Sociedade, escola, Educação Física (Ginástica). Novas perspectivas Sociedad, escuela, Educación Física (Gimnasia). Nuevas perspectivas |
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*Acadêmico do Curso de Educação Física, Universidade de Passo Fundo **Graduada em Educação Física pela Universidade de Passo Fundo Cursando Pós-graduação em Educação Infantil Professora de Grupos de Terceira idade (Brasil) |
Alex Luis Emiliavaca* Camila Guireli da Silva** |
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Resumo O presente estudo está interessado com as novas perspectivas de Educação Física e suas aulas nas escolas, principalmente a ginástica, que é o foco principal deste trabalho. O trabalho tem a idéia de quebrar alguns paradigmas os quais afirmam que é impossível um aluno acima do peso praticar atividades físicas, desmitificando também a mídia consumista que interfere na vida social de muitos adolescentes, os quais buscam o novo ideal de beleza não levando em conta os diversos riscos à saúde. O estudo teve com base artigos científicos, teses, monografias, e algumas obras literárias, materiais estes da área da Educação Física e outras áreas afins. Deste modo o trabalho tem a intenção de demonstrar aos adolescentes de escolas públicas que é possível praticar atividades físicas sem necessitar de um corpo magro e as diversas influencias que estes alunos estão sujeitos. Unitermos: Ginástica. Adolescente. Escola.
Resumen Este estudio tiene que ver con las nuevas perspectivas de la Educación Física y sus clases en las escuelas, sobre todo la gimnasia, que es el objetivo principal de este trabajo. El trabajo propone la idea de romper algunos paradigmas que afirman que es imposible para un estudiante con sobrepeso realizar actividades físicas; también desmitificar los medios consumistas que interfieren en la vida social de muchos adolescentes que buscan el nuevo ideal de belleza sin tener en cuenta los diversos riesgos para la salud. El estudio se basó en artículos científicos, tesis, monografías y algunas obras literarias, materiales del ámbito de la educación física y otros campos relacionados. Así, el trabajo tiene la intención de mostrar que los adolescentes de las escuelas públicas pueden practicar actividades físicas sin la necesidad de un cuerpo delgado y las diversas influencias a las cuales estos estudiantes están sujetos. Palabras clave: Gimnasia. Adolescente. Escuela.
Recepção: 10/08/2015 - Aceitação: 20/09/2015
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 20, Nº 208, Septiembre de 2015. http://www.efdeportes.com/ |
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1. Introdução
1.1. História da ginástica no mundo e na escola
Sabe-se que a ginástica é uma atividade física a qual muitas pessoas tem esta em mente como sendo uma atividade apenas para competição ou de exercícios para exércitos. Mas através dos anos tentou-se demonstrar que a ginástica não é apenas isto, ela é também diversas outras ações, desde um simples fato de caminhar, correr, trotear, saltitar, engloba-se também nesta pratica brincadeiras lúdicas, lutas culturais e uma diversidade de movimentos sejam eles não construídos ou principalmente construído.
De acordo com alguns autores como Meuret (1985, apud Publio 2002, p. 21) foi conhecida por ser uma “ginástica educativa, de formação do corpo, conhecida também com o nome de Educação Física ou como Ginástica Medica, ou terapêutica, que se praticava nas antigas civilizações para manter e melhorar a saúde”.
Em diversos lugares do mundo, principalmente como a Grécia e Roma, a ginástica era praticada apenas com o intuito de preparação para os militares que participavam de guerras, ou pelas formas da beleza na Grécia, e para grandes combates nas arenas em Roma.
Já na Europa, em meados do século XVIII e XIV, a ginástica acabou sendo transformada, perdendo seu valor de beleza ou para guerra, acabando por adquirir novos sentidos. A ginástica, com a mudança da ciência, passou a se preocupar cada vez mais com a saúde corporal (educação Corporal), ou seja, uma educação do movimento ou a chamada “educação do corpo” (Ayoub, 2004, p. 32).
1.2. O Brasil, as escolas e a ginástica
No Brasil, já mais no final do século XIX a ginástica foi muito contestada por uma parte da sociedade, quando tentou-se inseri-la na escola. De acordo com Publio (2002) antes mesmo da ginástica ser ensinada e praticada como conteúdo das aulas de Educação Física, ela já havia sido ensinada como ginástica olímpica onde ocorreu no Rio Grande do Sul em 1824, a partir da colonização alemã.
Hoje a ginástica ainda não está sendo ensinada e tão pouco praticada nas escolas brasileira como deveria, quando nos referimos a ginástica, fala-se em ginástica geral. Ayoub (2003, p. 81) afirma que “atualmente a ginástica, como ensino praticamente não existe na escola brasileira”, e desta forma não permite que muitos alunos (adolescentes) possam conhecer seu corpo a partir das práticas. A ginástica é vista ainda como um esporte segundo Ayoub (1998, p. 25 apud Seron et al, 2007, p. 119).
[...] que o processo de limitação que vem ocorrendo na Educação Física Escolar brasileira, restringindo o seu conteúdo ao Esporte e deixando de lado a ginástica (entre outros temas da cultura corporal) é muito mais sério e preocupante
Caso a ginástica fosse ensinada com mais ênfase nas escolas públicas brasileiras os adolescentes1 começariam a se conhecer mais através de seu corpo e também humano, também desenvolveriam mais suas capacidades motoras. Muitos alunos teriam mais capacidade de opinião própria e não seriam facilmente domados pela mídia.
Sendo assim, neste trabalho tem-se a intenção de demonstrar, as relações da mídia e o corpo e a partir disto o autoconhecimento corporal que muitos adolescentes não tem pelo fato de não praticarem ginástica na escola.
2. O corpo hoje e a mídia consumista
Sabemos que os adolescentes estão sempre em mudanças continuas, seja elas em relação a família, aos amigos ou até mesmo a sociedade, ou principalmente sobre si mesmos, e quando refere-se a si mesmos fala-se a sua imagem corporal no mundo em que estão inseridos. As mudanças de época que acontecem diariamente estão se tornando cada vez mais seria a vida do adolescente até por que é uma fase onde tudo em sua vida está em desequilíbrio, pois há novas experiências, nesta fase ocorre a busca pelo desconhecido, seu corpo começa a se transformar, seu cérebro passa a entender o mundo de outra maneira, estes padrões ainda não estão completamente estabelecidos.
Neste novo tempo, o corpo passou a ser um instrumento para o mercado consumista. A mídia revela um corpo magro, musculoso, sem gorduras excluindo desta forma boa parte da sociedade onde os adolescentes estão inseridos. O corpo acabou se tornando um aliando ao mercado e a tecnologia, bem como demonstra Gonçalves (2009 p. 27).
Enraizadas nas condições sociais, políticas e econômicas da moderna sociedade industrial capitalista, as relações com a corporeidade refletem o sentimento de inadequação, perplexidade e despersonalização do homem contemporâneo e traz em si o irracionalismo, presentes em todas as instancias da vida humana.
De certa maneira que enquanto existe esta onda capitalista onde o corpo se torna um instrumento tecnológico e mercantil é que acaba perdendo o seu sentido de corporeidade.
O que nos cabe entender aqui é qual a implicação do consumismo desordenado na escola e como a mídia pode influenciar na vida de um adolescente? A mídia pode interferir nas ações diárias de um adolescente?
Sabemos que a escola é um meio de interação social o qual os adolescentes passam a maior parte de seu tempo. Na escola as relações sociais estão mais intrínsecas aos alunos do que seu meio comunitário ou familiar, havendo desta forma mais relações diferentes. A escola também se caracteriza por ser um local de aprendizagem muito mais cognitiva do que sensorial. Os adolescentes tem seus corpos domesticados, disciplinados ou até controlados, como exemplo claro é a forma de sentar nas cadeiras em sala de aula.
O adolescente tem seus movimentos involuntários presos restringindo assim sua liberdade corporal, a qual deveria ser plenamente trabalhada nesta fase da vida. Desta forma aponta Gonçalves (2009, p 34 – 35 apud Borneman)
[...] observa que na maior parte das vezes, a aprendizagem na escola não se dá como elaboração de experiências sensoriais, mas sim, com um acumular de conhecimentos abstratos, que são aprendidos por meio de palavras, fotografias, números e formulas, com pouca participação do corpo, originando uma cinética reprimida e frustrada. [...] conclui que a agressividade e a violência crescente com que se confronta a escola tem a ver com a didática alienada, aprendizagem abstrata, desligada da experiência dos sentidos, e as absurdas exigências da memória.
Assim muitas adolescentes estão presos a diversas normas, regras ou situações de impedimento corporal, restringindo que os adolescentes se libertem, deixando seus sentimentos extravagarem, aflorar caso contrário continuaram com sentimentos de ódio e rancor.
3. A Educação Física (Ginástica) e o adolescente
Muitos ficam se perguntando o que a Educação Física pode transmitir aos adolescentes?
Pois bem, como melhor resposta para esta pergunta é que a Educação Física pode ensinar ginástica, uma ginástica livre de qualquer pressão, onde todos podem participar não importando se o adolescente é magro ou gordo, lento ou veloz, branco ou negro, rico ou pobre, é uma ginástica para todos, é uma ginástica geral.
A ginástica tentara fazer com que os adolescentes que se encontram em uma fase de transição, consigam de conhecer a partir de movimentos onde eles mesmos possam construir, fazendo seus movimentos como um ato de liberdade, bem como descreve Silva (2007).
Por isso seu papel enquanto educador é proporcionar aos alunos um repertorio amplo de atividades, utilizando todos os conteúdos que a educação física dispõe (jogos, lutas, esportes, ginástica, dança) para que eles tenham oportunidade de experimentar novos movimentos, criar, relacionar-se, desenvolvendo assim seus domínios cognitivo, motor, e afetivo-social.
Os adolescentes tem diversas novas formas de conhecimento, mudar suas rotinas diárias, rotinas estas que acabam sendo extremamente cansativas para seus cérebros, os quais trabalham muito e rendem pouco. A diversidade de movimentos simples ou livres (caminhar, correr, trotear, pular...), os desviariam um pouco de sua rotina tradicional.
A ginástica tenta lhes passar a valorização cultural, para que eles aprendam a partir do seu corpo, se conhecer e conhecer novas culturas. Um outro ponto da ginástica importante é sua forma de trabalho, fazendo de regras complexas, para regras simples, a opinião de cada um é muito importante, não existe apenas um vencedor.
A ginástica tenta lhes transmitir compromisso, atitudes éticas ou morais e principalmente o movimento, movimento sem medo de ajudar, movimentos que os torne educados, e principalmente um movimento de transformação individual e social.
4. Considerações finais
Em séculos passadas a ginástica era atribuída para treinamentos para guerras e para outros fins. Os anos passaram, tudo mudou, hoje a existe uma ginástica escolar. Sabe – se que ainda esta atividade não é muito praticada nas escolas por diversos fatores (falta de materiais, falta de local apropriado, professores sem estímulos, etc.). Mas por outro lado existem professores que desejam transformar o mundo, ensinando seus alunos mesmo sem materiais, sem recursos, apenas com boa vontade, improvisando materiais.
Com tudo deseja-se ter uma ginástica pura, sem ideais consumistas onde os adolescentes não se sintam diferentes, por não terem um roupas novas, por não terem o peso ideal que a mídia coloca para os adolescentes. A ginástica ensina aos adolescentes muitas aprendizagens diferentes, desde a liberdade corporal com apenas uma intenção, de ensinar amor, ensinar novos pontos de vista, ensinar dedicação e ensinar um novo jeito de transmitir amizade e igualdade.
Nota
Adolescência - [Do lat. adolescência.] S. f. O período da vida humana que sucede à infância, começa com a puberdade, e se caracteriza por uma série de mudanças corporais e psicológicas (estende-se aproximadamente dos 12 aos 20 anos).” “... (estendendo-se dos 14 aos 25 anos)” – Novo Dicionário Aurélio, pag. 39, Editora Nova Fronteira, 1ª Edição, 15ª Impressão. Entende – se adolescência igual a adolescente.
Bibliografia
Ayoub, E. (1998). A Ginástica Geral na sociedade contemporânea: perspectivas para a educação física escolar. Tese de Doutorado. Campinas, SP: UNICAMP.
Ayoub, E. (2003). Ginástica Geral e Educação Física escolar. 2ª ed. Campinas, SP: UNICAMP.
Ayoub, E. (2004). Ginástica Geral e educação física escolar. Campinas – SP: editora da Unicamp.
Gonçalves, Maria Augusta Salin (2009). Sentir, pensar, agir: Corporeidade e educação. 12ª ed. Campinas – SP: Papirus.
http://www.researchgate.net/publication/26576551_A_importncia_da_ginstica_geral_na_escola_e_seus_benefcios_para_crianas_e_adolescentes.
Publio, N.S. (2002). Evolução histórica da ginástica olímpica. 2ª ed. São Paulo: Phorte.
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