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Efeitos do método Hidropilates em idosas

Efectos del método Hidropilates en mujeres mayores

Effects of Hidropilates method in elderly

 

*Fisioterapeuta graduada pela Universidade Integrada

do Alto Uruguai e das Missões - URI Campus de Erechim

**Mestre, Docente do Curso de Fisioterapia na Universidade

Luterana do Brasil – ULBRA Campus de Canoas

(Brasil)

Flávia Correa da Silva*

fraalecs@hotmail.com

Reni Volmir dos Santos**

revols@uol.com.br

 

 

 

 

Resumo

          Com o passar dos anos, o organismo humano passa por um processo natural de envelhecimento, gerando modificações funcionais e estruturais no organismo. A fisioterapia convencional, assim como sua modalidade de hidroterapia, apresenta técnicas que podem beneficiar essa população, como o Hidropilates. Devido a isso o presente trabalho tem como objetivo verificar os efeitos do método Hidropilates em idosas, quanto ao equilíbrio, força de preensão manual e qualidade de vida. O estudo se caracteriza longitudinal e de caráter quantitativo, com uma amostra de 12 idosas com idades entre 60 e 75 anos com média de 68,41(± 5,74) anos. Inicialmente as idosas responderam ao questionário Short-Form Health Survey (SF-36) sobre a qualidade de vida. Após, foi realizada a avaliação de equilíbrio pela Escala de equilíbrio de Berg e da força de preensão manual através de um dinamômetro manual. Na seqüência as participantes foram submetidas 10 sessões de Hidropilates em grupo, duas vezes por semana, num período de 50 minutos cada sessão. Como resultados observou-se melhora estatisticamente significativa no equilíbrio (p=0,002), da força de preensão manual direita (p=0,023) e esquerda (p=0,020), e quanto à qualidade de vida foram estatisticamente significativos os domínios limitação por aspectos físicos (p=0,046), emocionais (p=0,039) e dor (0,019). Frente aos resultados obtidos, o referido método mostrou-se eficaz ao grupo de idosas.

          Unitermos: Hidropilates. Equilíbrio. Qualidade de vida. Preensão manual.

 

Abstract

          Over the years, the human body goes through a natural aging process, causing functional and structural modifications. Conventional physiotherapy, as well as their mode of hydrotherapy, presents techniques that may benefit this population, as Hidropilates. Because of this the present work aims to investigate the effects of Hidropilates method in elderly, on the balance, grip strength and quality of life. The study is characterized as interventional, longitudinal and quantitative character, with a sample of 12 elderly aged 60 to 75 years with a mean of 68.41 (± 5.74) years. Initially the elderly responded to the questionnaire Short - Form Health Survey (SF-36) on quality of life. After the evaluation of balance by the Berg Balance Scale and handgrip strength was performed through a manual dynamometer brand Fisiomed® Pro. Following the 10 participants underwent sessions Hidropilates group twice a week for a period of 50 minutes per session. The results showed statistically significant improvement in balance (p=0.002), the strength of right and left (p=0.020) handgrip (p=0.023), and what about quality of life domains were statistically significant limitations due to physical aspects (p=0.046), emotional (p=0.039) and pain (0.019). Given our results, that method proved effective in the older group.

          Keywords: Hidropilates. Balance. Quality of life. Manual hold.

 

Recepção: 31/05/2015 - Aceitação: 24/08/2015

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 20, Nº 209, Octubre de 2015. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Atualmente, a hidroterapia é uma forma de expandir a profundidade e a abrangência das opções de tratamento para ajudar na reabilitação de varias patologias, sendo elas, problemas neurológicos, dor crônica, reabilitação cardíaca, problemas ortopédicos, pós-cirúrgicos, processo inflamatório, espasmo muscular, limitação da ADM e entre outras (Koury, 2000; Bates; Hanson, 1998). As propriedades físicas incluem massa, peso, densidade, gravidade especifica, flutuabilidade, pressão hidrostática, superfície de tensão, refração e viscosidade (Campion, 2000).

    Entre as técnicas de hidroterapia disponíveis se destaca o hidropilates, pois seus benefícios consistem no relaxamento da musculatura, maior controle muscular, melhora da respiração com aumento da resistência física, correção postural com melhora da coordenação motora, ganho de força, aumento da amplitude de movimento e estimulação do sistema circulatório. Alem destes, reduz a dor e espasmos musculares, e promove o bem-estar psicológico, a autoestima e a consciência corporal (Mores, 2011).

    Cada sessão de Hidropilates pode reduzir cerca de 300 calorias, já que o próprio movimento da água trabalha o sistema linfático promovendo uma drenagem natural, além de tonificar a musculatura. A temperatura da água é outro ponto positivo, promove o relaxamento da musculatura e melhora na flexibilidade, aumentando a amplitude dos movimentos (Finotti, 2012).

    Com o passar dos anos, o organismo humano passa por um processo natural de envelhecimento, gerando modificações funcionais e estruturais no organismo. Essas modificações levam a distúrbios da postura e do equilíbrio, que propiciam o surgimento de instabilidades e a ocorrência de quedas entre idosos, comprometendo sua qualidade de vida e o tornando mais frágil e dependente (Maciel; Guerra, 2005; Júnior; Pestana; Schinoni, 2011; Aparecida et al., 2010).

    Para tanto, o presente estudo objetivou Identificar os efeitos do método Hidropilates em idosas, quanto ao equilíbrio, força de preensão manual e qualidade de vida em um grupo de idosas.

Materiais e métodos

    O estudo se caracterizou como longitudinal e de caráter quantitativo. A população foi de um grupo de idosas do município do norte do estado do Rio Grande do Sul, com uma amostra de 12 idosas com idades entre 60 e 78 anos, com média de 68,41(±5,14) anos, que concordaram com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

    As participantes responderam ao questionário de qualidade de vida SF–36. Bem como, foram submetidas à avaliação de equilíbrio e de preensão manual, através dos respectivos testes, Teste de Equilíbrio de Berg e do Teste da preensão manual. Sendo os testes e o questionário refeitos no encerramento das sessões.

    O questionário genérico, Short-Form Health Survey (SF-36) traduzido para o português e validado por Ciconelli (1997), utilizado na avaliação da qualidade de vida, o qual é composto por 36 itens, reunidos em dois grandes componentes denominados físico e mental, onde cada componente é formado por domínios. O físico é composto por quatro domínios: capacidade funcional, aspectos físicos, dor e estado geral de saúde. Os itens são avaliados, dando-se um resultado para cada questão, que são transformados numa escala de 0 a 100, em que zero é considerado o pior e 100 o melhor estado.

    Avaliação do equilíbrio foi através da Escala de equilíbrio de Berg (Berg Balance Scale). A escala de equilíbrio de Berg, criada em 1992 por Katherine Berg, tem tido ampla utilização para avaliar o equilíbrio nos indivíduos acima dos 60 anos (Miyamoto et al., 2004). A escala avalia o desempenho de equilíbrio funcional em 14 itens comuns a vida diária. Cada item possui uma escala ordinal de cinco alternativas que variam de 0 a 4 pontos. Portanto a pontuação máxima pode chegar a 56.

    Para a avaliação da força de preensão manual foi empregado um dinamômetro manual da marca Pro Fisiomed®, constituído por um sistema de molas que, ao ser acionado por meio de uma haste metálica, movimenta um ponteiro e um cursor diante de um mostrador graduado de 0 a 3,5 quilogramas-força (kgf) (Marano, 2001). As participantes foram orientadas a executar uma contração máxima. Cada participante realizou três tentativas de preensão com cada mão, com intervalo de dois minutos entre cada uma delas, sendo primeiramente testada a mão direita e logo em seguida a esquerda. Foi considerada o maior valor das 3 tentativas registradas em kgf.

    Na seqüência as participantes foram submetidas à sessão de fisioterapia aquática em grupo duas vezes por semana, num período de 5 semanas, totalizando 10 sessões, com 50 minutos cada sessão, que contemplaram de um protocolo de atendimento elaborado pela pesquisadora e professor responsável que constou de aquecimento (10 minutos), alongamento (10 minutos) , método Hidropilates (20 minutos) e desaquecimento/relaxamento (10 minutos).

    A análise dos dados referentes aos escores do questionário de qualidade vida, força de preensão manual e equilíbrio foi utilizado o teste Wilcoxon. A significância de todas as análises estatísticas foi de p<0,05, utilizando-se do programa SPSS 22.

Resultados e discussão

    Na Figura 1, observa-se o resultado da pontuação inicial e final alcançada pelas idosas na Escala de Equilíbrio de Berg.

Figura 1. Dados referentes ao equilíbrio avaliado antes e após o programa de hidropilates

    O nível de significância do resultado pré e pós-intervenção de hidropilates em relação ao equilíbrio foi p=0.002, sendo média inicial 49,33(± 4,51) e final 52,5(± 2,71), ou seja, o resultado foi estaticamente significativo.

    No estudo de Resende, Rassi e Viana (2008), onde o objetivo foi avaliar o efeito de um programa de hidroterapia no equilíbrio e no risco de quedas em idosas, foram avaliadas 25 idosas com idade acima de 60 anos através da Escala de equilíbrio de Berg e teste Timed Up & Go. Logo após foram submetidas ao programa aquático durante 12 semanas, com sessões de 40 minutos, duas vezes por semana. O programa de hidroterapia para equilíbrio foi realizado com seis idosas por grupo e incluiu adaptação ao meio aquático, hidrocinesioterapia e inclusão de exercícios aquáticos de outros estudos, que desafiam o equilíbrio. Cada sessão foi dividida em três fases: fase de adaptação ao meio aquático, fase de alongamento e fase de exercícios para equilíbrio estáticos e dinâmicos. Segundo os resultados obtidos, o equilíbrio aumentou significativamente após a execução do programa de hidroterapia, de acordo com os testes empregados.

    Meereis (2013) teve como objetivo avaliar o equilíbrio dinâmico de idosas institucionalizadas pré e pós-intervenção com hidrocinesioterapia, com dez idosas com idade acima de 60 anos. Para avaliação do equilíbrio foram utilizados dois testes: Escala de Equilíbrio de Berg (EEB) e Performance Oriented Mobility Assessment (POMA). As atividades aquáticas foram realizadas em grupo em uma piscina rasa, uma vez por semana, num total de 15 sessões cada uma com duração de 50 minutos. O protocolo de hidrocinesioterapia foi composto por exercícios físicos para melhorar a coordenação motora, o equilíbrio, a força muscular, a resistência, a respiração, além de adaptação ao meio líquido e atividades lúdicas e de recreação, para proporcionar as idosas um momento de lazer, socialização e descontração. De acordo com os resultados obtidos por meio dos dois testes, o equilíbrio melhorou de forma estatisticamente significativa.

    Assim como os estudos acima, este estudo mostrou que exercícios no meio aquático como o Hidropilates são benéficos em idosas, conforme demonstra a significância estatística na flexibilidade dessa amostra.

    Na Figura 2 e 3 podem-se observar os escores de força muscular de preensão manual de ambos os MMSS através da dinamometria, antes e após o programa de hidropilates.

Figura 2. Dados referentes à força muscular de preensão palmar

de MSD avaliado antes e após o programa de hidropilates

Nota: o eixo das abscissas corresponde aos participantes e o eixo das ordenadas

corresponde a força muscular de preensão palmar expresso em kgf

    O nível de significância do resultado pré e pós-intervenção de hidropilates, em relação à força muscular de membro superior direito, foi p=0.023, sendo a média inicial 0,75 (± 0,17) kgf e final 0,79 (± 0,17) kgf, ou seja, o resultado foi estaticamente significativo.

Figura 3. Dados referentes à força muscular de preensão palmar

de MSE avaliado antes e após o programa de hidropilates

Nota: o eixo das abscissas corresponde aos participantes e o eixo das ordenadas

corresponde a força muscular de preensão palmar expresso em kgf

    O nível de significância do resultado pré e pós-intervenção de hidropilates, em relação à força muscular do membro superior esquerdo, foi p=0,020, sendo a média inicial 0,70 (± 0,15) e final 0,73 (± 0,15), ou seja, o resultado foi estaticamente significativo.

    Candeloro; Caromano (2007) avaliaram o efeito de um programa de hidroterapia na flexibilidade e na força muscular de mulheres idosas sedentárias. O estudo foi composto por 31 idosas, saudáveis e sedentárias, com idade entre 65 e 70 anos (16 no grupo experimental e 15 no grupo controle). Foram realizados testes de força muscular por meio de miometria em músculos do membro superior, inferior e tronco, e realizada avaliação fotográfica da flexibilidade, utilizando os testes de envergadura e flexão anterior do tronco, antes e depois do programa, que constou de 28 sessões de uma hora e foi aplicado durante 14 semanas consecutivas. Os exercícios físicos foram organizados em sete níveis de dificuldade, selecionados visando ganho de flexibilidade e força muscular, que se mostraram significativos após a intervenção.

    Assim como nos estudos discutidos acima, este estudo também mostrou melhora estatisticamente significativa na força muscular de idosas após a um programa de Hidropilates. Porém algumas idosas permaneceram com o mesmo escore de força muscular após o programa, podendo justificar-se pelo programa contar de exercícios mais enfatizados para membros inferiores.

    Na Tabela 1 pode-se observar os escorres alcançados pelas idosas antes e após o programa de Hidropilates em relação a qualidade de vida através do questionário SF-36.

Tabela 1. Média dos escores dos pacientes pré e pós- intervenção de hidropilates

    O trabalho de Aguiar e Gurgel (2009) teve como propósito verificar a influência da hidroginástica sobre a qualidade de vida, a força de membros inferiores e a flexibilidade de idosas. Foram avaliadas 26 mulheres com idade de 60 a 80 anos, que foram divididas em dois grupos: sedentário (n=13) e praticante de hidroginástica há pelo menos seis meses (n=13). Foram utilizados para coleta de dados o Instrumento Abreviado de Avaliação da Qualidade de Vida proposto pela Organização Mundial de Saúde, o teste de impulsão vertical para a avaliação indireta da força muscular de membros inferiores e o teste de sentar e alcançar para avaliação da flexibilidade. Conclui-se que a prática regular de hidroginástica por mulheres na terceira idade contribui positivamente com a qualidade de vida, por influenciar o domínio físico desta, além de melhorar a força e a flexibilidade nesta etapa da vida.

    Santana (2011) buscou investigar a qualidade de vida de idosos com um programa de fisioterapia aquática, verificando o desempenho da marcha e equilíbrio, e também relacionou a melhoria no funcionamento de vários órgãos e sistemas, na coordenação e nas habilidades motoras. Composto por 14 mulheres com idade média de 65,07 (± 4,20) anos. As participantes foram avaliadas no início e no final do tratamento com questionários específicos. A qualidade de vida foi investigada com o Questionário SF-36 e a funcionalidade da marcha e equilíbrio com a Escala de Tinetti. O tratamento foi de duas sessões semanais, com duração de 60 minutos cada, durante 6 semanas consecutivas. Analisando o índice de Tinetti, o teste indicou aproveitamento positivo, uma vez que a maior parte da amostra evoluiu ou manteve sua condição, apresentando também, um ótimo desempenho e sem risco de quedas. O SF-36 apontou resultados significativos e satisfatórios em sete dos oito domínios.

    Kovách et al (2013) teve como objetivo do estudo avaliar os efeitos do Pilates e treinamento físico aquático sobre a aptidão funcional e qualidade de vida em idosos. Participaram do estudo um total de 54 participantes de um clube para pessoas aposentadas em Eger, na Hungria, onde foram divididas aleatoriamente em três grupos: um fez Pilates 3 vezes / semana (n = 22) ; uma fez treinamento físico aquático 3 vezes / semana (n = 17); e um grupo controle (n = 15) . O Fullerton Functional Fitness Test (FFFT) foi utilizado para medir a aptidão funcional pré e pós- programa. A qualidade de vida foi medida pelo questionário de qualidade de vida (WHOQOL) da OMS. Os resultados do FFFT mostrou melhora significativa em 5 de 7 variáveis : força de membro superior e inferior, flexibilidade corporal, mobilidade física (equilíbrio dinâmico especialmente) e resistência aeróbica pelo grupo Pilates. Flexibilidade melhorou significativamente no grupo de treinamento físico aquático. Força de membro inferior melhorou no grupo de controle. WHOQOL mostraram melhora na percepção e autonomia no grupo Pilates e sociabilidade no grupo de treinamento físico aquático.

    Para Martins et al. (2011) a dor é uma experiência pessoal e subjetiva desagradável que atinge a dimensão emocional e sensorial do indivíduo, sendo afetada por fatores emocionais. Participaram do estudo 11 individuos. Nos encontros foram registrados (pré e pós-sessão) os níveis de dor através da Escala Visual Analógica e o Questionário de Qualidade de Vida SF-36. Assim, a proposta terapêutica em questão demonstrou-se eficaz frente a dor crônica, pois, além dos efeitos terapêuticos das atividades propostas, trouxe ainda os benefícios do convívio em grupo, levando ao bem-estar global.

    Os estudos discutidos acima vêm ao encontro deste, onde se pode observar melhora em 7 domínios dos 8 domínios avaliados e 1 deles permaneceu igual, podendo justificar-se tal fato pelas idosas já estarem inseridas em um grupo de lazer. Dentre os 7 domínios que obtiveram melhora, 3 deles obteve melhora estatisticamente significativos, sendo eles limitação por aspectos físicos, dor e limitação por aspectos emocionais. Tais achados se devem por proporcionar atividade física levando a uma vida ativa neste grupo de idosas melhorando assim a qualidade de vida.

Considerações finais

    Neste trabalho concluiu-se que o grupo em estudo obteve melhora em alguns domínios referentes a qualidade de vida após o tratamento de fisioterapia aquática em grupo de acordo com o tratamento proposto. Após as sessões apresentaram melhora com significância estatística os seguintes domínios: limitação por aspectos físicos, dor e limitação por aspectos emocionais. Os demais domínios do questionário de qualidade de vida apresentaram melhora quando comparado avaliação inicial com a final, um (aspectos sociais) se manteve e nenhum apresentou piora do resultado. Em relação ao equilíbrio e força de preensão manual apresentaram melhora com significância estatística, conforme observado nos testes de análise utilizados. Sendo assim, diante dos resultados obtidos, mostra-se a eficácia do tratamento de fisioterapia aquática pelo método Hidropilates, empregado neste grupo de idosas.

Bibliografia

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Lecturas: Educación Física y Deportes - ISSN 1514-3465 - © 1997-2015 Derechos reservados