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Os Programas Sociais nas periferias

Los Programas Sociales en las periferias

 

Licenciado e Bacharel em Educação Física – UNIPLI

Especialista em Psicomotricidade – IBMR

(Brasil)

Marcelo Bittencourt Jardim

marcelobjardim@gmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Os Programas Sociais tem como objetivo principal proporcionar as crianças e adolescentes das comunidades carentes, atividades esportivas, educacionais e sociais. Os inscritos são jovens em situação de risco social, que precisam de orientações adequadas para se integrarem na sociedade e minimizarem o tempo ocioso. Nos projetos implantados tentam resgatar a auto-estima, o convívio, a integração social e saúde para contribuir para a melhoria da qualidade de vida desses jovens, e orientá-los para a diminuição da exposição aos riscos sociais (drogas, prostituição, criminalidade, trabalho infantil), mostrando que eles podem viver bem e que podem ter um bom futuro pela frente e não ficarem a mercê dos riscos sociais citados acima.

          Unitermos: Programas Sociais. Risco social. Criança. Ociosidade.

 

Resumen

          Los Programas Sociales tienen como objetivo proporcionar a los niños y adolescentes de las comunidades marginales, los deportes, la educación y las actividades sociales. Los participantes son los jóvenes en situación de riesgo que necesitan una orientación adecuada para integrarse en la sociedad y reducir al mínimo el tiempo de inactividad. En los proyectos ejecutados se intenta recuperar la autoestima, la convivencia, la integración social y la salud para contribuir a mejorar la calidad de vida de los jóvenes y guiarlos a la reducción de la exposición a los riesgos sociales (drogas, prostitución, delincuencia, trabajo infantil), mostrando que puedan vivir bien y pueden tener un buen futuro por delante y no estar a merced de los riesgos sociales mencionados anteriormente.

          Palabras clave: Programas Sociales. Riesgo social. Niño. Ociosidad.

 

Recepção: 16/04/2015 - Aceitação: 13/05/2015

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 20 - Nº 204 - Mayo de 2015. http://www.efdeportes.com/

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1.     Os Programas Sociais nas periferias

    A sociedade contemporânea passa por um momento contraditório, ao mesmo tempo em que observamos o avanço da tecnologia, da ciência, do aumento da expectativa de vida e da melhoria da qualidade de vida, entre outros indicadores, nas comunidades a realidade é diferente. Por exemplo, a economia não tem o mesmo vigor, a saúde não tem a mesma qualidade, problemas sérios na habitação e pequenas perspectivas de trabalho. Muitos dos moradores das comunidades são atendidos pelos Programas de bolsa família e Programas de moradias populares, programas que, na prática, geram a dependência do cidadão em relação ao governo. Observa-se, também, o contraste social vivido por uma significativa parcela da população, em constante contato com indicadores sociais que colocam em risco o bom desenvolvimento do ser humano (Tomazi, 1993).

    Convém destacar que as desigualdades sociais não são obras do acaso, mas como construções sociais, resultado de um conjunto de relações que abarcam as estruturas econômicas, políticas e educacionais, entre outras. Do ponto de vista econômico, percebemos a exploração demasiada do trabalho, e do trabalho infantil, e a concentração de renda. Do ponto de vista educacional, observamos um afastamento vertiginoso da população mais carente das instituições do Estado e Município, com isso acarretando um grande índice de analfabetismo, mesmo os alunos freqüentando as escolas, além de uma grande falta de interesse dos alunos em continuar os estudos depois de completados (Tomazi, 1993).

    O crescente estado de miséria, as disparidades sociais, a extrema concentração de renda, os salários aviltantes, o desemprego em massa, a fome absoluta que agride o povo mais carente, a desinformação, o analfabetismo, a violência, entre outros, são formas de expressão da gravidade a que chegaram as desigualdades sociais no Brasil (Merleau-Ponty, 2006).

    Segundo Carvalho (2004),

    os programas sociais nascem do desejo de mudar uma realidade, os projetos são pontes entre o desejo e a realidade. São ações estruturantes e intencionais, de um grupo ou organização social, que partem da reflexão e do diagnóstico sobre determinada problemática e buscam contribuir, alguma medida, para outro mundo possível, com menos criminalidade, menos desordem e possibilitar mais oportunidades aqueles que são excluídos da sociedade.

    Os programas sociais mostram as iniciativas governamentais que priorizam o fenômeno esportivo como potencializador e mediador de elementos educativos que podem favorecer uma reflexão crítica sobre os diferentes contextos de riscos sociais, bem como minimizar o tempo de exposição de crianças e jovens aos efeitos nocivos da violência, da ociosidade, dos desajustes familiares, do tráfico de drogas, da prostituição, das carências alimentares, da falta de afeto, e entre outros elementos que convergem para a destruição da dignidade humana, como os riscos sociais que são todas as situações que expõem a vida das crianças e adolescentes ao perigo constante (Brasil, 2005). Assim,

    Diante da miséria não podemos cruzar os braços fatalistamente, esvaziando minha responsabilidade no discurso cínico e “morno” desta maneira, que fala da impossibilidade de mudar porque a realidade é mesmo assim. O discurso da acomodação e da falta de caráter de muitos políticos, o discurso da exaltação do silêncio imposto de que resulta a imobilidade dos silenciados, o discurso do elogio da adaptação tornada como fado ou sina é um discurso negador da humanização de cuja responsabilidade não podemos nos eximir. (Freire, 1996)

    O fundamento de um programa social tem como foco o esporte como meio de inclusão social e socialização entre os alunos beneficiados e suas famílias, realizando eventos de integração entre a comunidade, desenvolvendo o respeito mútuo, a cooperação e a solidariedade, permitindo que crianças e adolescentes participem de atividades educacionais, esportivas, lúdicas e recreativas para ocupar o tempo ocioso (Jardim, 2012).

    Assim, o programa social tem como um dos princípios fundamentais a universalização da prática esportiva e a inclusão social, tendo-se no esporte educacional um meio para contribuir no desenvolvimento integral de crianças e adolescentes, a partir da perspectiva de inclusão para o desenvolvimento das atividades, abrir novas oportunidades para a formação e o exercício pleno da cidadania, para a valorização da vida (Brasil, 2005).

    A inclusão pelo esporte tendo como foco a relação social com o corpo e com as diferenças, essas que podem ser físicas, sociais, religiosas e materiais, desenvolvendo os temas transversais em palestras, passeios e nas aulas, pois historicamente a educação física e o próprio esporte veiculam a idéia de corpo saudável que estimula a noção de eficiência, privilegiando a integridade física, funcional do corpo, uma mistura de etnias e de uma estrutura social, respeitando as regras, entre outros valores vivenciados no cotidiano da prática esportiva, para a convivência harmoniosa e o fortalecimento da autodeterminação e auto-estima de um povo (Brasil, 2005).

    Segundo Porto (2006), a inclusão é um dos possíveis caminhos que a sociedade tem para vir mudar alguns conceitos e valores sobre os seres humanos na sua relação estreita com o outro e com o mundo, ao observarmos outra pessoa somos capazes de identificar e enumerar várias diferenças físicas, motoras, sensitivas, afetivas, emocionais, sociais e cognitivas existentes entre nós, bem como o modo como nos relacionamos com nós mesmos, com os outros e com o ambiente.

    Valorizar as capacidades do ser humano individualmente, respeitar os direitos e os deveres de todos sem exceção, aceitar as limitações inspirando-se na ética da diferença, criar condições e possibilidades reais para que todos possam participar e se envolver em todas as situações, mudar os sistemas já criados e institucionalizados, são alguns pressupostos da inclusão social e da educação nos Programas Sociais (Le Breton, 2006).

2.     Considerações finais

    Pretendemos mostrar através de bibliografias e de discursos de estudiosos a importância dos programas sociais nas periferias. E se for feito de forma clara os programas são um acréscimo positivo na vida dessas crianças que vivem em lugares de risco social. E o esporte principalmente o futebol pode ser um elo muito importante para inclusão desses jovens ociosos no Brasil e no mundo.

Bibliografia

  • Brasil (2005). Resolução nº 5: Políticas Nacionais do Esporte. Brasília: Diário Oficial da União, n. 157.

  • Carvalho, Maria João Leote de (2004). Juventude e risco social: uma questão de olhar (es)? Relatório de Pesquisa. Universidade Nova de Lisboa, Portugal.

  • Freire, Paulo (1996). Pedagogia da autonomia. São Paulo: Paz e Terra.

  • Jardim, Marcelo B. (2012). O afeto como instrumento primordial na atuação do educador físico com crianças e jovens de comunidades carentes. Rio de Janeiro: ibmr / Laureate International Universities, Pós-Graduação Psicomotricidade (Educação e Clínica).

  • Le Breton, David (2006). A sociologia do corpo. Petrópolis/RJ: Vozes.

  • Merleau-Ponty, Maurice (2006). Psicologia e Pedagogia da criança: cursos da Sorbonne (1949-1952). São Paulo: Martins Fontes.

  • Porto, Eliane Rozante (2006). Educação Inclusiva na Educação Física Escolar. In: N. Capistrano, G. Pontes (Org.) Caderno Didático 4 – Educação inclusiva no ensino de arte e educação física. Natal: UFRN/PAIDEIA/MEC.

  • Tomazi, Nelson D. (1993). Iniciação à Sociologia. São Paulo: Atual.

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