Avaliação sensorial e aceitabilidade de um alimento funcional: iogurte natural acrescido de frutooligossacarídeos La evaluación sensorial y aceptabilidad de un alimento funcional: yogurt natural, más fructooligosacáridos Sensory evaluation and acceptability of a functional food: yogurt plus fructooligosaccharides |
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*Graduandas do Curso de Nutrição **Professores do Curso de Nutrição do Centro Universitário UNA, Belo Horizonte (Brasil) |
Thássia Christina Rodrigues* | Kássia Virgínia Rodrigues* Ariany Soares Froes* | Isabel Cristina Vieira* Jéssica Luiza de Melo* | Maria Marta Amancio Amorim** Éric Liberato Gregório** | Ana Cristina Santos** Helen Lima Del Puerto** | Elizangela Maira dos Santos** Agnes Kiesling Casali** |
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Resumo Introdução: O alimento funcional deve possuir alegações funcionais oriundas dos compostos bioativos de forma a afetar beneficamente uma ou mais funções do corpo. Com a intenção de favorecer o consumo de alimentos enriquecidos com os componentes fisiologicamente ativos aprovados pela Agência de Vigilância Sanitária como os probióticos e as fibras desenvolveu-se um iogurte natural enriquecido com frutooligossacarídeos. Objetivo: Avaliar a aceitabilidade do iogurte natural através de uma análise sensorial com os alunos do curso de gastronomia do Centro Universitário UNA. Materiais e Métodos: Foi elaborado um iogurte natural acrescido de frutooligossacarídeos. Realizou-se uma análise sensorial de aceitabilidade e do potencial de consumo e compra do produto, com 18 alunos do curso de gastronomia, após a conscientização dos alunos sobre os benefícios dos prebióticos e probióticos na saúde humana. Resultados: O iogurte elaborado obteve índice de aceitação para aroma de 74%, sabor de 78%, cor, aparência e textura, consistência 84% de aceitação. A intenção de compra de 94% dos provadores, sendo que em torno de 33% certamente comprariam o iogurte natural acrescido de FOS sempre, e 6% nunca comprariam. Conclusão: O presente trabalho resultou na confecção de um iogurte natural com boa aceitação e rico em fibras solúveis, o que justifica sua indicação como produto funcional. Unitermos: Probióticos. Prebióticos. Simbióticos. Iogurte. Alimento funcional. Microbiota endógena.
Abstract Introduction: The functional food must have derived functional allegations of bioactive compounds in order to affect beneficially one or more functions of the body. With the intention of promoting the consumption of foods enriched with physiologically active components approved by the Health Surveillance Agency as probiotics and fiber developed a yogurt enriched with fructooligosaccharides. Objective: To evaluate the acceptability of yogurt by sensory analysis with students of gastronomy UNA University Center. Materials and Methods: A yogurt plus fructooligosaccharides was prepared. We conducted a sensory analysis of acceptability and potential consumer and product purchase, with 18 students of gastronomy. Results: The obtained index prepared yogurt flavor acceptability of 74 % to 78% flavor, color, appearance and texture, consistency achieved 84 % acceptance. The intention to purchase 94 % of the panelists, with around 33 % of the panelists certainly buy the plain yogurt plus FOS always, and 6 % never buy. Conclusion: This study resulted in the production of a natural yogurt with good acceptance and rich in soluble fiber, which justifies his appointment as functional product. Keywords : Probiotics. Prebiotics. Synbiotics. Yogurt. Functional food. Endogenous microbiota.
Recepção: 02/01/2015 - Aceitação: 14/04/2015
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 20 - Nº 204 - Mayo de 2015. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
O alimento funcional deve possuir alegações funcionais e para que seja considerado funcional ele deve afetar de forma benéfica uma ou mais funções do corpo e possuir em suas características nutricionais, compostos bioativos que atuam na modulação e ativação dos processos metabólicos, melhorando as condições de saúde pelo aumento da efetividade do sistema imune, promovendo bem estar e prevenindo contra doenças (Roberfroid, 2002; Pacheco, Sgarbieri e Sgarbieri, 1999).
As alegações funcionais relacionam a propriedade funcional e ou de saúde de um nutriente ou não nutriente do alimento e são aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). A comprovação da eficácia da alegação deve ser realizada pela ANVISA, considerando a formulação e as características do alimento. As substâncias com alegações funcionais são as seguintes: ômega 3, carotenóides, fibras alimentares, polióis e probióticos (Brasil, 2005).
Com a intenção de favorecer o consumo de alimentos enriquecidos com os componentes fisiologicamente ativos aprovados pela ANVISA como os probióticos e as fibras, desenvolveu-se um iogurte natural enriquecido com frutooligossacarídeos (FOS). O iogurte é um alimento que não possui fibra e a procura pelo consumo desse produto pronto pelos consumidores, tem aumentado nos últimos anos (Schindwein e Kassouf, 2006; Nielsen, 1997).
O iogurte natural elaborado foi fermentado com culturas probióticas e acrescido de prebióticos – o FOS. Os probióticos são micro-organismos vivos que quando administrados em quantidades adequadas, promovem o equilíbrio microbiano intestinal trazendo benefícios à saúde do hospedeiro. Entre os probióticos existentes, se destacam as bifidobactérias e os lactobacilos que são os mais utilizados nos alimentos com propriedades funcionais como o iogurte (Saad, 2006; Santos, Barbosa e Barbosa, 2012). Já os prebióticos são oligossacarídeos não digeríveis, porém, fermentáveis, que atuam como fibras e que tem a função de mudar a atividade e a composição da microbiota intestinal. Além disso, promovem a saúde do hospedeiro estimulando o crescimento dos grupos endógenos de população microbiana, como as Bifidobactérias e os Lactobacillos que são considerados benéficos à saúde humana (Blaut, 2002). Entre os oligossacarídeos naturais, estão os FOS, compostos prebióticos muito utilizados em alimentos com propriedades funcionais, pois promovem o crescimento e atividade das bactérias no intestino (Thamer e Penna, 2005).
Para avaliar a aceitabilidade do iogurte natural elaborado efetuou-se uma análise sensorial com os alunos do curso de gastronomia do Centro Universitário UNA. Após a conscientização dos benefícios dos prebióticos e probióticos na saúde humana avaliou-se o potencial de consumo e a compra do iogurte por esses alunos.
Materiais e métodos
A elaboração do iogurte foi realizada no Espaço Gourmet do Centro Universitário UNA, Campus Guajajaras, utilizando leite integral UHT Cotochés®, leite em pó semidesnatado Itambé®, cultura Bio Rich® contendo os micro-organismos Streptococcus thermophilus, Lactobacillus acidophilus e Bifidobacterium e FOS Fosvita®.
Dissolveu-se 30 g de leite em pó semi-desnatado em 2 L de leite integral e colocou-se para aquecer a uma temperatura de 45°C, aferida no termômetro Top Therm®. Após atingir a temperatura pretendida, foi acrescentado 800 mg da cultura Bio Rich, contendo 1012 UFC/g (unidades formadoras de colônia/grama) dos micro-organismos S. thermophilus, L. acidophilus e Bifidobacterium. De acordo com a ANVISA, para que um alimento seja considerado probiótico a quantidade mínima viável de micro-organismos deve estar situada na faixa de 108 a 109 UFC (Brasil, 2005).
Posteriormente, foi adicionado 3g de FOS pesado na balança Filizola®, para cada 100g do iogurte líquido, conforme recomendação da ANVISA (Brasil, 1999). Em seguida, o iogurte foi colocado em vasilhame higienizado e hermeticamente fechado e, incubado por aproximadamente 4 horas, para o processo de fermentação em temperatura ambiente. Após esse período, o produto foi armazenado em geladeira à temperatura de aproximadamente 10°C e pesado na balança Filizola®.
Foi elaborado o rótulo do iogurte segundo a Resolução da RDC nº 359, de 23 de dezembro de 2003 da ANVISA que estabelece e aprova o regulamento técnico de porções de alimentos embalados para fins de rotulagem nutricional (Brasil, 2003).
A análise sensorial do iogurte natural acrescido com FOS foi realizada com 18 alunos do curso de Gastronomia do Centro Universitário UNA. Para a avaliação afetiva do produto utilizou-se a escala hedônica estruturada de 9 pontos, variando entre gostei muitíssimo a desgostei muitíssimo.O teste foi realizado em sala de aula, onde os alunos sentaram em carteiras individuais, recebendo cada um, uma amostra de 50 g do produto servido em copos brancos descartáveis. Os alunos foram orientados para não trocarem opiniões durante a realização da análise. Após a degustação, houve uma exposição dialogada apresentando aos alunos os benefícios dos prebióticos, probióticos e simbióticos, presentes no iogurte. Em seguida foi avaliado o poder de consumo e compra, utilizando a escala hedônica de 7 pontos variando entre comeria ou compraria sempre (7) a nunca comeria ou compraria (1).
Resultados e discussão
Preparo do iogurte
No preparo do iogurte, conforme ilustrado na Tabela 1, o leite integral é o principal ingrediente adicionado, totalizando aproximadamente 95% de líquidos. Os 5% restantes são os sólidos acrescidos como o FOS, leite em pó semidesnatado e Bio Rich®. O leite em pó semidesnatado, aumentando as quantidades de sólidos totais e proporcionando ao iogurte maior consistência.
Tabela 1. Ingredientes utilizados no preparo do iogurte natural
Os Lactobacillus acidophilus, Streptococos thermophillus e Bifidobacterium foram utilizadas para a preparação do iogurte, devido a sua capacidade de fermentar açúcares, formando ácido lático que elimina de seus substratos micro-organismos competitivos; sua qualidade termodúrica torna essas bactérias resistentes a tratamentos térmicos mais baixos; sua capacidade de formar substâncias voláteis altera valores sensoriais e sua incapacidade de sintetizar a maioria das vitaminas exigidas, impedem o crescimento em meios carentes desses nutrientes reguladores (Evangelista, 2005).
As substâncias que chegam não digeridas no intestino são fermentadas pelas bactérias e transformadas em ácidos para serem absorvidos pela mucosa. Elas também podem sintetizar vitaminas relacionadas ao metabolismo humano, como a cobalamina, o fosfato piridoxal, ácido pantotênico, niacina, biotina, tetra hidrofolato e vitamina K (Kaul et al., 2011).
Uma vez que as bactérias atingem o cólon, elas serão nutridas pelos alimentos ingeridos pelo hospedeiro e que não foram absorvidos como as fibras indigeríveis e metabólitos provenientes da atividade enzimática bacteriana, promovendo a quebra desses compostos e consequentemente a geração dos produtos finais da fermentação como ácidos graxos de cadeia curta, etanol e gás (Fava e Danese, 2011).
As bactérias probióticas, em especial os Lactobacillus acidophilus ajudam na estimulação da atividade da lactase da mucosa intestinal, reduzem o tempo de trânsito intestinal do iogurte quando comparado ao leite, diminuindo os sintomas da intolerância à lactose (Penna et al., 2000; Capriles, Silva e Fisberg, 2005).
Para garantir a sobrevivência das bactérias probióticas, o leite utilizado para a fabricação do iogurte foi aquecido a uma temperatura de 45ºC e, para maior viabilidade e crescimento durante a incubação a temperatura necessária para a fermentação normalmente recomendada é de 37 a 40ºC, que favorece sua multiplicação (Oliveira, 2013).
A disponibilidade dos probióticos é importante para garantir sua eficácia na saúde do individuo, portanto recomenda-se em alimentos probióticos, altos níveis de micro-organismos viáveis no trato gastrointestinal –107 UFC/g (Fava e Danese, 2011). De acordo com a ANVISA, para que um alimento seja considerado probiótico “a quantidade mínima viável deve estar situada na faixa de 108 a 109 UFC na recomendação diária do produto pronto para o consumo, conforme indicação do fabricante” (Brasil, 2005). Assim o iogurte natural elaborado pode ser considerado um alimento funcional, pois contem 1012 UFC.
Os probióticos podem influenciar espontaneamente a resposta imunológica, levando a produção de citocinas anti-inflamatórias e direcionamento do aumento da produção de IgA secretora. A degradação de patógenos por enzimas de probióticos reduz a taxa de exposição a antígenos. Estes e outros mecanismos contribuem para reduzir a quantidade de bactérias não benéficas que possam chegar ao trato gastrointestinal (Owehand, 2007).
Foi acrescido ao iogurte o FOS, um prebiótico, estabelecendo ao produto melhor eficácia para o desenvolvimento das bactérias, tornando-o um alimento simbiótico, ou seja, um alimento que contém em sua composição probiótico e prebiótico que afetam de maneira benéfica o hospedeiro (Roberfroid, 1998). A incorporação do FOS na dieta intensifica a viabilidade, adesão e crescimento das bactérias benéficas no trato gastrointestinal mudando a composição de sua microbiota e levando a redução do pH devido a produção de ácidos, que leva a uma diminuição das bactérias patogênicas como a Escherichia coli e o Clostridium perfringens e, consequentemente reduz a formação de metabólitos tóxicos (Santos et al., 2006).
O iogurte elaborado permaneceu armazenado em geladeira a 10ºC obedecendo às condições higiênico-sanitárias, encontrando-se perfeitamente nas condições de consumo, não representando riscos ao consumidor.
Elaboração do rótulo do iogurte
O rótulo nutricional do iogurte natural está descrito na Tabela 2, contendo os nutrientes de declaração obrigatória, além do cálcio.
O teor de carboidratos equivale a 13 kcal do consumo diário desse macronutriente, devido o iogurte possuir apenas os carboidratos do leite. Já o teor de proteína verificado no iogurte representando 70 kcal. Em relação às gorduras, o iogurte foi classificado como integral, por apresentar um teor acima de 3% de gordura, pelo fato de ter sido elaborado com leite integral.
Tabela 2. Rótulo nutricional do iogurte natural
Com a adição do FOS o iogurte tornou-se enriquecido em fibras, por este produto apresentar valores superiores a 10% da ingestão diária recomendada (IDR), conforme RDC 359/2003 (Brasil, 2003) diferindo, portanto, do iogurte tradicional, que é isento deste ingrediente. De acordo com a resolução nº18/1999 de alegações funcionais da ANVISA, o consumo de fibras alimentares deve estar associado a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis. Sua alegação de funcionalidade pode ser utilizada desde que a porção do produto pronto para consumo forneça no mínimo 3g de fibras se o alimento for sólido ou 1,5g de fibras se o alimento for líquido (Brasil, 1999).
Os efeitos do uso de fibras são a redução dos níveis de colesterol sanguíneo e diminuição dos riscos de desenvolvimento de câncer, decorrentes de três fatores: capacidade de retenção de substâncias tóxicas ingeridas ou produzidas no trato gastrointestinal durante processos digestivos; redução do tempo do trânsito intestinal, promovendo uma rápida eliminação do bolo fecal, com redução do tempo de contato do tecido intestinal com substâncias mutagênicas e carcinogênicas (Anjo, 2004).
Além disso, o consumo de FOS ajuda a reduzir diversas patologias humanas associadas ao elevado número de bactérias patogênicas presentes no intestino, como doenças autoimunes, câncer, acne, cirrose hepática, constipação, intoxicação alimentar, diarreia associada a antibióticos, problemas digestivos, alergias e intolerâncias a alimentos e gases intestinais (Yun, 1996).
O iogurte natural apresentou 285mg/200g de cálcio, tornando-o um alimento rico neste mineral por possuir 36% do VD, ultrapassando 10% da IDR. Contudo, o iogurte acrescido com FOS pode aumentar ainda mais a absorção e o balanço de cálcio (Coudray et al., 2003). Além disso, aumenta o número de lactobacilos e bifidobactérias intestinais e ajuda na manutenção da viabilidade dos probióticos, aumentando a proliferação, resultando em maior eficácia funcional (Fava e Danese, 2011).
Análise sensorial
A análise sensorial foi realizada a partir do método sensorial afetivo com utilização da escala hedônica para avaliar o aroma, sabor, cor, consistência e textura pelos alunos do curso de gastronomia da UNA. Após a sensibilização dos alunos sobre os benefícios do iogurte foi realizada a avaliação da intenção de compra e consumo.
O aroma do iogurte natural é produzido pelas substâncias voláteis dos produtos da fermentação do iogurte (Loures et al, 2010). Como é mostrado no Gráfico 1, o iogurte apresentou uma aceitação de 74% dos provadores ao somar as notas referentes ao parâmetro gostar muitíssimo, muito, moderadamente e ligeiramente. Apenas 22% dos provadores marcaram a opção nem gostei/nem desgostei e, 6% declaram desgostar ligeiramente do iogurte.
Gráfico 1. Aceitação de iogurte natural acrescido de FOS em relação ao aroma
Na avaliação do sabor, também característico das substâncias voláteis presentes na fermentação do iogurte, o índice de aceitação foi relativamente bom. Obteve-se 78% da aceitação dos provadores, que foi verificado após somar os parâmetros gostar muitíssimo, muito, moderadamente e ligeiramente. Apenas 11% dos provadores marcaram a opção nem gostei/nem desgostei e, 6% a opção desgostaram moderadamente (Gráfico 2).
Gráfico 2. Aceitação de iogurte natural acrescido de FOS em relação ao sabor
No Gráfico 3 são ilustrados os resultados da análise sensorial para cor e aparência, característica do produto dada pelo aspecto visual, como a homogeneidade e a ausência de grumos (Gonçalves e Eberle, 2009). Obtiveram-se aceitação de 84% dos provadores, após somar os parâmetros gostar muitíssimo, muito, moderadamente e ligeiramente. Apenas 6% dos provadores marcaram a opção nem gostei/nem desgostei e, 11% desgostaram moderadamente.
Gráfico 3. Aceitação de iogurte natural acrescido de FOS em relação à cor e aparência
Em relação à textura e consistência, que representa a espessura do alimento na boca, o índice de aceitação foi de 84%, resultado obtido após a soma dos parâmetros gostar muitíssimo, muito, moderadamente e ligeiramente. Apenas 6 % desgostaram ligeiramente e, 11% marcaram a opção nem gostei/nem desgostei (Gráfico 4).
Gráfico 4. Aceitação de iogurte natural acrescido de FOS em relação à textura e consistência
Para que um produto seja considerado como aceito, em relação as suas propriedades sensoriais, é imprescindível que alcance um Indicador de Aceitabilidade (IA) de, no mínimo, 70%. O IA é calculado analisando a nota máxima alcançada, do produto que está sendo avaliado, como 100% e a pontuação média, em % (Teixeira, Meinert e Barbetta, 1987). Dessa forma o iogurte elaborado obteve-se IA de 79% de aceitação.
Após a análise afetiva houve uma exposição dialogada com os alunos sobre os benefícios dos prebióticos, probióticos e simbióticos. Durante a discussão dos conteúdos os alunos se mostraram interessados pelo tema e elaboraram as seguintes perguntas: em quais alimentos são encontrados os prebióticos? Se consumido em grandes quantidades, esses alimentos provocam gases? O Kefir é um probiótico? Uma aluna relatou que não gostava de consumir o iogurte natural, mas usava o produto para preparação de pratos. Logo após o debate sobre as questões levantadas foi aplicado o questionário de consumo e compra.
Em relação à intenção de consumo, ilustrado no Gráfico 5, verifica-se que ao somar os itens comeria sempre, comeria muito frequentemente, comeria frequentemente, comeria ocasionalmente, comeria raramente, e comeria muito raramente, foi observada uma intenção de consumo de 94% dos provadores, sendo que desses 32% dos provadores comeriam sempre o iogurte natural acrescido de FOS. Apenas 6% nunca comeriam.
Gráfico 5. Intenção de consumo do iogurte acrescido de FOS
A intenção de compra é mostrada no Gráfico 6 e, ao somar os itens compraria sempre, compraria muito frequentemente, compraria frequentemente, compraria ocasionalmente, compraria raramente e compraria muito raramente, foi observada uma intenção de compra de 94% dos provadores, sendo que 33% dos provadores certamente comprariam o iogurte natural acrescido de FOS sempre, e 6% nunca comprariam. Nota-se que esses valores foram similares à intenção de consumo.
O resultado positivo da avaliação do potencial de consumo e compra do produto pode estar relacionado ao interesse dos alunos durante a exposição dialogada, momento em que foram expostos os benefícios dos prebióticos, probióticos e simbióticos presentes no iogurte.
Gráfico 6. Intenção de compra do iogurte acrescido de FOS
Conclusão
O iogurte natural rico em fibras solúveis apresentou boa aceitação e, a quantidade e o tipo de culturas utilizadas garantem a viabilidade celular necessária para caracterizar o iogurte como probiótico, o que justifica sua indicação como produto funcional. O uso do FOS como um adjuvante acrescentou uma eficiência maior ao produto elaborado, dando a ele uma maior credibilidade por gerar vários benefícios à saúde. Além disso, é de fácil acesso ao consumidor podendo ser encontrado em farmácias de manipulação e casas de produtos naturais.
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