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O som dos olhos negros

El sonido de los ojos negros

The sound of the black eyes

 

*Graduação em Educação Física pela Universidade

do Estado do Rio Grande do Norte (UERN/CAMEAM)

**Mestrado em Ciências do Desporto 
Universidade de Trás-os- Montes e Alto Douro (UTAD, Portugal)

(Brasil)

Kaline Lígia Estevam de Carvalho Pessoa*

kaligia.tc@hotmail.com

Evandro Nogueira de Oliveira*

evandro.eno@gmail.com

Fernanda de Oliveira Silva*

nandamadrid5@hotmail.com

Maria Ione Silva**

silvamariaione@yahoo.com.br

 

 

 

 

Resumo

          Esta proposta está pautada em uma intervenção através de jogos com objetos realizada com um sujeito de 14 anos de idade, em uma escola pública da cidade de Pau dos Ferros/RN. Tivemos como objetivo primordial oportunizar a vivência motora ampla ao nosso indivíduo, uma vez que, na fase de observação notamos que o mesmo pouco interage com os demais colegas, pois acaba perdendo-se em meio às brincadeiras por não conseguir acompanhá-los ou até mesmo por não conseguir repassar os objetos utilizados. Dessa forma, estabelecemos um total de 3 encontros que contou com sessões de alongamento e reconhecimento corporal, aplicação dos jogos e sessão de relaxamento. Para esse estudo, tomamos como base o conceito de deficiências múltiplas de Brasil (2006). Com base em Valle (2008), falamos sobre a importância destes jogos diferenciados. Carmo (2006) discute sobre inclusão e a preparação das escolas para receber os alunos que dela necessitam. Porretta (2004) aborda as diversificadas formas de permitir às crianças deficientes experimentar as mais variadas posições. Nessa perspectiva, esse trabalho justifica-se pela importância de fornecer uma atenção ao público com deficiências, principalmente aqueles que não têm oportunidades de terem um profissional qualificado ao seu lado para que possam desenvolver suas capacidades e superar seus limites, tendo oportunidades em igualdade com aqueles que não apresentam tantas limitações. Assim, consideramos e avaliamos que o nosso objetivo foi, em parte, cumprido pois, apesar de realizarmos os jogos e do sujeito ter participado das brincadeiras até no final, o processo teve uma duração curta, o que não permite a resolução dos grandes percalços, que só poderiam ser solucionados com uma longa caminhada.

          Unitermos: Deficiências múltiplas. Jogos. Educação.

 

Abstract

          This proposal was based on an intervention through games using objects in a 14 years old subject, in a public school in the city Pau dos Ferros/RN. The primary goal was stimulate the aspects related to gross motor skills of the individual, since during the observation phase we noticed that the student barely interacted with his classmates, as a result of getting lost during the games since the subject could not keep up with them or even could not hand the objects used. This way, we set a total of 3 meetings with sessions of stretching and body awareness, execution of the games and relaxation sessions. For this study, we used as the basis the concept of multiple disabilities from Brasil (2006). Based on Valle (2008), we talked about the importance of these distinguished games. Carmo (2006) argues about inclusion and preparation of school to take the students that need it. Porretta (2004) addresses the different ways of letting disabled children try the most diversified positions. With that in mind, this paper is justified by the importance of providing attention to the disabled audience, especially the ones who do not get the opportunities of having a qualified professional by their side in order to develop their abilities and cross limits, getting the same opportunities of those who do not own such limitations. Thus, we considered and evaluated that our goal was, to some extent, achieved since, even though we executed the games and the subject took part of them until the end, the process was of short length, which do not allow a full resolution of big mishaps that could only be solved thought the long path.

          Keywords: Multiple desabilities. Games. Education.

 

Recepção: 08/06/2015 - Aceitação: 11/07/2015

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 20 - Nº 206 - Julio de 2015. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O tom sinestésico do título nos dá a sensação de um olhar tão profundo na intenção do comunicar quanto à própria ação, às vezes muito mais falha no sentido de perpassar uma vontade. O cruzamento proposital de ações nos faz imaginar chegar a uma docilidade e pureza em um olhar que precisa de um cuidado e uma atenção especial para interpretá-lo. O sujeito participante da pesquisa tem 14 anos e apresenta diagnóstico de deficiências múltiplas. Este chegou-nos como uma oportunidade de aprofundamento do assunto, de conhecimento e possibilidade de estar e caminhar ao lado de um personagem cheio de vida e brilho. O assunto deficiências múltiplas nos chega como uma novidade, uma vez que existem poucas publicações relacionadas ao tema, inclusive quando se trata deste relacionado à educação e inclusão social dos indivíduos. Até chegarmos a esta produção, observamos o indivíduo em sua rotina escolar. Percebemos exatamente que ele se encontrava alocado nesse problema de deslocamento social devido suas condições. Para isso, não estamos aqui afirmando que a condição da deficiência múltipla é um fator que acarreta ou gera a exclusão social. Inclusão é um dos assuntos que, mais abaixo, serão discutidos para que se tenha uma argumentação necessária para fundamentar a questão. O que estamos fazendo aqui são observações acerca de um acompanhamento de curto espaço de tempo, e de conclusões retiradas após observações que no levaram a crer que, o problema do nosso sujeito pesquisado em não ser tão incluído, é devido a sua dificuldade em acompanhar brincadeiras.

    A desvantagem da literatura pouco crescente sobre o tema leva, a maioria da vezes, a criarmos certos pré-conceitos sobre o tema. Portanto, reunimos alguns conceitos de Deficiências Múltiplas (DM) discutidos por alguns autores como Silva (2011) e Brasil (2006). O caso do indivíduo participante não é específico. O trabalho com deficientes, seja múltiplo ou qualquer uma, é sempre bastante delicado e requer uma aproximação quase que familiar com o, porque não dizer, paciente. Requer um conhecimento do tema e dos problemas e uma observação delicada para lidar com o indivíduo. Não só pela deficiência em si, mas pelo fato das consequências geradas em torno do problema, que são fatores que, segundo Silva (2011) podem agravar um fator já existente.

    Descreveremos aqui, uma experiência imensamente rica, na qual realizamos um trabalho com um indivíduo de 14 anos, diagnosticado com deficiências múltiplas, no ensino infantil de uma escola municipal da cidade de Pau dos Ferros/RN. Nossa experiência durou 3 encontros, onde nosso objetivo primordial foi estimular aspectos relacionados à coordenação motora ampla do nosso sujeito por notarmos um certo afastamento do observado em relação às outras crianças no momento do intervalo justamente pela falta de habilidade dele em continuar as brincadeiras. Por trás de tudo isso, encontramos motivação no sorriso deste, por ver a vontade dele em estar ali conosco, com os colegas, em aprender, em demonstrar que aprendeu.

Deficiências Múltiplas: conhecendo

    As deficiências de qualquer tipo são desgastantes no trato, tanto por parte de quem lida quanto por parte de quem a tem. No campo educacional principalmente, observa-se uma falta de estrutura e de qualificação para lidar com os casos.. Para entender a condição do aluno pesquisado, observamos sua rotina e começamos a comparar a estudos já feitos. Através de uma pesquisa junto à direção da escola contatamos que o sujeito estava diagnosticado com Deficiência Múltipla (DM), entendendo assim que esta é uma combinação de duas ou mais deficiências com possibilidades diversas de combinação

    Para Brasil (2006, p. 11),

    O termo deficiência múltipla tem sido utilizado, com freqüência, para caracterizar o conjunto de duas ou mais deficiências associadas, de ordem física, sensorial, mental, emocional ou de comportamento social. No entanto, não é o somatório dessas alterações que caracterizam a múltipla deficiência, mas sim o nível de desenvolvimento, as possibilidades funcionais, de comunicação, interação social e de aprendizagem que determinam as necessidades educacionais dessas pessoas.

    Nesta perspectiva, concordamos com Brasil (2006), ao elaborar que para um ação completa em torno dos indivíduos com DM é necessário o avanço em sua aprendizagem, além de uma responsabilidade social maior integrado às propostas de colaboração entre educação, saúde e assistência social e da ação complementar dos profissionais das áreas da saúde.

    Silva (2011) também entende a educação como um fator preponderante e de extrema relevância para o trato das DM, de forma que “Intervenções apropriadas e iniciadas o mais cedo possível, resultam em melhores condições de desenvolvimento, de aprendizagem e de integração familiar e comunitária (pp. 2-3).

Educação Física especial: caminhos para o ensino das diferenças

    Por muito tempo estivemos ancorados em perspectivas tradicionais e tecnicistas de ensino. Estas por sua vez, não consideram o diferente como parte de um processo de construção educacional e social. Atualmente tem-se despertado para a necessidade de direcionar olhares para as perspectivas inclusivas.

    O processo de inclusão, embora esteja em foco, ainda é permeado por diversos obstáculos a serem vencidos, dentre eles citamos: a falta de profissionais qualificados, o imaginário social que corriqueiramente atribuem às pessoas com deficiência a incapacidade, a falta de estrutura organizacional, entre outros diversos fatores. Assim Silva e Devide (2009, p. 182) afirmam que “O mundo social construído pelos agentes em interação está repleto de ações que trazem, de forma naturalizada, em suas bases estruturantes, marcas discriminatórias que geram a exclusão”.

    A Educação Física neste processo necessita ser esmiunçada, desvendada e efetivada, pois esta oferece uma gama de ações, capazes de inserir os indivíduos com deficiências em práticas capazes de melhorar sua qualidade de vida de diversas maneiras. Rodrigues (2006) trata da alegria proporcionada ao corpo praticante de atividade física. Alegria essa que vai além da promoção da saúde, que não é, de forma alguma, algo que se deva relegar a segundo plano. Porém a atividade física enquanto alegria, traz prazer, desenvolvimento dos valores sociais, expressividade e incentivo às relações pessoais dos indivíduos com condições de deficiência. Isso não se trata de uma superação de determinada condição, mas sim, de uma nova possibilidade de viver o corpo em uma nova situação.

    A Educação Física Escolar (EFE), dentro de uma nova tendência – inclusiva – nos aponta caminhos para o trato da pluralidade, uma vez que os alunos estão permeados por diferenças em inúmeras escalas, como bem relata Chicon (2008) que nos diz que esses apresentam as mais diferentes formas de habilidades, capacidades, comportamentos e histórias de vida.

    A inclusão é um processo que deve estar envolto em todas as instituições de ensino, uma vez que ele envolve dinamismo, mudanças de atitudes e muita reflexão em torno da escola e da sociedade (Carvalho, 1998). Os profissionais da educação devem estar inteiramente atentos as suas práticas pedagógicas, não permitindo em hipótese alguma que aconteça o ato de desrespeito, preconceito e exclusões entre os alunos, portanto, esta interferência não fica a cargo somente do professor, mas sim de toda comunidade escolar.

    O importante de trabalhar com a inclusão é fazer com que a diversidade seja encarada como algo natural. As pessoas com deficiência não devem assumir a posição de espectador, e que, ao participar das aulas, não sejam alvos de desrespeito por parte dos demais alunos. Tudo faz parte de um diálogo que precisa ser mantido entre professor e aluno, ou seja, fazer com que o aluno entenda que conviver com as diferenças é respeitar o próximo e a si mesmo.

Focando os olhos: quais são os sons?

    Nesta intervenção buscamos através do movimento, possibilitar inúmeras situações que contribuíssem na inclusão e em uma melhor vivência das interações sociais no sujeito pesquisado. Acreditamos que as intervenções foram fundamentais e necessárias, no horário do recreio escolar ou até mesmo em horários diferenciados em locais que fujam do escolar, mas sempre com a presença de outros indivíduos, assim, acreditamos que esta alternativa contribuiu para que o sujeito não se sentisse coadjuvante no processo.

    Contudo, não consideramos correto dizer que o aluno está incluído, apenas por participar ativamente da atividade, ou por acompanhá-la. Nas intervenções percebemos que simples ações a longo prazo e o processo de aceitação e a ajuda de todo o meio social são os fatores preponderantes para que esta intervenção se solidifique, para assim, construir espaços propícios para o diferente. Entendemos que muitas vezes o despreparo por parte da maioria dos educadores, em atender as necessidades especiais, é aspecto preponderante para esse desafio se tornar mais lento ainda. Necessitamos, portanto, de um olhar mais atento para a sociedade e visualizamos que esta necessita de políticas públicas e ações que promovam mudanças.

    Incluir é possível. É necessário despertar para os sons que ecoamos. Muitas vezes as pessoas com deficiência são consideradas incapazes e por isso reservadas ao direito do SER. Segundo Souza e Batista (2008) frequentemente crianças com necessidades especiais são consideradas incapazes de participar de atividades em grupo, e ainda são isolados de contatos com parceiros e suas relações restritas à relação com adultos.

    É importante lembrar que a deficiência não deve ser encarada com manifestação de pena ou considerá-la como incapaz deixando-a estagnada a realizar outra atividade diferente das desenvolvidas pelos outros alunos (Flauzino, Rodrigues e Zenha, 2008). Porém necessita ainda de olhares mais direcionados, olhares que promovam a socialização e o desenvolvimento de habilidades, entretanto, entendemos que a escola não está preparada para receber o diferente, resultando em uma dificuldade e um objetivo a ser alcançado.

    A intervenção enveredada do restrito ao amplo, nos fez perceber que embora a deficiência esteja presente de forma visível e acompanhe o nosso sujeito, percebemos que em grande maioria as crianças apresentam suas particularidades e dificuldades em realizar as brincadeiras, porém estes ainda necessitam de trabalhos mais incisivos, corroborando Flauzino, Rodrigues e Zenha (2008, p. 13) nos dizem que,

    Percebe-se que as crianças de um modo geral necessitam de uma atenção especial, cada qual apresentando suas qualidades e dificuldades específicas. Entretanto, os alunos com necessidades especiais, seja motora, auditiva, visual ou cerebral, necessitam de uma atenção maior por possuírem uma determinada limitação física ou neurológica que os impossibilitam de se movimentar, comunicar, se expressar e/ou interagir de forma efetiva com o mundo.

    O aluno como individuo foco do processo, deve ser enxergado como tal, a priorização deve ser visualizada como uma luneta para que os outros tenham a possibilidade de vislumbrar as maneiras de incluir o sujeito com limitações. Nesse sentido, a inclusão de pessoas com deficiências nas práticas cotidianas seja no universo escolar, ou no meio social em geral, antes de tudo é parte na construção de um saber coletivo pela comunidade escolar e não apenas do professor.

    Assim consideramos e avaliamos, que desenvolver os jogos e demonstrar a importância da participação do indivíduo para o seu desenvolvimento.. Porém como relatado em outrora, acreditamos que este seja um processo longo e como muitos percalços a serem solucionados no decorrer do caminho. Necessitando, para além de intervenções pontuais, politicas públicas de ações contínuas.

    Ouvir, sentir, acompanhar, tornar possível. São vozes silenciosas, proferidas por aqueles que necessitam ser oportunizados mediantes as suas limitações. Visualizamos em nosso sujeito o prazer de desfrutar da brincadeira, de acompanhá-la, de se sentir parte de cada momento. Para além de uma visão romântica, concentramos nossos relatos na conclusão de cada etapa por ele realizada.

Considerações finais

    O trabalho com deficientes necessita de uma dose de dedicação que perpassa o altruísmo. Apesar das dificuldades impostas, tudo o que precisamos demonstrar é um pouco mais de atenção e cuidado. Conhecimento e fundamentação para lidar com o indivíduo é sim necessário, mas além de tudo estes precisam entender que estamos dispostos a concentrar nossas forças nas oportunidades criadas para eles.

    O nosso discurso aqui proferido foi em busca uma melhoria na ação de um indivíduo com deficiências múltiplas para que este pudesse incluir-se ainda mais em um meio onde convive diariamente, a escola. Principalmente durante o intervalo junto aos seus colegas. A nossa intervenção foi apenas de três dias. Portanto, não podemos afirmar que houve uma mudança drástica na socialização deste com o meio e do meio com este. Apesar de que durante nosso acompanhamento, os alunos demonstraram um interesse e recepção do indivíduo satisfatórios. Mas, a não ser que continuemos com as intervenções, não podemos dizer que o efeito é contínuo. Nossa intenção, no momento das intervenções foi alcançada. Percebemos que o sujeito se sentiu parte do processo do início ao fim de uma forma que facilitou ainda mais nossa ação. E ficou satisfeito ao perceber que poderia, dentro de suas limitações, inteirar-se num meio comum a todas as crianças.

    Portanto, deixamos aqui nossas contribuições acerca deste processo de intervenção, apesar de realizarmos os jogos e do sujeito ter participado das brincadeiras até no final, pois processo teve uma duração curta, o que não permite a resolução dos grandes percalços, que só poderiam ser solucionados com uma longa caminhada.

Bibliografia

  • Brasil (2006). Educação infantil: saberes e práticas da inclusão: dificuldades acentuadas de aprendizagem: deficiência múltipla. [4. ed.] Brasília: MEC, Secretaria de Educação Especial.

  • Carvalho, E. R. (1998). Temas em educação especial. Rio de janeiro: WVA.

  • Chicon, J.F. (2008). Inclusão e Exclusão no Contexto da Educação Física Escolar. Rev. Movimento – Porto Alegre. Vol. 14; nº 0, pp.13-38.

  • Flauzino, R. O. S. de, Rodrigues, C. S. da, Zenha, L. (2008). Atendimento educacional especializado: Intervenção pedagógico com uso de tecnologias. (Apresentação de trabalho/Seminário).

  • Rodrigues, D (org.). (2006). Atividade motora adaptada: a alegria do corpo. São Paulo: Artes Médicas.

  • Silva, C. A. F. da e Devide, F. P. (2009) Linguagem discriminatória e etnométodos de exclusão nas aulas de educação física escolar. Rev. Bras. Cienc. Esporte, Campinas, v. 30, n. 2, p. 181-197, jan.

  • Silva, Y. C. R. (2011) Deficiência múltipla: conceito e caracterização. Anais Eletrônico VII EPCC – Encontro Internacional de Produção Científica Cesumar. CESUMAR – Centro Universitário de Maringá, Editora CESUMAR. Maringá – Paraná – Brasil. 2011

  • Souza, C. M. L. de, Batista, C. G. (2008). Interação entre Crianças com Necessidades Especiais em Contexto Lúdico: Possibilidades de Desenvolvimento. Psicologia: Reflexão e Crítica, v. 21, n.3. p. 383-391.

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