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Hidrocinesioterapia na osteoartrite: revisão de literatura

La terapia acuática en la artrosis: una revisión

Hydrokinesiotherapy in osteoarthritis: literature review

 

*Acadêmicos do curso de Fisioterapia da Universidade de Passo Fundo

**Acadêmica do curso de Fisioterapia da Universidade de Passo Fundo – Bolsista Pibic/CNPQ

***Acadêmica do curso de Fisioterapia da Universidade de Passo Fundo - Bolsista Pibic UPF.

****Acadêmico do curso de Fisioterapia da Universidade de Passo Fundo – Bolsista Fapergs

*****Docente do curso de Fisioterapia da universidade de Passo Fundo

Doutora em Geriatria e Gerontologia Biomédica – PUC-RS

(Brasil)

Maira Daniela Bohn Vaz*

Ediane Gratieri*

Eduardo Siqueira Bigaton*

Rafaela Simon Myra**

Mariângela DeMarco***

Vinícius Dal Molin****

Lia Mara Wibelinger*****

rafaelasimonmyra@gmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Introdução: A Osteoartrite (OA) é uma doença articular crônico-degenerativa, caracterizada por dor e perda gradual da cartilagem articular. Esta doença gera incapacidade para marcha e redução da capacidade funcional, sendo sua manutenção um requisito importante para um envelhecimento saudável. Objetivo: Expor evidências relacionadas com os efeitos da hidroterapia em pacientes portadores de osteoartrite. Metodologia: Levantamento bibliográfico nas bases de dados BIREME, Portal CAPES, LILACS e SciELO referentes às publicações de artigos relacionados ao assunto, após analise do conteúdo, foram utilizados 21 artigos. Discussão e resultados: Indivíduos portadores de OA apresentam diferentes déficits funcionais. A multiplicidade de sintomas desta doença dificulta a realização dos exercícios em solo, principalmente em idosos, ao contrário dos exercícios realizados na água. Os movimentos na água são mais fáceis de serem realizados e menos dolorosos quando comparados aos exercícios realizados no solo. Conclusão: Entende-se assim que a hidrocinesioterapia pode ser considerada como uma das principais formas de tratamento para pacientes com osteoartrite de joelho. Porém quando utilizada em conjunto com a fisioterapia em solo os resultados podem ser muito mais eficazes.

          Unitermos: Hidrocinesioterapia. Osteoartrite.

 

Abstract

          Introduction: Osteoarthritis (OA) is a chronic degenerative joint disease, characterized by pain and gradual loss of articular cartilage. This disease causes inability to walk and reduced functional capacity, and maintaining an important prerequisite for healthy aging. Aim: Expose evidences related to the effects of hydrotherapy in osteoarthritis patients. Methodology: Bibliographic survey in the following databases BIREME, CAPES Portal, LILACS and SciELO concerning to publications related to the subject, after analysis of the content, was used 21 items. Discussion and results: Patients with OA have several functional deficits. The multiplicity of symptoms of this disease make difficult to perform the ground exercises, especially in the elderly, unlike exercises performed in water. The movements in the water are easier to make and less painful when compared to exercises performed on the ground. Conclusion: It is understood that hydrokinesiotherapy can be considered as one of the major forms of treatment for patients with knee osteoarthritis. However, when used in conjunction with physiotherapy made in the ground the results can be much more effective.

          Keywords: Hydrokinesiotherapy. Osteoarthritis.

 

Recepção: 27/11/2014 - Aceitação: 03/04/2015

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 20 - Nº 205 - Junio de 2015. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A Osteoartrite é uma doença articular crônica e degenerativa, caracterizada por dor e perda gradual da cartilagem articular, mais freqüente em mulheres após os 60 anos, porém, sua prevalência aumenta com a idade (Silva, 2012; Barduzzi, 2013; Imoto, 2012). Apresenta múltiplas causas e pode estar presente em várias articulações, sendo os joelhos, as mãos e os pés as mais acometidas (Rezende, 2013).

    Possui etiologia pouco conhecida, classificada em primária ou idiopática e secundária sendo a primária quando sua causa é desconhecida, ou seja, no envelhecimento acontece uma sobrecarga mecânica das articulações, a cartilagem enfraquece e acontece um desgaste, podendo ainda haver a associação de um fator hereditário e agravante. Já a secundaria predispõe de um fator já existe podendo ser: traumatismos articulares, infecções articulares, necrose avascular, doenças inflamatórias, doenças metabólicas, doenças hemorrágicas (Egri, 1999; Bonjá, 2000).

    Pode ser definida também a partir de suas características clínicas, incluindo dor na articulação afetada (tipicamente agravada com atividade e aliviada pelo repouso) rigidez articular matinal e após períodos de imobilidade, edema, instabilidade, insegurança e limitação funcional dos movimentos, refletindo graus de sinovite e crepitação, além de lesões cartilaginosas que evoluem com o tempo (Queiroz, 2006; Fellet, 2007; Silva, 2012; Barduzzi, 2013).

    Apresenta alguns fatores de risco tais como gênero, idade, trauma, genética, obesidade, atividades ocupacionais repetitivas, períodos prolongados em posição agachada e ajoelhada, lesões de meniscos e ligamentos e atividades esportivas de alto nível competitivo que impõem grande impacto sobre o membro inferior), fatores endócrinos, fatores étnicos e constitucionais. Os três principais tecidos atingidos pela OA são a sinóvia, osso e cartilagem (Krasnokutsky, 2008).

    Segundo dados do Censo 2010, a população de indivíduos maiores de 60 anos, no Brasil, hoje com cerca de 19 milhões, irá ultrapassar os 64 milhões em 2050. Trata-se de dado preocupante, considerando-se a perda de qualidade de vida, a incapacidade e os custos ao sistema de saúde gerados por essa patologia (Rezende, 2013).

    A atuação da fisioterapia pode evitar que o impacto da osteoartrite cause maiores danos e leve à limitação funcional. Assim, sua proposta deve seguir vários objetivos, tais como: o alívio da dor, a prevenção da perda de massa muscular, força muscular e redução de amplitude de movimento. Além disso, outros benefícios, como a melhora da capacidade funcional e da qualidade de vida podem ser alcançados por meio da hidroterapia (Facci, 2007).

    A fisioterapia aquática é uma modalidade de tratamento que pode trazer bons resultados em pacientes com OA, tanto no aspecto físico como emocional. As propriedades físicas e fisiológicas da água possibilitam a realização de exercícios dificilmente executados em solo, e que, associados à maior amplitude de movimento e à temperatura elevada da água, aumentam a mobilidade articular, o controle muscular e a resistência, trazendo benefícios como a redução de dores e acelerando o processo de recuperação funcional (Gimenes, 2010; Aguiar, 2003)

    Pensando nisso, realizou-se uma revisão de literatura, objetivando fornecer evidências relacionadas sobre a função e a efetividade da hidroterapia em pacientes portadores de osteoartrite, bem como os seus efeitos sobre o organismo.

Metodologia

    Realizou-se um estudo de revisão de literatura, na qual foram consultados artigos indexados em diferentes bases de dados como BIREME, Portal CAPES, LILACS e SciELO, partindo dos descritores que caracterizavam o tema como: osteoartrite, hidroterapia, terapia aquática. As buscas de referência foram realizadas de forma manual, sem limitar ano e restringindo artigos em língua inglesa e portuguesa. Foram incluídos os estudos que abordavam hidroterapia na osteoartrite. Desta forma, foram analisados 30 artigos dos quais 21 preencheram os critérios de inclusão deste estudo, permitindo a fundamentação teórica e problemática do assunto pesquisado.

Discussão e resultados

    O quadro clínico de dor, rigidez articular e perda da função da osteoartrite, freqüentemente, levam o indivíduo portador desta patologia a uma redução da capacidade funcional e da qualidade de vida (Wibelinger, 2014). A fisioterapia desempenha papel fundamental no tratamento, a qual uma das principais intervenções terapêuticas é a fisioterapia aquática. Os movimentos na água são mais fáceis de serem realizados e menos dolorosos quando comparados aos exercícios realizados no solo. (Fisher et al, 2004; Wang et al, 2006).

    As propriedades físicas da água e o aquecimento da mesma desempenham um papel importante na melhora e na manutenção da amplitude de movimento, na redução da tensão muscular e no relaxamento. Ocorre também, a diminuição do impacto articular durante atividades físicas através da flutuação, acarretando uma redução da sensibilidade à dor, da compressão nas articulações doloridas e maior liberdade de movimento (Candeloro & Coromano, 2007).

    Pensando nisso, Facci (2007) desenvolveu uma pesquisa utilizando a fisioterapia aquática com dez pacientes portadores de osteoartrite, com idade media de 56 anos. O tratamento consistiu de 20 sessões de 50 minutos, três vezes por semana e este se baseou em exercícios de alongamento, fortalecimento muscular, propriocepção e relaxamento. Após o término do tratamento verificou-se que os pacientes apresentaram melhora da amplitude de movimento de flexão e extensão de joelho, melhora significante tanto no Índice de Lequesne quanto no WOMAC. Sendo assim, a fisioterapia aquática mostrou-se como uma boa alternativa de tratamento fisioterapêutico nos pacientes com osteoartrite de joelho, pois alcançou bons resultados no ganho de amplitude de movimento, na melhora da dor e da qualidade de vida (Facci, 2007).

    Confirmando esta idéia, um estudo com 16 idosas com idades entre 65 e 70 anos, na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Foram realizadas 32 sessões durante 16 semanas consecutivas com a temperatura da água em média de 32,5º. O estudo visou o ganho de flexibilidade e força muscular apesar de que os exercícios programados terem visado também o equilíbrio, coordenação motora, função respiratória e circulatória, pois, foram realizados com o pescoço em imersão. Foi constatado o ganho de flexibilidade e força muscular, confirmando as expectativas geradas pela facilitação de exercícios de grande amplitude em meio aquoso (Candeloro & Coromano, 2007).

    Indivíduos portadores de OA apresentam diferentes déficits funcionais, entre eles os mais freqüentes são a diminuição da velocidade da marcha, assim como, para subir e descer escadas (Wibelinger, 2014). Pensando nisso, um estudo com 15 idosos com exame clínico e radiológico de OA de joelho verificou que após 24 sessões de fisioterapia aquática tempo de subir e descer escadas melhorou, auxiliando na funcionalidade destes pacientes (Barduzzi, 2013).

    Hinman et al (2007), realizou uma intervenção em pacientes com osteoartrite de quadril e joelho avaliando um programa de fisioterapia aquática que foram realizados em um período de seis semanas sendo composta de duas sessões por semana. Foram realizados exercícios progressivos de descarga de peso em cadeia aberta e fechada. Os resultados demonstraram efeitos significantes na redução da dor ao movimento e melhora na função física influenciando na qualidade de vida.

    Neste mesmo contexto, a Fisioterapia Aquática apresenta bons resultados no ganho de amplitude de movimento, na melhora do quadro álgico e da qualidade de vida (Facci, 2007). Os exercícios de fortalecimento com pacientes submersos seguem os parâmetros no principio físico da hidrostática, que permitem gerar essa resistência multidimensional aos movimentos, gerando uma sobrecarga mínima no paciente (Candeloro & Coromano, 2007).

    A hidroterapia pode ser considerada como uma das principais formas de tratamento para pacientes com osteoartrite de joelho. A compreensão das propriedades físicas da água e das respostas fisiológicas à imersão, associadas ao uso de movimentos e exercícios, pode favorecer a atuação da fisioterapia aquática e potencializar o processo de intervenção fisioterapêutica (Miotto, 2013). Ela deve ser realizada em um ambiente que possibilite o uso de equipamentos aquáticos lúdicos o que possibilitará a realização de exercícios tridimensionais, permitindo uma enorme variedade de opções de exercícios para o mesmo objetivo terapêutico (Hinman, 2007).

    Neste sentido o uso das propriedades físicas compõe uma importante ferramenta para a prática da Fisioterapia, sendo elas densidade relativa, flutuação fluxo, temperatura, pressão hidrostática, viscosidade e torque (momento de força) (Hinman, 2007).

    A flutuação diminui a sobrecarga articular favorecendo uma atuação equilibrada dos músculos, proporcionando um ambiente de fácil movimentação e que pode potencializar a realização dos exercícios que não seriam possíveis em solo. O terapeuta pode utilizar como auxilio os flutuadores que causam um aumento da resistência na água favorecendo um condicionamento articular adequado sem riscos de lesões por sobrecarga articular (Carregaro & Toledo 2008).

    A multiplicidade de sintomas da AO dificultam a realização dos exercícios em solo, principalmente em idosos, ao contrário dos exercícios realizados na água. Rezende (2008) verificou os efeitos da hidroterapia no equilíbrio de idosos, aplicando um programa que abrangeu exercícios de controle respiratório, alongamento, fortalecimento, treino de marcha e equilíbrio. Foram encontrados resultados significantes de melhora no equilíbrio e com isso diminuindo o risco de quedas e o ambiente aquático foi ideal, pois, proporcionou suporte e estabilidade.

Conclusão

    Entende-se assim que a hidrocinesioterapia pode ser considerada como uma das principais formas de tratamento para pacientes com osteoartrite de joelho. Porém quando utilizada em conjunto com a fisioterapia em solo os resultados podem ser muito mais eficazes. Estas duas técnicas, quando associadas, melhoram o equilíbrio, a função física, ajudam na redução da dor durante o movimento, na prevenção da perda de massa muscular, e no fortalecimento muscular, impactando de forma direta na qualidade de vida destes pacientes, aprimorando assim, a funcionalidade destes.

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