Natação paralímpica brasileira: análise da modalidade com base na participação no Circuito Loterias Caixa do ano de 2013 e 2014 Natación paralímpica brasileña: análisis de natación a la participación en lo Circuito Loterías Caixa en año 2013 y 2014
	Mestre em Educação Física pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) (Brasil)	Rafael Estevam Reis rafael_e_reis@hotmail.com
	Resumo           A presente pesquisa tem como objetivo compreender as características da natação paralímpica brasileira, enfatizando a distribuição de gênero, deficiência e clubes. Para isso foram analisados os participantes das etapas regionais do Circuito Loterias Caixa de natação do ano de 2013 e 2014. Após o levantamento de dados, foram gerados gráficos e tabelas que mostraram a maior participação dos homens comparados às mulheres, a deficiência física com uma quantidade maior de representantes do que deficiência visual e intelectual, além do maior número de atletas e clubes apenas no estado de São Paulo. A análise destes dados permitiu concluir a necessidade com a questão gênero, um maior incentivo à competição de deficiências visuais e intelectuais e a necessidade de mais pesquisas referente à natação paralímpica brasileira.           Unitermos: Natação paralímpica. Circuito Loterias Caixa. Comitê Paralímpico Brasileiro.   Resumen           Esta investigación tiene como objetivo comprender las características de la natación paralímpica brasileña, haciendo hincapié en la distribución de género, discapacidad y los clubes. Para ello se analizaron los participantes de las etapas regionales del Circuito Loterías Caixa de natación 2013 y 2014. Después de las encuestas de datos, gráficos y tablas que muestran la mayor proporción de hombres en comparación con las mujeres fueron generados, los discapacitados físicos con una cantidad más repeticiones que discapacidades visuales e intelectuales, tienen el mayor número de deportistas y clubes sólo en el estado de Sao Paulo. El análisis de estos datos nos permitió llegar a la conclusión de la necesidad de cuestionar el género, un mayor incentivo a la competencia de las discapacidades visuales e intelectuales y la necesidad de más investigación en cuanto a la natación paralímpica brasileña.           Palabras clave: Natación Paralímpica. Circuito Loterias Caixa. Comité Paralímpico Brasileño.   Recepção: 06/05/2015 - Aceitação: 12/06/2015
	EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 20 - Nº 205 - Junio de 2015. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Os jogos paralímpicos que acontecem no formato que conhecemos hoje, realização no mesmo local dos Jogos olímpicos, deu-se início no ano de 1960, em Roma. Uma das modalidades que faziam parte do quadro dos jogos paralímpicos era a natação, modalidade que se fez presente desde então em todos os Jogos Paralímpicos. (Abrantes, 2012)

    Uma das peculiaridades do Esporte Paralímpico Brasileiro é a forma de gestão do mesmo. Uma das características mais marcante dessa gestão trata-se justamente do Comitê Paralímpico Brasileiro, que apresenta uma dupla função no cenário administrativo do esporte paralímpico no país. Alem de ser a entidade máxima do esporte paralímpico brasileiro, também tem a função de gerir e controlar algumas modalidades diretamente é o caso da natação. (Scheid, 2012)

    Como entidade de organização direta da natação, uma das funções do CPB é de organizar as competições da modalidade. A competição em questão, conhecida como Circuito Loterias Caixa de Natação, Atletismo e halterofilismo, é a mais importante do cenário nacional para a natação, é através dela que se permitem classificações para eventos internacionais além de validar os tempos e índices para que os atletas possam pleitear as bolsas de financiamento nacional.

    Ao participar nos últimos anos das competições ofertadas pelo CPB como técnico de natação, muitos detalhes que tornam esse evento tão rico me saltaram aos olhos, e uma indagação surgiu, quais são as características da modalidade natação paralímpica no Brasil? Ao tentar responder essa pergunta, espero poder entender um pouco mais essa modalidade, e contribuir para o desenvolvimento da mesma. E por fim, o objetivo desta pesquisa é compreender as características da natação paralímpica brasileira, dando ênfase à distribuição de gênero, deficiências e clubes.

Métodos

    Foram analisados os participantes das etapas regionais do Circuito Loterias caixa. Para nossa pesquisa, alguns dados foram evidenciados com o intuito de realizar a análise, são eles: sexo, tipo de deficiência, a qual clube pertencia.

    Estes três dados nos garantiu um volume grande de análise. Tais dados foram encontrados no site do Comitê Paralímpico Brasileiro, retirados dos resultados oficiais expostos pela entidade em seu site. Cada atleta era catalogado em uma planilha do Excel onde continha seus dados, após o levantamento de dados, foram gerados gráficos e tabelas para melhor visualização.

Resultados e discussão

    Ao todo, 1270 paratletas participaram das quatro etapas regionais nesses dois anos. Cada etapa apresenta uma característica importante que nos trás dados interessantes. O primeiro gráfico apresenta a diferença entre cada deficiência participante nas respectivas etapas regionais. Em todas elas, a quantidade de deficiência física foi consideravelmente maior do que as outras duas deficiências. Embora este dado chame a atenção, devemos analisá-lo com mais cuidado.

    É fundamental recordarmos que no esporte paralímpico, existe a classificação funcional, no esporte paralímpico, diversas modalidades fazem uso de um sistema de classificação, desenvolvido especificamente para a modalidade esportiva (Cardoso, 2014). Na natação são ao todo 14 classes funcionais, dessas, dez é destinado à deficiência física, este fato pode contribuir para um maior número de participantes com algum tipo de deficiência física. As deficiências intelectuais e físicas se alternam na segunda posição dependendo do regional.

Gráfico 1. Quantidade de participantes por deficiência em cada regional nos anos de 2013 e 2014

    O gráfico 2, nos mostra a grande diferença entre homens e mulheres participando das etapas regionais, esses número não devem ser diferentes em relação as competições olímpicas da natação, e tão pouco quando pensamos no esporte paralímpico e olímpico no geral, com a totalidade de suas modalidades. Uma pesquisa entre gêneros mais específica é extremamente importante para uma melhor compreensão destes dados.

Gráfico 2. Percentual de Homens e Mulheres participantes nas competições no ano de 2013 e 2014

    A tabela 1 apresenta a quantidade clubes e atletas participantes em cada regional, fica evidente com esses números, porque o estado de São Paulo tem uma etapa exclusiva, a quantidade de clubes e atletas participantes é maior do que outras regionais, nem mesmo juntando as etapas do Norte-Nordeste e Centro-Leste conseguiria superar em quantidade, a regional São Paulo.

Tabela 1. Total de atletas e de clubes em cada regional nos anos de 2013 e 2014.

    Ainda analisando esta tabela, outro fator interessante é a quantidade de clubes em cada regional, se levarmos em conta, como exemplo, que no regional Rio-Sul, temos quatro estado participantes (Rio Grande do Sul, santa Catarina, Paraná e Rio de Janeiro), tem, entre esses estados, uma menor quantidade de clubes participantes do que apenas o estado de São Paulo, se levar essas análises para os estados do Norte e Nordeste, existe ainda menos clubes participando dos regionais levando em conta a quantidade de estados em apenas um regional.

Conclusão

    Alguns pontos surgem de imediato. Primeiramente é a relação homem e mulher nas competições, essa discrepância entre gênero deve ser pensada com mais atenção, como colocar em prática algum ação que estimule a prática por parte das mulheres. Também no investimento na deficiência visual e intelectual, pensando na diferença que ambas têm perante a deficiência física.

    A principal conclusão que chegamos com estas análises, é que mais pesquisas se fazem necessárias, esse estudo se limitou a analisar apenas dois anos de muitos que já aconteceram. Analisar os eventos passados podem trazer comparações e perspectivas novas sobre a modalidade. Além disso, estes dados devem servir para compreendermos cada dia mais e melhor a natação paralímpica, podendo contribuir dessa forma, com o seu desenvolvimento.

Bibliografia

• Abrantes, Gustavo Maciel. (2012). Natação. In: C. Winckler e M.T. de Mello. Esporte Paralímpico. São Paulo, SP: Editora Atheneu.

• Araújo, Paulo Ferreira de (1997). Desporto Adaptado no Brasil: origem, institucionalização e atualidade. Tese (Doutorado em Educação Física) – Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas.

• Cardoso, Vinicius Denardin; Gaya, Adroaldo Cezar (2014). A Classificação Funcional no Esporte Paralímpico. Conexões: revista da Faculdade de Educação Física da UNICAMP, Campinas, v. 12, n. 2, p. 132-146, abr./jun.

• Comitê Paralímpico Brasileiro. (2014) Pagina interna com dados de atletas e entidades filiadas ao CPB. Disponível em: http://www.cpbextranet.org.br/menu.aspx. Acesso em 12 mar.

• Comitê Paralímpico Brasileiro. (2013). Dados referentes aos participantes do circuito loterias caixa do ano de 2013. Disponível em: http://neocompeticao.com.br/circaixacentroleste/default.asp. Acesso em 12 mar.

• Scheid, Luciana; Rocha, Edilson Alves da (2012). Organização Administrativa do Desporto Paralímpico. In: C. Winckler e M.T. de Mello. Esporte Paralímpico. São Paulo, SP: Editora Atheneu.

• Winckler, Ciro; Costa, Alberto Martins. (2012). A Educação Física e o esporte Paralímpico. In: C. Winckler e M.T. de Mello. Esporte Paralímpico. São Paulo, SP: Editora Atheneu.

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EFDeportes.com, Revista Digital · Año 20 · N° 205 | Buenos Aires, Junio de 2015   Lecturas: Educación Física y Deportes - ISSN 1514-3465 - © 1997-2015 Derechos reservados