O estudo da ansiedade estado em atletas universitários do sexo feminino praticantes do futsal Estudio de la ansiedad estado en jugadoras de futsal Study of state anxiety in college athletes women’s futsal |
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Universidade Estadual de Maringá Maringá, PR (Brasil) |
Gabriel Fernando Esteves Cardia Roberto Kenji Nakamura Cuman |
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Resumo A ansiedade estado é um estado emocional que acontece em um determinado instante, quando percebemos estar diante de situações de medo ou tensão. Como é um período momentâneo este estado de ansiedade, tem a capacidade de se alterar rapidamente, influenciando no desempenho de atletas de futsal. O objetivo geral do estudo é analisar o nível de ansiedade estado em atletas universitárias do sexo feminino praticantes de futsal da cidade de Maringá-PR. Para isto será aplicado aos atletas a versão adaptada do protocolo de ansiedade Competitive State Anxiety Inventory-2 (CSAI-2). A população é composta por 183 atletas, que participaram do JOIA, a amostra do estudo é formada por dez atletas universitárias de futsal feminino, pertencentes a seleção de futsal feminino que representará a atlética de biológicas AAAB, no JOIA, da Universidade Estadual de Maringá, da cidade de Maringá-PR. O questionário foi aplicado pelo pesquisador antes da partida da equipe na competição, cerca de uma hora antes do seu inicio. Com o estudo encontramos índices elevados de ansiedade estado, podendo concluir sobre a influencia da ansiedade estado no desempenho esportivo. Unitermos: Futsal. Futsal feminino. Ansiedade estado.
Abstract The state anxiety is an emotional state that happens at a given moment, when we realize stand before fear or stress situations. How it is a momentary period this state of anxiety, has the ability to change quickly, influencing the performance of indoor soccer players. The overall objective of the study is to analyze the level of anxiety state in university athletes female futsal practitioners of the city of Maringa-PR. To this will be applied to athletes adapted version of anxiety protocol Competitive State Anxiety Inventory-2 (CSAI-2). The population is made up of 183 athletes who participated in the GEM, the study sample consists of ten university athletes female futsal, belonging to female indoor soccer team that will represent the athleticism of biological AAAB in JOIA, the State University of Maringa, the city of Maringa-PR. The questionnaire was administered by the researcher before the team's departure in the competition, about an hour before its beginning. With the study found high levels of anxiety state, can conclude about the influence of status anxiety on sport performance. Keywords: Soccer. Women's soccer. State anxiety.
Recepção: 06/03/2015 - Aceitação: 10/06/2015
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 20 - Nº 206 - Julio de 2015. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
Atualmente o futsal pode ser considerado um dos esportes coletivos de maior crescimento no Brasil, principalmente quando a FIFA assumiu o controle sobre esta modalidade, seu crescimento em nível mundial aumentou.
Os atletas de futsal para ter um melhor rendimento durante uma competição devem controlar suas as emoções no período pré-competitivo, porém, para se obter sucesso neste controle emocional é necessário que se adquira várias experiências anteriores, que levem a uma aprendizagem de diversas habilidades psicológicas, como, a atenção, ativação, motivação, entre outras (Weinberg e Gould, 1999), desenvolvendo um atleta mais experiente. O aprendizado das habilidades psicológicas não acontece de forma imediata, levando sempre um certo tempo para que os resultados apareçam, com a prática continua destas habilidades, o individuo diante de situações passíveis de estresse, é capaz de responder de maneira adequada os estímulos estressantes evitando a ansiedade (Ferraz, 1997). Entretanto estas habilidades psicológicas não nascem com o atleta, mas são adquiridas com experiências e treinamento, da mesma forma que acontece com as habilidades físicas (Martens, 1982). Grande parte dos atletas não consegue manter seu estado de ansiedade em um nível bom e acabam sentindo uma pressão elevada durante jogos e competições, alterando de forma negativa o seu desempenho (Román e Savoia, 2003). Moraes (1990) afirma que existe uma clara relação entre a ansiedade e o desempenho do atleta, sendo que este desempenho pode variar de acordo com diversos fatores, como o esporte praticado, a dificuldade da partida, a personalidade do atleta, o ambiente, a torcida e etc. Além disso, um nível ótimo de ansiedade antes da competição pode contribuir para um melhor desempenho do atleta.
Com isso, acreditamos ser de grande importância conhecer a respeito dos fatores psicológicos que tem influencia sobre os atletas, em especial a ansiedade estado. Como aponta Martens (1982) “...o conhecimento da psicologia do desporto é vital para o sucesso do treino, quer esse sucesso signifique ganhar ou ajudar os atletas a tornarem-se melhores seres humanos”.
O ser humano se sente ansioso sempre que se preocupa com sua atuação, com seu rendimento e em todas as situações. A influência da ansiedade no rendimento do atleta varia para cada individuo, se tornando algo especifico. Portanto se faz necessário diferenciar uma reação de uma preocupação elevada, que ocorre por estar ansioso e preparado para enfrentar um desafio ou uma competição. Para a ansiedade acontecer, não é preciso apenas uma ameaça ao corpo do sujeito, mas sim, a mente, graças a apreensão e pensamentos subjetivos (Harris e Harris, 1987). Com este estudo visamos identificar dentro da população pesquisada: Qual é o nível da ansiedade estado pré-competitiva em atletas universitárias do sexo feminino praticantes do futsal da cidade de Maringá?
Material e métodos
Caracterização do estudo
O Estudo é de caráter descritivo, pois visa levantar dados, observar, analisar e comparar objetivamente estudos relacionados, sem a interferência do pesquisador Pois se observa, analisa e compara fatos ou variáveis sem manipulá-los (Cervo; Bervian, 2004).
População e amostra
A população do estudo são todas as atletas universitárias de futsal feminino que participaram do JOIA ‘’Jogos Inter Atléticas’’ da cidade de Maringá-Pr. No total de 183 atletas. A amostra é composta pelas 10 atletas de futsal feminino que representaram a atlética AAAB, atlética de biológicas da Universidade Estadual de Maringá que participou do JOIA.
Instrumentos de medida
O estudo utilizou o Questionário de Ansiedade Competitiva CSAI-2 (“Competitive State Anxiety Inventory” – 2) (Martens e Martens et al, 1990), versão adaptada por Dias e Noce Apud Grezzana (2000), para analisar o nível de ansiedade estado em atletas universitárias do sexo feminino praticantes de futsal da cidade de Maringá. O instrumento nos mostra características do estado de ansiedade pré-competitiva, com 27 itens distribuídos em três escalas: Ansiedade Cognitiva, Ansiedade Somática e Autoconfiança. Cada item, é composto por 4 pontos, numa escala Likert, que varia entre “Nada” = 1 e “Muito” = 4, o atleta deve optar por apenas um ponto. (Cruz, 1996, apud Ferreira, 2006). Os dados do questionário são considerados em: baixo de 9 a 18 pontos, médio de 19 a 27 pontos e alto de 28 a 36 pontos (Martens et al, 1990).
Procedimentos para coletas de dados
Os dados foram coletados através do Questionário de Ansiedade Competitiva CSAI-2 pelo pesquisador cerca de uma hora antes do inicio do jogo das atletas, no local da partida e de maneira individual.
Análise de dados
Os dados serão expressos com a média ± erro padrão da média (e.p.m.) para cada grupo. Os resultados serão analisados estatisticamente usando análise de variância (ANOVA) one-way, seguido pelo teste de Tukey. As análises estatísticas serão realizadas utilizando o programa GraphPad Prism® (versão 5.0 GraphPad Software, Inc.).
Resultados e discussão
Verificamos que a equipe estava com um nível de ansiedade estado bom, todavia, quando comparado o grupo de atletas que já haviam participado da competição com o grupo de atleta que estava participando pela primeira vez, podemos observar que os níveis de ansiedade estado das atletas que já haviam participado estavam bons, dentro da média, de 19 a 27 pontos, porém, os níveis de ansiedade estado das atletas que estava participando pela primeira vez da competição, estavam com altos níveis de ansiedade estado, de 28 a 36 pontos. O nível de autoconfiança do grupo que já tinham participado da competição anteriormente estava maior que o grupo que estava estreando na competição, como apresenta o quadro 1.
Quadro 1. Comparação entre os dois grupos para atletas já participaram da competição anteriormente e que estão participando pela primeira vez
O mesmo acontece com o grupo de atletas que começaram a partida como titulares, os níveis de ansiedade estado estavam bons , dentro da média, de 19 a 27 pontos, mas, os níveis de ansiedade estado das atletas que iniciaram a partida no banco de reservas estavam elevados, entre 28 a 36 pontos, assim como o nível de autoconfiança das atletas que iniciaram a partida estava maior que a autoconfiança das atletas que iniciaram no banco de reservas, como mostra o quadro 2.
Quadro 2. Comparação entre os dois grupos para atletas que iniciaram jogando e atletas que iniciaram na reserva
Há varias causas para o surgimento da ansiedade pré-competitiva, porem, na maioria das vezes ela se dá por dois fatores: o medo que os indivíduos possuem a respeito do resultado e a importância do resultado para os indivíduos (Martens, 1982). Desta forma as atletas que estavam participando pela primeira vez da competição estiveram mais propicias ao sentimento do medo, podendo elevar ainda mais os níveis de ansiedade, se comparado com as atletas que já haviam participado, pois estas já conheciam o ambiente, e as situações adversas, estando mais preparadas para enfrentar os desafios.
Freitas et al. (1999) aponta que o atleta antes de esperar com felicidade a chance de jogar uma partida, teme o inicio desta. Isto acontece porque ele teme falhar, e a conseqüência deste medo é o aumento da ansiedade.
A ansiedade pre-competitiva vem sendo considerada um dos motivos para as mudanças no comportamento e a inibição do desempenho dos atletas em acontecimentos esportivos, principalmente em jovens atletas, causando uma preocupação em técnicos e professores. Para Harris e Harris (1987), a ansiedade é um acontecimento natural causado pelo estresse da competição, ligado as pressões impostas ao atleta. Desta forma o desempenho depende de vários fatores, como as características do atleta, a modalidade e as experiências anteriores. O êxito ou o fracasso dependem de múltiplos fatores, como, o condicionamento físico, habilidade física e psicológica e habilidades para atuar com pressão adversa.
De acordo com Stefanello (1990), quanto mais próximo de uma partida os níveis de ansiedade pré-competitiva aumentam, desta forma, quanto mais próximo do jogo, mais ansioso o atleta vai ficando.
Conclusão
A partir deste estudo podemos concluir que de fato a ansiedade é um estado emocional que tem interferência no desempenho de atletas no esporte. Aconselhamos que para reduzir estes níveis de ansiedade, primeiramente temos que identificar os indivíduos ansiosos na equipe e após isto localizar a causa que desta ansiedade, e utilizar de estratégias para que a atleta consiga controlar suas emoções diante das partidas.
Bibliografia
Cervo, A. L., Bervian, P. A. (2004). Metodologia cientifica. 5ª ed. São Paulo: Prentice Hall.
Cruz, J (1996). A relação entre Ansiedade e Rendimento no Desporto: Teorias e Hipóteses explicativas. In Manual de Psicologia do Desporto. Universidade do Minho: Instituto de Educação e Psicologia.
Ferraz, P. (1997). Identificação dos comportamentos pré-competitivos em jovens nadadores. Dissertação de Mestrado em Ciências do Desporto e de Educação Física da Universidade do Porto, Porto.
Ferreira, E. M. R. S (2006). O estado de ansiedade pré-competitiva e autoconfiança Estudo realizado com jogadores seniores de hóquei em patins. Faculdade de Desporto, Universidade do Porto. Porto.
Freitas, F. J. P. et al (1999). A ansiedade pré-competitiva e o comportamento de autocontrole em jogadores de futsal. Revista do Curso de Psicologia, Canoas, n. 9, jan./jun.
Grezzana, J. F. (2000). Um estudo sobre o nível de ansiedade causado pelo páraquedismo. Palmas, Dissertação (Mestrado em Educação com área de concentração em Educação Física e Saúde) Facepal.
Harris, D. V. e Harris, B. L. (1987). Psicología del deporte. Integración mente-corpo. Barcelona: Hispano Europea.
Martens, R. (1982). Per comprendre l’stress em la competició. USA: Apunts, v. XIX, p. 257-267.
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Roman, S., Savoia, M. G. (2003). Pensamentos automáticos e ansiedade num grupo de jogadores de futebol de campo. Psicol. teor. prat. v.5, n°. 2, dez., São Paulo.
Stefanello, J. (1990). Ansiedade competitiva e os fatores de personalidade de adolescentes que praticam voleibol: um estudo causal comparativo. Kinesis. Vol.6 (2), 203-204.
Weinberg, R., Gould, G. (1999). Foundations of Sport and Exercise Psychology. Champaign: Human Kinetics.
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