A inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais nas aulas de Educação Física escolar: um estudo de revisão bibliográfica La inclusión de alumnos con
necesidades educativas especiales en |
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*Especialista em Educação Especial Professor do Claretiano Centro Universitário de Boa Vista. **Orientador (Brasil) |
Abilio Otilio Neto* Prof. Ms. Sérvio Antônio Bucioli** |
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Resumo A inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais é uma temática muito discutida na atualidade, algo que precisa ser mais estudada e aprofundada. Além disso, a tarefa mais difícil para os educadores é de conseguir colocar em prática no dia a dia da sala de aula, os conhecimentos adquiridos em cursos de extensão, de pós-graduação, que tratam justamente de como deve ocorrer o processo de inclusão. Muitas vezes a teoria nem sempre á aplicada por completa na prática docente, pois surgem várias dificuldades encontradas e vivenciadas por estes professores, pelos alunos, pela família dos alunos e até mesmo pelo próprio sistema educacional. Unitermos: Inclusão. Exclusão. Educação física escolar.
Resumen La inclusión de los alumnos con necesidades educativas especiales es un tema muy discutido hoy en día; precisa ser estudiado y profundizado. Además, la tarea más difícil para los educadores es conseguir poner en práctica a diario en el aula, los conocimientos adquiridos en los cursos de extensión, postgrado, que tratan acerca de cómo debe ocurrir el proceso de inclusión. A menudo, la teoría no siempre se aplica en su totalidad a la práctica docente, porque surgen diversas dificultades encontradas y experimentadas por estos maestros, los estudiantes, la familia de los estudiantes e incluso el propio sistema educativo. Palabras clave: Inclusión. Exclusión. Educación física.
Recepção: 18/06/2015 - Aceitação: 04/08/2015
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 20, Nº 207, Agosto de 2015. http://www.efdeportes.com |
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Introdução
Nesta revisão pudemos entender a integração dos alunos com necessidades educacionais especiais nas escolas de forma integrada, no entanto supostamente nem sempre incluídos. Nas aulas de educação física escolar existem várias dificuldades encontradas tanto pelo professor como para o aluno, com relação à verdadeira inclusão nas aulas. Procurou-se aqui discutir estes possíveis motivos pelo qual o professor de educação física sente tanta dificuldade para incluir os alunos em suas aulas.
Este artigo almejou mostrar a realidade com relação à inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais através de pesquisa em referencial teórico fidedigno, a cerca de como ocorre e como deve acontecer a inclusão destes alunos nas aulas de educação física escolar. Além disso, visou propor ferramentas pelas quais possam auxiliar os professores de educação física no processo de ensino e aprendizagem.
Aponta Damasio (2007, p. 02) que:
A Educação Física vem historicamente atendendo a objetivos diversos, ora se constituindo numa prática tradicional e excludente, ora numa prática preocupada com a inclusão de todos nas atividades pedagógicas.
Percebemos com isso que temos diferentes abordagens e metodologias empregadas até hoje nas aulas de educação física escolar, mesmo tendo vários paradigmas sendo mudados pela ciência na área e pela prática pedagógica, ainda encontramos aulas tradicionais.
Segundo Oliveira (1997) “Hoje, a Educação Física conta com quatro propostas de destaque dentro dos aspectos metodológicos: metodologia do ensino aberta; metodologia crítico-superadora; metodologia construtivista e metodologia crítico-emancipadora”.
A abordagem construtivista, também denominada de sócio construtivista visa trabalhar conteúdos referentes com a cultura dos próprios participantes, de modo a tornar, o conhecimento significativo. Trabalhar com a educação dos sentidos, educação da motricidade, educação do símbolo. É muito sábio valorizar os conhecimentos que os alunos possuem a respeito da própria educação física e utilizar da cultura do aluno para apropriação das atividades referentes à disciplina de educação física.
Outro ponto relevante é o fato dos alunos com necessidades educacionais especiais ainda se sentirem intimidados e com vergonha dos demais colegas por conta de suas dependências e limitações para que possam participar das aulas.
Metodologia
Por toda e qualquer pesquisa científica é a estrutura com base a referências teóricas que dão suporte e norteiam os estudos, sendo assim Gil (2002, p.58). Explica que:
A pesquisa bibliográfica consiste em colher informações diretamente da literatura científica, oferecendo subsídios e informações acerca da pesquisa realizada, são encontradas em livros de literatura corrente ou de referência. Os livros de referência são dos tipos de consulta e referência informativa. A pesquisa bibliográfica contribui para o pesquisador ter o embasamento filosófico de forma ampla acerca do problema pesquisado.
Portanto o estudo estará norteado por esta estrutura de pesquisa que contribuirá para o desenvolvimento das reflexões referentes à temática em discussão.
Resultados
Conforme afirma Ferreira (2011, p.12):
Sabemos que não podemos delimitar os caminhos que as pessoas com deficiências são capazes de percorrer. No entanto acreditamos, como um primeiro passo, que é necessário o compromisso de romper com as barreiras corporais e depois dar a oportunidade a estes indivíduos de decidirem sobre o seu próprio corpo, pois acreditamos que a partir do momento em que as pessoas com deficiência conseguem enfrentar o processo de deficiência, elas elaborarão os seus próprios movimentos.
Uma das principais finalidades da educação física na escola é de promover o maior número possível de experiências motoras para os respectivos alunos, independente de cor, raça, sexo, etnia, religião e necessidades educacionais. Os alunos com mais limitações sejam físicas e/ou intelectuais devem ser estimulados de igual forma aos demais. Isso mostra claramente a importância da educação física na escola, visto que, se os alunos possuem dificuldades motoras é justamente através das aulas que eles poderão minimizar essas limitações, além de quebrar com a timidez de forma que o professor não os coloque expostos aos demais, preservando a privacidade de cada um.
Segundo Freirre (1989, apud Bailão, 2002):
Para muitos, aulas de Educação Física são fonte de prazer e alegria, sempre bem esperadas dentro do período na escola. A partir dessa característica, a Educação Física pode contribuir com o processo de inclusão de crianças com necessidades educacionais especiais na escola regular. Seus conteúdos e objetivos próprios contribuem para o melhor desenvolvimento da criança nos aspectos motor, cognitivo, afetivo e social. Afinal, desenvolver a motricidade não é apenas apresentar maior rendimento em determinadas habilidades, bem mais que isso, significa adquirir melhores recursos para se relacionar com o mundo dos objetos e das pessoas.
Por meio das aulas de educação física podemos presenciar várias situações entre os alunos. Através de contato com o meio e com outros colegas, os alunos fazem amizades e passam por experiências consideradas imprescindíveis para um bom desenvolvimento físico, mental, social e afetivo.
Orlick (1989) faz uma arqueologia para mostrar como os jogos perpetuados por determinadas sociedades refletem e repassam valores éticos, culturais e morais. Apresenta os Jogos Cooperativos como uma atividade física essencialmente baseada na cooperação, na aceitação, no envolvimento e na diversão, tendo como propósito mudar as características de exclusão, seletividade, agressividade e exacerbação da competitividade dos jogos ocidentais. "O objetivo primordial dos jogos cooperativos é criar oportunidades para o aprendizado cooperativo e a interação cooperativa prazerosa" (Orlick, 1989, p. 123).
Discussão
Sabe-se que fazer educação não é fácil e a inclusão mais difícil ainda, pois diversos fatores corroboram para esta dificuldade. O sistema educacional muitas vezes não contribui com políticas públicas para que seja facilitado o acesso dessas pessoas com necessidades educacionais especiais nas escolas brasileiras. Outras vezes as políticas até existem, mas de forma branda e no momento de colocá-las em prática não funcionam em sua totalidade ou como deveria de acordo com as teorias.
Segundo Cavalcante (2005, apud Marques et al, 2008, n.p.), “a inclusão tem crescido a cada ano e o desafio de garantir uma educação para todos também. Na escola inclusiva os alunos aprendem a conviver com as diferenças e se tornam pessoas solidárias. Para que isso possa se tornar realidade a participação do professor é essencial”.
Segundo Ferreira (2011, p.61) “Atualmente a Educação Especial está garantida em todas as leis educacionais brasileiras, sendo seus fundamentos os princípios da integração, normalização, simplificação, interiorização e participação”.
Por muito tempo acreditou-se que a educação especial deveria ocorrer de forma paralela à educação comum, onde os alunos com necessidades educacionais especiais eram atendidos em classes específicas, ou seja, não era feito a inclusão de fato destes alunos com os demais sem necessidades educacionais no ensino regular.
Na história da educação especial alguns documentos foram sendo elaborados em prol de melhorias para o atendimento e inclusão desta clientela, além de oferecer subsídios aos educadores. Entre estes documentos, podemos destacar a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, elabora em dois mil e oito por uma equipe da Secretaria Educacional do MEC e alguns outros colaboradores.
Conforme afirma Dutra (2008, p. 14): “A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva tem como objetivo assegurar a inclusão escolar de alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação”. Outros objetivos desta política são: orientar os sistemas de ensino para assegurar o acesso à educação regular com efetiva participação e continuidade aos níveis de ensino, ofertar uma formação de professores para atender aos alunos com necessidades educacionais especiais, oferecer o atendimento educacional especializado, acessibilidade e implementação de políticas públicas eficazes para a inclusão social.
De acordo com Dutra (2008, p. 15):
Na perspectiva da educação inclusiva, a educação especial passa a constituir a proposta pedagógica da escola, definindo como seu público-alvo os alunos com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades/superdotação. Nestes casos e outros, que implicam em transtornos funcionais específicos, a educação especial atua de forma articulada com o ensino comum, orientando para o atendimento às necessidades educacionais especiais desses alunos.
Segundo Freire (2004, apud Bergamo, 2012, p. 40):
O ingresso de alunos com necessidade educacionais especiais em uma turma, muitas das vezes, pode levar o professor a promover alterações em diferentes dimensões pedagógicas, pois como gestor de sua sala de aula (que a própria identidade do seu trabalho lhe concede), ele deverá ter claro que “ensinar exige risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação”.
O professor precisa reconhecer que seu papel não é apenas transmitir conhecimentos aos seus alunos, mas trocar experiências e oferecer ferramentas para que os educandos aprendam e assimilem o conhecimento adquirido. Outra ponto a ser levado em consideração é do professor respeitar a cultura de cada aluno pois ao se deparar em uma classe mista, os alunos já trazem uma bagagem de certos conhecimentos adquiridos em outra escola, em sua própria casa correspondente a história de vida de cada um. A partir destes pontos pré-estabelecidos o professor poderá planejar melhor suas aulas em cima das necessidades dos alunos.
De acordo com Facion (2009, p. 169):
Buscando acompanhar o princípio de uma educação democrática que minimize a injustiça social, o professor questiona a ideia de um mero transmissor de conhecimentos técnicos e acadêmicos, procurando fundamentar a sua prática em situações singulares e imprevisíveis, em que tenha a oportunidade de desenvolver sua criatividade para superar situações únicas e incertas, que retratam com mais realidade sua experiência em sala de aula.
No momento das aulas de educação física, geralmente os alunos se sentem a vontade em expressar seus sentimentos em relação à prática corporal e aos demais colegas de turma. Os alunos com necessidades educacionais especiais também precisam experimentar tais práticas corporais, porém é preciso muitas vezes adaptar a atividade e/ou o material utilizado para que estes alunos se sintam seguros em realizar determinadas atividades, desta forma a inclusão acontecerá de forma efetiva.
Ao falarmos da educação física:
[...] como pratica educativa, seja ela desenvolvida no âmbito da educação formal ou em outros espaços sociais, não pode estar isolada do movimento de luta por uma educação verdadeiramente democrática. Logo, faz-se necessário discutir as peculiaridades desta prática diante do desafio da educação inclusiva, bem como considerar os diferentes aspectos e fatores que interagem no âmbito educacional no sentido de limitar a implantação do trabalho pedagógico voltados para inclusão de todos. (Damasio, 2007, p. 02).
Os cursos de formação de professores, desde o final da década de 1990, estão oferecendo disciplinas curriculares relacionadas com a educação de alunos com necessidades educacionais especiais. Isso foi recomendado pela LDB, Lei n 9.394/96 (Brasil, 1996), e reforçando nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação de professores da educação básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena (Brasil, 2001).
Muitos professores têm mais de um emprego, certas vezes chegando a lecionar em mais de uma unidade educacional, às vezes chegam a trabalhar até três turnos do dia. Sabemos que a profissão de professor não é tão valorizada financeiramente quanto as demais classes profissionais, tendo ambas as categorias, o nível superior. Apesar dos avanços há alguns anos, os vencimentos se diferem consideravelmente. Tendo em vista esta falta de tempo da parte dos educadores, muitos deles não se capacitam em formações continuadas muitas vezes oferecidas pelo próprio sistema educacional em que atuam.
De acordo com Fantacini (2014, p. 63) “O professor deve orientar o aluno com Altas Habilidade (AH) Superdotação (SD) na direção dos recursos disponíveis para a satisfação de suas curiosidades. Não necessariamente o educador que trabalhe com esta clientela tem a obrigação de deter um conhecimento maior que seus alunos a cerca de alguma área específica ou até mesmo de todas elas. Cabe ao professor saber utilizar as ferramentas adequadas de acordo com o domínio em que o aluno apresenta um conhecimento acima da média em uma determinada área.
Para Ferreira (2011, p. 41):
Um dos objetivos da educação física adaptada é fomentar e aperfeiçoar o desenvolvimento dos aspectos motores e físicos, além dos aspectos cognitivos e sócio afetivos, através de experiências oferecidas em ambiente favorável e organizadas de acordo com as necessidades especiais do aluno com DI e o seu nível de desenvolvimento. É importante ressaltar que este trabalho deve ser orientado não apenas para crianças com DI.
Conclusão
A proposta deste artigo deste artigo foi discutir como ocorre o processo de inclusão nas aulas de educação física escolar, além de mostrar mecanismos pelos quais as aulas de educação física podem contribuir para o desenvolvimento das relações sociais entre os alunos independente de suas limitações.
Afirma Soares (2006, p.13) que:
A Educação inclusiva enfatiza a necessidade de integrar todas as crianças com necessidades em escolas regulares, inclusive as crianças com necessidades especiais e para que os educadores possam receber essas crianças é lógico que teremos de ter uma Pedagogia voltada e centrada na criança, que atenda a todos sem descriminação e sem a colocação de obstáculos que possam comprometer o processo de ensino-aprendizagem.
O trabalho diário de um professor por muitas vezes torna-se estressante de tal forma que muitos ficam desanimados, sem vontade de buscar novos conhecimentos e tornam-se apenas mais um professor em meio a tantos. Aliado a isso temos um sistema precário que não valoriza o trabalho dos educadores e não oferece melhores condições tanto para os alunos e para o próprio professor em querer aprender e ensinar, a final o conhecimento é uma troca de experiências independente da faixa etária e etapa em que se atua. Tais circunstâncias contribuem para uma própria desvalorização profissional e consequentemente um enfraquecimento da educação escolar.
É de fundamental importância a continuidade de estudos a respeito do processo de inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais nas aulas de educação física escolar, uma vez que a exclusão destes alunos muitas vezes acontece na realidade do dia a dia da sala de aula, trazendo vários fatores negativos diretamente ligados aos indivíduos por não participarem efetivamente mesmo tendo direitos garantidos em legislação específica.
Bibliografia
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