Estresse ocupacional em professores da Educação Básica: um estudo de caso em uma escola privada no município de Hortolândia Estrés ocupacional en profesores de Educación Física: un estudio de caso en una escuela privada del municipio de Hortolandia Occupational stress in Basic Education teachers: a case study in a private school in the city of Hortolandia |
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*MBA em Gestão Estratégica de Negócios pela Faculdade Adventista de Hortolândia **Docente no curso de MBA em Gestão Estratégica de Negócios pela Faculdade Adventista de Hortolândia ***Coordenador do Curso de MBA em Gestão Estratégica de Negócios e do curso de Ciências Contábeis pela Faculdade Adventista de Hortolândia |
Juliana de Almeida Rodrigues Franco Netto* Helena Brandão Viana** Levi Morgan*** (Brasil) |
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Resumo Atualmente, o estresse ocupacional ocasionado pela falta de estrutura das escolas, pouca perspectiva de crescimento, acúmulo de horas de trabalho, tem afetado diretamente a saúde dos professores. A pesquisa realizada em uma instituição de ensino no município de Hortolândia teve como objetivo identificar as possíveis causas do estresse ocupacional em professores da Educação Básica e como a atuação do gestor educacional pode interferir no clima organizacional da instituição. Foi aplicado um questionário com 23 perguntas objetivas relacionadas ao estresse no trabalho, Escala de Estresse no Trabalho (EET) onde as respostas variam de 1 a 5, sendo 1 para discordo totalmente e 5 para concordo totalmente. Foi constatado que o nível de estresse ocupacional nessa instituição, apesar de alguns pontos serem de grande incomodo aos professores, se mostrou baixo. A forma como os gestores conduzem a instituição pode ter influência nesse resultado. Unitermos: Estresse ocupacional. Professores. Gestores de escola. Clima organizacional.
Abstract Currently, occupational stress caused by the lack of structure of schools, little prospect of growth, a lot of hours of work, has directly affected the teachers’s health. A survey conducted in an educational institution in the city of Hortolandia, aimed to identify the possible causes of occupational stress in Basic Education teachers and how the performance of the educational manager may interfere with the organizational climate of the institution. A questionnaire with 23 objective questions related to job stress was applied, Stress Scale at Work (TSE) where the answers range from 1 to 5, with 1 being strongly disagree and 5 to totally agree. It was found that the level of occupational stress in this institution, although some points are of great nuisance to teachers, was low. The way managers lead the institution may have influenced this result. Keywords: Occupational stress. Teachers. Principals. Organizational enviromental.
Recepção: 08/03/2015 - Aceitação: 20/04/2015
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 20 - Nº 204 - Mayo de 2015. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
O estresse atualmente é tido como o responsável direto ou indireto de vários males que assolam a vida de muitas pessoas, e vem tomando uma grande proporção na área da saúde. (Nodari et al., 2014)
Nodari et al. (2014) em seu artigo diz que a palavra estresse, se deriva do latim “stringere”, que significa tensionar. Essa palavra era utilizada pelos ingleses no século XVII para dar significado a infelicidade ou adversidade. Na engenharia a palavra é utilizada no sentido de tração. Já na psicologia, o estresse é definido como um conjunto de forças externas que trazem efeitos transitórios ou permanentes a pessoa.
Para Faro (2014), como conceito, o estresse deriva-se de estímulos sucessivos, que ocorrem quando pressões ambientais, psicológicas, ou desajustes biológicos aumentam a necessidade de ativar recursos adaptativos, até que seja dissipado o fator que tem causado o stress ou ao tempo de exposição ao fator estressante.
Ogata et al. (2013) em seu artigo apontam que as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), são as doenças que mais fazem vítimas no mundo. A perda da qualidade de vida, grau elevado de trabalho, impactos econômicos na família, são alguns dos motivos que tem acelerado o número de mortes.
Dentro dessas doenças crônicas, estão as doenças neuropsiquiátricas, que tem uma alta prevalência na população o que traz consequências para o cotidiano dos indivíduos acometidos e de todos os envolvidos nas suas relações sociais. Uma pesquisa feita com 5.037 adultos da cidade de São Paulo teve o seguinte resultado: 30% dos participantes apresentavam distúrbios mentais, 19,9% distúrbios em transtornos de ansiedade, 11% apresentavam modificações de humor, 4,3% distúrbios de impulso, 3,6% uso abusivo de substancias. Essas informações nos mostram a importância do cuidado com a saúde (Ogata et al., 2013).
Goularte Jr & Lipp (2011), acrescentam que os prejuízos que o stress causa na sociedade são muito grandes, desde termos econômicos como em termos humanos. Eles acreditam que muitos acidentes e patologias provenientes do trabalho, estejam diretamente relacionadas ao estresse. Faro (2014) enfatiza que diversos modelos de saúde apontam que o stress é o agente que potencializa a vulnerabilidade de adoecimento.
O stress, afeta de diversos modos o organismo humano, com base fundamentalmente na percepção. O estímulo é interpretado tanto nas próprias características do estimulo, como nas características de personalidade do indivíduo. Portanto, cada indivíduo reage de uma forma aos estímulos estressores (Nodari et al., 2014).
Selye em um estudo em 1963 denominou as reações fisiológicas que o organismo sofre, essas reações foram chamadas de Síndrome da Adaptação Geral (SAG). Ela se divide em três fases: alarme, resistência e exaustão. (Nodari et al., 2014)
Nodari et al. (2014) explica que na fase de alarme, o organismo sofre uma excitação de fuga ou agressão que pode ser entendida como comportamento de adaptação. A fase de resistência é marcada pela persistência da fase de alarme. Nessa fase pode haver manifestações como medo, ansiedade, isolamento social, alterações de apetite, impotência sexual, entre outros. A última fase é chamada de exaustão é o momento em que o organismo encontrasse extenuado pela quantidade excessiva de atividade e pelo auto consumo de energia. É aí que aparece as doenças orgânicas.
Cada pessoa tem seus ideais, aspirações e necessidades que precisam sem sanadas, por outro lado as organizações possuem expectativas de desempenho profissional para alcançarem os objetivos e metas. Esses dois fatores devem estar em constante harmonia. (Goularte Jr & Lipp, 2011)
Em um estudo feito em 2010, onde se avaliava as condições de trabalho dos professores e diretores de escola, a maioria dos diretores afirmou que as condições de trabalho dos professores afetavam diretamente sua gestão. Sob estresse, má remuneração e baixas condições de trabalho, o papel do diretor fica a desejar. (Shiroma & Mafra Jr, 2010)
Massola (2007) em seu artigo enfatiza que a profissão de professor assim como as relacionadas à saúde e assistência social, assumem um papel de grande responsabilidade, além da carga horaria excessiva, trabalhos em turnos diversos, quantidade de atividades fora do período de trabalho fazem com que aumente sua exposição aos agentes estressores. Ele ainda acrescenta que diversos autores na literatura apontam a docência como uma das profissões mais estressantes na atualidade.
Em depoimentos dados a uma pesquisa realizada por Piolli et al. (2013), alguns dos fatores estressantes para o diretor se encontram na perda da autonomia o que leva aos diretores desenvolverem uma identidade oprimida, pela razão da descontinuidade de projetos pedagógicos e afins. Apontou-se também uma grande insatisfação com as mudanças curriculares, e a submissão das práticas educacionais e a imposição do sistema.
O estresse no trabalho no setor da educação tem chamado a atenção, pelo crescimento de doenças ligadas a ele, como por exemplo, irritação, ansiedade, obesidade e até o caso mais grave de depressão e outras doenças. Em muitos casos, a obesidade e a ansiedade, está ligada ao fato de ter que “bater metas” a qualquer custo, o que gera um alto nível de estresse. (Piolli et al., 2013)
Hoje dentro das organizações incluindo escolas, se tem um aparecimento crescente da Síndrome de Burnout, que se caracteriza pela exaustão emocional, avaliação negativa de si mesmo, depressão, causada pelo estresse ocupacional. Essa síndrome tem origem na palavra inglesa burn (queimar) e out (fora, exterior). Isso significa uma queimação que consome todas as nossas forças. (Massola, 2007)
Para Goularte Jr & Lipp (2011), um dos fatores estressantes, é o estilo gerencial do líder, sugerindo que alguns líderes criam uma cultura que se caracteriza pelo medo, ansiedade e tensão. Esse estilo de liderar pode caracterizar-se como um forte estressor no trabalho.
Por outro lado o comprometimento do trabalhador com a instituição se constitui em função do estilo de liderança (De Sá & Lemoine, 1998).
Com base em estudos bibliográficos e um estudo de caso em uma escola privada no município de Hortolândia, esse trabalho tem como objetivo analisar os possíveis fatores estressantes e como o estilo de gestão pode interferir no clima organizacional de uma instituição.
Metodologia
Para a pesquisa com os professores, foi utilizado a Escala de Estresse no Trabalho (EET), elaborada e validada por Paschoal e Tamayo (2004), que contém 23 questões objetivas, com respostas que variam de 1 a 5, sendo 1 para discordo totalmente e 5 para concordo totalmente. A EET não é um teste psicológico, mas uma ferramenta para diagnóstico organizacional que foi submetida a testes e requisitos psicométricos.
O questionário foi aplicado em 30 professores do Ensino Fundamental II e Ensino Médio, de uma escola privada no município de Hortolândia, nos dias 8, 9, 10 e 11, de dezembro de 2014.
Os professores têm a idade entre 25 e 50 anos, sendo em sua maioria mulheres. A instituição em que foi aplicado o questionário tem em torno de 1.500 alunos entre o ensino fundamental II e médio.
Além disso, foram feitas 5 perguntas abertas ao diretor (diretor 1) e ao vice diretor (diretor 2) da instituição com intuito de analisar o estilo de gestão em relação ao clima organizacional da instituição. Os dados foram tabulados pelo programa Excel, analisando os pontos que mais chamaram a atenção.
Resultados
Analisando os dados levantados com a pesquisa de campo onde foi utilizado a EET (Escala de Estresse no Trabalho) obtivemos os seguintes resultados mais relevantes:
Na questão sobre o controle que existe no trabalho, 37% dos entrevistados assinalaram a alternativa 3, onde concordam em parte com essa afirmativa, seguido de 33% que discordam da afirmativa citada.
Figura 1. Questão 2 do EET
Na questão sobre a autonomia no trabalho, somente 7% dos entrevistados, se sentem estressados com a falta de autonomia no trabalho, contra 30% e 33% que dizem não se sentir estressado por esse fator, 30% concordam em parte com essa afirmativa.
Figura 2. Questão 3 do EET
Para 63% dos entrevistados, a falta de confiança no trabalho, não é um fator de grande relevância, em relação ao estresse ocupacional, como vemos no gráfico abaixo, somente 7% dos entrevistados, concorda que a falta de confiança é considerada um fator estressante.
Figura 3. Questão 4 do EET
Na questão sobre a relação entre o superior e o entrevistado, 67%, discordam totalmente da afirmativa “sinto-me incomodado por meu superior tratar-me mal na frente de colegas de trabalho”, apenas 3% dos entrevistados concordam ou concordam totalmente com essa afirmativa.
Figura 4. Questão 8 do EET
Com relação a quantidade de horas trabalhadas, existe um equilibrio entre todos os indicadores, com um aumento pouco expressivo no indicador 2, onde 23% discordam da afirmativa e uma diminuição do percentual no indicador 3 onde 17% concordam em parte com a afirmativa, assim como mostra o grafico a baixo.
Figura 5. Questão 10 do EET
Um dos fatores que demonstrou um maior descontentamento e um dos motivos de estresse ocupacional foi a questão da capacitação em relação ao trabalho, esse fator indica, que 34% dos entrevistados sentem um incomodo com a deficiência nos treinamentos para a capacitação profissional como vemos a baixo, sendo que 20% dizem não concordar com essa afirmativa.
Figura 6. Questão 13 do EET
O segundo fator de maior estresse ocupacional, pode ser visto no gráfico a baixo, onde 34% e 20% dos entrevistados concorda ou concorda totalmente que “a pouca perspectiva de crescimento na carreira tem me deixado angustiado”, contra 23% que dizem discordar totalmente dessa afirmativa.
Figura 7. Questão 16 do EET
Analisando a questão 20, percebe-se que 67% dos entrevistados, discordam totamente da afirmação citada, contra 3% que diz concordar com a questão, como vemos a seguir:
Figura 8. Questão 20 do EET
Na questão 22, 30% e 10% dos entrevistados concordam totalmente ou concordam que “o tempo insuficiente para realizar meu volume de trabalho deixa-se nervoso”, sendo que 23% diz concordar em parte, em 24% diz discordar dessa afirmativa.
Figura 9. Questão 22 do EET
Na segunda parte da pesquisa, foi aplicado um questionário com 5 questões abertas ao diretor (diretor 1) e ao vice diretor (diretor 2) da instituição, onde podemos ver os seguintes resultados.
A questão 1 está relacionada ao tempo de serviço como gestor. Percebe-se uma diferença significativa de experiência na área. O diretor 1 já atua há 8 anos na instituição e mais outros 10 anos como gestor em outras escolas, porém o diretor 2 atua somente há 2 anos na instituição e não teve nenhuma outra experiência como gestor escolar.
Ao serem indagados sobre suas reponsabilidades como gestor escolar, o diretor 1 diz que “o gestor deve estar preocupado com a capacitação de seus professores e equipe, deve ser acessível e sensível em relação a sua equipe”, o diretor 2 diz que “o gestor deve cuidar da organização geral do ambiente, acompanhar as ações dos professores e demais companheiros de organização.”
A questão 3 refere-se a visão dos diretores a respeito dos pontos fortes e fracos da área da gestão escolar. O diretor 1 aponta que “os pontos fortes e fracos são dependentes do gestor, do seu estilo de gestão”, o diretor 2 aponta como pontos fortes “poder participar no processo de aprendizagem e reeducação do aluno” e como ponto fraco “dispender seu tempo para poder realizar um trabalho bem feito”
Na questão 4 os diretores foram questionados a respeito da dificuldade na gestão de pessoas em relação ao estresse ocupacional dos professores. O diretor 1 diz que sente dificuldades em gerir pessoas nessa situação e diz ainda que “por isso, o gestor deve ser sensível ao lidar com os professores, procurando estar a par de suas necessidades”, o diretor 2 diz as vezes sente essa dificuldade “mas necessito ter tranquilidade para poder resolver o problema, mesmo com o professor nessa situação de estresse”
A questão 5 indagava aos diretores sobre como o estresse sofrido pelos professores o afeta. O diretor 1 respondeu que “quando o estresse não é bem administrado, o professor pode demostrar atitudes e expressar palavras inadequadas ao aluno ou colega de trabalho, o que pode trazer desgastes emocionais, levando ao gestor a tentar resolver as situações”. O diretor 2 deu a seguinte resposta “não pode me afetar, se afetar, a pessoa que necessita de tranquilidade irá perder a razão e a situação não será resolvida”.
Discussão
Segundo Kanova & Porto (2010), a princípio, o estresse dos professores do Brasil estava associado aos níveis baixos de salários, as condições precárias de emprego, a burocracia no serviço, o elevado números de alunos por sala, a violências, entre outros. Mas sem desconsiderar todos esses possíveis fatores, o estresse ocupacional pode estar relacionado a outros fatores de ordem psicossocial.
Outros estudos mostram que o estresse ocupacional pode estar relacionado a organização, ao clima organizacional vivido pelo professor (Kanova & Porto, 2010).
A pesquisa de campo utilizando a EET analisou possíveis fatores de estresse ocupacional vivido pelos professores de uma instituição privada na cidade de Hortolândia.
Os pontos de maior ênfase no estresse ocupacional se encontram nas questões 13, 22, 16.
Na questão 13 onde é afirmado: Tenho me sentido incomodado com a deficiência nos treinamentos para capacitação profissional, percebe-se um descontentamento dos professores em ralação aos treinamentos oferecidos para a capacitação em seu trabalho. Em contra partida, o diretor 1, diz que o gestor deve estar preocupado com a capacitação de seus professores. Portanto pode-se dizer que o nível de capacitação para os professores não está sendo suficiente ou não tem agradado a maioria dos professores.
A questão 22 aborda sobre o tempo necessário para a realização das atividades, e dos 30 professores entrevistados, 30% concordam que o tempo é insuficiente para cumprir todas as tarefas. A quantidade de trabalho extraclasse, a burocracia do sistema escolar, o calendário apertado, pode levar a uns dos motivos para o estresse ocupacional.
Massola (2007), em seu artigo diz que muitos professores, trabalham em turnos diversos, sem o descanso necessário. Suas refeições são prejudicadas, utiliza seu tempo disponível que teria com a família, para atender alguma necessidade da escola, corrigir trabalhos, provas, é extremamente exigido sem repouso.
Outro fator analisado e com o maior índice de descontentamento foi o fator analisado na questão 16 que afirma: a pouco perspectiva de crescimento na carreira tem me deixado angustiado. Dos 30 professores entrevistados, 54% dizem concordar ou concordar totalmente com a afirmativa. 20 dos 30 entrevistados se dizem desmotivados pela falta de plano de carreira na instituição.
Porém, a pesquisa apresentou pontos positivos em relação ao estresse ocupacional dos professores e ao clima organizacional na instituição. Na questão 4 fica claro que a falta de confiança entre o superior e o professor, não é um motivo para o estresse ocupacional e pode estar relacionada as respostas dadas pelo diretor 1 na questão 4, quando ele diz que o gestor deve ser sensível ao liderar, procurando estar a par das suas necessidades, demostrando amizade e empatia.
Assim como o resultado da questão 8 onde a forma de tratamento entre o superior e o professor demonstra que para a maioria dos professores, esse também não seria um fator estressante.
Nas demais questões discutidas na EET, foi apresentado um nível de estresse ocupacional baixo.
Para Silva (2009), o fato da equipe da instituição, cultivar sensações positivas, compartilhar experiências profissionais, atitudes de respeito e confiança, faz gerar valores realmente significativos para a instituição, pois professores e funcionários ao estarem num ambiente estimulante sentem-se mais dispostos e encorajados para trabalhar e ainda promover um trabalho coletivo cooperativo e prazeroso.
Pode-se constatar que o estilo de liderança utilizado pelos diretores 1 e 2, priorizando a confiança, o bom relacionamento, afeta diretamente o clima organizacional da instituição.
Considerações finais
Sendo assim, podemos afirmar que alguns fatores estressores apresentados em outros artigos foram comprovados por esse estudo como no estudo feito por Massola (2007) onde enfatiza que a profissão de professor, assume um papel de grande responsabilidade, além da carga horaria excessiva, trabalhos em turnos diversos, quantidade de atividades fora do período de trabalho fazem com que aumente sua exposição aos agentes estressores. Ele ainda acrescenta que diversos autores na literatura apontam a docência como uma das profissões mais estressantes na atualidade.
A falta de treinamentos e capacitações, a pouca perspectiva de crescimento e a quantidade de tarefas para serem realizadas em pouco tempo, foram os fatores que mais chamaram a atenção no sentido de serem fatores estressores, que podem gerar o estresse ocupacional nos professores.
Em contrapartida, o clima organizacional da instituição foi considerado bom pelos fatores analisados com a EET.
O estilo gerencial influencia diretamente o clima organizacional, fica claro a importância do papel das lideranças no ambiente organizacional e consequentemente na manutenção, ou não, da saúde do trabalhador. (Goularte Jr & Lipp, 2011)
Na pesquisa feita por Silva (2009), a autora enfatiza que o gestor que promove o crescimento da educação na instituição que atua, estará contribuindo pra a formação de pessoas que buscam o sucesso.
Através dessa pesquisa pode-se concluir que o estilo de liderança do gestor é de grande influência no clima organizacional, podendo influenciar para o bom andamento da instituição e saúde de seus professores e funcionários, como no caso da instituição pesquisada, ou para o lado negativo e opressor.
Ainda existem outros pontos a serem estudados, em comparação com outras instituições semelhantes ou não, dando assim margem para novas pesquisas nessa área.
Referências bibliográficas
Canova, K. R., Porto, J. B. (2010). O impacto dos valores organizacionais no estresse ocupacional: um estudo com professores de ensino médio, Adm. Mackenzie, São Paulo, SP. 11(5).
Faro, A. (2014). Determinantes psicossociais da capacidade adaptativa: um modelo teórico para o estresse. Psicologia em Revista, Belo Horizonte, 20(1): 201-207.
Goulart Jr, E., Lipp, M. E. N. (2011). Estilo de liderança e stress: uma pesquisa em escolas estaduais de ensino fundamental. RBPAE. 27(2): 265-283.
Massola, R. M. (2007). Estresse “versus” Qualidade de Vida: uma abordagem para educadores. In: R. Vilarta, org. Alimentação saudável e atividade física para a qualidade de vida. Campinas: IPES Editorial.
Ogata, A. J. N., Simurro, S. A. B. (2013). Como estimular a mudança de comportamento através de intervenções integradas nos programas de qualidade de vida nas empresas. In: A. M. Rossi, J. A. Meurs, P. L. Perrewé, org.(s). Stress e qualidade de vida no trabalho Melhorando a Saúde e o Bem-Estar dos Funcionários. São Paulo: ed. Atlas.
Paschoal, T., Tamayo, A. (2004). Validação da Escala de Estresse no Trabalho, Estudos em Psicologia, Brasília, p. 45 -52.
Piolli, E., Heloani, J. R. M., Silva, E. P. (2013). Sofrimento e heteronomia: reflexões sobre as políticas de (pseudo) valorização do trabalho do diretor da escola. Comunicações, Piracicaba. 20(2): 117-132.
Sá, M. A. D.; Lemoine, C. (1998). O estilo de liderança como fator de comprometimento na empresa. In: Encontro Anual da ANPAD, 22.
Shiroma, E. O., Mafra JR, A. C. (2010). Além dos muros da escola: redefinições no trabalho do diretor escolar, Santa Catarina.
Silva, E. P. (2009). A importância do gestor educacional na instituição escolar. Revista conteúdo. 1(2).
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