Educação Física: direito e prática de todos Educación Física: derecho y práctica de todos
	Especialização em Esporte e Atividade Física Inclusiva para pessoas com deficiência – Ngime – UFJF **Professor orientador – Ngime – UFJF **Professor do curso de Educação Física – UNEC	Brunella Lemos da Silva* Cláudio Silva Porto** claudiosporto@yahoo.com.br (Brasil)
	Resumo           Esta pesquisa teve como fundamento conhecer a necessidade da disciplina de Educação Física no contexto escolar, bem como o reconhecer ela na contribuição da formação em geral de seus discentes, seja eles com ou sem deficiência, através do desenvolvimento das capacidades nas quais são trabalhadas com os mesmos e, como também dos plenos direitos de todos. Foi realizado questionário com a objeção de entrevistar alguns profissionais da área na rede municipal de ensino de Marataízes – ES a fim de identificar através de suas concepções o que eles denotam sobre o papel da Educação Física na perspectiva de transformação social e educacional, bem como o processo de inclusão por meio dos direitos e deveres iguais nos quais todos possuem. Após a análise das práxis escolares e, de acordo com os resultados plausíveis encontrados, conclui-se que é fundamental que a Educação Física seja ofertada a todos, uma vez que ela possui uma gama muito grande de benefícios na vida dos educando e que, os profissionais em geral da área educacional façam acontecer essas transformações por meio dos seus afazeres, tornando-os mais diferenciados, inclusivos e inovador.           Unitermos: Educação Física. Alunos. Inclusão. Transformação.   Abstract           This research was predicated on the need to understand the discipline of Physical Education in the school context, as well as its importance in contributing to the training of their students in general, be they with or without disabilities by developing the capacity in which they are worked with same and, as well as the full rights of all. Questionnaire with the objection interview some professionals in the municipal schools of Marataizes was conducted - ES to identify their conceptions through what they denote about the role of physical education in the perspective of social and educational transformation, as well as the process of inclusion through equal rights and duties in which everyone has. After the analysis of school and practice, according to plausible results, it is concluded that it is crucial that physical education is offered to all, since it has a very wide range of benefits in the lives of learners and the professionals in general the educational field make these changes happen through their tasks, making them more differentiated, inclusive and innovative.           Keywords: Physical Education. Students. Inclusion. Transformation.   Recepção: 01/08/2015 - Aceitação: 05/10/2015
	EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 20, Nº 209, Octubre de 2015. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    No que se refere à disciplina escolar Educação Física, não há diferença entre os dois grupamentos – pessoas com deficiência e / ou sem deficiência, uma vez que todos os estudantes têm direito a dispor e participar da disciplina Educação Física, posto que esse é um componente obrigatório para todos em todas as séries e anos da Educação Básica. Tal obrigatoriedade consta da Lei nº 9.394/98, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBen, em seu § 3º, art. 26, que ao reconhecer seus valores sócio-educacionais deve ser compreendida como um dos direitos fundamentais de todas as pessoas. Atualmente, a legislação determina o direito de todos à educação e principalmente a inclusão das pessoas com deficiência no processo educacional.

    Para o modelo de Educação Física contida nos PCNs (Brasil, 1998a, p.19) propõe como princípio básico a necessidade das aulas serem dirigidas a todos os alunos.

    Na escola, "pressupõe, conceitualmente, que todos, sem exceção, devem participar da vida acadêmica, em escolas ditas comuns e nas classes ditas regulares onde deve ser desenvolvido o trabalho pedagógico que sirva a todos, indiscriminadamente" (Edler Carvalho, 1998, p.170).

    É importante que se considere que o objetivo da Educação Física Escolar é contribuir na formação geral dos discentes, através do desenvolvimento de cultura das capacidades motoras, cognitivas, afetivas e sociais, visando à aquisição do hábito e da participação prática de atividades físicas como componente fundamental da educação para uma vida saudável e sociável.

    A Educação Física Adaptada "é uma área da Educação Física que tem como objeto de estudo a motricidade humana para as pessoas com necessidades educativas especiais, adequando metodologias de ensino para o atendimento às características de cada portador de deficiência, respeitando suas diferenças individuais" (Duarte e Werner, 1995: 9).

    Segundo Bueno e Resa (1995), a Educação Física Adaptada para portadores de deficiência não se diferencia da Educação Física em seus conteúdos, mas compreende técnicas, métodos e formas de organização que podem ser aplicados ao indivíduo deficiente. É um processo de atuação docente com planejamento, visando atender às necessidades de seus educando.

    Portanto, a Educação Física é um caminho privilegiado da Educação, pelas suas possibilidades de desenvolver a dimensão motora e afetiva das crianças e adolescentes, conjuntamente com os domínios cognitivos e sociais, e por tratar de um dos preciosos recursos humanos, que é o corpo.

    As aulas de Educação Física são uns estimuladores nas quais permeiam grandes aspectos relevantes na vida do educando, dando a eles melhores possibilidades de desenvolverem suas valências físicas. Sem contar que, além de ser uma disciplina de direito a todos, deve-se, portanto, haver a participação de todos nas mesmas, a fim de garantir não apenas a participação coletiva entre todos, mas, como também de assegurá-los de uma maior transmissão de valores que rege essa disciplina específica.

    Para Cidade e Freitas (1997) a Educação Física na escola se constitui em uma grande área de adaptação ao permitir, a participação de crianças e jovens em atividades físicas adequadas às suas possibilidades, proporcionando que sejam valorizados e se integrem num mesmo mundo. O Programa de Educação Física quando adaptada ao aluno portador de deficiência, possibilita ao mesmo a compreensão de suas limitações e capacidades, auxiliando-o na busca de uma melhor adaptação.

    Por meio das vivências práticas é notória a expansão de conhecimentos que o mesmo fornece de forma coletiva, bem como transmissão de valores esportivos aos meios escolares, cooperativismo, inclusão social, atendimento às pessoas com deficiência, condutas legais em prol de jogo limpo, tornam os atletas / jogadores mais criativos, dão os a mais oportunidade de conhecimento dos próprios limites corporais e potenciais, permite cumprir melhor e respeitar às regras, uma melhor socialização entre às diferenças e as diversidades existentes, dentre outros aspectos relevantes.

    O ser humano se faz presente no mundo por meio do seu corpo, seja ele um corpo com ou sem deficiência. São seres integrais que se movimentam, articulam, convivem, sofrem, brincam, divertem se, e a Educação Física exerce um papel de suma importância no desenvolvimento do aluno, como um todo, uma vez que é impossível subdividir esse Ser e educar o corpo, pois o corpo não é educável, mas somente treinável, sendo inviável, portanto, dissociá-lo da educação das outras dimensões, tais como: a intelectual, a social, a moral, a emocional, etc.

    A Educação Física é a disciplina com maior e melhor propriedade para favorecer e possibilitar a Educação Inclusiva, uma vez que as atividades são executadas em conjunto possibilitando a interação e a inclusão entre todos os alunos.

    Segundo os PCNs (Brasil, 1998b), a Educação Física necessita refletir sobre o conceito de saúde de maneira mais ampla, de modo que as dimensões social, psicológica, afetiva e cultural também sejam privilegiadas.

    Visto que, o papel da Educação Física está definido, com competência e profundidade, como parte integrante e fundamental no processo educativo de todos, capazes de proporcionar aos estudantes as necessárias competências para o seu pleno desenvolvimento, tanto no que tange ao cognitivo, como a saúde, e aos seus aspectos cultural e social.

Objetivos

    O presente estudo teve como objetivo conhecer a necessidade da disciplina de Educação Física no contexto escolar do município de Marataízes – ES; identificar as concepções dos docentes sobre o papel da Educação Física na perspectiva de transformação social e educacional; avaliar o processo de inclusão por meio dos direitos e deveres iguais de todos os alunos; avaliar a disciplina na contribuição da formação geral dos discentes, com plenos direitos perante todos.

Metodologia

    A presente pesquisa procedeu-se por meio de observações nas aulas e, através de questionários com seis professores de Educação Física da rede municipal de ensino de Marataízes – ES a fim de identificar o papel da disciplina específica em prol de uma transformação social e educacional na vida dos educando sejam eles, com ou sem deficiência. A investigação deu se com início em março de 2014, evidenciando melhor as objeções da disciplina de Educação Física na formação dos discentes.

    O estudo foi realizado por meio de observações e intervenções realizadas no desenvolver das aulas teóricas e prática de Educação Física do município de Marataízes – ES. E, ao final deste período, foi realizado o questionário com alguns professores de apoio em Educação Física, professores da área e regente de classe dessas crianças / adolescentes para averiguar o processo de participação e possivelmente as mudanças plausíveis que os mesmos obtêm e vem conquistando por meio da práxis educacional diferenciada.

Resultados e discussões

    Através dos métodos desenvolvidos nos âmbitos escolares pelos profissionais de Educação Física, nota-se tamanha necessidade da intervenção dessa área específica no contexto escolar, pois, a mesma permite avanços construtivos na vida dos discentes.

    Após as percepções direcionadas nessas aulas ministradas com alunos que possuem ou não deficiências, são inegáveis que são direcionamentos de atividades de grande melhoria para o seu aspecto motor, cognitivo, emocional e, de suma relevância o social. Pois permitem aos discentes liberdades de expressões, superação, reconhecimento de suas outras possibilidades possíveis, melhoria da autoestima, sem contar com uma melhor interação com os outros que os cercam, respeito mútuo entre todos, etc.

    No decorrer dos meses foram perceptíveis às melhorias encontradas na formação desses sujeitos participativos nas aulas teórico-práticas. Visto ser uma disciplina rica que desperta inúmeras possibilidades para os educando, desde que, haja o interesse na participação das mesmas para torná-la possível em sua autoconstrução e formação enquanto ser com plenos direitos.

Considerações finais

    A prática de atividade física e/ou esportiva por pessoas que possuem algum tipo de deficiência, sendo esta visual, auditiva, intelectual ou física, pode proporcionar dentre os diferentes benefícios da prática regular de atividade física que são mundialmente conhecidos, a oportunidade de testar seus limites e potencialidades, prevenir as enfermidades secundárias à sua deficiência e promover a sua adequada integração social. Assim sendo, da mesma forma que os alunos ditos “normais”, àqueles que possuem alguma deficiência precisam adquirir o hábito da prática desde a escola e compreender a importância dessa atividade ao longo de suas vidas.

    Além do processo de inclusão social, é fundamental que a Educação Física seja ofertada a todos, uma vez que as atividades físicas e esportivas para as pessoas com deficiência física apresentam uma considerável gama de valores terapêuticos evidenciando os benefícios tanto na esfera física quanto na psíquica.

    As ações dos professores em fazer com que os alunos com deficiência participem das aulas de Educação Física são importantíssimas para estes. Pois essa é a aula e representa o momento em que os alunos podem e têm mais contato uns com os outros, fazendo com que identifiquem e aprendam a respeitar às diferenças.

    Contudo, na ótica dos professores entrevistados denota-se que os mesmos possuem uma relação com as aulas de Educação Física bem envolvida no processo de inclusão, buscando sempre que possível permitir um fazer diferenciado a fim de que todos, inerentes as suas especificidades e ou limitações, enquadram-se nas aulas e desenvolvam-se dentro de seus próprios limites, possibilitando assim, melhorias em sua saúde e em todos os outros aspectos possíveis.

    Nesse contexto, a Educação Física pode significar melhorias para a qualidade de vida, por proporcionar prazer e ser entendida como uma prática que não desconsidera sua deficiência e seus limites, mas sim, evidencia seus direitos e a sua eficiência e possibilidades.

    Com o desenvolvimento de uma Educação Física inclusiva às pessoas com deficiência, poder-se-ia demonstrar à sociedade que todo cidadão, com ou sem deficiência, é capaz de viver com seus limites, praticando alguma atividade física, sem que as pessoas os olhem com clemência e evitem qualquer forma de exclusão. Dessa maneira, pode-se considerar que esse seria um procedimento acertado e capaz de ampliar suas possibilidades nos campos moral, físico, social e cultural.

    Valores como determinação, cooperação, autosuperação, autoconfiança, autoestima, socialização, bem como habilidades motoras e cognitivas, podem ser referenciados pela prática da atividade física. Ao trabalhar com a pessoa com deficiência, é indispensável que ocorra uma intervenção visando o oferecimento de uma Educação Física que os conscientize de suas dificuldades ocasionadas pelas deficiências, mas que os faça desvelar as possibilidades e motivá-los na busca de melhorias para a adoção de procedimento que lhes proporcione uma melhor qualidade de vida, facilitando suas atividades cotidianas.

    A escola é o princípio fundamental de tudo e é onde a Educação Física inclusiva deve ser concretizada.

Bibliografia

• Brasil. MEC (1996). Lei de diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, MEC.

• Brasil. MEC (1998). Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos: apresentação dos temas transversais/ Secretaria de Ensino Fundamental. Brasília, MEC/SEF.

• Bueno, S.T., Resa, J.A.Z (1995). Educação Física para meninos e meninas com necessidades educativas especiais. Málaga: Edição Aljibe.

• Cidade, R.E., Freitas, P.S. (1997). Noções sobre Educação Física e Esporte para Pessoas Portadoras de deficiência. Uberlândia.

• Duarte, E., Werner, T. (1995). Conhecendo um pouco mais sobre as deficiências. In: Curso de atividade física e desportiva para pessoas portadoras de deficiência: educação à distância. Rio de Janeiro: ABT: UGF.

• Carvalho, R.E. (1998). Temas em Educação Especial. Rio de Janeiro: WVA Ed.

• Mantoan, M.T.E. (2008). Inclusão Escolar: O que é? Por quê? Como fazer. São Paulo: Editora Scipione.

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