Alterações nas lipoproteínas de alta densidade (HDL) e de baixa densidade (LDL) após 8 semanas de treinamento aeróbico em homens com idade universitária Los cambios en las lipoproteínas de alta densidad (HDL) y de baja densidad (LDL) después de 8 semanas de entrenamiento aeróbico en varones con edad universitaria |
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* Graduandos do Curso de Licenciatura em Educação Física – Doctum-Serra**Mestre em Educação em Ciências – Doctum Serra (Brasil) |
Lucas Monteiro Medeiros* Luan Badiani* Linderman de Castro* André Valério* Ernandes Pereira* Rodolfo Moura** rodolfoefi@yahoo.com.br |
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Resumo Grande parte da população brasileira tem desprezado a prática regular de atividades físicas, que por conseqüência, aumentam as chances de sofrerem doenças coronárias, cardiovasculares e até mesmo um infarto agudo do miocárdio. O estudo buscou demonstrar a importância da prática regular de atividade física aeróbia e analisar o perfil do colesterol lipoproteico de alta densidade HDL e baixa densidade LDL após um programa de exercícios aeróbicos. A pesquisa utilizou-se da metodologia de pesquisa descritiva longitudinal. Submeteram-se a pesquisa três alunos acadêmicos sedentários do curso de educação física licenciatura em um programa de treinamento aeróbico de oito semanas, sendo 5 km por semana intercalada entre os dias com duração média de 28 a 30 minutos. Após o programa de exercícios aeróbicos houve uma pequena melhora no colesterol HDL e não houve melhoras consideráveis no colesterol LDL. Portanto a prática regular de atividades física é de estrema importância na prevenção de doenças coronárias e na melhora da qualidade de vida. Unitermos: Doença coronária. Níveis de lipídeos sanguíneos. Treinamento aeróbico.
Resumen Gran parte de la población brasileña ha despreciado la actividad física regular, lo que consecuentemente aumenta las posibilidades de sufrir enfermedades coronarias, cardiovasculares e incluso un infarto agudo de miocardio. El estudio tuvo como objetivo demostrar la importancia de la práctica regular de actividad física aeróbica y analizar el perfil de la lipoproteína de alta densidad de colesterol HDL y LDL de baja densidad después de un programa de ejercicio aeróbico. La investigación utilizó la metodología de investigación descriptiva longitudinal. Se sometieron a la investigación a tres estudiantes sedentarios del curso de educación física licenciatura en un programa de entrenamiento aeróbico de ocho semanas, de 5 km por semana intercalado entre los días con una duración media de 28-30 minutos. Después del programa aeróbico hubo una pequeña mejora en el colesterol HDL y no hubo mejoras significativas en el colesterol LDL. Por lo tanto la actividad física regular es de extrema importancia en la prevención de la enfermedad coronaria del corazón y la mejora de la calidad de vida. Palabras clave: Enfermedad coronaria. Niveles de lípidos sanguíneos. Entrenamiento aeróbico.
Recepção: 06/07/2015 - Aceitação: 29/08/2015
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 20, Nº 208, Septiembre de 2015. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
A prática regular de atividades física vem sendo desprezada por grande parte da população brasileira. A inatividade física é um dos fatores que permitem desencadear inúmeras doenças relacionadas à saúde, como problemas cardiovasculares e coronarianos.
Afirma Lotufo (apud Bonorino, 2010) que no Brasil, as doenças cardiovasculares são responsáveis por cerca 30% de todos os óbitos, sendo que a DAC (Doença arterial coronariana) é a causa de mortalidade mais prevalente.
A DAC se dá através do fornecimento inadequado de sangue ao miocárdio. Dependendo do nível de obstrução, ou até mesmo o estreitamento total da artéria, poderá ocasionar um infarto do miocárdio fatal. Conforme o envelhecimento as artérias tendem a acumular maior quantidade de gordura em sua parede, ocasionando o estreitamento da mesma e tornando-as mais rígidas. Tal obstrução e estreitamento são conceituados como aterosclerose, porém quando envolve alguma artéria coronária é classifica como doença arterial coronariana (Powers & Howley, 2005).
A prática regular de exercícios físicos aeróbicos está diretamente relacionada a efeitos benéficos à saúde, diminuindo o risco de doenças cardiovasculares e coronárias. O treinamento aeróbico é responsável por promover diversas mudanças anatômicas e fisiológicas, aumentando a câmara do ventrículo esquerdo, calibre das artérias coronárias, que por conseqüência aumenta o fluxo sanguíneo, hipertrofia do miocárdio causando melhora no volume de ejeção do ventrículo e diminuição dos riscos de doenças cardiovasculares. Também produz efeito favorável na prevenção relacionada à doença coronária (Wilmore, Costil & Kenney, 2010).
Diversos estudos epidemiológicos trataram a relação de inatividade física e doença coronária, sendo que em observações constataram que a chance de pessoas sedentárias sofrer um infarto fatal do miocárdio é de duas a três vezes maior a que pessoas ativas fisicamente em suas atividades profissionais, ou seja nas atividades desportivas (Wilmore & Costill, 2001).
Estudos apontam que prática de atividades físicas aeróbica altera o nível de lipídeos sanguíneo, podendo alterar mais ou menos de acordo com o tempo e intensidade do treinamento (Wilmore & Costill 2001; Powers & Howley 2005). Também não podemos desprezar o fator nutricional diário administrado por cada indivíduo, podendo ser um fator preponderante nas alterações lipoprotéicas. O sexo e a idade também possuem uma influência significativa no perfil lipídico. Portanto, este estudo tem por objetivo verificar os níveis de lipoproteínas na corrente sanguínea após oito semanas de treinamento aeróbico em homens com idade universitária.
Perfil das lipoproteínas HDL e LDL
É preciso estar atento aos níveis de lipoproteínas presentes no plasma sanguíneo, pois a anormalidade poderá acarreta em doença coronária e aumentar o risco de infarto do miocárdio. As lipoproteínas são responsáveis pelo transporte dos lipídeos sanguíneos. As classificadas com maior importância em relação à doença arterial coronária são a lipoproteínas LDL (baixa densidade), que deposita gordura na parede do endotélio arterial, contribuindo na formação de placas aterosclerótica. É considerada uma lipoproteína ruim (Wilmore, Costil, Kenney, 2010).
Já o HDL (alta densidade) exibe função antagônica ao LDL, sendo que seu papel constitui em desobstruir as placas de colesterol presa no interior da artéria, liberando-os para serem metabolizados no fígado, portanto é considerado bom. O aumento do LDL e a diminuição do HDL colocam o indivíduo em estado emergente de risco quanto ao ataque cardíaco, considerando pessoas abaixo de 60 anos de idade (Wilmore, Costil & Kenney, 2010).
Sabemos que a concentrações destas lipoproteínas devem permanecer dentro de limites ideais, conforme demonstrado na tabela 1.
Tabela 1. Níveis desejáveis de lipoproteínas
É possível estimar através do colesterol total e o nível de HDL o grau de risco de doença arterial coronariana. Deve-se ter a relação de três partes do colesterol total para uma parte de HDL, para obter baixo risco de DAC. Um sujeito que estiver com colesterol total de 200 mg/dl e 60 md/dl estará com seus níveis dentro da faixa de baixo risco de infarto do miocárdio com uma relação menor que três partes de colesterol total para uma parte de HDL. Pessoas que estiverem com uma relação maior que cinco partes de colesterol total para uma de HDL encontram-se em alto risco de DAC (Wilmore, Costil & Kenney, 2010).
A hiperlipidêmica ou dislipidemia é o aumento dos lipídeos no plasma sanguíneo, principalmente do colesterol e triglicerídeos. Sendo um fator crucial para o desenvolvimento da aterosclerose. A hiperlipidêmica também é um dos fatores que contribuem para síndrome metabólica (McArdle, Katch & Katch, 1996).
Segundo Costil (2010, p.499) Síndrome metabólica é a denominação que vem sendo utilizada para estabelecer uma ligação entre a doença arterial coronariana, a hipertensão, os lipídeos anormais, o diabetes tipo 2 e a obesidade abdominal, além da resistência à insulina e hiperinsulinemia.
Fatores que influenciam a doença arterial coronariana
Existem diversos fatores que estão diretamente relacionados à doença arterial coronária. De acordo com Wilmore, Costil & Kenney (2010) há fatores que podem ser controlados para diminuição do risco de doença arterial coronária, sendo eles: dieta, fumo, hipertensão, níveis de lipoproteínas, inatividade física, obesidade, níveis elevados de homocisteína, sobrepeso, diabetes e resistência à insulina. Entretanto existem fatores que não são possíveis de serem controlados como: Hereditariedade, etnia, gênero masculino e idade.
De acordo com Robert (2002, p. 430) dada essa alta incidência, associada ao fato de a inatividade física ser capaz de agravar vários outros fatores de risco para cardiopatia coronária, a inatividade tem sido cada vez mais identificada como sendo o único e mais nocivo fator de risco para cardiopatia coronária. Ironicamente e, ela é o mais barato e talvez o mais simples fator de risco passível de ser modificado.
Estudos epidemiológicos constataram que a inatividade física é um fator primordial que duplica ou até mesmo triplica as chances de riscos de doença arterial coronariana. Não é necessário que a atividade seja de alta intensidade, atividades de baixa intensidade já demonstraram melhoras significantes no perfil lipídico, diminuindo os riscos de doença coronariana e cardiovascular. Testes realizados em indivíduos ativos fisicamente que praticam treinamento aeróbico demonstraram perfil lipídico superior, com maior taxa de HDL e menor taxa de LDL em relação a indivíduos sedentários que não praticam nenhuma atividade física (McArdle, Katch & Katch, 1996).
O treinamento aeróbico trás beneficio eficientes devido às mudanças anatômicas e fisiológicas, pois com o treinamento as artérias tendem a dilatar, melhorando a circulação sanguínea, aumento da eficiência de ejeção do coração, melhora na hipertrofia do ventrículo esquerdo, diminuição de freqüência cardíaca de repouso (Wilmore & Costill, 2001).
Pesquisas epidemiológicas demonstraram que a atividade aeróbica traz inúmeros benefícios à saúde, portanto, é imprescindível manter uma vida atividade com a prática regula de atividade física, sendo assim, poderá melhorar a qualidade de vida e prevenir possíveis doenças cardiovasculares e coronárias decorrentes a idade e estilo de vida. Entretanto muitos não sabem como realizar tais atividades físicas, o número de vezes que devem exercitar-se e intensidade necessária para conseguir mudanças benéficas à saúde (Wilmore & Costill, 2001).
Para obter mudanças cardiorrespiratórias e prevenir-se de doenças é recomendável exercitar pelo menos três a cinco vezes por semana, com uma intensidade entre 60% a 90% da freqüência cardíaca máxima, sendo a duração do exercício entre 20 a 60 minutos contínuos. Existem várias atividades que podem ser realizadas, dentre elas podemos listar: caminhada, corrida, andar de bicicleta, dançar, nadar, patinar etc. Lembrando que antes de começar qualquer atividade física, é de suma importância fazer uma analise médica para verificar se o sujeito está apto a realizar atividades físicas. Qualquer prescrição de exercício deve ser feito por um profissional qualificado da área (Powers & Howley, 2005).
Metodologia
Para o objeto de pesquisa foi utilizado à metodologia descritiva quantitativa longitudinal.
Método de coleta
Para coleta de dados foram convocados três acadêmicos sedentários do Instituto Superior de Educação Física entre as idades de 21 a 35 anos do curso de licenciatura em educação física. Sendo que os três foram submetidos a oito semanas de treinamento aeróbico, com um volume de treinamento de 15 km por semana, com intensidade entre 70% a 80% de freqüência cardíaca segundo a escala de Karvonen, com um tempo médio de percurso de 28 a 30 minutos por treino/dia. Sendo distribuídos em três dias alternadamente com 5 km por dia contínuo. Antes de serem submetidos à sessão de treinamento, foi feito a coleta de sangue para verificar os níveis de lipoproteínas plasmáticas presentes, sendo eles HDL e LDL.
Os gráficos 1 e 2 demonstram a variação lipoprotéica plasmática HDL e LDL antes e após programa de treinamento aeróbico.
Gráfico 1. Nível de HDL antes e após programa de exercício aeróbico
Gráfico 2. Nível de LDL antes e após programa de exercício aeróbico
Análise dos resultados
Segundo a tabela 1 podemos observar que todos os sujeitos que se submeteram a pesquisa não estão dentro da faixa adequada de colesterol. No gráfico 1, pôde-se observar uma melhora significativo no colesterol lipoproteico HDL após o programa de exercícios aeróbicos, havendo pequeno aumento entre os sujeitos 1 e 3, porém o sujeito 3 não houve melhoras. Entretanto o colesterol lipoproteico LDL não houve melhoras significativas, já que apenas o sujeito 2 houve diminuição em seus níveis, e os sujeitos 1 e 3 houve um pequeno aumento. Vale ressaltar que os indivíduos submetidos as programa de exercícios não traçaram um dieta adequada, continuando suas alimentações desregradas normalmente. A única mudança que houve foi a pratica de atividades físicas, portanto o aumento do LDL pode ter ocorrido por falta de alimentação regrada.
Conclusão
Concluímos com este estudo que a prática de atividade aeróbica altera os níveis de colesterol lipoproteicos plasmáticos. Percebemos uma grande influencia nos exercícios aeróbicos, podendo atuar na forma de prevenção de doenças e até mesmo tratar alguns tipos de doenças de forma não farmacológica. Mesmo em curto espaço de tempo e sem hábitos alimentares regrados foi possível conseguir êxito na melhora do perfil do colesterol lipoprotéico HDL. No entanto, o colesterol lipoproteico LDL teve leve aumento em dois dos sujeitos monitorados na pesquisa.
Thompson (apud Bonorino, 2010) alerta que o exercício pode não modificar os níveis séricos de colesterol e triglicerídeos. Relata que alguns estudos transversais que investigaram a influência de exercício aeróbico no perfil sérico de colesterol não observaram alterações em sua concentração plasmática.
Para o alcance de um resultado mais seguro, recomendamos a utilização de uma amostra maior, bem como intensidade e volumes diferentes e ainda, indivíduos com equilíbrio nutricional adequado.
Bibliografia
Lotufo, P (1998). Exercícios físicos e lipoproteínas. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, ano 2014, nº 142, pág.1-1. http://www.efdeportes.com/efd142/exercicios-fisicos-e-lipoproteinas.htm
McArdle, W.; Katch, F.; Katch, V. (2001). Fisiologia do Exercício: Energia, Nutrição e Desempenho Humano. 5ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.
Powers, S.; Wowley, E. (2004). Fisiologia do Exercício: Teoria e Aplicação ao Condicionamento e ao desempenho. 5ª edição. São Paulo: Manole.
Thompson, P.; Yurgalevitch, S.; Flynn, M. et al (1997). Effect of prolonged exercise training without weight loss on high-density lipoprotein metabolism in overweight men.
Wilmore, J.; Costil, D (2001). Fisiologia do esporte e do Exercício. 2ª edição. São Paulo: Manole.
Wilmore, J.; Costil, D.; Keneey, L. (2010). Fisiologia do Esporte e do Exercício. 4ª edição. São Paulo: Manole.
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