A música como elemento lúdico e articulador das dimensões brincar e educar na educação infantil La música como elemento lúdico y articulador de las dimensiones jugar y educar en la educación inicial Music as element ludic and articulator of play and educate dimensions in early childhood education |
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* Doutora em Educação Física pela Universidade Católica de Brasíliaprofessora assistente da Universidade do Estado da Bahia – UNEB **Graduadas em Pedagogia pela Parfor Universidade do Estado da Bahia UNEB, Campus XII (Brasil) |
Berta Leni Costa Cardoso* Amanda Cristina Pereira Bezerra** Darleide Maria de Jesus** Elizabete Nunes Nascimento** |
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Resumo O presente trabalho teve como objetivo investigar a importância da música como elemento lúdico e articulador das dimensões brincar e educar na educação infantil. A pesquisa foi de caráter qualitativo, descritiva, com análise documental e para a coleta dos dados utilizou-se de entrevista semi-estruturada que foi realizada em uma escola na cidade de Matina-BA. Contou-se com uma amostra de 5 professoras e a partir das falas das educadoras foi elaborado os resultados e discussões que se dividiu em três categorias. Partindo das mesmas, percebeu-se que a instituição contempla o componente Música, mas a falta de formação do professor para atuar no componente e a falta de instrumentos é um desafio. Mesmo diante dessas dificuldades, as professoras desempenham o trabalho e afirmam a importância que a música desempenha na escola tanto na alegria exposta pelas crianças quanto na contribuição da formação cognitiva, levando-as para a construção do ser social. E por fim, enfatizamos a importância da música nas escolas e que os governos tenham um olhar mais atento e que possam investir e valorizar mais a música. Unitermos: Relevância da música. Metodologia utilizada. Formação cognitiva. Educação infantil.
Abstract This study aimed to investigate the importance of music as a playful element and articulator of dimensions play and educate in early childhood education. The research was qualitative, descriptive character, with document analysis and data collection we used a semi-structured interview which was held at a school in the town of Matina-BA. Counted on a sample of five teachers and from the speeches of the educators was drawn up results and discussions that are divided into three categories. For the same, it was realized that the institution contemplates the music component, but the lack of teacher training to serve in the component and the lack of tools is a challenge. Despite these difficulties, the teachers play work and affirm the importance that music plays in school both in joy exposed by children and in the cognitive training contribution, leading them to the construction of the social being. Finally, we emphasize the importance of music in schools and that governments have a closer look and you can invest in and promote music more. Keywords: Best music. Methodology used. Cognitive training. Childhood education.
Recepção: 29/06/2015 - Aceitação: 05/08/2015
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 20, Nº 207, Agosto de 2015. http://www.efdeportes.com |
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Introdução
A música na educação infantil é de grande relevância, uma vez que a mesma surge como meio estimulador, pois, a criança está na fase de desenvolvimento da linguagem. Ao ouvir e cantar, a criança passa a se sentir motivada, estimulada, e assim desenvolve a oralidade.
O lúdico na sala de aula favorece um momento agradável e produtivo, uma vez que o professor propicie um ambiente tranquilo e ativo, para que o aluno se sinta motivado a se manifestar de forma espontânea e agradável, com o intuito de desenvolver e enriquecer a sua oralidade, criatividade, movimento e memorização.
Sendo assim, a criança que tem a música no seu dia-a-dia poderá se expressar mais facilmente. Além de estar cantando, ela articula não só o brincar, como também o aprender. A música na educação infantil mantém forte ligação com o movimento , quando a criança canta, ela se movimenta ajudando assim na expressão corporal, na concentração, na disciplina e na atenção.
Enfim, nota-se a importância que a música tem na educação infantil, pois, ela desenvolve várias capacidades na criança, como desenvolvimento da linguagem, raciocínio, concentração, movimento e dentre outros.
Diante disso, realizou-se uma pesquisa com professores de uma escola na cidade de Matina – Bahia onde os mesmos responderam questões sobre a presença da música na escola, sua relevância e contribuições no aprendizado e analisou-se documentos da escola como o PPP (Projeto Político Pedagógico), os diários de classes e projetos interdisciplinares realizados na instituição. A pesquisa teve como objetivos investigar a importância da música como elemento lúdico e articulador das dimensões brincar e educar na educação infantil. Verificou-se que para todas as professoras a música tem sido uma ferramenta importante, proporcionado benefícios na aprendizagem e sua aplicação tem auxiliado na relação brincar e educar.
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa descritiva, documental com abordagem qualitativa. Segundo Ludke e André (1986, p.11), “a pesquisa qualitativa tem o ambiente como sua fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal instrumento”.
A amostra foi composta de 5 professores da escola pesquisada, de um universo de 12. Utilizou-se como critério de inclusão: estar na instituição há mais de três anos e formação na área de pedagogia. Na apresentação dos resultados, os pesquisados serão apresentados por nome de flor afim de que possa manter sua identidade preservada.
Como instrumentos de coleta de dados para a pesquisa foi utilizada a entrevista semi-estruturada e um roteiro de análise onde foram avaliados os seguintes documentos da escola: o diário de classe do professor, projetos pedagógicos, o PPP da escola e os planos diários dos professores, para analisar se de fato os professores trabalham com a música e se articulam o brincar e educar na educação infantil.
Para a coleta de dados, primeiramente, buscou-se uma autorização da instituição pesquisada. Após autorização, os pesquisados foram informados sobre os objetivos da pesquisa, assinando o termo de consentimento livre e esclarecido e respondendo individualmente, em suas casas na presença dos pesquisadores, às perguntas. Após aplicação das entrevistas, teve-se acesso aos documentos da instituição e durante a análise a coordenadora da escola apresentou os documentos e ao mesmo tempo explicava sobre os mesmos.
Para a análise e interpretação dos dados, buscou-se o apoio de técnica da análise de conteúdo no qual os resultados foram tratados e apresentados em categorias temáticas. Para Gil (2006, p.165), análise de conteúdo é “uma técnica de investigação que através de uma descrição objetiva, sistemática e quantitativa do conteúdo manifesto das comunicações, tem por finalidade a interpretação destas mesmas comunicações”.
Resultados e discussão
Foram entrevistados cinco professores de uma escola municipal de Matina – Bahia os quais serão identificados por nomes de flores e a partir das respostas dadas criou-se 3 categorias baseadas nas temáticas das respostas. A primeira categoria foi denominada “relevância da música na escola”, a segunda “currículo e metodologia utilizada na escola” e a terceira “os significados e sentidos da relação aluno e música”.
Relevância da música na escola
No que diz respeito a musicalização, esta é de fundamental importância na escola, pois as crianças devem ter desde cedo o contato com esta linguagem que favorece em diversos aspectos o desenvolvimento da criança. Para Oliveira:
Musicalizar significa desenvolver o senso musical das crianças, com sensibilidade, expressão, ritmo, “ouvido musical”, sonoro. O processo de musicalização tem como objetivo fazer com que a criança torne-se um ouvinte sensível de música, com amplo universo sonoro (Oliveira, 2001, p. 99).
Vale ressaltar que a musicalização nas escolas não é para formar músicos, mas sim alunos que possam estar inseridos no mundo cultural no qual vivemos.
Assim, para que isso aconteça, a escola sendo uma instituição de ensino, tem que propiciar o educando este momento de sensibilidade e prazer que o contato com a música favorece, “[...] sendo a Escola a instituição responsável pela formação cultural da criança, cabe a ela também proporcionar esse conhecimento [...]” (Silva, 1992, p. 92 apud Oliveira, 2001, p. 99).
Em relação à relevância da música na escola, conclui-se que a mesma é de fundamental importância conforme a afirmação a seguir na qual a professora Margarida afirma “o trabalho com a música é de extrema importância na aprendizagem da criança em diversos aspectos. Não a vejo como perda de tempo, mas sim como elemento essencial no processo da aquisição e construção do conhecimento pela criança”. Corroborando com a fala da professora, a autora Zampronha ressalta que “a música atende diferentes aspectos do desenvolvimento humano, e agente facilitador do processo educacional e é de fundamental importância nas escolas, pois é uma multiplicadora do crescimento” (Zampronha, 2002, s.p.).
Bréscia (2003) acredita que há uma relação positiva entre a música e o desenvolvimento motor da criança no que diz respeito ao cantar, acompanhar o ritmo com as mãos, com os pés, com o movimento de todo o corpo e tocar instrumentos. Além disso, constitui um exercício das capacidades mentais e das habilidades cognitivas humanas.
Sendo assim, a necessidade de se trabalhar com a música é de fundamental importância, pois se sabe que o desenvolvimento cognitivo deve ser estimulado, este se dá por meio do canto, ou seja, a criança em contato coma música desenvolve várias habilidades, como pular, cantar, dançar, imitar e dentre outros.
Ao entrevistar as professoras, foi possível observar a relevância de se trabalhar com a música em sala de aula, a professora Jasmim disse que “são vários os objetivos advindos do trabalho com a música dentre eles pode-se destacar: Aguçar o gosto, o prazer e o interesse pela música, sons e ritmos diversos, entre outros”. Sendo assim, percebe-se que a música, além de divertir tem também o propósito de tornar o ser crítico e que este saiba ouvir, entender e apreciar.
Mas, para isso, o professor tem que atuar em sala de aula de maneira a transmitir aos seus alunos a importância de se ouvir uma boa música, que papel ela exerce e qual o objetivo a ser alcançado quando for trabalhar com determinada música. Vale lembrar que a apreciação musical na prática pedagógica possibilita uma interação em grupo, pois a diversidade é grande, e a troca de experiências musicais é bastante válida para o processo de ensino e aprendizagem e de uma postura crítica e reflexiva.
Um fator que ajuda no trabalho com a música na escola é a elaboração de projetos extracurriculares que é de suma importância para a experiência musical. Figueiredo (2011) ressalta da realização de projetos escolares no sentido de que estes ampliam a experiência escolar de forma consistente e significativa.
A coordenadora da escola informou que os projetos da escola sempre contemplam a música, em específico um projeto que abordava a música de maneira mais completa, a coordenadora ressaltou: “neste projeto os professores envolveram e foram bastante criativos e compromissados, confeccionaram instrumentos com os alunos, cantaram músicas de diversos ritmos, enfim, o projeto foi bastante proveitoso e as crianças gostaram”.
Por meio desta informação, notou-se o quanto os profissionais dessa escola estão se esforçando para que este componente curricular seja realmente inserido de forma mais concreta na instituição, percebe-se que as professoras, a diretora e a coordenadora pedagógica estão conscientes da importância que a música exerce na educação infantil.
É notável os benefícios que a música traz desde a calma, alegria e diversão e por este motivo que se deve de maneira lúdica e responsável transmitir essas emoções para os alunos, por meio das aulas de música, claro que a mesma não se restringe somente nas alunas da mesma, mas também em outro componente curricular.
Currículo e metodologia utilizada na escola
Ao analisar o currículo da escola, verificou-se que este contempla a música e sua execução em aula é registrada em diário de classe. Pois já se sabe que a mesma é obrigatória e sendo assim esta tem que estar inserida nas escolas. Segundo Figueiredo (2011, p.5):
A obrigatoriedade da música como conteúdo escolar representa a democratização do acesso à educação musical. A partir da lei n.11.769/08 todo cidadão brasileiro que passa pela escola terá oportunidade de vivenciar experiências musicais como parte de sua formação educacional.
Mesmo sendo uma lei, ainda não é implantada como deveria ser, ou seja, Figueiredo (2011) ressalta que um dos diversos desafios a serem vencidos é a formação profissional, pois os professores que atuam na educação básica ensinando música precisam ser licenciados e esse número ainda é reduzido.
Outro desafio são os materiais utilizados e também a falta de um espaço adequado para a execução das aulas. No caso dos professores, estes tem que ser especializados e compromissados, uma vez que a música, em alguns casos, é vista somente como distração e com um profissional formado na área além de diversão os alunos terão um aprendizado mais significativo. Bréscia (2003) aborda que quando o ensino da música é realizado por profissionais habilitados, isso pode favorecer uma rica vivência além de estimular o desenvolvimento dos meios mais espontâneos de expressão deixando de ser mera recreação.
Mas o que se percebe é que o docente que ministra as aulas não é um profissional na área de música e também não obteve nenhuma formação para um melhor desempenho, este foi um depoimento da professora Girassol que com a divisão da carga horária ficou com a componente curricular música, ela aponta que “a dificuldade é a formação para atuar, mas me esforço, fazendo leituras que me ajudam a desenvolver um bom trabalho nas aulas de música”.
Diante disso, percebe-se que mesmo trabalhando com a música em sala de aula, a instituição ainda não contempla de fato, ou seja, a musicalização não está sendo trabalhada de forma como sugere a lei, entretanto a escola se encontra engatinhando rumo a realização do cumprimento da lei n.11.769/08.
De acordo com Figueiredo (2011), os sistemas educacionais são livres e autônomos para estabelecer a forma como irão contemplar a música em seus currículos mesmo havendo a obrigatoriedade desta nas escolas.
Em contraponto, a lei existe, mas fica a critério de cada unidade escolar organizar a melhor forma de oferecer aos educandos, e por este motivo acabam não oferecendo e quando oferece não é de maneira compromissada.
Um fator relevante que foi identificado nas falas das professoras da escola foi que as mesmas articulam a música com e o brincar e educar na Educação Infantil e para dar veracidade a esta informação foi analisado alguns documentos e dentre eles o PPP (Projeto Político Pedagógico) da escola. No referido documento contemplava o componente curricular música na sua grade curricular, com a realização de 2 horas aula durante a semana e em relação ao brincar e educar a professora Rosa em entrevista disse “Eu articulo a música com o educar quando trabalho músicas para iniciar um determinado assunto e o brincar quando as crianças ao cantarem se divertem, pulam, dançam, enfim, movimentam-se”. E tudo isso é de fundamental importância para o desenvolvimento da criança.
Beyer e Kebach (2009) ainda ressaltam que a educação musical deve se associar à arte do movimento, explorando as possibilidades corporais, utilizando a expressão corporal dos esquemas motores básicos da estruturação do tempo e do espaço e da expressão de significados e emoções através do gesto.
Nesta categoria também foi pesquisada sobre a metodologia utilizada na escola e ao perguntar a professora Rosa sobre a metodologia que ela utilizava, obteve-se a seguinte resposta: “O trabalho com a música é realizado através de utilização de aparelho de som, DVD, data show, confecção de cartazes, brincadeiras e jogos cantados e rítmicos. Entre outros, em todo planejamento feito na escola, a música está presente, ela faz parte da rotina diária da escola. Procuro utilizar a música e a musicalização como um método que proporciona a diversão, alegria e dinamismo na aula”.
O que se pode perceber é que a metodologia utilizada não possibilita o aluno ter contato com algum instrumento e sabe-se que para um conhecimento significativo se dá por meio do concreto.
Mas como citado acima, a falta de recursos não possibilita a compra de instrumentos para o contato direto com as crianças, sendo assim a coordenadora da escola entrevistada disse que os professores utilizam de outros métodos como confecção de alguns instrumentos.
Ainda falando de metodologia, a coordenadora informou que as professoras também levavam as crianças nas imediações da escola em específico do lado de fora e solicitava que os educandos fizessem silêncio e tentassem escutar os sons que os rodeavam, outra atividade de sonorização foi a exploração do corpo, ou seja, as crianças fizeram atividades como bater palmas, bater na barriga, sons feito com a boca e entre outros.
Para Silva:
É necessário desenvolver também nas crianças o senso de ritmo, pois o mundo que nos rodeia vive em abundância de ritmos evidenciados sob diversos aspectos: no relógio, no andar das pessoas, no vôo dos pássaros, nos pingos de chuvas, na batida do coração, numa banda, num motor, no piscar de olhos, em muitas brincadeiras e em quase todos os trabalhos manuais. (Silva, 2010, p.17)
Outro método utilizado na escola de educação infantil da cidade Matina muito importante é a interdisciplinaridade, que é uma abordagem significativa na união de várias áreas com um único objetivo que é proporcionar aos alunos o conhecimento.
A professora Girassol afirma que trabalha com a música articulando com outras disciplinas, em seu relato disse “costumo trabalhar a música com linguagem oral, escrita, matemática, natureza e sociedade, identidade, arte e outros”. Para Zampronha (2002, s.p.), “A música exerce um poder na escola e pode e deve articular-se com outras disciplinas, e outros saberes, mas sem perder sua autonomia”.
O significado e o sentido da relação aluno e música
Em relação à criança e à música, tem-se uma interação entre ambas, ao cantar ou ouvir o aluno se sente feliz e sua reação é de prazer, e em sala de aula os mesmos se divertem e a demonstração de que estão gostando é visível a confirmação disso se deu por meio da entrevista com a professora Margarida ao afirmar: “as crianças adoram o trabalho com música, participam ativamente das atividades realizadas com músicas, seja ouvindo, cantando, dançado, imitando, movimentando, enfim, a alegria é unânime”.
Segundo Silva (2010), a música pode contribuir para a aprendizagem na medida em que torna o ambiente escolar alegre e favorável, propiciando uma alegria que seja vivida no momento presente uma vez que isso é a dimensão essencial da pedagogia, pois é preciso que os esforços dos alunos sejam estimulados, compensados e recompensados por esse ambiente.
Já o educar se dá por meio do canto, a criança aprende conceitos que a ajudará em seu dia. Como exemplo tem-se a música “cabeça, ombro, joelho e pé” que, ao cantá-la, a criança, além de se divertir, estará se movimentando e aprendendo as partes do corpo e isso é de fundamental importância no conhecimento cognitivo e sociocultural da criança. Penna (2010) salienta que o objetivo da musicalização é inserir o aluno no meio cultural e social de modo participativo e crítico.
Sendo assim, o trabalho com a música não se restringe apenas a diversão, mas entrelaçada com o brincar e o educar, estes são dois eixos importantes para serem introduzidos na educação infantil.
Um ensino da música propicia ao aluno um desenvolvimento tanto motor como cognitivo, auxilia também na expressão de sentimentos diversos. Zampronha (2002) ressalta a necessidade da prática da música nas escolas uma vez que a mesma irá auxiliar o educando a concretizar sentimentos, ou seja, os mesmos saberão sua posição no mundo, possibilitando uma compreensão de suas vivências e conflitos, assim, o educando precisa aprender a lidar com esses valores com competência e autonomia, sendo a música um agente mediador auxiliando-o na construção de um diálogo com a realidade.
O trabalho com música deve considerar, portanto, que ela é um meio de expressão e forma de conhecimento que deve ser acessível as crianças, é uma linguagem musical que desenvolve a expressão, o equilíbrio, a auto-estima e autoconhecimento, além de poderoso meio de integração Social. (Brasil, 1998, s.p.).
E este momento deve propiciar prazer, mas tem que ser mediado pelo professor, que tornará a aula de música algo significativo, lúdico e ao mesmo tempo direcionar o educando ao aprendizado. Segundo Oliveira (2001), a criança deve sentir prazer nas aulas de música, devendo a musicalização ser trabalhada de forma lúdica. Mas deve-se ter cautela para que a criança não considere essas aulas apenas como diversão uma vez que poderão deixar de aceitar o direcionamento do professor.
Outro fator importante na relação aluno /música é o movimento que por meio deste vários aspectos são formados, ou seja, a criança movimenta, sente a música por meio de seu corpo. Beyer e Kebach ressaltam “que a educação musical deve se associar ao movimento, ajudando na expressão dos sentimentos e emoções por meio dos gestos” (Beyer; Kebach, 2009, s.p.).
Bréscia (2003) ressalta que cantar também pode ser uma forma de expressar sentimentos em relação a si e aos outros e que desde as canções de roda infantis até os concertos requintados, o cantar pode preencher a necessidade humana tanto de transmitir pensamentos quanto sentimentos de uma forma mais completa do que o simples falar.
Outro ponto a ser discutido é a diversidade musical dos alunos que são sujeitos que estão inseridos em uma comunidade, esta é composta por diversas culturas e as mesmas devem ser respeitadas e incorporadas em sala de aula. Para Queiroz (2011), deve-se pensar em um ensino da música inclusivo e democrático, respeitando a diferença, não para utilizá-la como base para a formação de iguais, mas para principalmente construir, por meio dela, saberes contextualizados com o universo particular de cada indivíduo e de cada grupo social.
A escola pesquisada tem essa preocupação em trabalhar com a diversidade cultural de seus alunos, no qual foi elaborado no ano de 2013, um projeto que foi construído por meio de indagações feita aos alunos, em entrevista a professora Jasmim disse “no ano passado foi feito um projeto sobre música e este foi elaborado com a ajuda dos alunos, perguntamos aos mesmos um tema para elaboração de um projeto e por maioria escolheram a temática música, a partir dai foi contemplado vários ritmos e estilos musicais”.
Portanto Queiroz (2011) ressalta que a música constitui uma rica e diversificada expressão do homem, sendo resultado de vivências, crenças e valores que permeiam a sua vida na sociedade.
Considerações finais
Evidenciou-se através desta pesquisa que a música possibilita diversas contribuições para desenvolvimento da criança seja ele cognitivo, motor e emocional. Verificou-se que mesmo a escola contemplando a música, ainda falta muito, desde a formação do profissional a materiais sonoros e o espaço adequado para a execução da mesma.
E para que a música seja oferecida como manda a lei, é preciso principalmente o poder público com a parte dos recursos tanto físicos, financeiros, como também fornecer formação para os professores atuarem na área da música, para que assim seja de fato contemplada.
Verificou-se ao entrevistar as professoras o quanto as mesmas se sentiam felizes com o trabalho com a música, e mesmo não tendo formação para com a mesma faziam o possível em sala de aula.
Em relação às crianças, segundo relato das docentes, as mesmas se sentem felizes e gostam bastante do trabalho com música. A interação entre as crianças e as práticas pedagógicas envolvendo músicas é evidente quando manifestam prazer ao cantar, pular, dançar, enfim, movimentar-se. Isso é de fundamental importância para o desenvolvimento da criança em relação à expressão corporal, à oralidade e a todos os aspectos cognitivos, proporcionando um aprendizado significativo.
Bibliografia
Beyer, E., Kebach, P. y Specht, A. C. (orgs.) (2009). Pedagogia da música: experiências de apreciação musical. Porto Alegre: Mediação. Coleção Educação e Arte.
Brasil (1998). Referenciais Curriculares Nacionais para Educação Infantil: Conhecimento de mundo. Brasília: MEC/SEF.
Bréscia, V. L. P. (2003). Educação Musical: bases psicológicas e ação preventiva. São Paulo: Átomo.
Figueiredo, S. L. F. (2011). Educação musical e legislação educacional. Em: Salto para o futuro. Educação musical escolar. São Paulo. Ano XXI Boletim 08, Junho. p. 5-9.
Gil, A. C. (2006). Métodos e técnicas de pesquisa social. (5a ed.) São Paulo: Atlas.
Ludke, M. y André, M. E. D. A. (1986). Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU.
Oliveira, D. A. (2011). Musicalização na educação infantil. ETD – Educação Temática Digital, Campinas, v.3, n.1, p.98-108, dez.
Penna, M. (2010). Música(s) e seu ensino. (2a ed. Rev e ampl.) Porto Alegre: Sulina.
Queiroz, L. R. S. (2011). Diversidade musical e ensino de música. Em: Salto para o futuro. Educação musical escolar. São Paulo. Ano XXI Boletim 08, Junho. P.17-23.
Silva, D. G. (2010). A importância da música no processo de aprendizagem da criança na educação infantil: uma análise da literatura. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Pedagogia da Universidade Estadual de Londrina. Londrina. Acesso em 16 de janeiro de 2014 de: http://www.uel.br/ceca/pedagogia/pages/arquivos/DENISE%20GOMES%20DA%20SILVA.pdf.
Zampronha, M. L. S. (2002). Da música, seus usos e recursos. São Paulo: Editora Unesp.
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EFDeportes.com, Revista Digital · Año 20 · N° 207 | Buenos Aires,
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