O ensino da natação escolar no enfoque La enseñanza de la natación escolar en la perspectiva de la pedagogía histórico crítica Teaching school swimming in the focus of pedagogy history critical |
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*Doutoranda em Educação, UFPE **Mestre em Educação, UFBA (Brasil) |
Rosângela Cely Branco Lindoso* Laurecy Dias dos Santos* Roseane Cruz Freire Rodrigues** |
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Resumo Esse texto articulou as disciplinas Metodologia do Esporte Individual II, Natação e um Projeto de Extensão Natação na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFPE). Parte de uma problemática social significativa; os altos índices de afogamento de jovens. Com base nesse fato, a questão norteadora: Como a produção do conhecimento vem equacionando uma metodologia para o ensino da natação? Para responder a esse questionamento foi respondido a partir de duas fontes mapeado o descritor “natação” na Revista Movimento e na pesquisa matricial EPISTEF, onde a busca se deu na produção do conhecimento de 110 pesquisadores, docentes de instituições públicas e privadas de Pernambuco. O resultado é que existe uma carência de produção sobre o tema específico. A partir desse resultado apresentamos uma proposição com base na Pedagogia Histórico Crítica tomando a escola lócus de apropriação desse conhecimento. Unitermos: Natação. Metodologia. Pedagogia Histórico Crítica. Escola.
Abstract This text articulated disciplines Methodology Individual Sport II, Swimming and Swimming Extension Project at UFPE. Part of a significant social problem; high youth drowning rates. Based on this fact, the guiding question: How the production of knowledge is equating a methodology for swimming learning? To answer this question was answered from two sources mapped the descriptor "swimming" in the journal Movement and matrix search EPISTEF, where the search occurred during the production of knowledge of 110 researchers, professors of public and private institutions of Pernambuco. The result is that there is a lack of literature on the specific topic. From this result we present a proposition based on Pedagogy History Critical taking the locus school appropriation of this knowledge. Keywords: Swimming. Methodology. Critical Pedagogy History. School.
Recepção: 04/06/2015 - Aceitação: 11/07/2015
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 20 - Nº 206 - Julio de 2015. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
Os casos de afogamentos de jovens é um problemática significativa da nossa sociedade. Sabemos que o acesso a esse conhecimento é negado a grande maioria da população, nele existem questões de infraestrutura, históricas, sociais e políticas. Isso foi construído historicamente eis algumas sínteses de determinações.
Segundo Catteau e Garoff (1990) em Roma para ser educado precisava saber ler e nadar. Nadar já era uma questão de classe social. Saber nadar foi importante no início da existência humana, como estratégia de sobrevivência, como estratégia de guerra, e vai se tornando elemento de distinção.
A partir do ator de Hollywood John Weissmuller (2015) surge a relação entre a prática da natação e a saúde, por ter sido ele uma criança mirrada que até os seis anos não andava e nem falava, com a prática da natação, John se desenvolve tornando-se o símbolo de uma época. Esse aspecto entre outros até hoje vão aliando essa prática à saúde.
Para a grande parte da população, num país tropical onde os momentos de lazer sempre envolvem praia, cachoeiras, açudes, rios, não existem espaços nem políticas públicas que incentivem sua prática sistematizada, tendo em vista que construir e manter uma piscina é algo dispendioso e o risco oferecido nos ambientes naturais para o ensino, afastam essa possibilidade.
Por outro lado a produção do conhecimento não tem feito esse serviço a população, uma vez que muito poucos estudos se preocuparam com uma metodologia que construísse esse conhecimento clássico, pois é um patrimônio da humanidade.
A construção de uma forma de ensinar
A relação homem/água é impossível de ser precisada na história da humanidade, uma é tão antiga quanto a outra. Catteau e Garoff (1990) revelam a existência de pinturas rupestres datadas de 9000 a.C., no século XIII a.C. Bonacelli (2004) afirma que com fins medicinais Japoneses e chineses faziam uso de atividades na água.
De acordo com a Grande Enciclopédia Delta Larousse (1973), na Grécia existiam piscinas dentro de ginásios e nadar era caminho para a elegância, Os povos germânicos mergulhavam os seus filhos na água gelada para lhes fortalecer o corpo.
Na idade média, Para Fernandes e Lobo da Costa (2006) a prática da natação fica restrita aos nobres e militares. Segue afirmando que a produção do conhecimento sobre a natação data de 1538, num manual escrito em latim por Nikolaus Wynmann. Esse manual fica esquecido e somente é reeditado em 1968 pelo Instituto Nacional de Educação Física de Madri.
Nesse manual Wynmann apontava a necessidade de se ensinar a nadar devido aos casos de afogamento, que nadar não é um ato natural do ser humano, para dominar essa prática era preciso de um professor.
Os artefatos, engenhocas como cinta de natação, banco de natação, são uma orientação de Guts Muths, em 1798, seu método estava dividido em: adaptação geral à água, exercícios fora da água , num banco de natação e exercícios sustentados na água utilizando uma cinta de natação.
Sob influência da psicomotricidade, como forma de ensino as preocupações eram utilitárias, Catteau e Garoff (1990) desenvolvem seu método, diferenciando três correntes pedagógicas para o ensino, corrente global, corrente analítica e corrente moderna.
Grande avanço no aspecto do que ensinar, com descrições em detalhes dos quatros nados e sua mecânica, acontece com a publicação em 1968 do livro de Counsilman, “A Natação: ciência e técnica para a preparação de campeões”. Outra contribuição vem de Maglisho (1993) com a introdução de conceitos da psicologia da aprendizagem no processo de ensino. Embora a contribuição desses autores, são clássicos na construção de uma forma de ensinar, seu foco é a performance humana.
O problema social
Dados estatísticos segundo Szpilman (2012) sobre a mortalidade de pessoas, apontam a necessidade de uma política preventiva, Dentre os diferentes tipos de causa morte o afogamento, é sem dúvida o de maior impacto, em situação catastróficas chegam a morrer famílias inteiras de uma só vez.
Os números são altos, principalmente nos jovens e do sexo masculino. A perda súbita é sempre um choque emocional para a família e ainda é pior quando uma pessoa jovem com grande potencial de vida pela frente.
Sobre a produção do conhecimento veremos a seguir como ele se apresenta a partir de duas fontes a Revista Movimento e a produção dos docentes de instituições públicas e privadas de Pernambuco realizada pelo EPISTEF.
Produção do conhecimento sobre a metodologia do ensino da natação
Na produção do conhecimento pesquisamos a Revista Movimento, utilizando como descritor a palavra, Natação, a busca foi realizada no período de 2000 a 2014, foram publicados 43 estudos somente 3 artigos tratam a temática na natação. Muito embora nenhum deles trate especificamente a metodologia que instrumentalize para o ensino.
Autor |
Tema |
Volume/Número/Ano |
Devide |
O discurso de proprietários de academias sobre a prática da natação como atividade de lazer: inclusão ou elitização social |
v. 6,n. 12(2000) |
Rigo et al |
Memórias de corpos esportivizados: a natação feminina e o futebol infame |
v. 11, n. 2 (2005) |
Selau |
O comportamento lúdico infantil em aulas de natação |
v.6, n. 13 (2000) |
Devide (2000) teve como objetivos: verificar como os professores do ensino da natação interpretam e manejam o acesso de praticantes e discutir o papel dos professores proprietários de academias de natação quanto à inclusão social da comunidade no aprendizado. Entrevistas com cinco professoras proprietárias de academias de natação permitiram considerar que: possuem uma clientela proveniente da classe média alta; nunca ofertaram ou tiveram experiência em natação para a comunidade, consideram sua tarefa elitista, apontam a falta de piscinas públicas para o trabalho comunitário; justificam a inexistência de turmas para a comunidade à falta de parceria com outros órgãos, ao preconceito dos alunos pagantes e à falta de educação comunitária. Interpretamos que há fragilidade nos argumentos e um tênue comprometimento das proprietárias quanto à acessibilidade da natação enquanto atividade de lazer.
Rigo et al (2005) tomam como eixo para análise e reflexão duas pesquisas sobre as memórias do esporte pelotense – uma referente ao Futebol Menor da cidade e outra à participação das mulheres na natação local. Destacando as principais singularidades de cada uma delas, apontam semelhanças, presentes nas memórias dessas duas práticas esportivas, aparentemente tão distintas. Similitudes instituídas, principalmente, por tratarem-se ambas de memórias corporais.
Selau (2000) teve como finalidade descrever os momentos de um trabalho que realizamos a respeito da análise do comportamento lúdico da criança no meio líquido, relacionado a um programa de ensino de natação. Analisa ás principais teorias acerca do binômio desenvolvimento e aprendizagem, teorias do jogo e o comportamento infantil no meio líquido. A temática em questão pretende contribuir para que se repensem novas atividades para crianças na água.
Nos estudos acima muito embora Devide (2000), aponte a necessidade de ampliação do acesso ao conhecimento da natação à comunidade, os demais autores apresentam uma visão alinhada à pedagogia tradicional balisada na concepção biológica de homem.
A produção do conhecimento em Educação Física no Brasil ao longo dos últimos anos vem se fortalecendo com a produção de Teses e Dissertações. Com intuito de mapear e analisar as produções e suas tendências teórico-metodológicas partícipes da formação dos profissionais em Educação Física. Essas análises integram os estudos realizados por Gamboa (1987) na área da Educação.
O projeto de pesquisa EPISTEF Nordeste apresentado pela Universidade Estadual de Campinas UNICAMP e financiado pelo fundo de amparo a pesquisa do estado de São Paulo FAPESP, e que tem como colaboradores, em várias Universidades do Brasil.
Participamos dessa pesquisa matricial, onde foram mapeadas as teses e dissertações publicadas por professores de Instituições públicas e privadas em todos os estados do Brasil, em Pernambuco entre 110 pesquisados foi encontrado apenas um estudo onde aparece o descritor natação, porém nada consta sobre questões metodológicas.
Autor |
Título |
Ano |
Marcos André Moura dos Santos |
Análise da idade de menarca e composição corporal em atletas de natação e sedentárias |
2001 |
O estudo Santos (2001) buscou analisar as influências do treinamento da natação sobre o peso corporal, estatura, idade de menarca, composição corporal (massa corporal magra e massa gorda) em meninas, na faixa etária de 9 a 17 anos, na cidade do Recife.
Trata-se de uma pesquisa analítico descritiva trazendo em seu bojo uma visão biológica de homem com base no sujeito forte, ágil, empreendedor. Nesse sentido é valorizado o paradigma do rendimento físico, Segundo o Coletivo de Autores (1992), é uma perspectiva da Educação Física que adapta o homem à sociedade, alienando-o de sua condição de sujeito que pode interferir na realidade criticamente transformando-a. A influência desenvolvimentista orienta esse modelo de respeito às normas e hierarquia, e influência biologicista.
Nesses estudos não foram abordadas a metodologia para o ensino da natação. Ficando o ensino da natação restrito a reprodução do conhecimento técnico. Traremos a seguir uma proposição com base na Pedagogia Histórico crítica.
Pedagogia Histórico Crítica e o ensino da natação escolar
Para chegarmos ao entendimento de aspectos que envolvem a relação homem/água, é necessário uma lógica que é nesse caso a dialética. Alinhado ao método de apreensão da realidade está a teoria pedagógica nesse caso a pedagogia histórico critica.
A pedagogia histórico crítica vista aqui como importante ferramenta no processo de emancipação do ser humano, tem como princípio a visão crítica da sociedade capitalista, a concepção pedagógica transformadora, e na práxis revolucionária. Sendo diametralmente oposta aos modismos como, as tendências pós-modernas, tornando-se instrumento de superação da concepção unilateral humana.
Conjuga fundamentalmente a teoria e prática, práxis, contribuindo na superação da visão imediata dos fenômenos, ancorando-se na prática educacional questionadora, crítica e emancipadora, defende o acesso da classe trabalhadora ao acesso do conhecimento construído socialmente e acumulado historicamente. Necessário para a ação reflexiva crítica e superação das desigualdades relativa ao modo de produção do capital.
Saviani parte na década de 1980 de temas concretos da realidade sobre educação e marginalidade, no processo de exclusão escolar e baixos índices de desempenho escolar que segundo Saviani (2009), advindos da América Latina. Se de uma forma algumas teorias entediam a educação como instrumento de equalização social e forma de superação das desigualdades, para outras teorias era instrumento de discriminação e produção da marginalização. O autor classifica essas teorias de críticas e não críticas, as críticas são subdivididas por ele, em crítico reprodutivistas, que não apresentam proposição, e a crítico superadora que apresentam proposição.
Na pedagogia Histórico Crítica, segundo Duarte e Eidt (2004), a função da escola é socializar o conhecimento científico produzido pela humanidade ao longo da história, em sua forma mais elaborada, objetivando a ampliação do horizonte cultural dos alunos. A apropriação de tais conhecimentos, produzirão novas necessidades tendo como finalidade o desenvolvimento da personalidade como um todo. O que nos permite, compreender que o desenvolvimento do psiquismo, nos remete ao desenvolvimento de várias funções.
Por esse motivo o método social, trazido pela psicologia histórico cultural, ao problematizar o conteúdo, remete-nos a várias respostas, ao uso de várias dimensões do nosso corpo.
Numa atividade como por exemplo nadar, essa dimensão vai do pensamento teórico por conta do envolvimento com conceitos como, hidrodinâmica e hidrostática, exigir dos alunos apropriação de conceitos científicos. Quanto das funções humanas que envolvem como atividade guia onde está o sentido que no caso da natação será o deslocamento seguro e autônomo no meio liquido.
Para isso precisamos acionar a função humana, ligada a função mental superior Vygotski (2012), que é a imaginação, na resolução do problema; de quantas formas diferentes eu posso me deslocar no meio liquido?
Essas funções psíquicas sendo humana, resultam de processos culturais e dependem de outros processos como a educação para que se desenvolvam, a garantia para que isso ocorra não depende do nosso aparelho biológico. No processo de produção da existência cada indivíduo ao nascer precisar tornar-se humano, uma vez que ele não nasce humano.
De acordo com Saviani (2007) para que isso aconteça é preciso a apreensão do processo que transita de geração em geração, o que foi acumulado historicamente e transmitido socialmente. Assim sendo a hereditariedade não garante o desenvolvimento das funções psíquicas superiores. Somente a educação pode garantir o processo de humanização.
Para desenvolver essa atividade é necessário entender as legalidades que regem o corpo na água, enquanto o aluno não domina as leis que regem o meio líquido e como é possível o seu domínio, ele não poderá se deslocar.
Nesse caso também serão necessários domínio dos fundamentos necessários que são: equilíbrio, dorsal, ventral e vertical, propulsão com pernas, braços e respiração. Esse aprendizado tem um componente social.
Resumindo são leis que regem a natureza e leis que regem o sócio histórico. É isso que a pedagogia histórico crítica pede, relação concreta objetiva e subjetiva com a realidade para que possamos captar o movimento do real, Inserindo esse movimento a partir de nossa prática social, individual e da prática social global.
Pensar quais foram os determinantes históricos que permitiram que o homem desenvolvesse formas de se deslocar no meio líquido, como essa atividade foi se desenvolvendo historicamente, de forma a garantir a sobrevivência, depois suprir as necessidades materiais de alimentação pela pesca, em seguida como estratégia de guerra e daí passando a forma de expressão num meio diferente. Prática essa realizada na sociedade capitalista, assume como todos os esportes processo de mercadorização e esportivização, por meio de princípios como competitividade, sobrepujança, pertencentes ao próprio sistema capitalista.
A atitude crítica e científica, assumida diante da realidade - nós estamos numa realidade experienciada no modo de produção capitalista e precisamos aprender sobre ela. Evidentemente que isso terá um rebatimento no lugar onde a prática pedagógica se realiza.
Partindo desse ponto, tomando a escola como local específico dessa prática de que forma podemos exercê-la?
Chamo a atenção para a Pedagogia Histórico Crítica por ser a pedagogia mais avançada, um dos princípios dessa pedagogia é reconhecer que o trabalho de maneira mais geral na escola ele se expressa pelo trabalho educativo, que é o trabalho do professor.
Esse trabalho educativo precisa de algumas referências básicas, no âmbito da pedagogia histórico crítica, é a seleção do conhecimento. Serão utilizados critérios para selecionar o conhecimento, um deles é reconhecer na história da humanidade os conhecimentos que foram se cristalizando ganhando significado e que são reconhecidos como clássicos, a natação é um conhecimento clássico, porque nele há alto grau de desenvolvimento humano. As capacidades psíquicas trazidas por esse conhecimento são necessárias para o desenvolvimento humano.
Essa atividade é necessária para que a escola cumpra seu papel social de formação humana das novas gerações. Conhecimento socialmente elaborado e historicamente acumulado pela sociedade.
Outro princípio importante é a formação dos conceitos, ampliando as referencias culturais para que nos tornemos humanos, as atividades aquáticas irão nesse caso, ampliar as referencias culturais e conceituais fazendo que o aluno se aproprie desses referenciais e de posse deles se humanizarem acessando a produção humana.
Assim as atividades propostas tem uma intencionalidade de fazer com que nossos alunos se apropriem de um referencial para o pensamento, e da escola como esse espaço social responsável para que isso aconteça, ainda que por meio de contradições e com limitações.
A escola é formada por professores , alunos, e comunidade escolar, para que o processo de aprendizagem aconteça é necessário que o professor tenha clareza dos conceitos que afetam os objetos de conhecimento. Para isso ele deve entender o contexto da realidade e a partir desse contexto problematizar, na problematização o professor deve entender o nível de entendimento que o aluno trás para poder elevar esse nível a nível mais alto.
Essa é a função pedagógica do professor ter clareza de quais conceitos e quais elementos de uma determinada teoria Psicológica vão lhes permitir entender o que. Entender o nível de conhecimento para que o professor proponha atividades que faça com que os alunos avancem.
O professor deve tomar o conteúdo como objeto de conhecimento do aluno, de acordo com Gasparin (2009), desafiando e mobilizando o mesmo a relacionar o conteúdo com seu cotidiano. Para isso o professor deve conhecer a realidade do aluno, levantando as representações, visão, concepção dos alunos sobre o tema em estudo, senso comum, sincrese.
Então a seleção do conhecimento deverá fazer com que o nível mental do aluno se amplie, a partir de sua base biofísica esse conhecimento será ofertado favorecendo a utilização de suas funções psicológicas superiores organizando para si esses conhecimentos.
Gasparin (2009) estrutura sua ideia em quatro níveis diferentes; primeiro nível, mais amplo e profundo, baseado na Teoria do conhecimento do Materialismo Dialético em Marx, cuja fundamentação no processo de conhecimento, consiste em partir da prática, ascender a teoria e voltar à prática; segundo nível tem como suporte a Teoria Histórico Cultural de Vygostski o qual resulta como síntese do nível de conhecimento atual e a zona de desenvolvimento imediato; o terceiro nível são os cinco passos da pedagogia histórico crítica de Saviani: Prática Social, Problematização, Instrumentalização, Catarse e Pratica Social e o quarto nível materializar na sala de aula a interpretação de Marx, Vygostski e Saviani.
Se esse caminho não está claro pra os professores se ele não articula conceitualmente esse conhecimento, as dificuldades irão surgir, impossibilitando que o aluno apreenda o conhecimento e amplie sua função cognitiva, a escola assim deixa de cumprir seu papel social como deveria.
Assim é importante planejar o conhecimento, articular estratégias que facilitem sua apreensão sendo mediadores do mesmo. Para que o aluno possa ao final de uma aula ou conjunto de aulas passar de um nível de compreensão mais elementar a um mais alto.
Articulando esse pensamento à realidade. Uma vez que a consciência é produto das relações sociais que vão organizar a minha maneira de ver o mundo levando a ontogênese humana; pensamento, instrumento, atividade intencional, prática, organização corporal para interferir na realidade.
Considerações
O caráter elitizado da prática da natação tem raízes históricas, o que se perpetua em nossos dias, nem todos têm acesso a esse conhecimento. Observando o desenvolvimento de uma metodologia de ensino, as pesquisas apontam que a concepção norteadora de ser humano é pauta no entendimento biologicista e idealista, com conteúdo centrado, em etapas de desenvolvimento, o rendimento físico é o foco.
Dessa forma repetem-se gestos técnicos, automatizando-os. Os alunos são privados do entendimentos dos conceitos subjacentes ao conteúdo ensinado, impossibilitados de apreenderem o conhecimento e ampliarem sua função cognitiva.
Bibliografia
Catteau, R.; Garoff, G. (1990). O ensino da natação. 3ª ed. São Paulo: Manole.
Soares, C.L., Taffarel, C.N.Z., Castelane, L., Varjal, E., Escobar, M.O., Bracht, V. (1992). Metodologia do ensino de educação física. São Paulo: Cortez.
Counsilman, J.E. (1980). A natação: ciência e técnica para a preparação de campeões. Rio de Janeiro: Livro Ibero-Americano.
Duarte, N., Eidt, N. (2007). Contribuições da teoria da atividade para o debate sobre a natureza da atividade de ensino escolar. Psicologia da Educação, v. 24, p. 51-72.
Gamboa, S. S. (1987). Epistemologia da pesquisa em educação: estruturas lógicas e tendências metodológicas. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas.
Gasparin, João Luiz.(2009). Uma didática para a pedagogia histórico-crítica. 5ª Ed. ver. Campinas, SP: Autores Associados (coleção educação contemporânea).
Grande Enciclopédia Delta Larousse (1973). Rio de Janeiro: Delta, v.10.
Leontiev, A. N. (2012). Uma contribuição à teoria do desenvolvimento da psique infantil. In: L. S. Vygotski, A. R. Luria e A. N. Leontiev, Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. 12ª Ed. São Paulo: Ícone.
Fernandes, J.R.P. & Lobo da Costa, P.H. (2006). Pedagogia da natação: um mergulho para além dos quarto estilos. Rev. bras. Educ. Fís. Esp., São Paulo, v. 20, n.1, p.5-14, jan./mar.
Machado, D.C. (1978). Metodologia da natação. São Paulo: EPU.
Maglisho, E.W. (1993). Swimming even faster. Mountain View: Mayfield.
Saviani, D. (2007). Trabalho e Educação: fundamentos ontológicos e históricos. In: Revista Brasileira de Educação, v.12, n.34, p. 152-165, 2007.
Saviani, D. (2009a). Escola e Democracia. 41ª ed. Campinas: Autores Associados.
Saviani, D. (2009b). Educação: do senso comum à consciência filosófica. Campinas: Autores Associados.
Szpilman, D. (2012). Afogamento – Perfil epidemiológico no Brasil no ano de 2010. http://www.sobrasa.org/biblioteca/obitos_2010/Perfil_afogamento_Brasil_2012.pdf Recuperado em 31 de Maio de 2015.
Vygotski, L. S. (1995). Obras escogidas. Tomo III. Madri: Visor.
Youtube (2015). Natação - John Weissmuller – O Tarzan. https://www.youtube.com/watch?v=_C6GGKvRqX8 Recuperado em 31 de Maio de 2015.
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