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Avaliação do desenvolvimento motor
de crianças praticantes de futebol

Evaluación del desarrollo motor de niños practicantes de fútbol

Evaluation motor development for practitioners children of soccer

 

*Faculdade União de Goyazes - FUG, Trindade-GO

**Universidade Estadual de Goiás-UEG/ESEFFEGO

UniEvangélica - Anápolis – Goiás

(Brasil)

Wellington Fernando da Silva*

Marco Aurélio dos Santos Carvalho*

Fábio Santana* **

wellingtonedfisica2@gmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O desenvolvimento motor está em constante evolução, e exige um maior cuidado no inicio da vida humana. Este trabalho teve como objetivo avaliar o desenvolvimento motor de crianças praticantes de futebol. Foram avaliadas 28 crianças entre oito e dez anos de idade, do sexo masculino, a partir do manual de avaliação motora proposto por Rosa Neto (2002). Foi observado que, ambos os grupos encontram-se em nível de desenvolvimento classificado como normal baixo, com idade negativa superior a doze meses. Os resultados demonstram que, a hipótese de que a iniciação esportiva ao futebol poderia potencializar o desenvolvimento motor infantil não foi confirmada nesse estudo.

          Unitermos: Desenvolvimento motor. Avaliação. Iniciação esportiva.

 

Abstract

          The motor development is in constant evolution, and requires the greatest care in the beginning of human life. This work had as objective to evaluate the motor development of children soccer practitioners. We evaluated 28 children between eight and ten years old, male, from the manual of motor assessment proposed by Rosa Neto (2002). It was observed that, both groups are in development level classified as low normal, with negative age exceeding twelve months. The results demonstrate the hypothesis that, the sport initiation of soccer could potentiate the infant motor development it was not confirmed in this study.

          Keywords: Motor development. Evaluation. Sport Initiation.

 

          Presenteado em II Bioergonomics – International Congress of Biomechanics and Ergonomics do 4 ao 7 de junho em Manaus, Amazonas, Brasil.

 

Recepção: 08/06/2015 - Aceitação: 07/07/2015

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 20 - Nº 206 - Julio de 2015. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O ser humano utiliza o corpo, através de movimentos locomotores, estabilizadores e manipulativos para interagir com as pessoas e com o mundo. Talvez por ser comum e adquirido de maneira rotineira em nossas vidas, o desenvolvimento dessas capacidades não recebem a devida atenção (Gallahue e Ozmun, 2005). Assim o período compreendido como infância acontece entre 7 (sete) e (10) anos de idade é considerado muito importante no desenvolvimento motor infantil, pois provavelmente nesse período a criança já atingiu padrões de movimentos fundamentais maduros, iniciando a fase de combinação destas habilidades em busca de movimentos especializados encontrados no esporte (Gallahue e Ozmun, 2005).

    Deste modo devemos propiciar diferentes experiências motoras às crianças exige que elas desenvolvam e aperfeiçoem suas habilidades com o objetivo de realizar o que foi proposto. Um meio de favorecer essas novas experiências é a pratica de esportes como o futebol, respeitando as características de amadurecimento motor, pois exigências inadequadas podem prejudicar o desenvolvimento (Freire, 2006).

    Neste sentido, esta pesquisa tem como objetivo avaliar o desenvolvimento motor de crianças entre 8 (oito) e 10 (dez) anos praticantes e não praticantes de futebol, realizando uma comparação entre a IC (Idade Cronológica) e IMG (Idade Motora Geral), verificando a influência da iniciação esportiva ao futebol no desenvolvimento motor infantil.

Materiais e métodos

    O estudo foi aprovado pela Comissão de Ética e Pesquisa da Faculdade União de Goyazes através do protocolo 046/2012-1. Todos os participantes foram informados sobre os objetivos e os procedimentos da pesquisa, e os mesmos assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE, que apresenta todas as características da pesquisa, bem como os riscos e benefícios, além da preservação do anonimato dos participantes de acordo com as normas éticas da Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS, 2012).

    Esta pesquisa foi realizada utilizando um estudo transversal de campo, com objetivo explicativo, na qual os dados são de natureza quantitativa com manipulação de amostras humanas (Cervo, 2007). A variável dependente é o Índice Motor Global (IMG) e a independente é a idade cronológica das crianças.

    A amostra foi constituída por 28 indivíduos do sexo masculino com faixa etária de 08 (oito) a 10 (dez) anos de idade, no qual, 14 crianças são praticantes de futebol - Experimental (PF-EX) e 14 crianças não praticantes – Controle (NPF-CO), visto que, para participar da pesquisa as crianças apresentaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, assinado pelos pais ou responsáveis legais.

    Foram adotados como critérios de inclusão para o grupo PF-EX, crianças de 8 (oito) a 10 (dez) anos de idade, do sexo masculino praticantes de iniciação esportiva ao futebol da escolinha do Trindade Atlético Clube, com período mínimo de 6 (seis) meses de prática esportiva, com freqüência de 2 vezes por semana, com duração 60 minutos cada treino. E para o NPF-CO, crianças de 8 (oito) a 10 (dez) anos de idade, do sexo masculino que não estivessem inclusos em nenhuma escola de iniciação esportiva.

    Como critério de exclusão, todas as crianças que não se enquadrassem nos critérios de inclusão acima citados

    Como instrumento de avaliação foi utilizada a Escala de Desenvolvimento Motor (EDM) proposta por Rosa Neto (2002), com a aplicação dos testes de motricidade fina, motricidade global, equilíbrio, esquema corporal e organização espacial.

    Os testes foram aplicados a partir da idade cronológica das crianças. Quando a criança obteve êxito na execução, o resultado será positivo e registrado com o símbolo 1 com habilidades dos lados direito e esquerdo. Quando o resultado foi positivo com apenas um dos membros o resultado registrado será 1/2 e resultado negativo foi registrado com símbolo 0.

    Os dados coletados foram tabulados na planilha do Software Excel for Windows e posteriormente transferidos para o Software SPSS versão 17.0 para aplicação de teste estatístico descritivo e por freqüência.

Resultados e discussões

    O Gráfico 1 apresenta os valores das habilidades motoras avaliadas, os resultados apresentaram diferença pouco significativa entre os grupos pesquisados, exceto no que se refere à variável Motricidade Fina (MF).

Gráfico 1. Idade cronológica e características motoras dos avaliados

    No que se refere à Idade Cronológica (IC), Motricidade Global (MG), Equilíbrio (EQ), Esquema corporal (EC) e Organização Espacial (OE), observamos uma pequena diferença nos valores médios apresentados ,mais não houve diferença significativa (p > 0,05), quando comparado o grupo PF-EX em relação ao NPF-CO.

    A MF apresentou uma diferença significativa com (p < 0,049), entre o grupo PF-EX e NPF-CO, o que pode estar associado ao fato do futebol ser um esporte que exija poucas habilidades manipulativas, que exigem ações musculares do punho e das mãos proporcionando maior fineza e precisão nos movimentos.

    O Gráfico 2 mostra Idade Motora Geral (IMG) e Quociente Motor Geral (QMG), levando em conta as normas estabelecidas pelo autor da escala (ROSA NETO, 2002).

Gráfico 2. Idade Motora Geral (IMG) e Quociente Motor Geral (QMG)

    A IMG é obtida através da soma dos resultados das provas expressas em meses, dividido pela quantidade de habilidades avaliadas durante a aplicação dos testes. Deste modo obtêm-se o QMG por meio da fórmula (IMG/IC)x100.

    Se tratando de IMG e QMG, também não foram encontradas diferenças significativas (p < 0,05) entre os grupos testados.

    No Gráfico 3 mostra a classificação do nível de desenvolvimento motor das crianças através do QMG encontrado após a aplicação dos testes proposta por Rosa Neto (2002).

Gráfico 3. Classificação do QMG

    Sendo assim, os dois grupos pesquisados se encontram em um nível de desenvolvimento motor considerado normal baixo seguindo a Escala de Desenvolvimento conforme Gráfico 4.

Gráfico 4. Classificação em (%) do nível de desenvolvimento motor das crianças, através dos resultados encontrados a partir do QMG

    No grupo PF-EX, 45,7% dos praticantes (n=6) encontra-se com nível de desenvolvimento motor normal médio, 36,5% (n=5) normal baixo e 17,8% (n=3) encontra-se em nível inferior de desenvolvimento motor. Já o grupo NPF-CO conta com 47,7% dos praticantes (n=7) com nível de desenvolvimento normal médio, 39,8% (n=5) normal baixo e 12,5% (n=2) com nível de desenvolvimento inferior.

    De acordo com Tani et al. (2012), a faixa etária pesquisada encontra-se em uma etapa de desenvolvimento caracterizada pela aquisição, estabilização e diversificação das habilidades básicas, deste modo devido a uma visão inadequada do desenvolvimento infantil, essa fase é desconsiderada nos programas de iniciação esportiva. Freire (2006) relata que essas combinações de habilidades básicas não são importantes apenas para o esporte, mas sim para todas as atividades desenvolvidas pelo ser humano ao longo da vida, e que levando-se em consideração a variedade de habilidades básicas e as possibilidades de combinações existentes, tem-se uma idéia da riqueza de atividades que podem ser propostas nessa fase de desenvolvimento.

    Bomba (2002) relata que os programas de iniciação esportiva podem contribuir para o desenvolvimento da criança, desde que situações sejam respeitadas, entre elas, a elaboração de atividades adequadas às diferentes idades, respeitando o nível de desenvolvimento de cada aluno e proporcionando um maior número de experiências motoras á criança, confirmando os resultados encontrados na pesquisa.

    O ensino da combinação de habilidades pode ser feito de várias maneiras, visto a quantidade de habilidades básicas existentes tem-se uma noção da quantidade de combinações que podem ser propostas dentro de um jogo (Bomba 2002). Propor variações dentro dos jogos para que essas combinações possam ser utilizadas no cotidiano da criança (Payner; Isaacs, 2007).

Conclusão

    Deste modo concluímos que a elaboração dos programas de treinamentos deve seguir as características de desenvolvimento relacionado à idade da criança uma vez que isso não e respeitado.

    Assim não e indicado ignorar etapas de desenvolvimento, no qual é uma estratégia prejudicial não só para o sucesso esportivo como também para atividades na vida cotidiana dessas crianças. Isso sugere a necessidade de ampliar os estudos sobre este tema, a fim de identificar e compreender os benefícios da iniciação esportiva para o desenvolvimento motor das crianças.

Bibliografia

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