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A influência do aquecimento ativo específico
e geral no desempenho da força

La influencia del calentamiento activo específico y general en el rendimiento de la fuerza

 

*Graduado em Educação Física licenciatura plena pela Universidade Salgado de Oliveira

e especialização em fisiologia do exercício-avaliação morfo-funcional pela Universidade Gama Filho. 

Atualmente é professor e coordenador da academia Body Fit e Top Five

Fisiologista do clube ADI da terceira divisão do carioca (Itaboraí - RJ)

** Mestre em educação pela UERJ/FFP, possui graduação em educação física licenciatura

plena pela Universidade Salgado de Oliveira e especialização em fisiologia

do exercício-avaliação morfo-funcional pela Universidade Gama Filho. Graduado

em licenciatura plena em pedagogia na UERJ/FFP. Atualmente é professor

de educação física do Colégio Estadual Visconde de Itaboraí (Itaboraí, RJ) 

e professor de educação física da Escola Municipal Margarida Rosa Marques Galvão (São Gonçalo-RJ).

***Graduado em educação física licenciatura plena pela Universidade Salgado de Oliveira

e especialização em fisiologia do exercício-avaliação morfo-funcional pela Universidade

Gama Filho. Atualmente é professor de educação física do Colégio Estadual

Conselheiro Macedo Soares - (Niterói - RJ)

Juarez Paiva Zaniboni*

zaninho_brej@hotmail.com

Renato Poubel de Sousa Assumpção**

renatopoubel_rj@yahoo.com.br

Jorclay Sant’ana Pascoal***

jorclay@gmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          O estudo teve como objetivo comparar o aquecimento ativo geral e ativo específico e a atividade principal sem prévio aquecimento durante o desempenho da força na realização da atividade principal, realizada no aparelho Leg 45º. A amostra constituiu-se de 10 indivíduos homens com experiência no aparelho Leg 45º. O estudo possuiu seis encontros sendo primeiro o de familiarização, onde se realizou o movimento proposto na atividade principal, com o objetivo de adaptar-se a mesma, e posteriormente foi recolhido os dados referentes à Freqüência Cardíaca de reserva (FCr) na esteira. No segundo dia foi realizado o teste de carga máxima para 9-10 RMs sendo quatro o número máximo de tentativas. No terceiro dia foi realizado o re-teste de carga máxima. No quarto dia o teste de grupo controle, que realizava apenas a atividade principal, onde todos os recrutados realizavam uma série com carga máxima executando o maior número de repetições possíveis. No quinto e sexto dias realizavam-se de forma alternada, o aquecimento geral e o aquecimento específico, ambos seguidos pela atividade principal, sendo cada atividade em um dos dias de forma separada uma da outra. Para analisar a possível influência dos tipos de aquecimento no desempenho da força foi realizada uma ANOVA com medidas repetidas onde se constatou não haver diferença significativa (p>0,05) comparando os aquecimentos geral e específico, entretanto ambos os aquecimentos geral e específico em relação ao grupo controle apresentaram melhoras significativas (p<0,05). Em conclusão o estudo teve como indício de que o aquecimento ativo geral e ativo específico, realizados em intensidade de 70% antes do exercício específico, resultam em melhora no desempenho da força comparadas a prática da atividade principal, sem um aquecimento prévio.

          Unitermos: Aquecimento. Leg 45º. Aquecimento ativo geral. Aquecimento ativo específico. Desempenho. Força.

 

Resumen

          Este estudio tuvo como objetivo comparar el calentamiento activo general y activo específico y la actividad principal sin previo calentamiento durante el desempeño de la fuerza en la realización de la actividad principal, realizada en el aparato Leg 45°. La muestra se constituyó con 10 individuos hombres con experiencia en el aparato Leg 45°. El estudio fue realizado en seis encuentros siendo el primero para familiarización, donde se realizó el movimiento propuesto en la actividad principal, con el objetivo de adaptarse a ella, posteriormente fue recogido los datos referentes a la frecuencia cardiaca de reserva (FCr) en la colchoneta. En el segundo día fue realizado el test de carga máxima para 9-10 RMs siendo cuatro el número máximo de las tentativas. En el tercer día fue realizado un nuevo test de carga máximo. En el cuarto día fue el test de grupo control, que realizó solamente la actividad principal, donde todos los sujetos investigados realizaban una serie de carga máxima ejecutando el mayor número de repeticiones posibles. En el quinto y sexto días se realizaron de manera alternada, el calentamiento general y el calentamiento específico, los dos seguidos de la actividad principal, siendo cada actividad en uno de los días de manera separada una de la otra. Para analizar la posible influencia de los tipos de calentamiento en el desempeño de la fuerza fue realizada una ANOVA con medidas repetidas donde se constató no haber diferencia significativa (p>0,05) comparando los calentamientos general y especifico, pero los dos calentamientos general y especifico en relación al grupo control, presentaran mejoras significativas (p<0,05). En conclusión el estudio tuvo como conjetura que el calentamiento activo general y activo especifico, realizados en intensidad de 70% antes del ejercicio especifico, resultan en una mejora en el rendimiento de la fuerza comparados a la práctica de la actividad principal, sin un calentamiento previo.

          Palabras clave: Calentamiento. Leg 45°. Calentamiento activo general. Calentamiento activo especifico. Rendimiento. Fuerza.

 

Recepção: 11/05/2015 - Aceitação: 20/08/2015

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 20, Nº 209, Octubre de 2015. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Atualmente, existe um aumento no público praticante de atividades físicas tanto em atividades desportivas como de lazer (Fradkin et al., 2001) Popularmente o uso do aquecimento é muito comum para preparação do corpo, antes de qualquer atividade física, tanto para estabelecer um estado ótimo de preparação psicofísica (físico mental), quanto para prevenir as contusões músculo esqueléticas, assim como para melhorar o desempenho na prática de atividade física (Robergs et al., 1991). Tais questões levaram a comunidade científica a verificar se realmente tal prática possui algum benefício. Muitos praticantes de atividade física acreditam que o aquecimento pode vir a melhorar o desempenho da mesma, pois geraria uma adaptação fisiológica mais rápida ao estresse (influência negativa ao controle homeostático) provocada pelo exercício físico (Robergs et al., 1991 & Robergs, 1998).

    Pode-se observar que os benefícios do aquecimento podem estar relacionados ao: aumento da temperatura corporal, aumento da elasticidade do tecido, melhoria do recrutamento das unidades motoras, aumento do débito cardíaco, aumento do fluxo periférico e aumento do metabolismo energético.

Aumento da temperatura corporal

    Os benefícios do aquecimento poderiam estar relacionados ao aumento da temperatura corporal (Nosaka, et al., 2004), porém alguns autores acreditam que os benefícios que ele possa proporcionar podem não ser somente creditados a essa elevação da temperatura, ocorrida posteriormente a prática do aquecimento. (Nosaka, et al., 2004 & Racinais et al., 2005a). Acredita-se que o aumento da temperatura corporal de forma natural ao longo do dia tenha influência no desempenho do indivíduo em uma determinada atividade (Racinais et al., 2005a & Racinais et al., 2005b).

Aumento da elasticidade do tecido

    É observado que o trabalho com alongamento é um dos mais utilizados para o ganho da elasticidade do tecido (Young, 2002). Entretanto a prática do mesmo para ganho de força é visto como prejudicial (Young, 2002).

Melhoria do recrutamento das unidades motoras

    Jones et al.(2003) acreditam que ocorra melhora da função do sistema nervoso central e do recrutamento das unidades motoras neuromusculares devido à redução da tensão metabólica em cada fibra. Burkett et al. (2005) e Thompsen et al. (2007) realizaram trabalhos com saltos vertical (Burkett et al., 2005 e Thompsen et al., 2007), e horizontal (Burkett et al., 2005), e concluíram que o aquecimento com peso vem a recrutar mais unidades motoras proporcionando contrações mais fortes após o aquecimento.

O Aumento do débito cardíaco, do fluxo sangüíneo periférico, e aumento do metabolismo energético

    Os mesmos estão associados a um déficit de oxigênio (Robergs et al., 1991 & Robergs et al., 1998) e diminuição do acumulo de H+ (Bishop, 2003b), estando relacionados à melhora do desempenho da execução de atividades físicas posteriores ao aquecimento. (Fletcher & Jones, 2004).

    Existem dois tipos de aquecimentos: o passivo e o ativo. No aquecimento passivo são utilizadas técnicas de massagens, pomadas, duchas, banhos quentes, sendo importantes para suplementar ou manter os aumentos da temperatura (Bishop, 2003a; Bishop, 2003b e Thompsen et al., 2007). O aquecimento ativo é subdividido em específico e geral. Neste último os movimentos não estão diretamente ligados à atividade principal, já no específico a prática da atividade principal é incluída durante o processo de aquecimento (Silva, 2006).

    Acredita-se que diferentes formas de utilização do aquecimento venham a influenciar o desempenho da atividade principal (Firmino, 2004), apesar disto, alguns estudos que utilizaram o aquecimento com a atividade contra-resistência, não apresentaram aumento significativo na força. (Batista, 2003; Firmino, 2004; Firmino, 2005 e Silva, 2007)

    Segundo Silva (2007) as informações ainda não são consistentes em relação à influência do aquecimento sobre o desempenho da força, diante dos ganhos ou perdas durante esta prática. Os estudos que verificaram o efeito do aquecimento sobre a atividade contra resistência ainda são escassos e inconclusivos. Portanto, ainda não existe consenso sobre as evidências científicas que comprovem melhorias no desempenho da atividade física promovidas pelo aquecimento. (Bishop, 2003a)

    Porém, o uso do aquecimento antes das atividades físicas é uma prática muito aceita em todo o mundo, para gerar benefícios no desempenho, mesmo não sendo muito confiáveis as informações de caráter científico devido a limitação das pesquisas. (Bishop, 2003a). Apesar das diversas vertentes existentes, na qual podemos explorar sobre o tema aquecimento, tais como: antes do trabalho de resistência, para o aumento da amplitude articular, para diminuição de lesões, o presente trabalho se limitou ao estudo do aquecimento antes do trabalho de força, em razão de ser uma área ainda de muitas discussões.

    Segundo Firmino (2005), entre os aquecimentos específico e o alongamento com intervalo de 2 min para o exercício na mesa flexora, não foi encontrado diferença significativa entre as três séries realizadas. Também não foi encontrado diferença significativa em seu estudo anterior (Firmino, 2004), onde ele havia estudado o aquecimento ativo geral e específico no Leg, cadeira extensora e mesa flexora, com intervalo de 2 min do aquecimento para as três séries principais.

    Entretanto, autores como Burkett et al. (2005) e Thompsen et al. (2007), em pesquisas realizadas com saltos, encontraram melhoras significativas de aquecimentos específicos, sobre o grupo controle e em alguns casos entre os próprios aquecimentos específicos. Thompsen et al. (2007) em sua pesquisa (com salto vertical e horizontal) encontrou uma melhora significativa do aquecimento específico sem carga sobre o alongamento estático, e aquecimento específico, utilizando-se de uma veste com 10% do peso corporal do testado, obtendo através do mesmo uma melhora significativa sobre o aquecimento específico sem carga. Burkett et al. (2005), encontrou em pesquisas realizadas com saltos verticais, uma melhora significativa para o aquecimento específico com carga de 10% do peso corporal do testado sobre o aquecimento específico submáximo de 75% da sua altura de salto máxima e do alongamento, com 14 posições para a musculatura envolvida ao movimento de salto vertical, com 20 segundos de duração cada.

    Baseado em diversos estudos (Batista, 2003; Bishop, 2003a; Bishop, 2003b; Firmino, 2004; Firmino, 2005 e Silva, 2006) observou-se que o aquecimento utilizado antes do trabalho de força na sua grande maioria era realizado em baixa intensidade, não sendo verificada diferença significativa com a sua utilização. Sendo assim questiona-se se um aquecimento mais intenso poderia favorecer o ganho de força.

    Portanto, este estudo teve como objetivo, verificar o efeito agudo do aquecimento ativo (específico e geral) com alta intensidade no desempenho da força.

Materiais e métodos

    Foram recrutados 10 sujeitos do sexo masculino, com idade 25 ± 6 anos, estatura 182,5 ± 8,5cm, peso 81 ± 13kg, todos com no mínimo 5 meses de experiência no exercício Leg 45° e em esteira, praticando os mesmos, pelo menos uma vez na semana.

    Todos os sujeitos participaram de forma voluntária ao estudo e assinaram um termo de consentimento escrito, após serem informados sobre a finalidade, riscos e os procedimentos a serem utilizados durante o trabalho.

    Todos foram submetidos a seis visitas, com no mínimo três e no máximo sete dias de intervalo entre elas. Os sujeitos foram orientados a não realizarem treino de grupamentos musculares inferiores, 24 horas antes de qualquer visita, mantendo sempre o mesmo calçado para não haver influência na angulação no Leg 45º. Os testes foram realizados no mesmo período do dia.

    A primeira vista teve como objetivo, familiarizar os testados aos procedimentos utilizados. Antes de qualquer teste, foi adotada a estratégia de descanso de 10 min em repouso deitado. Para aferir a pressão arterial com um aparelho digital (Prochek, Umoib, Alemanha), foi usado como critério de exclusão, os testados que estivessem acima de 140 mmHg (PAS) e abaixo de 50 mmHg ou acima de 89 mmHg (PAD).

Na primeira visita ocorreu a familiarização no aparelho Leg Press 45º (Irontec, Rio de Janeiro, Penha) realizando 3 séries de 10 repetições com uma amplitude articular de 90º de flexão de joelho, verificada individualmente por um goniômetro (sendo utilizados os pontos maleolar, epicôndilo e trocantero para aferição da amplitude articular de 90º de forma individual), com subseqüente extensão completa da articulação, e em seguida um teste na esteira ergométrica (rt 200, Moviment Technology, Rio de Janeiro, Nilópolis). Na mesma, foram encontrados os dados na relação velocidade/freqüência cardíaca de reserva (esquema 1), atingindo o limite de 60 a 70% de frequência de reserva (FC máximo – FC repouso, onde FC máximo= 220 – Idade) de cada testado, utilizando para isso um freqüencímetro (Oregon scientific hr-102, 2004, São Paulo, Tambore). Esse valor foi encontrado de forma gradativa, onde deixava o individuo se familiarizar com a esteira e após uma branda caminhada havia incremento da carga de velocidade de 1 km/h a cada 2 min., até se atingir a freqüência desejada.

Esquema 1

FCR60% = (FC máxima – FC repouso) x 0,60 + FC repouso

FCR70% = (FC máxima – FC repouso) x 0,70 + FC repouso

    A segunda e terceira visitas consistiram em realizar o teste e re-teste, de 9-10 repetições máximas (RMs), em quatro tentativas com o intervalo entre as mesmas de 10 minutos (Santos, 2007). A carga utilizada como referência para o aquecimento ativo específico e para a atividade principal foi o maior valor encontrado entre os dois testes de carga máxima.

    Durante o teste de carga de 9-10 RMs, se duas repetições (seguidas ou não) não tivessem sido realizadas, respeitando a angulação de 90º, seria anulada a tentativa. No teste de carga de 9-10 RMs, a angulação de 90º foi marcada por uma fita isolante preta, a qual a base inferior da plataforma deveria tocá-la. Para evitar uma possível vantagem mecânica, os recrutados foram estabilizados por um cinto na altura da cicatriz umbilical e suas mãos deveriam se encontrar nas barras de apoio do aparelho.

    Quarta visita todos os recrutados participaram da situação controle, que foi composto por uma série máxima, com carga de 9-10 RMs no aparelho Leg Press 45º, que era realizado sem aquecimento prévio.

    Quinta e sexta visitas: A atividade principal (uma série máxima, com a carga de 9-10 RMs) foi precedida pelo aquecimento geral ou especifico, descritos a seguir. Metade dos sujeitos realizaram primeiro o aquecimento geral e a outra metade o especifico, invertendo na sexta visita.

    No aquecimento ativo específico o sujeito realizou um aquecimento de três séries de 10 repetições, com 70% da carga de 9-10 RMs, com intervalo entre as séries de 2 minutos. Após o aquecimento, houve um intervalo de 2 min antes do início da atividade principal, que consistia de uma série máxima, com a carga de 9-10 RMs.

    No aquecimento ativo geral foi realizado 10 min de corrida na esteira rolante, com velocidade suficiente para que o sujeito permanecesse na faixa de 60 e 70% da FCr, estabelecida na 1ª visita. Ao término, foram submetidos a um descanso de 2 min antes do início da atividade principal, que consistia de uma série máxima, com a carga de 9-10 RMs.

    Para verificar o efeito agudo dos dois tipos de aquecimento (geral e especifico) sobre o desempenho da força, medido pelo número máximo de repetições realizadas no Leg 45º, utilizou-se uma ANOVA com medidas repetidas.

    Em todos os casos, considerou-se um nível de significância de p < 0,05. Os dados foram tratados no software SPSS versão 10.0.

Resultado e discussão

    A figura 1 indica os valores médios do número máximo de repetições executadas na situação controle e após os aquecimentos específico e geral.

    Não foi constatada diferença significativa entre os aquecimentos específico e geral (p=0349), porém houve diferença significativa em relação à situação controle em uma série com o número de repetições máximas realizadas no aparelho leg 45º. O aquecimento específico comparado com o controle (p=0,000) e aquecimento geral comparado com o controle (p=0,003).

Figura 1. Número de repetições máximas realizadas no Leg 45º na situação controle, após aquecimento geral e específico. * diferença significativa para a situação controle.

    Apesar de a literatura apontar que a maioria dos aquecimentos ativos proporciona uma melhora, porém não significativa, grande parte dos que tiveram melhor otimização foram os que utilizaram sobrecarga, ou seja, o aquecimento ativo específico (Burkett et al., 2005 & Thompsen et al., 2007).

    Sobre estudos que utilizaram aquecimento ativo, cabe ressaltar que grande parte deles usou intensidade baixa e vários sugerem novos estudos com intensidades mais elevadas. (Batista, 2003; Firmino, 2004; Firmino, 2005 e Silva, 2006).

    De certa forma o aquecimento é um fator individual (Bishop, 2003b), mas o presente estudo utilizou um nível maior de intensidade em seus aquecimentos ativos, onde houve uma melhora significativa no aquecimento específico e geral em relação a situação controle, porém entre ambos não houve diferença significativa. O motivo mais provável talvez se dê pela questão de ocorrer um maior recrutamento neural, devido à alta intensidade do aquecimento. Gorassini et al. (2002) identificaram que durante a primeira tentativa, o esforço para recrutar unidades motoras era muito maior do que na segunda tentativa, talvez sendo esta, a resposta para a melhora significativa ao utilizar o aquecimento ativo específico no presente artigo. Já o aquecimento ativo geral pode ter proporcionado um aumento do débito cardíaco, do fluxo sangüíneo periférico e do metabolismo energético (Robergs et al., 1991 & Robergs, 1998) motivo pelo qual, o resultado da pesquisa realizada pode ter sido influenciado a melhora significativa do resultado ao comparado a situação controle.

    Existem várias modalidades de aquecimento descritas na literatura, até mesmo aquecimento passivo, utilizando-se microondas para gerar o aumento da temperatura (Nosaka et al., 2004), sendo que não demonstraram influência significativa. Estudos como Firmino (2005) utilizaram o alongamento como aquecimento, porém nenhuma influência foi verificada.

    Silva (2006) encontrou uma melhora maior, embora não significativa, ao utilizar o aquecimento combinado (geral mais o específico), porém com intensidades menores do que o presente estudo. Entretanto, quando os aquecimentos foram observados de forma individual, não houve influência significativa entre os mesmos.

    Todavia, o presente estudo identificou uma melhora ao utilizar o aquecimento específico ou o geral em relação à situação controle (sem aquecimento prévio). O motivo provável seria pela intensidade mais elevada em seus aquecimentos.

Conclusão

    Conclui-se que tanto o aquecimento específico, como o aquecimento geral, com a intensidade utilizada, proporcionou um aumento significativo na prática da atividade principal no aparelho Leg Press 45º, comparada a situação controle (sem aquecimento prévio) demonstrando, haver melhora no número de repetições máximas, quando executado tanto o aquecimento específico, como o aquecimento geral antes da atividade principal. No maior valor encontrado nos dois testes de carga máxima verificou-se diferença significativa entre os mesmos.

    Pode-se crer então, que um aquecimento prévio antes da atividade principal em trabalho de força, poderia potencializar a execução da mesma. Todavia, tal fato deve ser melhor investigado, para que se possa estabelecer bases mais consistentes sobre este assunto.

    Sugere-se que em estudos futuros, sejam utilizadas outras intensidades de aquecimento, combinação de aquecimentos, propondo novas maneiras de execução do mesmo e amostra com características diferentes.

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