Ensino do judô: metodologia e propostas pedagógicas La enseñanza del judo: metodología y propuestas pedagógicas Teaching judo: methodology and pedagogical proposals |
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*Acadêmico do curso de Educação Física Bacharelado da Universidade do Vale do Itajaí **Professor do curso de Educação Física Bacharelado da Universidade do Vale do Itajaí (Brasil) |
Rafael Lima Kons* Vinícius Campos* Guilherme Weiss Freccia** |
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Resumo O Judô é um dos esportes mais difundidos atualmente, além de ser uma modalidade com fins competitivos também busca a idéia da formação do caráter do praticante, isto é a transferências dos valores disciplinares, filosóficos e socioeducativos que o Judô oferece. Existem algumas preocupações que cercam a modalidade de Judô quanto a seus valores metodológicos, evidenciando uma idéia em que não existe uma metodologia de ensino especifica para o ensino do Judô. Nesta pesquisa buscamos entender quais os métodos de ensino podem ser utilizado na modalidade de Judô, através de uma revisão de literatura percebemos em alguns estudos que o Judô pode ser classificado dentro dos métodos de ensino tradicional, estilos de ensino de Muska Mosston, dos métodos de ensino de lutas gerais, nas metodologias do ensino da educação física, estas construtivistas e critico emancipatória. As metodologias vigentes no geral, quando aplicada ao Judô. Unitermos: Metodologia do ensino. Lutas. Judô. Educação física.
Abstract Judo is one of the most widely spread sports, and is a mode for competitive purposes also search the idea of training the practitioner's character, ie the transfer of disciplinary, philosophical and socio-educational values that Judo offers. There are some concerns surrounding the sport of Judo as its methodological values, showing an idea where there is a teaching methodology specific to the teaching of Judo. In this research we seek to understand what teaching methods can be used in Judo modality, through a literature review we noticed in some studies that judo can be classified within the traditional teaching methods, teaching styles of Muska Mosston, methods of teaching general struggles in teaching methodology of physical education, these constructivist and critical emancipatory. The existing methodologies in general, when applied to Judo. Keywords: Teaching methodology. Fights. Judo. Physical education.
Recepção: 05/05/2015 - Aceitação: 15/07/2015
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 20, Nº 207, Agosto de 2015. http://www.efdeportes.com |
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Introdução
A escolha pela prática do judô no Brasil permeia em diferentes faixas etárias, classes sociais, gêneros e etnias. Esta prática tem sua popularidade justificada não só nos bons resultados olímpicos, mas também no seu potencial educacional, apesar de ser considerada uma modalidade esportiva de combate. O judô, enquanto manifestação cultural de prática corporal transfere conhecimentos da linguagem e filosofia orientais, e transmite valores socioeducativos tangentes à formação plena do cidadão, tais como: disciplina, respeito, caráter e compreensão ao próximo.
O judô foi idealizado com bases científicas em 1882 no Japão pelo professor Dr. Jigoro Kano que, enquanto praticante e estudioso, após observar as artes marciais orientais com finalidade guerreira como o Jujutsu (antigo jiu jitsu) que na época era o sistema de lutas marciais, buscou um processo de criação, adaptação e transformação das técnicas antigas mais traumáticas para práticas com fundamento científico, biomecânico, e resgate cultural, cujo objetivo era enfatizar seus princípios filosóficos na contribuição para um ser humano melhor, enfatizando assim um fim educacional para aquele que o praticava.
Os benefícios cognitivos e afetivos da modalidade de judô pode por questões educativas atribuir para o crescimento e sabedoria da criança, ele também auxiliar no desenvolvimento físico da criança, trazendo inúmeros benefícios para que englobe toda a otimização do desenvolvimento motor da criança, enfatizando principalmente no que se refere à coordenação motora e dos aspectos afetivos, isto é questões que a criança deve desenvolver em toda sua parte de crescimento e amadurecimento.
Segundo Godim (2012) o ensino do Judô é a reflexologia dos objetivos dos professores, da formação dos mesmos, da idade biológica dos alunos, das condições materiais, e da perspectiva de Judô no qual se deseja trabalhar. Para dar conta desses fatores, os professores precisam optar por metodologias de ensino que venham dar credibilidade a seu trabalho, justificando em primeira mão a escolha por esta prática e buscando à maior aderência por parte dos praticantes. Mesmo sendo descrita as metodologias gerais de lutas por faixas etárias, de acordo com Dell Vecchio e Franchini (2012), ainda não existe um consenso científico, onde o referencial teórico é escasso, se tratando das metodologias de ensino do judô especificamente.
Ainda, por um ser uma arte marcial oriunda de crenças filosóficas do budô, é de grande importância que durante o processo de transmissão de conhecimento do professor para o aluno seja claro e objetivo, isto é, deve haver uma transferência de valores entre eles para manter uma tradição que vai de aluno para professor constantemente.
Buscando subsidiar o conhecimento científico acerca do ensino do judô e suas metodologias vigentes, através de uma revisão de literatura iremos buscar entender quais os processos de ensino que ocorrem no judô na terceira infância, e dentro das idéias em que os autores citam apresentar futuras tendências de ensino.
Revisão bibliográfica
Métodos tradicionais do ensino do judô
Entender o processo do ensino do Judô tradicional nos faz pensar que antes de se tornar um esporte, o Judô era uma arte marcial com objetivo e finalidades totalmente filosóficas, isto é seu ensino inicialmente era voltado para a construção de um ser melhor e seu processo de esportivização.
Segundo Godim (2012) o modelo tradicional de ensino do Judô possui algumas características peliculares a este método, dentro de um contexto geral, percebemos, por exemplo, que na prática poderão ser identificados pontos fortes que delimitam a realidade deste método.
O criador do Judô Jigoro Kano tinha inicialmente a idéia de disciplinar e repassar uma filosofia adequada ao praticante de Judô, nisto incluía-se a disciplina e seu processo esportivo, este que no passar do tempo teve um enfoque maior.
O processo de esportivização do Judô deve ser analisado em dois fatores: no foco das idéias do professor Jigoro Kano em relação ao Judô competitivo, no qual sua principal meta era divulgar o Judô pelo mundo na perspectiva educacional e de formação humana; o outro foco a ser analisado é o contexto dos fatos históricos, tanto do Japão como do mundo que o Judô transcorreu, ou seja, entender como o Judô se configurou no momento das duas guerras mundiais, os primeiros campeonatos de Judô até chegar como uma modalidade esportiva olímpica nos jogos olímpicos em 1964 no Japão e quais as mudanças que ocorreram com influências políticas, econômicas e culturais até o momento atual pelo seu processo de institucionalização (Araujo, 2005).
Com o processo da esportivização do Judô acontecendo em todo o Japão e pelo mundo, o Judô começou a ser ensinando em ambiente educacional, isto é, era praticado não só por adultos, mas também por crianças e a prática introduzida como disciplina já na idade escolar.
A relação “aluno x professor” nos métodos antigos de ensino, nos vem uma idéia tecnicista onde o professor se torna um ícone a ser seguido, de modo que, o aluno segue tudo aquilo que o professor determina, da maneira em que foi mostrado, isto é, um movimento repetitivo sem que o aluno tenha a ação de questionar ou argumentar.
No ensino do Judô aplicado através da perspectiva tradicionalista, percebe-se que a relação professor-aluno é vertical e unilateral, ou seja, o professor é o dono da verdade e só ele é capaz de transmitir conhecimento e o conteúdo que é transmitido (Godim, 2012).
Este método tecnicista oportuniza uma relação entre aluno e professor um pouco distante, onde seu ensino é exclusivamente feito através da autoridade e da voz de comando, ou certamente fazendo com que o aluno imite seus gestos e seus movimentos (analítico), onde não ocorre nenhum tipo de embasamento teórico para o tal e ainda e de certa forma, toda essa questão mecânica que gera neste método de ensino leva a um ensinamento incompleto, deixando a desejar a melhor aprendizagem da criança com relação ao Judô.
Ainda com relações a métodos tradicionais do ensino do Judô, Godim (2012) salienta que outra característica correspondente a tal método leva em conta à motivação do aluno, já que em algumas situações, esta é focada apenas em competições, não levando em consideração a faixa etária. As variáveis dos princípios do treinamento desportivo tais como volume e intensidade de treino, são apenas reduzidas, como se pudéssemos apenas “alterar” o treinamento de um adulto para aplicar com os mesmos princípios ao treinamento de uma criança, isso na verdade nada mais seria do que tratarmos a criança como um “adulto em miniatura”.
Metodologia do ensino da Educação Física
A Educação Física, para ser inserida como componente curricular e para justificar-se como tal, deve proporcionar aos alunos o contato com um conhecimento próprio e específico da área. Em outras palavras, tem de ensinar algo que se não for ensinado pela Educação Física, não será ensinado por nenhum outro componente curricular, apresentando dessa forma, valor e finalidade ao componente curricular enquanto um fenômeno educativo (Oliveira, 1997).
Os aspectos metodológicos que envolvem a Educação Física não diferenciam substancialmente das demais áreas do conhecimento. A busca por uma estratégia metodológica que possa dar conta das novas necessidades educacionais é uma constante. O ensino vem historicamente buscando organizar meio e formas metodológicas que sejam colocadas em prática para o entendimento das exigências que permeiam o mesmo (Oliveira, 1997).
Com relação à metodologia do ensino da Educação Física, destaca-se diversos modelos de ensino, onde diversos autores relacionam com práticas corporais lúdicas, práticas de esportes e práticas livres, isto com estratégias e estilos de ensinos diferentes. A educação física escolar vem se constituindo como prática pedagógica, a partir de diferentes interesses e concepções pedagógicas, portanto, com diferentes concepções de homem, existe uma busca por uma estratégia metodológica que possam dar conta das necessidades educacionais, o ensino vem historicamente, buscando organizar meio e formas metodológicas que possam dar conta de facilitar o processo ensino-aprendizagem.
Metodologia construtivista: Esta metodologia foi idealizada pelo autor João Batista Freire no ano de 1989, em seu livro Educação de corpo inteiro teoria e prática da Educação Física.
O objetivo desta metodologia propriamente dito é a motricidade humana, entendida como conjunto de habilidades que permitem ao homem produzir conhecimento e se expressar, isto é, ensinar os alunos os saberes do corpo, ou seja, com consciência de que é corpo. Especificando, seria ensinar as habilidades que permitem as expressões do mundo (Oliveira, 1997).
Metodologia crítica emancipatória: Esta metodologia foi idealizada por Eleonor Kunz no ano de 1994. Kunz (2001) escreve em seu artigo “Pressupostos de uma teoria educacional crítica para a Educação Física”, sobre a questão do esclarecimento e da emancipação que servem de base teórica para teoria crítico emancipatória. A metodologia de ensino de um esporte é que guia todo processo de ensino aprendizagem, logicamente existem diversas variáveis em volta da metodologia que também influem no processo, mas o método é com certeza o que irá dar respostas dentro da prática (Godim, 2012).
Spectrum estilos de ensino
Durante os anos 60 o professor Muska Mosston da Rutgers University desenvolveu uma teoria de relacionamento entre professor e aluno, e a representou através de um diagrama no qual nomeou de spectrum de estilos de ensino (Gozzi e Ruete, 2005).
O Spectrum é uma teoria que analisa a estrutura e a tomada de decisões em um comportamento de ensino e suas conexões, Mosston (1966) acreditou que a identificação e o esclarecimento desta estrutura seriam exatamente benéficos, tanto para o professor, como para o aluno (Gozzi e Ruete, 2005).
Essas teorias são interligadas à questão aluno – professor, pois não somente é uma questão pautada no mecanismo, esse método engloba muito a questão da relação entre o aluno e professor, do início até o fim do planejamento de aula.
O foco principal destes estilos é pautado em algumas questões em relação ao desenvolvimento da aula e sua estrutura, são tomadas seguintes decisões em relação ao objetivo da aula, a sequência a ser utilizada para caracterizar a tarefa, o nível da motivação do grupo e etc.
Segundo Mosston (1966) o Spectrum foi organizado e denominado em onze estilos com a letra do alfabeto de A a K e estes estilos partem de uma simples reprodução de um modelo a produção de um novo conhecimento, conforme quadro 1, a seguir.
Quadro 1. Estilos de Spectrum
Spectrum |
Domínios |
A Comando |
Esse estilo tem como característica básica o estimulo-resposta, o ensino é centrado no professor e no conteúdo, esse estilo então baseado na reprodução, sendo todas as decisões tomadas pelo professor, desde a fase pré impacto e pós impacto, o professor determina o conteúdo, o local, ordem das tarefas, inicio e fim, intervalo, descreve o exercício, demonstra e informa sobre a qualidade da resposta. |
B Tarefa |
A característica básica neste estilo é a mudança de certas decisões do professor para o aluno. Esse relacionamento se da em nível de execução, na fase de impacto, ou seja, durante a aula, nesse estilo ainda é esperado que os alunos executem a atividade conforme o modelo estilo comando. A diferença destes estilos esta na questão do aluno do aluno tomar algumas decisões, estas decisões estão no domínio físico. |
C Recíproco |
Esse estilo tem como característica principal a interação social em parceria. O estilo recíproco é conduzido a um trabalho em pares. Os alunos aprendem a executar a tarefa e receber retroalimentação de seus companheiros, além do professor, esse estilo tem como meta as relações sociais entre pessoas e novas fases de retroalimentação, haverá sempre o aluno executante e o aluno observador e o professor sendo observado por ambos. |
D Autochecagem |
A característica deste estilo é a mudança da responsabilidade de retroalimentação do professor como nos estilos comando e tarefa ou de aluno como no estilo recíproco para si próprio, O objetivo deste estilo é fazer com que o aluno aprenda a fazer a sua própria retroalimentação usando critérios de execução propiciados pela própria tarefa. |
E Inclusão |
Neste estilo são planejados para uma mesma tarefa, vários níveis de dificuldades, como interação de incluir todos os alunos nas atividades, de acordo com as possibilidades de cada um, o professor explica a atividade e da algumas opções de níveis de dificuldade, sendo assim o aluno faz uma auto avaliação e escolhe o nível de execução das tarefas. |
F Descoberta guiada |
A característica deste estilo é o relacionamento particular professor-aluno, no qual a sequência de questões do professor acarreta ou ocasiona uma linha de respostas do aluno em um processo convergente levando o aluno a descobrir o conceito desejado, sendo este o primeiro estilo na qual o aluno descobre novos conceitos. |
G Solução de problemas Convergente |
Esse estilo visa propor um problema que terá como única solução, tendo como objetivo descobrir a solução para um problema, para esclarecer uma questão, chegar a uma conclusão, empregando procedimentos lógicos, raciocínio e pensamento, sendo encaminhada a resposta para uma única solução. |
H Solução de problemas Divergente |
A característica básica deste estilo é a busca de resposta múltiplas e divergentes contribuindo para o maior relacionamento do aspecto motor e cognitivo, esse estilo tem como objetivo compreender e perceber a estrutura da atividade, desenvolver a criatividade e a habilidade de verificar varias soluções para um problema determinado. |
I Programa Individual |
Já este estilo prevalece na independência do aluno, através da individualização do programa baseado no conteúdo decidido pelo professor. Neste estilo o professor planeja a área geral do conteúdo, cabendo ao aluno escolher o tópico. Este estilo requer um caminho altamente disciplinado para desenvolver as capacidades criativas do aluno. |
J Iniciado pelo aluno |
Este estilo tem a característica básica do aluno conduzir o seu ensino e sua aprendizagem, na fase de pré impacto as decisões são todas dos alunos, cabe ao professor ouvir, observar e alertar sobre decisões. |
K Auto Ensino |
O ultimo estilo, diz respeito à ausência do professor, o objetivo é o aluno ensinar-se a si mesmo no caso o aluno tomara todas as suas decisões. |
Fonte: Mosston (1996)
Metodologia do ensino de lutas
Ao saber que indivíduos diferentes, ao ingressarem nas aulas de lutas têm níveis de habilidades e de conhecimentos variáveis, experiências corporais e de vida heterogêneas, aptidões e características pessoais diversas e variedades na sua expectativa de aprendizagem, o professor deve assumir que a mesma informação transmitida não tem o mesmo sentido, e o mesmo significado para os praticantes, bem como proporciona níveis diferentes de motivação entre eles (Tani, 2006).
É preciso ter em mente a todo o momento que a luta é um jogo de oposições é composta pela aplicação de habilidades e ações motoras em um ambiente aberto. Desse modo, na maioria das vezes praticamente precisa dar atenção aos gestos exitosos de seus adversários contra eles, para que possa elaborar estratégia de bloqueio e contra ataque. Com isto, deve-se privilegiar a prática dos golpes e das técnicas feitos de modo aberto, em movimento e por vezes, imprevisível no processo de ensino e aprendizagem (Gomes et al, 2008).
As metodologias do ensino de lutas englobam por diversas vezes as capacidades motoras e físicas de seus praticantes, desta forma, é extremamente essencial que o professor observe estas questões no aluno, pois assim, poderá dar inicio ao ensino de lutas.
Algumas propostas de ensino de lutas se destacam atualmente nas literaturas com relação a estas modalidades de combate (Enares, 1996), conforme quadro 2, a seguir.
Quadro 2. Etapas e metodologias de iniciação a lutas
Etapas |
Fases |
Idade (anos) |
Estrutura da Atividade |
Metodologia |
Pré- Luta |
Aproximação Macrogrupal |
6-8 |
Jogos de Oposição Jogos de Luta |
Global Instrutiva |
Pré-Luta |
Aproximação Microgrupal |
8-10 |
Atividades de Luta Jogos de Oposição Jogos de Luta |
Global Instrutiva Participativa |
Luta |
Aproximação Dual |
10-12/13 |
Jogos de Luta Modalidades Esportivas de Combate |
Global-analítica Instrutiva- Participativa |
Luta |
Domínio Técnico-tático |
12/13-15 |
Modalidades Esportivas de Combate |
Mista Participativa-emancipatória |
Luta |
Aperfeiçoamento |
+16 |
Modalidades Esportivas de Combate |
Mista Emancipatória |
Adaptado por Franchini e Dell Vecchio (2012)
Além desse método composto por Enares (2006), outro autor também propõe o ensino geral de lutas através de jogos, sendo este ensino adaptado ao ensino do Judô em um processo mais especifico. Olivier (2002) propõe as seguintes maneiras de ensinar luta.
Quadro 3. Categorias de ensinar luta
Categorias |
Maneiras |
Jogos de Rapidez e atenção |
Os objetivos são estimular as movimentações intensas com alternâncias dos papeis de atacante e atacado e que evitem o contato próximo com o colega (este jogo se afasta um pouco da modalidade de Judô.) |
Jogos de Conquista de Objetos |
Objetivos de aproximar os adversários, mas as principais ações de oposição são feitas em direção a objetos a serem conquistados. |
Jogos de Conquista de Territórios |
Estes jogos implicam em aproveitar e diversificar as ações desestabilizadoras para chegar a seus fins. É preciso puxar, carregar, fazer virar, esquivar-se, desviar-se e resistir. |
Jogos para Desequilibrar |
Estes jogos tratam de agir em direção ao adversário, sem mediação de objeto ou de território. Os papei de ataque e defesa são alternados ou simultâneos. |
Jogos para Reter, Imobilizar e se Livrar |
Nestes jogos é feito um enfrentamento variado e que obrigam o corpo-a-corpo. São jogos para resistir e livrar-se, os papeis são separados e combinados |
Jogos para Combater |
Este último jogo estimula o combate completo, sendo que as condutas de ataque e resistência são concomitantes, este se torna indispensável encadear e coordenados todas as ações necessárias ao combate. |
Fonte: Olivier (2002)
Ainda, enquanto ao movimento observável, não há execução de ações cíclicas nas lutas. Em geral são registradas ações discretas, com início e fim determinados, ou seja, os golpes têm características temporais e espaciais bem definidas. Por exemplo, no Judô e em outras modalidades de domínio que contemplem a projeção, a aplicação das técnicas pode ser dividida em três etapas: 1) Desequilíbrio, 2) encaixe e 3) projeção propriamente dita (Franchini; Del Vecchio, 2008).
Metodologia da pesquisa
A presente pesquisa é do tipo exploratória e tem como característica e objetivos principais o aprimoramento das idéias, suposições e comprovação de hipótese, onde estão envolvidos levantamentos bibliográficos, de modo a estimular a compreensão do problema estipulado (Gil, 2002).
Caracteriza-se por uma pesquisa de abordagem qualitativa, buscando-se a compreensão da totalidade amostral, atingindo o conhecimento do fenômeno estudado, fazendo as relações das estruturas sociais e vida cotidiana (Minayo, 1998).
Considerações finais
Em constante busca de um melhor método para o ensino do Judô, podemos entender que nesta pesquisa temos poucas informações no que se refere a um modelo específico de ensinar Judô.
Algumas metodologias com características instrutivas e educativas visam um melhor ensino e aprendizagem na modalidade de Judô, por terem suas visões mais pedagógicas e críticas a cerca do ensino.
O processo de ensino e aprendizagem tem uma durabilidade instável, pois na medida do tempo em que o processo de crescimento da criança vai acontecendo, perde-se um pouco o contato com o professor, por muitas vezes fazendo com que o professor tenha que se adaptar a novas elaborações de como intervir e planejar uma aula mais educativa.
Além de todas estas questões metodológicas propostas para ensinar o Judô, ainda é muito escassa a literatura sobre ensino do Judô, não existindo um processo metodológico coerente e certo para ensinar Judô, os professores acabam por muitas vezes ensinando da maneira antiga, os métodos tecnicistas e pouco procuram se atualizar neste tão importante processo.
Bibliografia
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Franchini, E.; Vecchio, F. B. D. (2012). Ensino de lutas: reflexões e propostas de programas. São Paulo: Scortecci.
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Gozzi, M. C. T.; Ruete, H. M. (2005). Identificando Estilos de Ensino em Aulas de Educação Física não escolares. Campinas/SP: Revista Mackenzie de Educação Física, v. 5, n. 1, p. 117-134.
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Mosston, M. (1966). Teaching Physical Education. Columbus. Merril.
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Roza, A. F. C. (2010). Judô Infantil: uma brincadeira séria! São Paulo: Phorte.
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Santos, S. G. (2009). Judô – Filosofia Aplicada. Florianópolis: UFSC.
Virgílio, S. (2002). Conde Koma: o invencível yondan da história. Campinas: Átomo.
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