Atividade física para idosos: um relato de experiência do Projeto de extensão ‘O tempo não para’ La actividad física para las personas mayores: un relato de experiencia del Proyecto de extensión "El tiempo no para" Physical activity for the elderly: a report extension Project experience “Time does not stop” |
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*Mestre em Educação pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Professor do Departamento de Ciências Humanas - Campus IV da Universidade do Estado da Bahia. Líder do Grupo de Estudos, Pesquisa e Extensão em Educação Especial e Educação Física Adaptada (GEPEFA) e membro do Grupo de Estudo, Pesquisa e Extensão em Educação Física, Esporte e Lazer (GEFEL). **Graduandos em Licenciatura Plena em Educação Física pela Universidade do Estado da Bahia, UNEB, Campus IV. Membros do Grupo de Estudo, Pesquisa e Extensão em Educação Especial e Educação Física Adaptada (GEPEFA) |
Osni Oliveira Noberto da Silva* Geise Sousa Oliveira** Gildison Alves de Souza** Josimere Silva Almeida** Luana Lima de Oliveira** (Brasil) |
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Resumo O objetivo deste artigo foi apresentar um relato de experiência sobre o projeto de extensão “O tempo não para” do curso de Educação Física da Universidade do Estado da Bahia campus IV que teve como público alvo idosos da cidade de Capim Grosso-BA. Percebemos que mesmo com algumas dificuldades ratificamos a importância de projetos deste tipo para a melhoria da qualidade de vida de idosos. Unitermos : Educação Física, Idosos, Atividade física
Abstract The purpose of this article was to present an experience report on the extension project "Time does not stop" the course of Physical Education of Bahia State University campus IV that targeted public elderly in the city of Capim Grosso, Bahia. We realized that even with some difficulties reaffirm the importance of such projects to improve the quality of life of seniors. Keywords: Physical Education, Elderly, Physical activity
Recepção: 17/03/2015 - Aceitação: 29/04/2015
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 20 - Nº 204 - Mayo de 2015. http://www.efdeportes.com/ |
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1. Introdução
Este artigo se constitui em um relato de experiência da efetivação de um projeto de extensão na área de Atividade física para idosos, vinculado ao Grupo de Estudos, Pesquisa e Extensão em Educação Especial e Educação Física Adaptada (GEPEFA), lotado no Departamento de Ciências Humanas, campus IV da Universidade do Estado da Bahia.
Este projeto justifica-se pela grande demanda de idosos existente no Brasil e especificamente no estado da Bahia, pois segundo dados do IBGE (2005), no Brasil, percebe-se que a expectativa de vida está aumentando, conforme passando de 68,6 anos para 71,8 anos.
De acordo com a projeção estatística da Organização Mundial da Saúde (OMS), a população de idosos no Brasil entre 1950 e 2025 crescerá dezesseis vezes contra cinco da população mundial. Atualmente a população idosa é estimada em 15 milhões, o que representa cerca de 9% da sua população, com perspectiva de no ano 2025 a população ser de 34 milhões de idosos – cerca de 15% (Oliveira, 2007).
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) devemos considerar uma pessoa como idosa, aqueles com 65 anos ou mais, no caso de residirem em países desenvolvidos e 60 anos para aqueles que moram em países considerados em desenvolvimento.
Alguns estudos como os de Pacheco e Goldman (2005) mostram que o processo de envelhecimento é um dos responsáveis pelos declínios ou alterações fisiológicas, que contribuem para redução da capacidade funcional e da independência, o que impede ou dificulta a realização das atividades da vida diária.
De acordo com alguns autores (McArdle, 1998; Okuma, 1998; Nieman, 1999; Weineck, 2000) a aptidão física relacionada à saúde tem uma ampla influencia na competência de executar as tarefas do dia a dia e a prevenir enfermidades relacionadas à falta de atividade física regular. De forma geral os autores ratificam os importantes benefícios que a atividade física pode trazer para um envelhecimento saudável e minimizando os efeitos da idade.
Diante disto é muito importante que os idosos tenham sessões de atividade física em sua rotina, por causa da importância da atividade física para a saúde e a qualidade de vida do idoso (Meirelles 1999, Moreira, 2001, Pacheco e Goldman, 2005).
Mesmo mencionada na Constituição de 1988 não existia, até o ano de 1994, nenhuma política voltada exclusivamente para os idosos. Porém, neste mesmo ano foi sancionada a Lei nº 8.842, que dispõe sobre a Política Nacional do Idoso. Este documento inclui algumas menções ao incentivo e à criação de programas voltados para o lazer, o esporte e as atividades físicas, visando ajudar na qualidade de vida do idoso e estimular sua socialização. Suas diretrizes constam no artigo 4º:
I - viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e convívio do idoso, que proporcionem sua integração às demais gerações;
II - participação do idoso, através de suas organizações representativas, na formulação, implementação e avaliação das políticas, planos, programas e projetos a serem desenvolvidos;
III - priorização do atendimento ao idoso através de suas próprias famílias, em detrimento do atendimento asilar, à exceção dos idosos que não possuam condições que garantam sua própria sobrevivência;
IV - descentralização político-administrativa;
V - capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas de geriatria e gerontologia e na prestação de serviços;
VI - implementação de sistema de informações que permita a divulgação da política, dos serviços oferecidos, dos planos, programas e projetos em cada nível de governo;
VII - estabelecimento de mecanismos que favoreçam a divulgação de informações de caráter educativo sobre os aspectos biopsicossociais do envelhecimento;
VIII - priorização do atendimento ao idoso em órgãos públicos e privados prestadores de serviços quando desabrigados e sem família;
IX - apoio a estudos e pesquisas sobre as questões relativas ao envelhecimento.
Outra grande conquista ocorreu em 2003, com a aprovação do Estatuto do idoso pelo congresso nacional. Este importante documento vem a ratificar uma série de direitos, como por exemplo, em seu artigo 3º torna-se uma obrigação da família, da sociedade e principalmente do poder público garantir ao idoso de forma prioritária, a concretização do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.
Partindo desse supracitado percebemos a importância da implantação de um projeto dessa natureza, vindo de um grupo de pesquisa de uma Universidade pública, de modo que os objetivos propostos foram:
Proporcionar atividades físicas em diferentes modalidades, com abordagem recreativa, bem como palestras para a população idosa de Capim Grosso, visando à melhora da qualidade de vida, do bem estar físico, social e emocional dos indivíduos.
Favorecer o intercâmbio científico, técnico e pedagógico entre a UNEB e as diversas Instituições que atendem os idosos.
Propiciar condições de aprendizado e experiência para que os futuros professores de Educação Física, formados pela UNEB – campus IV, possam atuar com idosos.
Promover a interação social do idoso entre si e demais segmentos da sociedade, através das diferentes práticas corporais.
As intervenções ocorreram entre março a junho de 2014 no Centro de Atenção ao Idoso (CAI) da secretaria de assistência social da cidade de Capim Grosso, que segundo dados do IBGE (2010) têm uma população estimada em 26.529 habitantes em seu município.
Os recursos financeiros para o projeto foram mínimos, uma vez que o projeto foi executado em parceria com a Prefeitura Municipal de Capim Grosso, que forneceu os recursos físicos e materiais para a execução do projeto. As atividades aconteceram no período da tarde e da noite, das 15:00 as 18:00 no Centro de Atenção ao Idoso (CAI), sendo divididas em:
Grupo de caminhada;
Atividades de treinamento funcional e jogos;
Atividades artísticas e danças populares.
2. Relato das atividades
Atividades de treinamento funcional e jogos
As atividades de relaxamento aconteciam nas terças-feiras nos horários das 15 ás 17 horas. A receptividade dos funcionários foi boa, sendo que algumas das mulheres ao assistirem a intervenção despertaram interesse em participar junto com as idosas que freqüentam o espaço.
A nossa proposta era trabalhar com treinamento funcional, que tem como um dos objetivos possíveis, minimizar as dificuldades em realizar tarefas comuns do cotidiano das pessoas como, sentar, levantar, pegar objetos em lugares altos, entre outros, por mais simples que pareçam essas atividades, elas são, por muitas vezes, ações que exigem grande esforço da pessoa idosa.
Após dialogarmos com as pessoas e aplicar uma anamnese notamos que as limitações iam muito além das físicas, essa era a menos citada por todos eles, no entanto, percalços como a tristeza, solidão e depressão foram comumente expostos, isso fez com que buscássemos alterar um pouco a proposta inicial que tínhamos em mente. Resolvemos então mesclar o treinamento funcional com brincadeiras populares, brincadeiras essas que elas e ele (havia apenas um idoso participando das atividades, “Seu Gonzaguinha” era como ele gostava de ser chamado, um jovem de oitenta e poucos anos.) brincavam quando crianças.
Uma das dinâmicas foi o “pega-pega” que é uma atividade comumente praticada por crianças desde muitos anos atrás, a proposta para primeira semana foi a seguinte: dividimos o espaço utilizado para as aulas, um auditório, em quatro partes que davam para todos passarem juntos sem problemas, a divisão era feita com cadeiras, cada um dos espaços era um ambiente diferente e tinha que ser atravessado de maneira correspondente ao espaço.
Antes da divisão uma das pessoas se voluntariava para ser o “pegador” ou “pegadora”. Na primeira parte da divisão pedimos para que ele e elas imaginassem uma árvore com a copa gigante e só era possível passar para o outro lado da árvore simulando estar usando os cipós da árvore como cordas, essa atividade demanda grande coordenação motora, pois tinham que sincronizar os passos com os braços erguidos em movimento e ainda se preocuparem em não serem pegos pelo “pegador” ou “pegadora”, além de estimular a coordenação motora dos participantes, era também realizado um aumento da resistência dos músculos deltóides pelo fato de eles estarem com os braços erguidos e em movimento, bem como a ampliação das valências cardiopulmonares dos indivíduos, pois os mesmos estavam andando em ritmo acelerado, pedi para que eles andassem numa velocidade dentro de seus limites.
No segundo espaço pedíamos para que imaginassem uma caverna baixa, onde eles tinham que atravessar agachados, se passasse de pé eles bateriam a cabeça no teto da caverna imaginária, com esse agachamento era fortalecida a região lombar, glútea e das cochas, principalmente o quadríceps, que são grupamentos musculares essenciais para a realização de atividades rotineiras.
No terceiro espaço foi pedido para que imaginassem um lago grande e com água transparente, ou um lugar onde eles costumassem nadar quando jovens, só se poderia atravessar esse lago imaginário com a simulação de nado, essa simulação tinha como objetivo, além de estimular a imaginação dos participantes, enfatizar o recrutamento de músculos da cintura escapular, que são essenciais para atividades que dependem do uso dos membros superiores.
No quarto espaço foi estimulada a imaginarem no chão a existência de uma ponte estreita que só poderia ser atravessada com equilíbrio, com isso, pedi para que ao simular a travessia usassem uma das divisões da cerâmica como referência para a ponte.
Essa atividade gerou claramente bons resultados, todos participavam com evidente alegria por estarem, talvez, vivendo a nostalgia de relembrar como é brincar e rir como crianças. Ao fim da atividade perguntávamos se estavam gostando e o porquê, a maioria das respostas era que eles se esqueciam dos problemas, da depressão e que gostavam de se exercitar e brincar juntos, além disso gostavam das explicações do porquê as atividades aconteciam daquela forma, diziam que fazer sabendo o porquê de tudo e pra que servia era muito mais estimulante.
A segunda atividade proposta foi a “cabra cega”, essa dinâmica foi aplicada apenas quando o número de participantes era maior, entre 10 e 16 pessoas, normalmente esse grupo era formado por familiares. Nessa brincadeira eram espalhadas cadeiras que eram os obstáculos do espaço, então era solicitado que formassem pares, geralmente os familiares ficavam juntos voluntariamente, a prática era; um dos pares iria ficar atrás do outro enquanto o que ficava na frente fecharia os olhos e se deixaria guiar pela sua dupla, a maneira como essa condução era realizada ficava a critério dos participantes, depois de um tempo era revezada a posição dos alunos.
Com isso pretendíamos ampliar a confiança entre os familiares bem como melhorar a sua noção de espaço. Alguns disseram que era proveitoso porque eles um dia precisariam guiar um parente ou outra pessoa com baixa visão a se locomoverem.
Outra das atividades propostas teve como objetivo estimular a noção de lateralidade e reflexos das idosas, para isso foi pedido que fosse formado um círculo, e cada uma segurou uma cadeira em sua frente (era para ser um cabo de vassoura, mas na falta deles foi feita uma improvisação), então os orientei a segurarem a cadeira as equilibrando apenas em um dos pés e então ficarem atentos aos comandos que eram apenas “esquerda” e “direita”, quando uma dessas palavras fossem ditas elas teriam que soltar a cadeira e se dirigir ao lado correspondente ao comando, esse deslocamento deveria ser feito antes que as cadeiras caíssem.
Todas as atividades eram realizadas com aparente prazer pelos idosos, o único empecilho citado por elas era que a tarde fazia muito calor e por conta disso elas não iam com mais freqüência as oficinas.
Atividades artísticas e danças populares
Com a proposta de trabalhar com danças de cunho populares, objetivamos a aproximação com novas experiências corporais, contribuir com o processo de ampliação de formação de vínculos e propiciar um ambiente de interação social. Sendo pensados momentos de aulas práticas e um espaço para reflexão e conversas.
As aulas eram divididas em momentos específicos para melhor apreensão dos conteúdos, iniciando por meio de alongamentos dos membros inferiores e posteriores. Em seguida os ritmos eram apresentados de forma demonstrativa pela estagiária para que pudessem ter a primeira aproximação com os conteúdos e logo em seguida sistematizada de forma gradativa os ritmos iam sendo vivenciados pelas alunas, onde algumas atividades eram realizadas individualmente e outras em duplas.
No momento final da aula era proposta uma avaliação oral, onde cada aluna poderia avaliar as atividades e sugerir algo novo, tornando assim a intervenção uma construção dialogada e adequada a realidade das alunas.
Durante as aulas foi notório que a principio houve alguns embates por conta da dificuldade de interação coletiva. A timidez de algumas alunas também foi motivo de empecilho em determinadas realizações de exercícios propostos através da dança.
Porém, à medida que íamos fortalecendo o contato, elas iam deixando transparecer mais confiança, tanto para com a estagiária, quanto para com as outras colegas. Relações novas foram formadas a partir de cada encontro, pois nem todo mundo ali se conhecia anteriormente, e essa credibilidade que ia se ampliando, facilitava a abertura para novas propostas de exercícios.
Foi preciso conhecê-las antes e ganhar confiança para que depois elas se dispusessem a fazer o que lhes era proposto, e assim obter os resultados esperados. No começo, foram apresentados as alunas, um determinado estilo musical, acreditando ser o que mais se apropriava ao grupo naquele momento inicial, mas, a medida que o trabalho era desenvolvido, era possível notar o que elas necessitavam, e se tornava mais fácil planejar as atividades, visto que ao longo das intervenções elas iam ganhando autonomia e já arriscavam alguns passos espontâneos.
Durante a execução das aulas foram usados recursos tecnológicos como: notebook, pendrive, CDs, caixas de som, e outros apetrechos como bastões e bexigas para dinâmicas.
A experiência foi válida e gratificante, tanto para elas que tiveram a oportunidade de experimentar o novo, como para nós, pois conseguimos alcançar tanto o objetivo da proposta, como dos planos de aula, além de proporcionar momentos de descontração e alegria, sem perder o foco do que foi proposto.
Grupo de caminhada
A caminhada era realizada nas quintas-feiras no horário das 17:00 horas e tendo a Praça Nove de Maio (Praça da Prefeitura), localizada no bairro Nova Morada como local de encontro.
Quando chegávamos a “Praça da Prefeitura” as idosas já estavam aguardando. Antes de iniciarmos as atividades foi aplicada a anamnese a 3 pessoas que ainda não haviam feito esse questionário nos dias anteriores ao inicio das atividades práticas do projeto.
Ao término desse momento, foi proposto o alongamento de membros superiores e inferiores e assim a caminhada teve início as 17:30 horas, sendo feitas 4 voltas na própria praça por reconhecer que tínhamos pouco tempo e este não seria aproveitado se saíssemos do local. Durante todo o percurso procuramos conversar com as idosas, fazendo perguntas, para que assim pudéssemos nos aproximar, buscando uma melhor confiança delas para conosco.
No meio do percurso realizávamos exercícios aeróbicos envolvendo membros superiores e inferiores, fizemos caminhada rápida e lenta e também a marcha. Seguimos para frente do CAI onde terminávamos com alongamento as 18:00 horas.
A estrutura das aulas visava o ensino-aprendizagem dos exercícios de alongamento e aquecimento, sempre reconhecendo a intensidade do esforço realizado pelas idosas. Não foi utilizado nenhum material, sendo assim, somente o peso corporal era requisitado nesta atividade e mesmo assim as idosas se sentiam cansadas e até indispostas a saírem de casa para fazer a atividade.
Algumas nos contavam que o horário, das 17 às 18 horas, não era agradável. Elas sentiam que as deixavam mais cansadas e que o local de encontro deveria ser no CAI porque não teriam aqueles jovens e adolescentes olhando o que elas estavam fazendo (a Praça 9 de maio é também onde os alunos das escolas públicas pegam os ônibus para retornarem a suas casas).
Relataram também que as atividades que participavam pela manhã, principalmente a caminhada, era oferecido um café da manhã o que, segundo as senhoras, incentivava a ida para caminharem.
Algumas idosas reclamavam de dores no joelho, o que era uma preocupação nossa, entretanto por mais que conversássemos algumas ainda teimavam em usar calçados inadequados como sapatilha e sandália rasteira, as demais que utilizavam tênis não se queixavam de dores. Além disso, traziam objetos como sacola e guarda-chuva o que dificultava a boa caminhada, então levávamos pra elas para que caminhassem de forma regular.
Fazer caminhada ao redor da praça não agradou, por conta do calçamento e pelo fluxo de pessoas. A todo o momento nós chamávamos a atenção das idosas e nos preocupávamos por conta do constante tráfego de carros, motos e bicicletas pelas ruas onde a caminhada era realizada. Ressaltando que algumas ruas tinham desnivelamento, o que poderia piorar a situação das que reclamavam de dores.
Este tipo de atividade nos deu liberdade para o planejamento da aula e como foi dito, caminhamos por lugares diferentes no que se diz respeito ao tipo de chão, ao nivelamento, a largura da rua, e até os próprios exercícios aeróbicos realizados nos mostrou que a caminhada não é monótona.
A socialização de assuntos com as idosas também foi de grande valia, conseguimos criar laços afetivos com um grupo diferente do nosso, passamos confiança a elas e assim nos deu mais segurança e interesse no que estávamos fazendo. Percebemos que a atividade em grupo, a constante comunicação e interação as tornavam adolescentes novamente, provando que mesmo na velhice, é importante não perder o interesse pelas alegrias da vida.
3. Conclusões
Mesmo com algumas dificuldades, reconhecemos a importância do Projeto e que seus resultados podem ser o inicio para futuras pesquisas. Foi uma experiência agradável e contribuinte para a nossa formação, vimos que as idosas são animadas, buscam descontração, novas amizades e são flexíveis às atividades propostas.
Após este período de transferência e também de obtenção de aprendizado concluímos que, é possível sim mudar esse quadro que a Educação Física se encontra, criando novos espaços de atuação e ampliando as contribuições sociais para a transformação de uma realidade, sendo este um grande desafio, mas não algo impossível de ser realizado. Apresentando-se como um processo de dedicação, contínua análise da realidade em aula e comprometimento com a proposta e a instituição da qual se realiza a intervenção.
Esperamos que em médio prazo estas ações resultem em uma melhor formação dos egressos nos cursos de Licenciatura em Educação Física do campus IV da UNEB no que diz respeito ao trabalho com idosos. A que se vislumbrar também um maior reconhecimento da Universidade perante a comunidade atendida, proporcionando a população o acesso a todo o conteúdo científico produzido e disseminado dentro dos muros do campus para além da cidade de Jacobina.
Referências
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Moreira, C. A. (2001). Atividade física na maturidade. Rio de Janeiro: Shape.
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Queiroz, C. M. B. (2002). Qualidade de Vida e Políticas no Município de Feira de Santana – BA. Tese de Doutorado apresentada a Faculdade de Saúde Pública da USP.
Weineck, J. (2000). Biologia do esporte. São Paulo: Manole.
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