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Obstáculos para o desenvolvimento de esportes alternativos

na opinião de professores da cidade de Pelotas, RS

Los obstáculos para el desarrollo de los deportes alternativos según los profesores de la ciudad de Pelotas, RS

Obstacles to the development of alternative sports in teacher view of the city of Pelotas, RS

 

*Graduado no curso de Licenciatura em Educação Física

da Escola Superior de Educação Física da Universidade Federal de Pelotas

**Orientador. Professor Doutor da Escola Superior de Educação Física

da Universidade Federal de Pelotas

Lucas de Freitas da Silva*

Luiz Fernando Camargo Veronez**

luca.fs@hotmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Este trabalho tem o objetivo de compreender quais os obstáculos para o trabalho com esportes alternativos nas aulas de Educação Física escolar na opinião dos professores da rede municipal de Pelotas-RS. Em consulta à literatura referente, levando em conta o esporte na Educação Física escolar foram encontradas diversas experiências positivas no uso de esportes alternativos, embora em quantidade reduzida em proporção ao uso do esporte institucionalizado. Os dados foram construídos com a participação de 14 professores da rede escolar municipal, lotados

na zona urbana da cidade de Pelotas-RS, através de pesquisa com a utilização de um questionário com questões abertas e fechadas. Os dados revelaram que na opinião geral dos professores participantes os maiores obstáculos para a utilização dos esportes alternativos são resultantes de questões alheias à sua vontade, como falta de infraestrutura, falta de material e falta de interesse dos alunos. Os professores também julgaram terem tido uma formação acadêmica sólida para o trabalho com os esportes institucionalizados, possivelmente optando por trabalhar com os mesmos em suas aulas por possuírem um maior domínio do conteúdo. 

          Unitermos: Esporte alternativo. Educação Física. Escola.

 

Abstract

          This study aims to understand what obstacles to work with alternative sports in Physical Education school classes in the opinion of teachers of municipal schools of

city of Pelotas-RS. Consulting the literature about the sport in Physical Education school classes, several positive experiences in the use of alternative sports were found, although in much reduced in proportion to the use of institutionalized sport. Data were built with the participation of 14 teachers of the municipal school network,

in the urban area of Pelotas, through research using a questionnaire with open and closed questions. The data revealed that the general opinion of the participating teachers is that the biggest obstacles for the use of alternative sports are caused by issues beyond their control, such as lack of infrastructure, lack of equipment and lack

of student interest. Teachers judged also had a solid academic background to work with institutionalized sports, possibly choosing to work with them in their classes because they have a greater mastery of content.

          Keywords: Alternative sports. Physical Education. School.

 

Recepção: 04/07/2015 - Aceitação: 09/08/2015

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 20, Nº 207, Agosto de 2015. http://www.efdeportes.com

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1.     Introdução

    Este trabalho busca investigar os problemas e dificuldades enfrentadas pelos professores de Educação Física da zona urbana da rede municipal da cidade de Pelotas na utilização de esportes alternativos em suas aulas. Com base em vivências pessoais do autor, além de consulta à literatura, é nítida a sua ínfima difusão na Educação Física Escolar. Com tal afirmação, é possível deduzir que existem aspectos inerentes à sua aplicação que dificultam sua adesão por parte dos docentes. O objetivo deste trabalho, em um âmbito geral pauta-se na busca por apontar as maiores dificuldades na opinião dos professores quando da utilização de esportes alternativos nas aulas de Educação Física escolar. Também se busca conhecer o tipo predominante de esporte utilizado (institucionalizado ou alternativo), as modalidades mais utilizadas e possíveis deficiências na formação acadêmica tratando de tal aspecto.

1.1.     O esporte na Educação Física escolar

    Muitos pesquisadores e professores constantemente buscam novos métodos que visem aumentar o interesse dos alunos pelas aulas de Educação Física escolar. Uma das alternativas de abordagens encontradas na literatura foi a aplicação de esportes alternativos adaptados ao ambiente escolar. Consciente do sucesso da prática dos esportes alternativos na Educação Física escolar, entretanto, tal abordagem não é amplamente praticada pelos professores da disciplina, optando-se por manter métodos arcaicos e que colaboram para a desvalorização da profissão.

    “A Educação Física Escolar é entendida como uma disciplina que introduz e integra o aluno na cultura corporal de movimento, formando o cidadão que vai produzi-la, reproduzi-la e transformá-la, capacitando-o para usufruir os jogos, os esportes, as danças, as lutas e as ginásticas em benefício do exercício crítico da cidadania e da melhoria da qualidade de vida” (Melles, 2002).

    Tal significado idealista atribuído à Educação Física distancia-se da realidade atual escolar. Um estudo realizado por Devide (1999) pesquisou a forma como os alunos concebem a Educação Física como disciplina curricular. Os resultados permitiram identificar que é grande a parcela de alunos que afirmam que a Educação Física não possui relevância para manter-se no âmbito escolar, sem motivar para a prática permanente e ministrando conteúdos repetitivos e sem aplicabilidade no cotidiano. Infere-se que as práticas desenvolvidas tendem a se tornar repetitivas por focarem-se apenas nas mesmas modalidades. Sob tal afirmação, a responsabilidade recai sobre os docentes, que a passam adiante justificando a pouca diversidade de conteúdo das práticas em sala de aula com a estrutura precária e pequena quantidade de materiais disponíveis, conforme citou Betti apud Souza (1995).

    Como justificativa plausível para o comportamento descrito no parágrafo anterior, um estudo realizado por Darido et al (1999) afirmou as maiores dificuldades encontradas pelos professores de Educação Física no Ensino Médio é a falta de interesse dos alunos; a falta de habilidade dos mesmos; falta de infraestrutura; falta de disciplina; e roupas impróprias para a prática da aula. Ainda segundo os autores, “no ensino médio, os alunos apresentam vergonha de se exporem e rejeição as novidades. Tudo isso associado ao medo de errar, acaba por distanciar ainda mais os alunos das aulas de Educação Física”.

    Analisando as informações reunidas é impossível apontar um culpado pela desvalorização da Educação Física escolar, sendo possível afirmar que as três partes envolvidas – alunos, professores e gestores – possuem uma parcela de culpa, sendo o desinteresse uma especificidade inerente à todas as partes.

1.2.     Esporte institucionalizado e esporte alternativo

    Centralizando a busca por uma definição apenas no ambiente escolar, Costa e Nascimento (2006) apontam dois tipos de esportes costumeiramente como conteúdo escolar: o esporte institucionalizado (basquetebol, voleibol, handebol, atletismo, futebol, futsal, ciclismo, outros) e o esporte alternativo (capoeira, escaladas, passeios, bets, malha, peteca, outros). Tal afirmação fornece uma definição simplificada, porém carente de certas informações necessárias para localizar um esporte dentro de tais categorias. Baseando-se na mesma, entretanto podemos inferir que esportes institucionalizados são aqueles em que:

  • Há um predomínio maior de regras, que não variam de região para região;

  • Grande número de associações e federações, que visam reger e regular a modalidade;

  • Maior número de praticantes.

    Pela mesma inferência, podemos afirmar que os esportes alternativos são aqueles em que:

  • Não há um grande número de regras e elas podem variar de uma região para a outra;

  • Raras associações e federações, visando primariamente reunir os praticantes e estreitar laços entre eles;

  • Menor número de praticantes.

    Na realidade escolar, hegemonicamente predomina o primeiro tipo de esporte (institucionalizado). Souza (2011) diz que “costumeiramente o professor trabalha apenas os esportes mais conhecidos, sendo que há muitos esportes com características diferentes que poderiam agradar a uma quantidade maior de alunos”.

1.3.     Por que optar pelo alternativo?

    É fato concreto afirmar que a estrutura da maioria das escolas brasileiras é voltada somente para a prática dos esportes tradicionais – futsal, voleibol, basquetebol, etc. No entanto, muitas atividades e esportes alternativos podem ser desenvolvidos com poucos, senão nenhum material. Tomando como o atletismo, esporte pouco trabalhado que pode facilmente ser trabalhado com a utilização de materiais adaptados, como latas e cabos de vassoura, pneus e areia como obstáculos, evitando a sua redução de conteúdo meramente a corridas e saltos (Betti, 1999, p.29). Outros impedimentos citados são a falta de vivência pessoal por parte dos professores, tanto no cotidiano de vida, como no âmbito acadêmico e a preocupação com o fator violência – no caso das lutas –, o que incompatibiliza a possibilidade de abordagem deste conteúdo na escola (Nascimento & Almeida, 2007, p. 93)

    Embora haja um número razoável de impedimentos tratando da utilização de esportes alternativos em sala de aula, uma rápida busca na literatura revela que o esforço costuma valer à pena. De Ávila (1995) apud Darido et al (1999) buscou em sua intervenção implementar uma proposta de atividades rítmicas e expressivas para alunas do curso de magistério, nível médio. Como resultado, ocorreu um aumento na participação nas aulas, com os principais argumentos sendo o de não precisar “jogar bola” (referência ao futebol, principalmente) e de não haver competição e necessidade de ser melhor que ninguém (referência a competição dos esportes).

    Melo (1997) apud Darido et al (1999) implementou um programa de Educação Física para o ensino médio utilizando jogos, sendo avaliado de forma positiva. O autor indica a importância de um trabalho onde seja oferecida uma ampla gama de atividades aos alunos, para além dos esportes tradicionais.

    Entre outros relatos de sucesso na aplicação de esportes alternativos estão trabalhos como os de Portal G1 (2008) com tênis de mesa e badminton, Nascimento & Almeida (2007) com as lutas, Berté & Fachineto (2013) com as caminhadas e Viana & Silva (2005) com a capoeira.

    Esportes alternativos como peteca, frescobol e capoeira não possuem o objetivo de subjugar o oponente em busca da vitória. Para a fluência do jogo é necessária a colaboração de ambos os jogadores, tornando o adversário colega. Desta forma a Educação Física potencializa o desenvolvimento de habilidades sem o ônus da competitividade. Já com outras modalidades, como a caminhada e a ginástica o objetivo torna-se intrínseco ao interesse do próprio aluno, moldado pela orientação do professor. Com este questionamento em mente sobre o porquê da pequena difusão de tais ideias considerando os benefícios da mesma, é importante buscar reforçar o entendimento sobre as causas que impedem o professor de optar por trabalhar com métodos que obtiveram sucesso, além de formas para contornar tais empecilhos.

2.     Metodologia

    O objetivo primordial deste trabalho tratou de uma investigação sobre quais os maiores obstáculos apontados pelos professores como impedimento para o desenvolvimento de esportes alternativos na Educação Física escolar das escolas municipais da zona urbana da cidade de Pelotas, RS. Também se buscou verificar se houveram tentativas de aplicação de esportes alternativos e em caso positivo, os prós e contras da experiência na visão dos professores. A investigação caracterizou-se como uma pesquisa de cunho transversal, com abordagem quantitativa dos dados coletados.

    A população da pesquisa foi composta de professores de Educação Física de escolas públicas municipais situadas na zona urbana da cidade de Pelotas, RS. Com 306.193 habitantes, segundo informações da Secretaria Municipal de Educação atualmente 144 docentes estão vinculados à Prefeitura Municipal de Pelotas, sendo 118 destes atuantes em escolas situadas na zona urbana e 22 atuantes em escolas da zona rural, além de quatro atuantes em ambas as zonas.

    A amostra foi definida através do sorteio de seis entre as 40 escolas da rede municipal localizadas na zona urbana da cidade de Pelotas. Para a coleta de dados, foi utilizado um instrumento (questionário) composto por duas partes, a primeira estruturada buscando coletar dados referentes à identificação, tais como: idade, sexo, formação e tempo de atuação na rede pública municipal; e a segunda questionando sobre a experiência do professor na aplicação de esportes alternativos na Educação Física escolar, bem como questões sobre a sua experiência com o esporte em sala de aula e em sua formação acadêmica.

3.     Resultados e discussão

    Participaram do estudo quatorze (14) professores de Educação Física da rede municipal da cidade de Pelotas lotados em escolas da zona urbana. Traçando um perfil dos professores participantes, 5 (35,71%) são homens e 9 (64,28%) são mulheres. Referente à faixa etária, a média de idade dos professores encontrou-se em 48,3 anos.

    No âmbito profissional, 10 (71,42%) professores afirmaram lecionar em 2 ou mais escolas da rede municipal, enquanto 4 (28,57%) exercem sua carga horária integralmente em apenas uma escola. Infere-se que os professores que trabalham em duas ou mais escolas possuam naturalmente uma experiência maior entre realidades distintas, sociais e culturais, embora possa existir uma variabilidade destes aspectos entre uma turma e outra em uma mesma escola.

    Quanto à formação profissional, constatou-se que todos os participantes do estudo (14 – 100% da amostra) se formaram pela Escola Superior de Educação Física, da Universidade Federal de Pelotas. Sobre o nível de graduação, 10 professores (71,42%) afirmaram possuir o nível de pós-graduação, enquanto 4 (28,57%) possuem apenas o nível de graduação. Com base em tais dados é possível depreender que, sendo uma mesma instituição de origem responsável pela formação acadêmica de todos os participantes, a mesma possibilita uma formação inicial sólida e resultante disso, o ingresso na rede municipal mediante aprovação em concurso público. Nota-se também uma preocupação do professor em ingressar e concluir uma pós-graduação, cimentando uma formidável formação acadêmica.

    12 (85,71%) professores afirmaram haver uma predominância dos esportes institucionalizados em suas aulas de Educação Física escolar, enquanto 1 (7,14%) afirmou haver predominância dos esportes alternativos. Ainda 1 (7,14%) afirmou optar por um planejamento com ambas as opções citadas. Destes, entretanto, 6 (42,85%) relataram já ter trabalhado com alguma modalidade alternativa, ao passo que 8 (57,14%) sempre optaram pelos esportes institucionalizados. Entre as modalidades alternativas já trabalhadas citadas pelos professores, encontram-se o slackline, skate, capoeira, esportes de raquete, entre outros.

    Dentre as modalidades trabalhadas, 100% dos professores participantes do estudo afirmaram trabalhar com a modalidade futsal. É notória a citação da frase “país do futebol” no que se refere à República Federativa do Brasil. Castilho (2010) afirma que “o futebol está completamente presente na cultura do brasileiro, sendo que dificilmente as crianças, jovens e adolescentes, não serão consumidores dele mesmo que de forma indireta, uma vez que elas já estão neste ciclo incontrolável”. O autor ainda afirma que “cabe a instituição responsável pela educação e ensino trazê-lo aos seus objetivos, ou seja, através da linguagem do futebol aproximar as crianças à linguagem escolar”. Considerando o futsal como uma variante do futebol – possuindo uma mecânica de jogo extremamente semelhante, porém mais adequada ao espaço escolar em função da inviabilidade de se obter uma infraestrutura necessária para o futebol (espaço maior e piso de grama) –, é presenciada a onipresença do mesmo na Educação Física escolar.

    Em ordem de popularidade, seguem o handebol (12 professores – 85,71%), voleibol (11 – 78,57%), basquetebol (10 – 71,42%), atletismo (5 – 35,71%) e outros (3 – 21,42%).

    Sobre os maiores impedimentos para o trabalho com esportes alternativos na escola na opinião dos professores integrantes do estudo, a falta de estrutura da escola foi a mais citada, por 11 (78,53%) professores. Em seguida, acompanham a falta de material adequado (citada por 9 – 64,28%), falta de conhecimento do professor (6 – 42,85%), falta de tempo para se especializar na modalidade (5 – 35,71%), falta de apoio do corpo diretivo da escola (4 – 28,57%), desinteresse dos alunos (3 – 21,42%) e o desinteresse do próprio professor (2 – 14,28%). Tal questão integrante do instrumento de pesquisa foi primordialmente concebida de natureza fechada, com a última alternativa aberta de modo a permitir a livre expressão dos participantes em caso da existência de razões imprevistas na formulação do instrumento. Apenas um professor utilizou-a, considerando também o grande número de alunos em cada turma como razão para a dificuldade de trabalho com esportes alternativos.

    De acordo com a maioria dos professores (12 - 85,71%), os impedimentos para a prática dos esportes alternativos na Educação Física escolar são produtos derivados principalmente do sistema. Como mero agente, ao professor cabe acatar decisões e trabalhar com o que lhe é disponível, seja em infraestrutura ou materiais.

    Apenas das comprovadas dificuldades infligidas repetidamente aos professores, para dois professores (14,28%) participantes do estudo, o próprio professor muitas vezes tem sua parcela de culpa ocasionada pelo seu desinteresse. Tal desinteresse – se progressivo – tem seu epicentro no próprio sistema. Sandri (2008) corrobora afirmando que “na escola o professor de Educação Física recebe muitas vezes outras funções além da sua”. Ainda de acordo com a autora, “nesta situação, os professores de Educação Física deixam a possível valorização profissional e o espaço na escola desaparecerem rapidamente”.

    Sobre a falta de material, para Canestraro et al (2008) os recursos materiais dentro do ambiente de ensino são de grande importância para a prática pedagógica do professor, sendo a sua precariedade ou ausência um impedimento não só para a Educação Física, mas para todas as disciplinas. Os autores ainda destacam que parte dos recursos demandados pelos professores tem como utilidade primordial a facilitação da organização do espaço físico. Havendo uma grande insatisfação dos professores de Educação Física com a indisponibilidade de materiais, os autores afirmam que isto pode “demonstrar um alto grau de limitação, falta de criatividade e ineficácia por parte do corpo docente”.

    Nove (64,28%) professores integrantes deste estudo afirmaram terem sido melhor preparados para trabalhar com o futsal e o handebol em sua formação acadêmica. Em seguida, o voleibol e o basquetebol são citados por 8 (57,14%) professores. O atletismo segue, citado por 5 (35,71%) professores. Ginástica rítmica, recreação e natação foram as modalidades menos citadas, por um (7,14%) professor cada. É observado que os professores costumeiramente optam por trabalhar com as modalidades que consideram terem sido mais bem preparados durante a formação acadêmica. De forma complementar, dois (14,28%) professores categorizaram sua formação como boa para esporte de rendimento em geral.

    Sobre a experiência de práticas esportivas na graduação, 3 (21,42%) dos professores integrantes afirmaram terem sentido falta de alguma modalidade. Entre as citadas, encontram-se esportes com raquete, esportes em meio aquático, lutas, esportes radicais e esportes adaptados. 11 (78,53%) dos professores afirmaram não terem sentido falta de modalidade alguma.

4.     Conclusão

    Sendo a formação acadêmica considerada satisfatória, busca-se uma resposta sobre os motivos que levam o professor a optar por uma abordagem considerada tradicional – muitas vezes eficiente - em detrimento de uma abordagem alternativa, já amplamente testada e provada como eficaz. A opinião predominante por parte dos professores participantes deste estudo reitera que a culpa pela pouca difusão do trabalho com esportes alternativos reside principalmente nas mãos do sistema.

    Certamente as críticas a respeito da falta de criatividade ou até mesmo interesse por vezes são válidas. No entanto, há de considerar que sem oferecer recursos, infraestrutura ou até mesmo apoio moral é inviável para o professor optar por tal rota, sendo já exaustivamente exigido e cobrado dentro de sua carga horária. Além do planejamento e execução das atividades, o professor torna-se sobrecarregado com tarefas que não deveriam ser de sua responsabilidade, tendo de delegar parte de seu tempo livre para, exemplificando, a construção e o preparo de implementos alternativos, levando em consideração que a lacuna de material que deveria ser sanada pelos gestores.

    Deve-se questionar o que leva o professor tanto ao desinteresse quanto a adaptação ao sistema, em um sentido meramente pejorativo. Entre tantas alternativas, as principais podem ser consideradas o desgaste e o pouco reconhecimento da profissão. Com estas em longo prazo, ao invés de nadar contra a corrente, o professor opta pela comodidade

    Provadas as razões da pouca difusão dos esportes alternativos e encontrando um culpado principal na entidade do sistema, a solução para o problema enfrentado reside na dificultosa tarefa de lutar contra o mesmo. No entanto, um professor dificilmente terá sucesso se não obter apoio de toda a classe, através de uma união de docentes visando um bem maior.

Bibliografia

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EFDeportes.com, Revista Digital · Año 20 · N° 207 | Buenos Aires, Agosto de 2015  
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