possibilitavam que o nascimento do bebê tivesse para a mulher e sua família um significado além do biológico, tornando-se desumanizado.

A importância da participação do acompanhante no trabalho de parto e parto

    Em estudo Perdomini e Bonilha (2011) observaram que estar presente durante esse processo permitiu para alguns pais uma transição tranqüila para a parentalidade. Isto se deu também quando eles puderam pegar o bebê no colo, ouvir seu choro ver que tudo tinha dado certo.

    Para Santos et al. (2012) desconsiderar a participação do acompanhante durante o processo do nascimento significa transformar este ato afetivo-emocional em um mero procedimento técnico e formal, retraindo a verdadeira essência e magnitude da maternidade.

    Para Soares (2010) a participação do acompanhante no processo de parir pode ser apontada como componente que caracteriza humanização do parto, tornando-o um ato mais natural que patológico, ao contrário de como vem se configurando nos últimos tempos.

    Para Melo e Brito (2013) durante o processo da parturição, reconhece-se que o apoio dado à mulher ultrapassa os cuidados técnicos dispensados nas maternidades pelos profissionais de saúde, sobretudo se este for o companheiro, pois, como pai, ele desenvolve vínculos e interesse para com o nascimento do filho.

    O nascer de um filho é qualificado pelos pais como um momento único na vida, singular e inesquecível, que deixa marcas emocionais nas pessoas e em suas relações na nova família (JARDIM; PENNA, 2012).

    No estudo de Alves et al. (2013) verificou-se que as principais ações de apoio dos acompanhantes são de conforto físico e emocional, auxiliar em atividades como realizar massagens, acompanhar na deambulação e no banho terapêutico.

Dificuldades relacionadas à presença do acompanhante

    Segundo Storti (2004) apesar dos benefícios dessa prática e da legislação vigente, o que se observa é um total despreparo dos profissionais em lidar com a figura do acompanhante/pai, como alguém participando do processo de nascimento.

    Para Carvalho et al. (2011) por vezes, alguns acompanhantes não suportam presenciar esta experiência, ocorrendo alterações em seu estado geral. Nessas situações, os profissionais temem ter que dividir a assistência prestada à gestante com o acompanhante, alterando assim o foco do cuidar.

    Santos et al. (2012) em seu estudo verificou que os entrevistados entendem que o acompanhante deve participar do processo parturitivo, a partir do momento que o mesmo obtiver um conhecimento mínimo sobre os fenômenos que envolvem o processo do trabalho de parto e o próprio parto.

    No estudo de Carvalho et al. (2011) dentre as dificuldades ressaltadas pelos enfermeiros quanto à presença do acompanhante, o despreparo destes figurou-se como o principal expoente de seus discursos.

    No estudo de Palinski et al. (2012) contatou-se que a lei 11.108/2005 (lei do acompanhante) não estava sendo completamente cumprida pela instituição onde fora realizada a pesquisa, chegando à conclusão que neste sentido, para alcançar resultados significativos, é necessário mudança nas atitudes e comportamento de toda equipe.

Conhecimento sobre a Lei 11.108/2005

    Segundo Frutuoso e Brügemann (2013) a possibilidade de ser acompanhante no momento do parto tem sido disseminada de maneira informal, pela própria mulher e pelos meios de comunicação, e geralmente somente no momento da internação na maternidade, reforçando a necessidade de uma maior divulgação da Lei 11.108/2005.

    No estudo de Tomeleri et al. (2007) os pais ao serem indagados se sabiam o porquê de poder assistir ao parto, evidenciou-se o desconhecimento do direito legal, pois a maioria dos entrevistados respondeu que o fato deles poderem acompanhar este evento era devido à permissão da equipe médica.

    No estudo de Palinski et al. (2012) realizado com dez mães, quando questionadas em relação ao conhecimento da lei 11.108/2005, cinco das mães disseram que não sabia nada sobre o artigo legal, e cinco delas já tinham ouvido falar ou lido sobre isso.

    Na pesquisa de Frutuoso e Brügemann (2013) os dados demonstram que os acompanhantes desconhecem a Lei. Entretanto, alguns relataram ter conhecimento sobre ela, porém com pouca clareza acerca do seu objetivo, associando-a com a necessidade de ter alguém para fiscalizar possíveis erros na assistência.

    Em estudo realizado por Alves et al. (2013) afirmam que as orientações sobre os direitos de permanência do acompanhante no hospital são dados pela enfermeira do centro obstétrico, instruções que respeitam as diretrizes normativas já existentes na instituição.

Método

    Trata-se de estudo de revisão da literatura sistematizada integrativa realizada através do portal de pesquisa em saúde BVS Enfermagem (Biblioteca Virtual de Saúde Enfermagem), entre as datas de 16/07/2014 e19/07/2014, tendo como limite de busca os anos de 2004 a 2014.

    Resultou-se um total de 54 artigos, utilizou-se 21 artigos para revisão excluiu-se um total de 33 artigos. Por não terem textos disponíveis 10, por serem artigos duplicados 18 e por não estarem dentro dos objetivos propostos pelo trabalho 05.

    Portanto o objetivo foi identificar os artigos da área de enfermagem que focam o acompanhante no período de 2004 a 2014. Descritores de assunto: acompanhantes de pacientes parto humanizado, parto natural.

Resultados

Discussão

    Busanello et al. (2011) em seu estudo com 23 trabalhadores da saúde (enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem, médicos preceptores e médicos residentes) evidenciaram neste estudo, que 25% dos enfermeiros, 100% dos auxiliares e técnicos de enfermagem, 83,83% dos médicos preceptores e 100% dos médicos residentes não encorajavam o acompanhamento durante o trabalho de parto e parto.

    Frutuoso e Brügemann (2013) em seu estudo através de entrevistas semi-estruturadas com 16 acompanhantes escolhidos pela mulher mostraram que, apesar da vigência da Lei n. 11.108/2005, a maioria dos acompanhantes desconhece esse direito da mulher, evidenciando que essa informação é pouco divulgada pelos serviços de saúde.

    No estudo de Tomeleri et al. (2007) foram entrevistados 40 pais quanto ao direito do acompanhamento no processo de nascimento, constatou-se a existência de pais que não foram orientados sobre a possibilidade de acompanhar o parto, apenas 24 pais foram comunicados, embora orientados, desconhecem o seu direito legal e atrela a oportunidade de poder acompanhar o nascimento do seu filho à mera benevolência da equipe médica.

    Brügemann et al. (2014) em seu estudo, a amostra contida de 12 serviços de saúde 4 não permitiam o acompanhante e oito permitiam às vezes, foram entrevistados os enfermeiros responsáveis pelo setor do centro obstétrico de cada serviço, dentre os motivos apontados pelos enfermeiros a não permitirem o acompanhamento do trabalho de parto foram a falta de estrutura física das salas de parto e também o fato de acharem que o acompanhante atrapalha a dinâmica da equipe de saúde.

    No estudo de Dornfeld (2011) foram entrevistados profissionais de saúde que atendem o binômio mãe-bebê, evidenciou-se que o estímulo a presença do acompanhante pode representar fatores contribuintes para a segurança do binômio mãe-bebê durante o parto e o nascimento.

    No estudo de Melo e Brito (2013) se obteve a participação de 12 homens, indagados sobre a importância de sua presença, responderam que é importante acompanhar o nascimento de seu filho para fortalecer o vínculo afetivo.

    Para Costa, Faria e Soler (2009) a luz do entendimento sobre a humanização no parto, a presença do acompanhante, os tipos de acompanhamento, tratamento das dificuldades e os benefícios desta proposta devem ser assimilados, refletidos e implantados nos hospitais e instituições, garantindo o direito aos clientes e maior satisfação à equipe de trabalho.

Considerações finais

    O primeiro objetivo deste estudo foi Identificar artigos da área de Enfermagem sobre a participação do acompanhante no parto humanizado no período de 2004 a 2014, neste período, foram identificados 54 artigos no qual foram selecionados 21 para a revisão de literatura, onde 12 abordavam foco principal e temática o acompanhante e 09 publicações com outros focos e temáticas.

    Em relação ao segundo objetivo percebeu-se que considerando o modelo de atenção prestada à mulher em trabalho de parto e parto, é visto que muito se avançou, porém apesar dessas evoluções, é necessário que se faça valer os direitos obtidos por lei para que se tenha uma assistência mais humanizada de acordo com os objetivos da política de humanização do parto, aborto e puerpério do Ministério da Saúde.

    Para isso é necessário que se tenha uma conscientização por parte da equipe de saúde, isso engloba todos os profissionais envolvidos na assistência prestada, informando além de seus deveres e condutas dentro do ambiente hospitalar, também seus direitos, visto que muitos estudos apontam para essa problemática, a falta de informação das parturientes e seus respectivos acompanhantes, cabendo essa prática principalmente à equipe de enfermagem, que mantém um contato maior com parturientes, acompanhantes e familiares.

    Sugere-se então que haja uma atenção a esses que serão acompanhantes dessas mulheres através de grupos educativos nos locais onde se faz o acompanhamento pré-natal, para que fiquem familiarizados com o ambiente, às condutas da equipe de saúde e que sejam preparados para situações tanto de parto normal, quanto aquelas de onde se tenham intercorrências.

    Os estudos relatam a grande importância do acompanhante no parto humanizado, onde descreve que o nascimento deve ser compartilhado com alguém que perceba a importância desse momento tão especial, e que tenha algum laço familiar que o ligue a esse momento na qual essa transição seja tranqüila para a parentalidade.

    Os estudos mostram que Transformar este ato afetivo-emocional verdadeira essência e magnitude da maternidade, caracteriza humanização do parto, tornando-o um ato mais natural que patológico.

    Como acompanhante o pai desenvolve vínculos e interesse para com o nascimento do filho. Pegar o bebê no colo, ouvir seu choro, ver que tudo deu certo, mostra que esse momento o remeta a uma experiência com um significado importante para sua vida, expor o homem à dor de sua companheira, representa um momento de reflexão para o mesmo por poder oferecer-lhe apoio emocional, segurança através de palavras, gestos de carinho e conforto, acalmando-a onde permite experimentar sentimentos que são contraditórios como alegria no período expulsivo ou no primeiro contato com o filho.

    A presença de uma pessoa familiarizada com a parturiente traz sentimento de segurança, conforto físico e emocional através de atividades como massagens, acompanhar na deambulação e no banho terapêutico, auxiliar no uso da bola suíça, estar sempre ao lado, encorajar e tranqüilizar, contribui para que este momento seja menos estressante.

    As pesquisas enfatizam o total despreparo dos profissionais em lidar com a figura do acompanhante/pai, alguns acompanhantes não suportam presenciar esta experiência, temem por ter que dividir a assistência prestada à gestante com o mesmo e ao invés de ajudar ele pode ser mais um problema dentro do centro obstétrico.

    As pesquisas apontam que a lei 11.108/2005 (lei do acompanhante) não estava sendo completamente cumprida pelos serviços de saúde, no qual não há esclarecimento desse direito, a maior parte dos acompanhantes a desconhecem, alguns através de orientações mostram ter conhecimento porém com pouca clareza, embora orientados, desconhecem o seu direito legal e atrela a oportunidade de poder acompanhar o nascimento do seu filho à mera benevolência da equipe médica.

Bibliografia

Outros artigos em Portugués

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EFDeportes.com, Revista Digital · Año 20 · N° 210 | Buenos Aires, Noviembre de 2015
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