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O personal trainer como terapeuta psicomotor

El entrenador personal como terapeuta psicomotor

The personal trainer as therapist psychomotor

 

Educador Físico – UNIPLI RJ

Especialista em Psicomotricidade – IBMR RJ

(Brasil)

Marcelo Bittencourt Jardim

marcelobjardim@gmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Abordaremos a importância do Personal Trainer e de sua atuação como Terapeuta Psicomotor e do treinamento personalizado diferenciado. Para a promoção da saúde e qualidade de vida de indivíduos sedentários, com problemas emocionais, baixa auto-estima para o sucesso do trabalho. Sabe – se que o exercício físico ajudará na interação social e também na questão psicológica e condicionamento físico desses indivíduos. Assim, mostraremos que o Educador Físico tem um papel positivo de grande valia no desenvolvimento de atividades corporais, terapêuticas, relacionais e sociais para melhora dos pacientes.

          Unitermos: Personal trainer. Paciente. Terapia psicomotora. Saúde.

 

Abstract

          We will discuss the importance of Personal Trainer and their performance as psychomotor therapist and differentiated customized training to promote health and quality of life for sedentary individuals with emotional problems, low self-esteem to become successful in their lives. We know that the physical exercise helps with social interaction, the psychological question and also fitness of those people who need it. So, we will show that the Physical Educator has a positive role of great value for the development of physical activities, therapies, relational and social improvement for patients.

          Keywords: Personal trainer. Patient. Psychomotor therapist. Health.

 

Recepção: 06/08/2015 - Aceitação: 25/09/2015

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 20, Nº 209, Octubre de 2015. http://www.efdeportes.com/

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A Terapia Psicomotora

    Segundo Raphaela Marques, coordenadora do Centro de Estudos e Terapias – Entreatos. A Terapia Psicomotora é uma prática de mediação corporal e abordagem relacional que foca nas potencialidades da pessoa e nunca nos fracassos. Auxilia o indivíduo a elaborar novas estratégias e soluções próprias para enfrentar os problemas, reforçando a confiança em si mesmo e favorecendo uma melhor atuação na vida cotidiana. Tem como objetivo prevenir e superar dificuldades relacionais, de desenvolvimento e de aprendizagem, assim como favorecer uma estruturação mais saudável da personalidade.

    A intervenção terapêutica deverá ter por base alguns princípios orientadores. Neste sentido a APA (2007 apud Lima, 2012) defende que a intervenção deve: ser iniciada o mais cedo possível; englobar um plano, objetivos e estratégias definidos; ser desenvolvida um trabalho de um para um; englobar uma estrutura definida, com rotinas previsíveis, horários visuais e limites espaciais; incluir atividades de generalização de competências para novos ambientes, situações e materiais (Lima, 2012).

Acompanhante – Acompanhado: O Personal Trainer como Terapeuta Psicomotor

    A ideia é pensar juntamente a união, o encontro que aí se estabelece. O processo vivido conjuntamente é o principal interesse. É preciso entender, é preciso ser entendido. É preciso escutar, é preciso falar. É preciso, acima de tudo, estabelecer um tipo de comunicação, procurar estabelecer um referencial comum seria o ideal (Barbosa, 2006).

    O acompanhante só o é por acompanhar o acompanhado. Seu papel consiste em, dados os dias e horários combinados, estar junto com o seu paciente. O lugar, a atividade, o programa e os diálogos (Pulice, 2011).

    O acompanhado será aquele que, nos dias e horários combinados terá alguém do seu lado. Alguém que o acompanhante em sua solidão e movimente sua imobilidade. Alguém para compartilhar, na própria vivência, a intensidade de seu sofrimento e dúvidas (Macedo, 2011).

Breve Relato de Experiência Profissional: (Personal Trainer e Terapeuta: Marcelo Bittencourt Jardim)

    Experiência Profissional: Ministro aula de treinamento personalizado para uma mulher de trinta e nove anos, que foi aprovada no Teste de Condicionamento Físico o TACF – Teste de Avaliação do Condicionamento Físico na Aeronáutica (Força Aérea Brasileira – F. A. B). Ela é minha paciente e discente no treinamento. Presto um serviço de Personal Trainer para uma empresa, e condiciono fisicamente indivíduos sedentários para a promoção da saúde e qualidade de vida. Mas, acabo sendo um terapeuta psicomotor, como por exemplo, tenho ajudado a minha paciente em problemas pessoais, emocionais e familiares. Ela perdeu os pais recentemente tem uns três anos, e estou tentando ajudar acima do possível a superar esse problema com diálogo, afeto na questão relacional para elevar sua auto-estima, e um treinamento diferenciado, e está dando bons frutos.

    Começamos a desenvolver primeiro sua flexibilidade com alongamentos. Flexibilidade é a capacidade das articulações moverem se com grande amplitude de movimento articular e muscular (Jardim, 2012).

    Segundo passo sua Adaptação Neural no Treinamento, pois a paciente estava doze anos sedentária e tinha um curto período de tempo de aproximadamente um mês e meio para a sua primeira avaliação para ingresso na F.A.B.: Segundo Alex Souto Maior (2003), quando o indivíduo no começo do exercício apresenta dificuldades de coordenação é por que o cérebro do indivíduo não está preparado para o movimento. Ou seja, o cérebro não reconhece o exercício proposto e o movimento não está bem coordenado motoramente. Quando o indivíduo tem êxito no movimento e no exercício o cérebro dele está adaptado ao movimento e consegue executar bem o movimento por causa da adaptação. Tivemos três etapas no treinamento a (1) Exercícios de Flexão de Cotovelo, (2) Flexão do Tronco (abdominais) e por último (3) Exercícios aeróbios como: caminhadas e corridas.

    Terceiro passo do treinamento: Começamos exercícios aeróbios como: caminhadas para sua preparação do sistema cardiorrespiratória, e do condicionamento físico, coordenação motora e sua deambulação. Chegando ao treinamento de corridas que foi nosso objetivo. Possibilitando a melhora em sua qualidade de vida (Paschoalino, 2015).

    Quarto passo elaborando sempre um treinamento funcional diferenciado para não cair no enfado e rotina. Chegando até o dia de sua primeira avaliação e sendo aprovada e ingressando como Oficial 2º Tenente na Aeronáutica no ano de 2011 até a presente data. Mantendo os treinamentos de manutenção na avaliação TACF.

    As necessidades dos acompanhados variam, de caso para caso, de momento para momento. A aproximação corporal, condição do encontro, é uma alternativa. Compartilhando experiências, acompanhante e acompanhado trocam mais do que palavras. Comunicação sutil, ás vezes imperceptível. Dar voz a esta comunicação é poder, no silêncio, escutá-la. Ouvi-la, não com o ouvido, mas com o próprio corpo. Criar diálogo pelo não dito. Se o corpo pode falar, há de poder escutar (Barbosa, 2006).

    O acompanhante e acompanhado tecem, a cada encontro, uma narrativa própria. Textualizam livremente a história que os une, não só o transformam, mas nele se transformam (Barbosa, 2006).

Acompanhamento Terapêutico: A disponibilidade diferenciada do Personal Trainer

    Muitos desses pacientes só se tratam ou fazem as atividades propostas depois de estabelecido algum encontro, algum confronto, alguma forma concreta e forte de afecção vão considerando o acompanhante um amigo uma pessoa íntima de seu convívio social e pessoal. Sempre mantendo o profissionalismo, o foco nos treinamentos e na terapia psicomotora e sendo uma referência positiva para seu paciente (Macedo, 2011).

Breve Relato de Experiência Profissional: (Personal Trainer e Terapeuta: Marcelo Bittencourt Jardim)

    Gostaria de relatar uma experiência profissional, sou Educador Físico Personal Trainer de uma empresa, e tenho “paciente” que me considera amigo, por eu ter ajudado em sua vida profissional, particular através do meu trabalho, aconselhando e escutando “dando toda atenção” não só preparando seu condicionamento físico, mas ajudando em sua vida.

    Tivemos uma paciente que sofria muito na questão emocional, gerando uma inflamação na articulação temporo mandibular conhecida como ATM. Tínhamos que encaminha – lá para a fisioterapia e fazer seções de relaxamento e de diálogos-relacionais antes e depois dos treinos. Pois estas tensões eram originárias de aborrecimentos no trabalho (laborais) e por questões familiares (pessoais), prejudicando e muito em sua atuação e vida social. Mas, sempre conseguimos um ótimo resultado e sua promoção de cargo de sua atuação laboral e interpessoal.

    O acompanhante é alguém que tem um cuidado, que está lado a lado, que ajuda e que se transmuta para poder habitar mundos inacessíveis, e nessa batalha torna-se um amigo, mas pelo fato de o acompanhante ser um amigo, num determinado momento o terapeuta “torna-se um igual”, que satisfaz e reforça a demanda narcísica do paciente (Barbosa, 2006).

    Segundo Gregório Baremblitt (1992), define a prática do Acompanhante Terapêutica como “essa operação de ajuda como uma aliança, em que se ajudarão mutuamente a encontrar a singularidade produtiva, a escolher um modo de vida a aprender á defende-lo da sociedade paranóica triunfante”, é um lutador incansável que, no seu árduo percurso, lavra um território existencial inédito para construção de um mundo “no qual o mundo do paciente não tem lugar”.

    De outra parte, segundo Toni Negri & Michael Hardt (2000), o Acompanhante Terapêutico poderia ser considerado um trabalhador afetivo, uma das profissões do capitalismo contemporâneo, junto com os novos proletários e outros trabalhadores pós-modernos.

    Do mesmo modo que o divã favorece a regressão e uma clínica arqueológica o cenário móvel, a montagem em movimento se sustenta com relações de afeto, de força, e diferenças produzidas na produção de subjetividade ocorrem no percurso e na construção de um mapa e outro (Deleuze, 1997).

Considerações finais

    Portanto, é de suma importância o trabalho do Educador Físico na promoção da saúde e qualidade de vida aos pacientes que sofrem de questões emocionais, motoras e sedentarismos. E que o Personal Trainer e a Terapia Psicomotora é muito relevante para a melhora e motivação dos pacientes. Assim, como foi destacado e observado no contexto do estudo.

    Como se vê, a Educação Física oportuniza para ambos os sexos, tipos físicos grande significação e uma melhora nas condições laborais e relacionais entre os indivíduos. Reforçando a importância desse profissional e dessa atuação em diversas vertentes da saúde e educação.

Realização do trabalho

    O trabalho foi realizado na Empresa CORPUSS – Consultoria, Reabilitação e Prevenção em Segurança e Saúde LTDA, em Niterói, Rio de Janeiro, Brasil. Trabalho como Educador Físico, Personal Trainer e Terapeuta Psicomotor. Realizado como Treinamento Funcional e Reabilitação física e mental de indivíduos sedentários que foram aprovados em concurso público nas Forças Armadas Militares Brasileiras. Obtendo os seguintes resultados: Paciente e Discente Aprovada no TACF – Teste de Avaliação do Condicionamento Físico na Força Aérea Brasileira (F.A.B.). Ingressando e sendo Graduada ao posto como Oficial Nutricionista 2º Tenente na Aeronáutica do Brasil. Responsável pelo treinamento: Educador e Prof. Esp. Marcelo Bittencourt Jardim.

Bibliografia

  • Barbosa, Adriana Canepa (2006). Acompanhante-acompanhado: história de dois. In: R. G. Santos (org.). Textos, texturas e tessituras no acompanhamento terapêutico. São Paulo: Instituto A Casa / Editora Hucitec.

  • Baremblitt, G. F. (1992). Compêndio de análise institucional e outras correntes: teoria e prática. Rio de Janeiro: Rosa dos Ventos.

  • Deleuze, G. e Guattari, F. (1997). Tratado de Nomadologia: A Máquina de Guerra. In: Mil Platôs, Capitalismo e Esquizofrenia, v.5. Rio de Janeiro: Ed. 34. p. 11-110.

  • Jardim, Marcelo B. (2012). O afeto como instrumento primordial na atuação do educador físico com crianças e jovens de comunidades carentes. Rio de Janeiro: IBMR / Laureate International Universities, Pós-Graduação Psicomotricidade (Educação e Clínica).

  • Lima, C. (2012). Perturbações do Espectro do Autismo: Manual prático de intervenção. Lisboa: Lidel.

  • Macedo, S. P. (2011). A clínica no espaço público: vivência de atores envolvidos no processo de acompanhamento terapêutico (AT). 2011. 149 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem) – Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências, Bauru.

  • Maior, Alex Souto; Alves, Antônio. (2003). A contribuição dos fatores neurais em fases iniciais do treinamento de força muscular: uma revisão bibliográfica. Motriz, v. 9, n. 3, p. 161-8.

  • Negri, A. & Hardt, M. (2000). Império. Rio de Janeiro: Record.

  • Pulice, G.O. (2011). Fundamentos clínicos del acompañamiento terapéutico. Buenos Aires: Letra Viva Editorial.

Sites

  • http://www.entreatos.com/terapiapsicomotora/. Acesso em 04 de agosto de 2015.

  • http://www.studiof3.com/. Acesso em 04 de agosto de 2015.

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