efdeportes.com

Programa de iniciação ao voleibol no Centro de 

Convivência Arnaldo Isidoro de Lima: um relato de experiência

Programa de iniciación al voleibol en el Centro de Convivencia Arnaldo Isidoro de Lima: un relato de experiencia

 

Licenciado em Educação Física pela Faculdade União das Américas - UNIAMÉRICA

Especializando em Alimentos, Nutrição e Saúde no Espaço Escolar

pela Universidade Federal da Integração Latino-Americana - UNILA

Professor de Educação Física das redes estadual

e municipal de ensino em Foz do Iguaçu - PR

Leandro Pereira da Silva

leandrops@seed.pr.gov.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Este relato de experiência apresenta o processo de realização de um programa de iniciação ao voleibol realizado no Centro de Convivência Arnaldo Isidoro de Lima, no município de Foz do Iguaçu. O programa atendia jovens com faixa etária entre 10 e 18 anos, moradores da região do bairro Vila C. Constatou-se que os jovens que passaram pelo programa adquiriram um bom nível de conhecimentos e habilidades para jogar o voleibol, adotando boas condutas no âmbito esportivo. O trabalho mostrou que o esporte é um eficiente instrumento educacional e que, se for instruído com fundamentação científica, atinge resultados bastante satisfatórios.

          Unitermos: Voleibol. Treinamento. Jovens.

 

Resumen

          Este relato de experiencia presenta el proceso de realización de un programa de iniciación al voleibol en el Centro de Convivencia Arnaldo Isidoro de Lima, en el municipio de Foz do Iguaçu. El programa benefició a los jóvenes con edades entre 10 y 18 años, moradores de la región del barrio Vila C. Se llegó a la conclusión de que los jóvenes que han pasado por el programa han adquirido un buen nivel de conocimiento y habilidades para jugar al voleibol, con buena conducta en el espacio deportivo. El trabajo mostró que el deporte es un eficiente instrumento educativo y que, si entrenado con fundamentos científicos, alcanza resultados muy satisfactorios.

          Palabras clave: Voleibol. Entrenamiento. Jóvenes.

 

Recepção: 25/04/2015 - Aceitação: 27/06/2015

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 20 - Nº 206 - Julio de 2015. http://www.efdeportes.com/

1 / 1

1.     Introdução

    De modo geral, o esporte tem importante papel na sociedade visto que ele abrange vários setores, sendo bastante relevante na área da saúde, educação, turismo, entre outros. Sua prática envolve a aquisição de habilidades físicas e sociais, valores, conhecimentos, atitudes e normas (Zaffalon Júnior et al, 2012). Sua popularidade faz com que muitos jovens ingressem em uma escolinha esportiva.

    Dentre as várias modalidades esportivas, o voleibol é uma das mais populares e tem muitos adeptos no mundo todo. Tem como características a força, a concentração e a delicadeza que os jogadores aplicam em seus movimentos. É um esporte coletivo praticado com intuitos competitivos, recreativos e também educacionais.

    A fim de ofertar uma prática esportiva orientada, realizei o programa de iniciação do voleibol no Centro de Convivência Arnaldo Isidoro de Lima (CCAIL). Os treinos eram destinados aos adolescentes da região do bairro Vila C1. As atividades do programa foram realizadas no período de agosto de 2010 até janeiro de 2014, sob a coordenação de Ilsieiry Galvão, Claudete Solange do Amaral e Orminda Mendes.

    O principal objetivo deste artigo é mostrar como foi desenvolvido esse programa de iniciação esportiva, enfatizando o ano de 2013, período em que, além dos objetivos educacionais, os treinamentos buscavam um rendimento competitivo dos participantes. Para alcançar resultados positivos, exercícios mais específicos foram aplicados e a metodologia baseada nos princípios do treinamento desportivo também foi adotada.

    Desta forma, este artigo mostra como eram conduzidos os treinos e apresenta os principais resultados alcançados nesse programa de iniciação esportiva.

2.     Justificativa e objetivos

    Em minha primeira experiência profissional, atuei como treinador de voleibol para jovens iniciantes, no Centro de Convivência Leonel de Moura Brizola (CCLMB), situado no bairro Três Lagoas, no ano de 2009. Em 2010, atuando em estágio profissional no CCAIL, notei que na Vila C havia apenas escolinhas esportivas que ofertavam treinos de futsal, futebol e basquetebol. Então, apresentei à coordenação pedagógica um projeto de abertura de um programa de iniciação ao voleibol, com diretriz fundamentalmente educacional. Com a proposta aprovada, o programa de iniciação esportiva iniciou as atividades com a finalidade de difundir o voleibol na Vila C, onde pouco se praticava a modalidade.

    De acordo com Cardoso e Silva (2010), o esporte contribui para o desenvolvimento físico, psíquico e social dos praticantes, proporcionando um bem-estar geral. Os indivíduos que praticam atividades físicas e esportivas quando jovens, provavelmente serão adultos ativos e saudáveis.

    Nessa perspectiva, as atividades do programa de iniciação ao voleibol tinham em vista os seguintes objetivos específicos:

  • Incentivar a prática de atividades físicas.

  • Fazer com que os alunos despertem o gosto pelo voleibol.

  • Promover a melhora na qualidade de vida.

  • Propiciar a realização de exercícios físicos.

  • Integrar e socializar os praticantes.

  • Conscientizar os praticantes sobre a importância da boa convivência e do respeito mútuo para a transformação da sociedade.

  • Utilizar as regras e fundamentos do esporte para habituar a disciplina e a boa conduta social dos praticantes.

  • Oferecer uma atividade para distração, diversão e relaxamento.

  • Identificar e formar futuros atletas.

3.     Métodos de treinamento

    A inclusão social sempre foi um desígnio permanente nos treinos e, por isso, a metodologia recreativa sempre prevaleceu. Em todas as sessões de treinamento aplicavam-se atividades lúdicas a fim de que os jovens adquirissem gosto pela modalidade esportiva, sentissem prazer em treinar e, conseqüentemente, convidassem outros amigos para iniciar a prática orientada. Para o ensino dos fundamentos do voleibol, eram utilizados os métodos global, parcial e misto.

    De acordo com Lemos (2004), O método global implica-se pela visualização do fundamento completo ensinando o esporte durante a prática de um jogo. Costumava usar esse método com os praticantes novatos.

    O método parcial consiste em dividir o movimento e ensiná-lo por partes para, posteriormente, uni-las entre si (Xavier, 1986 apud Tenroller; Merino, 2006). Adotava esse método depois que os aprendizes tomavam consciência que era importante realizar os fundamentos de forma adequada para jogar o voleibol com eficiência.

    O método misto era usado para reforçar a aprendizagem, fazer correções e melhorar a técnica dos iniciantes. Segundo Xavier, citado por Tenroller e Merino (2006),

    Esse método consiste na sincronia dos métodos global-parcial-global. Primeiramente acontece a execução do gesto como um todo. Em seguida, o gesto é parcializado com o objetivo de proceder a "correções" do movimento ou dos movimentos. Finalmente, volta-se à prática completa dos movimentos. Desse modo, a segunda parte servirá, com base no que foi observado no primeiro momento, para que o professor faça a demonstração do exercício e, assim, a partir da terceira parte, aconteça o gesto completo. Trata-se de uma metodologia bastante rica sob o ponto de vista didático, com mais fatores positivos do que negativos.

    Com intuito de motivar os participantes do programa, todo mês um menino e uma menina eram eleitos os destaques dos treinos e a eles eram entregues medalhas simbólicas.

    Procurei em todos os momentos exercer o papel de motivador. A preparação psicológica era uma etapa contínua do treinamento, que visava conscientizar os jovens sobre a importância dos exercícios no processo de aprendizagem do voleibol e prepará-los emocionalmente para o desgaste dos treinos e para os jogos em competições.

4.     Plano de treinamento

    As sessões de treinamento eram planejadas para ter duração máxima de 3 horas. Geralmente, nas segundas-feiras e quartas-feiras treinavam as meninas; terças-feiras e quintas-feiras treinavam os meninos e; nas sextas-feiras os grupos treinavam juntos em uma sessão mais recreativa.

    Para treinar as equipes no ano de 2013, fiz uma periodização composta por macrociclos de preparação física e treinamento técnico e tático. Muitos dos exercícios de treinamento aplicados foram encontrados no portal The Art of Coaching Volleyball2.

4.1.     Preparação física

    Os treinamentos de condicionamento físico eram realizados com constância, mas aplicava-se uma intensidade alta apenas no início da temporada. Os treinamentos eram norteados pelos resultados dos testes de avaliação de capacidades funcionais do Projeto Esporte Brasil (PROESP-BR)3.

    Apliquei diversos exercícios específicos para o aprimoramento da flexibilidade, das resistências aeróbia e anaeróbia, da força, da velocidade, da agilidade e da coordenação motora.

4.2.     Treinamento técnico e tático

    Nesta etapa foram trabalhadas as habilidades específicas do voleibol:

  1. Técnica

    • Saque: por baixo, por cima, saque viagem, saque flutuante e saques especiais.

    • Manchete: passe e defesa.

    • Toque: por cima, de costas, em suspensão e levantamentos.

    • Ataque: cortada e “bola pingada”.

    • Bloqueio: ofensivo e defensivo (simples, duplo, triplo).

  2. Tática

    • Sistemas táticos: 6 x 0, 5 x 1, 4 x 2.

    • Recepção coletiva.

    • Posicionamento coletivo: defesa, ataque e contra-ataque.

5.     Resultados

    Para registrar os resultados do programa de iniciação ao voleibol no CCAIL, foram escritos relatórios mensais. Neste relato de experiência apresento os resultados que julgo mais relevantes.

5.1.     Março de 2013

    Nesse mês o programa contava com duas equipes femininas: ‘A’ (veteranas) e ‘B’ (calouras). A equipe feminina ‘A’ passou por treinos preparatórios para disputar amistosos. Os principais exercícios de treinamento tático executados foram:

  • Saque direcionado e recepção em duplas.

  • Cobertura de ataque na ponta e na saída de rede.

  • Bloqueio simples e duplo.

  • Jogo-treino no sistema 5x1.

    A equipe ‘A’ disputou três amistosos. O primeiro contra a equipe Pôr do Sol, do professor Fábio Evandro Santos Pires, realizado no CCAIL. Nossa equipe venceu por 2 sets a 1. Os outros dois amistosos foram contra a equipe Cataratas Voleibol, do professor Ronaldo José Vieira Soares, onde a equipe ‘A’ perdeu por 2 sets a 0 na partida realizada no CCLMB, e perdeu pelo mesmo placar numa partida em casa.

    A equipe ‘B’, formada por iniciantes, passaram por treinos totalmente recreativos, com muitos jogos em trios, pra exigir maior agilidade das jogadoras. Realizaram também diversos exercícios individuais de aperfeiçoamento técnico do toque por cima.

    A equipe masculina também disputou amistosos. Os meninos venceram o Cataratas Voleibol por 2 sets a 0 e venceram o Pôr do Sol pelo mesmo placar.

 

Vídeo 1. Rally de um amistoso feminino – CCAIL vs. Cataratas Voleibol

 

 

Vídeo 2. Rally de um amistoso masculino – CCAIL vs. CCLMB

 

Foto 1. Equipes masculina e feminina ‘A’ do CCAIL

 

Foto 2. Equipe masculina do CCAIL

 

Foto 3. Equipe feminina ‘A’ do CCAIL

 

Foto 4. Equipe feminina ‘A’ do CCAIL com a equipe Pôr do Sol

 

Foto 5. Equipe feminina ‘A’ do CCAIL com a equipe Cataratas Voleibol

Objetivos alcançados

  • As meninas tiveram uma boa participação nos treinos e nos amistosos. Demonstraram que assimilaram o que foi ensinado nos treinos.

  • Os amistosos realizados no CCAIL atraíram novos jovens para o programa de iniciação ao voleibol.

5.2. Maio de 2013

    As atividades desenvolvidas nos treinos foram bastante lúdicas. Foram aplicadas diversas dinâmicas de aquecimento e relaxamento com a intenção de integrar, socializar e divertir os praticantes mais iniciantes. Variados tipos de “pepa-pega” e de dinâmicas de grupo possibilitaram atingir tal objetivo.

    Para aprendizagem de gestos específicos da modalidade, foram aplicados exercícios pedagógicos para habituar os jovens à prática do voleibol. Os principais fatores trabalhados foram: a maneira de sacar (por baixo e por cima) e os três toques de cada equipe para passar a bola para o lado adversário.

    No dia 16 de maio, um grupo de meninos e meninas participou de um jogo amistoso contra a equipe de jovens iniciantes do professor Raul Alves, no CCLMB, no bairro Três lagoas. O encontro esportivo foi efetuado com o objetivo de socializar os novos adeptos e incentivar a prática do voleibol em ambos os centros de convivência. A equipe feminina ‘B’ do CCAIL venceu a partida por 3 sets a 0. A equipe masculina também venceu sua partida, por 3 sets a 1.

Foto 6. Equipe feminina ‘B’ do CCAIL

 

Foto 7. Nova equipe masculina do CCAIL

Objetivos alcançados

  • A escolinha de voleibol conseguiu atrair novos adeptos para a modalidade.

  • Tornou-se possível realizar mais jogos, pois todos já assimilaram as regras básicas do voleibol (área de jogo; contato com a bola; como se faz um ponto etc.).

  • Percebi que as instruções e os exercícios foram bem aproveitados pelos aprendizes.

5.3.     Julho de 2013

    Entre os dias 11 e 22 de julho os jovens estiveram de férias. Logo, as atividades foram retomadas. No segundo semestre, as sessões de treinamento entraram em um novo macrociclo. O primeiro microciclo de treinamento teve como meta o desenvolvimento de algumas capacidades físicas gerais e fundamentos técnicos do esporte.

    A flexibilidade foi avaliada através da mensuração da distância do alcance das mãos através da flexão do quadril em relação à coxa. A mesma capacidade física foi treinada com alongamentos ativos individuais, com duração de, aproximadamente, 15 minutos por sessão.

    A resistência aeróbia foi avaliada com o teste de Cooper. Parar melhorar a aptidão cardiorrespiratória os jovens correram cerca de 3 km em cada sessão de treinamento.

    Para treinar a coordenação motora, apliquei exercícios de manipulação de bola. As habilidades básicas trabalhadas foram: lançar, quicar e arremessar.

    O treinamento técnico das sessões do primeiro microciclo foi de saque. Além de exercícios educativos para a aprendizagem do fundamento, os jovens realizaram os seguintes exercícios de treinamento:

  • Saques direcionados em alvos/posições da quadra.

  • Saques dentro de um limite de tempo.

Objetivos alcançados

  • Os participantes ficaram mais assíduos. Toda sessão de treinamento contava com, aproximadamente, 20 meninos e 20 meninas.

  • Os aprendizes começaram a lidar com mais responsabilidade com os exercícios de condicionamento físico para o voleibol, pois demonstraram muita concentração nos treinos.

  • A técnica básica do saque por cima foi compreendida pela maioria. Os grupos conseguiram cumprir as metas de treinamento de saque.

5.4.     Agosto de 2013

    Nos microciclos do mês de agosto, o treinamento de condicionamento físico para as equipes de voleibol foram direcionados para o desenvolvimento das seguintes capacidades físicas:

  • ▪ Resistência Aeróbia – Os jovens passaram por treinamentos de endurance (longa duração). Foram praticadas corridas de ± 20 minutos e sessões de Circuit Training (treinamento em circuito: abdominais, pular corda, polichinelos, deslocamentos entre cones, etc.).

  • ▪ Resistência Anaeróbia – Os jovens fizeram exercícios que causam fadiga muscular e déficit de oxigênio, causando respiração ofegante. Corridas de 36 metros com 15 segundos de intervalo foram os principais exercícios realizados.

  • ▪ Coordenação Motora – Ladder drills4 foi o instrumento utilizado para melhorar a agilidade e o repertório de movimentos dos praticantes.

    O treinamento técnico teve como finalidade aprimorar as habilidades de servir (saque), passar (manchete) e levantar (toque). Além da progressão pedagógica de cada fundamento, os jovens treinavam controle de bola individual e em grupos. No final de cada dia de treino, formavam-se equipes para disputar uma partida de voleibol.

 

Vídeo 3. Exercícios de controle de bola individual – treino de voleibol feminino no CCAIL

 

 

Vídeo 4. Exercício de passe (manchete) em grupo – treino de voleibol masculino no CCAIL

Objetivos alcançados

  • Avaliando a flexibilidade, notei que todos os meninos e todas as meninas ficaram mais flexíveis. A capacidade aeróbia também melhorou. No teste de Cooper (12 minutos de corrida) todos os meninos e todas as meninas mantiveram ou melhoraram seu VO2 máximo.

  • A maioria dos jovens já conseguiam sacar com boa técnica e precisão. Todos assimilaram a técnica do toque e da manchete. Porém, ainda eram poucos os que apresentavam um bom domínio em passar e levantar.

  • Os meninos e meninas mostraram espírito de equipe, cooperação e motivação nos treinamentos.

5.5.     Setembro de 2013

    Nos microciclos do mês de setembro, o treinamento de condicionamento físico para as equipes de voleibol foi direcionado para o aprimoramento das seguintes aptidões físicas:

  • Flexibilidade – Essa capacidade foi treinada com sessões de flexionamento passivos, onde os aprendizes ficavam em duplas para se ajudarem no alongamento máximo da musculatura.

  • Resistência Anaeróbia – Os jovens praticaram exercícios de exaustão total, como por exemplo, o “suicídio” (exercício que consiste em correr e encostar a mão na bola antes que ela caia no chão) e repetições máximas de um fundamento técnico totalmente anaeróbio (cortadas consecutivas).

  • Força de resistência – Para preparar os músculos para trabalhos repetitivos, os jovens fizeram treinamentos de força isométrica, força concêntrica e força excêntrica. Apliquei uma variedade de exercícios calistênicos.

    O treinamento técnico foi focado na aprendizagem e no aprimoramento de ataque e bloqueio. Os aprendizes praticaram diversas situações de jogo em que se exige a execução eficiente desses fundamentos.

Objetivos alcançados

  • Após o término das sessões de treinamento de força de resistência, foi feita uma reavaliação física de repetições em 1 minuto no teste de abdominal. Todos, sem exceção, conseguiram aumentar o número de repetições.

  • A cortada (ataque) e o bloqueio foram assimilados, porém, praticamente todos os jovens ainda possuíam alguma deficiência técnica na cortada, devido ao fato do movimento ser muito complexo, exigindo boa coordenação motora.

  • As equipes ficaram mais entrosadas, pois cada um já sabia as funções dos jogadores de cada posição em quadra.

5.6.     Outubro de 2013

    Nesse mês as equipes masculina e feminina passaram por um treinamento físico específico para o voleibol, que objetivou o desenvolvimento das seguintes aptidões físicas:

  • Flexibilidade – Foi treinada com sessões de treinamento de ±5 minutos, apenas para manutenção dos níveis alcançados anteriormente.

  • Força explosiva – Para potencializar a força rápida, apliquei exercícios calistênicos de repetições muito rápidas. Também realizei um programa de treinamento pliométrico.

  • Velocidade – Para melhorar a habilidade de se locomover com rapidez, os jovens realizaram piques de, aproximadamente, 15 metros, carregando uma carga extra em pequenas subidas.

    Não teve habilidades técnicas priorizadas nas sessões de treinamento. Todos os fundamentos foram corrigidos e treinados através de exercícios sistematizados.

    No mês de outubro comecei a ensinar todos os aprendizes a jogarem no sistema tático 5x1. Cada jogador e jogadora recebeu sua posição definida: levantadores(as), ponteiros(as), opostos(as), centrais e líberos(as).

Objetivos alcançados

  • As turmas tiveram disciplina nos treinos de preparação física.

  • A equipe masculina assimilou a formação de saque e recepção do sistema 5x1.

  • Os jovens conseguiram executar jogadas combinadas de ataque (degrau, desmico, beetween, etc.).

5.7.     Novembro de 2013

    Novembro foi o mês de preparação para disputar a competição de voleibol do Festival Intercentros de Convivência5. Os treinamentos enfatizavam a tática. As habilidades individuais dos jogadores eram corrigidas e treinadas em exercícios que simulavam as situações comuns de jogo.

    Treinei a equipe feminina no sistema 6x0 e a equipe masculina no sistema 5x1. Os meninos também treinaram as jogadas combinadas, freqüentemente usadas no voleibol de alto nível, como o desmico, o degrau, o beetween e o pipe.

Objetivos alcançados

  • A equipe masculina ganhou entrosamento no sistema 5x1, executando os fundamentos técnicos com qualidade.

  • Percebi uma melhora geral na equipe feminina.

  • Os jovens participaram da competição de voleibol do Festival Intercentros de Convivência demonstrando disciplina, esforço e espírito de equipe. Conquistamos o 2º lugar com as duas equipes na competição.

6.     Considerações finais

    Constatei que durante o ano de 2013 a escolinha de voleibol do CCAIL apresentou resultados bastante positivos. Os meninos e meninas que tiveram uma freqüência regular nos treinos aprenderam a jogar voleibol de maneira satisfatória, melhoraram consideravelmente suas capacidades físicas e obtiveram melhor domínio da execução dos fundamentos. O programa também proporcionou uma difusão do voleibol no bairro Vila C, atraiu muitos adeptos e oportunizou um ambiente esportivo agradável, onde os jovens podiam se divertir e fazer novas amizades.

    Considero que o programa também contribuiu na formação de novos jogadores, pois alguns alunos da nossa escolinha esportiva chegaram a representar o município de Foz do Iguaçu em competições da Federação Paranaense de Voleibol para categorias de jovens atletas.

    Atualmente, dois jovens que participaram do programa de iniciação ao voleibol no CCAIL ingressaram no curso de Educação Física em uma faculdade de Foz do Iguaçu. Acredito firmemente que as vivências esportivas desses jovens tiveram influência até na escolha acadêmica/profissional.

    A atuação como treinador de um público adolescente também apresentou suas dificuldades. Tive que lidar situações que afetavam a qualidade dos treinos como, por exemplo, falta de recursos, falta de apoio, conflitos e falta de empenho e comprometimento de alguns jovens. Houve, ainda, o abandono precoce da prática orientada por parte de muitos iniciantes. Sem dúvida, a motivação é um fenômeno com desafios pertinentes no trabalho dos treinadores.

    Por fim, afirmo que a realização do trabalho como treinador de voleibol de jovens iniciantes no bairro Vila C teve uma enorme contribuição para minha formação profissional. Além do aperfeiçoamento didático, aprendi muita coisa na convivência com os adolescentes. Foi um trabalho muito gratificante e enriquecedor.

Notas

  1. A Vila C é um bairro da região norte do município de Foz do Iguaçu - PR, Brasil. Foi criado pela Itaipu Binacional nos anos de 1970 para abrigar os funcionários que trabalhavam na usina hidrelétrica.

  2. Criado por renomados técnicos de voleibol dos Estados Unidos, The Art of Coaching Volleyball é um website (disponível apenas no idioma inglês) que apresenta recursos didáticos (exercícios, táticas, técnicas, filosofias, dicas etc.) para treinadores interessados em melhorar suas equipes. Link: http://www.theartofcoachingvolleyball.com

  3. O PROESP-BR é um projeto do Ministério do Esporte que indica uma bateria de testes de avaliação para delinear o perfil dos hábitos de vida e dos fatores de aptidão motora em crianças e adolescentes na faixa etária entre 7 e 17 anos.

  4. Ladder Drills são exercícios de treinamento funcional realizados numa escada de agilidade.

  5. O Festival Intercentros de Convivência foi organizado em 2013 pela Secretaria Municipal de Esporte e Lazer e a Secretaria Municipal da Educação de Foz do Iguaçu. As competições de diversas modalidades esportivas foram disputadas por crianças e jovens que participavam das atividades oferecidas nos centros de convivência.

Referências

Outros artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/
Búsqueda personalizada

EFDeportes.com, Revista Digital · Año 20 · N° 206 | Buenos Aires, Julio de 2015  
Lecturas: Educación Física y Deportes - ISSN 1514-3465 - © 1997-2015 Derechos reservados