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Aspectos motivacionais dos alunos nas 

aulas de Educação Física em turno inverso

Aspectos motivacionales de los estudiantes en clases de Educación Física a contraturno

Motivational aspects of students in physical education classes in reverse shift

 

*Bacharel e Licenciado em Educação Física pela PUCRS

Residente Multiprofissional da APESC/UNISC

**Acadêmico da Faculdade de Educação Física e Ciências do Desporto da PUCRS

***Professor orientador da PUCRS

(Brasil)

Juliano Rodrigues Adolfo*
julianorodrigues@unisc.br

Thiago Aguiar**

thiago.aguiar.001@acad.pucrs

Ricardo Reuter Pereira***

ricardo.pereira@pucrs.br

 

 

 

 

Resumo

          O presente estudo busca abordar as mais variadas motivações e estímulos realizados pelo professor de Educação Física no âmbito escolar e que acarretam em maior aprendizagem e desenvolvimento dos alunos do ensino fundamental. Apresenta-se como objetivo a busca de como agir ao encontro dos diferentes ambientes, a variabilidade dos alunos, tentando assim achar maneiras de como se portar, explicar, distribuir funções e demais atividades com os alunos de todos os níveis de educação, baseando-se nos diferentes aspectos dos jogos recreativos, cooperativos e desenvolvimento motor, bem como incluindo os esportes individuais e coletivos. Propôs-se assim, um questionário direcionado aos alunos do Ensino Fundamental sobre as diferentes motivações que os levam a prática da Educação Física, se baseando no convívio sócio-afetivo e as influências que tais estímulos geram no posterior papel desses alunos na sociedade. Os resultados evidenciam como motivos mais importantes para a prática 'o próprio gosto pela atividade física', 'a convivência com os amigos' e 'a importância de aumentar os conhecimentos sobre esportes'. Desta forma, entende-se o professor de Educação Física como um dos principais fatores de motivação enquanto um ser proporcionador dos estímulos que o aluno necessita para sua auto-satisfação físico-motora, cognitiva e sócio-afetiva nos variados estágios de aprendizado.

          Unitermos: Motivação. Educação Física. Ensino Fundamental.

 

Resumen

          Este estudio trata de abordar las más variadas motivaciones y estímulos dirigidos por el profesor de Educación Física en las escuelas y que conducen a un mayor aprendizaje y desarrollo de los estudiantes de primaria. Se presenta como objetivo la búsqueda de la forma de actuar para satisfacer las diferentes entornos, la variabilidad de los estudiantes, tratando de encontrar la manera de cómo se comportan, expresan, distribuyen funciones y otras actividades con los estudiantes de todos los niveles de educación, basada en los diferentes aspectos de los juegos cooperativos y de desarrollo motor recreativas, así como incluyendo deportes individuales y de equipo. Se propuso entonces, un cuestionario dirigido a los estudiantes de primaria sobre las diferentes motivaciones que llevan a la práctica de la Educación Física, basada en la interacción socio-afectiva y las influencias que tales estímulos generan en el posterior papel de estos estudiantes en la sociedad. Los resultados muestran que las principales razones del propio gusto por la actividad física "la práctica, que viven con amigos" y "la importancia de aumentar el conocimiento acerca de los deportes". De esta manera, significa que el profesor de Educación Física es uno de los principales factores de motivación, dosificando los estímulos que el estudiante necesita para su auto-satisfacción física-motriz, cognitiva y socio-emocional en diferentes etapas de aprendizaje.

          Palabras clave: Motivación. Educación Física. Escuela Primaria.

 

Abstract

          This study seeks to address the most varied motivations and stimuli conducted by Professor of Physical Education in schools and that lead to a greater learning and development of elementary school students. It is presented as objective the search how to act to meet the different environments, the variability of students, trying to find ways on how to behave, explain, distribute functions and other activities with students of all education levels, based the different aspects of recreational, cooperative and motor development games as well as including individual and team sports. It was proposed then, a questionnaire directed at elementary school students about the different motivations that lead the practice of physical education, based on socio-affective interaction and the influences that such stimuli generate the subsequent role of these students in society. The results show that the major reasons for the practice 'own taste for physical activity', 'living with friends' and 'the importance of increasing knowledge about sports'. In this way, it means the physical education teacher as one of the main factors of motivation as a being proportioning of stimuli that the student needs for his physical-motor self-satisfaction, cognitive and socio-emotional in varying stages of learning.

          Keywords: Motivation. Physical Education. Elementary School.

 

Recepção: 08/04/2015 - Aceitação: 02/05/2015

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 20 - Nº 204 - Mayo de 2015. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

   Enquanto a tecnologia encanta o mundo com suas informações e interatividades, as crianças são o centro favorito de tais produções, uma vez que essas novidades despertam a atenção pelo lado futurista dos games, cada vez mais modernos com programas e utensílios que já são considerados como indispensáveis para a sobrevivência da espécie humana. Desde o celular, os computadores e os jogos interativos, a vida ficou mais mantida no sofá, na cama, dentro de casa. E isso certamente não é culpa das crianças e/ou adultos, mas sim da quantidade de estímulos que cada uma dessas tecnologias proporcionam.

   O problema é que cada vez mais as famílias permanecem dentro de suas casas, sem praticar nenhuma atividade física, assim não estimulando o lado motor do seu corpo, o que não colabora nenhum pouco com sua saúde, já que comprovadamente o movimentar-se é saúde. Pensando nisso, as empresas criaram jogos mais sofisticados, que em seus movimentos, o próprio jogador executa apenas com controles nas mãos, ou então, mais moderno ainda, o jogo a partir do uso de "laser", o computador detecta o corpo da pessoa e os seus passos e movimentos são representados na tela. Invenção das mais inovadoras, pensando no lado das pessoas não podem sair de dentro de casa. Portanto, esse é mais um desafio para o professor de Educação Física, uma vez que as "atividades de dentro de casa" são mais atrativas na visão dos usuários que a prática de atividades física em grupo, na rua, no campo, ou simplesmente individual em algum processo de aprendizagem.

   Entretanto, o que a atividade física nos proporciona não é apenas o movimento e a competição de um jogo de computador, mas sim uma diversidade de movimentos que acarretam muito além da forma física, mas antes no desenvolvimento motor das pessoas, nos valores adquiridos através do esporte, no convívio com a natureza, na socialização com o outro, em suma, numa formação integral do ser humano.

   Consequentemente o professor deve estar apto a formar estas crianças, compreendendo desde suas diferentes variáveis, como classe social, estágio de desenvolvimento motor, características pessoais, questões relacionadas à saúde, até identificar como tais alunos reagem a determinados estímulos, uma vez que somos diferentes no ato de receber ordens, por exemplo.

   Nosso papel, enquanto professores é tornar a aula de Educação Física em um momento de ensinamento, de divertimento, claro que moderado, de ensino-aprendizagem, de valores que cada um dos esportes nos traz, enfim, várias motivações que não podem ficar de fora das escolas de forma alguma, uma vez que são benéficas a todos que as executam, assim deixando a criança na frente do computador para realizar suas outras tarefas teóricas, mas a levando para a rua em seu momento de exercitar-se, do cuidar da saúde, movimentando seu corpo, umas de nossas funções mais importantes.

   Ao mesmo tempo em que apenas relatar tais fatores para as crianças pode não interferir positivamente no seu lado de pensar na atividade, o que gera uma resistência por parte delas, sabe-se que a união professor, escola e família proporciona uma forma de conquista muito superior neste âmbito, com esses três lados unidos e com objetivos em comum, se torna uma grande força para o sucesso escolar e futuro do aluno.

   A escola deve reconhecer a importância da família na constituição do sujeito, sem, no entanto, considerá-la como a única determinante dessa constituição (Vokoy, 2005). O interesse que o desporto tem vindo a alcançar na nossa sociedade, em todos os seus contextos, pressupõe a necessidade de aumentar de forma significativa, não só os estudos sobre os motivos que levam as pessoas a envolverem-se nas atividades desportivas, mas também os motivos que as levam a não se envolverem (Jesus, 1993; citado por Veigas, 2009).

   Se faz necessário um olhar e conhecimento amplos por parte do professor, uma vez que terá que "competir" com tantas "ofertas" destinadas às crianças. Deve se integrar ao meio que a criança vive, sabendo seus gostos, suas dificuldades, aspectos sócio-econômicos e levar de encontro a esses alunos o seu lado, sua vontade em educar, seu propósito maior como professor. Buscar o "diferencial", usando de estímulos que tragam os alunos ao seu encontro, para que haja uma ligação maior que uma simples aula, mas aspectos que esses alunos possam levar a diante, para suas famílias, amigos e todos que passarem seu caminho, incluindo assim a futura sociedade da qual fará parte. Quando um indivíduo almeja um determinado objetivo insistentemente, ele esta sendo motivado. Machado (1997, p. 175) considera que a "motivação é a insistência em caminhar em direção a um objetivo".

   A motivação tornou-se um problema de ponta em educação dado que a sua ausência é sinônimo de fraco investimento pessoal o que se reflete na qualidade de execução das tarefas de aprendizagem, no desenvolvimento do potencial do aluno (Nichols, 1984; Sternberg, 1998) e também no seu percurso escolar. E esse diferencial que trata dos meios que devemos usar para chamar a atenção dos alunos para a atividade física, buscando vontades e desenvolvendo aspectos motivacionais que façam com que esses alunos tenham prazer em praticar tais atividades físicas. Magill (1984) citado por Moreno et al. (2006) relaciona a motivação à palavra motivo, como uma força intrínseca, um impulso, um propósito, levando o indivíduo a atuar de determinada forma dirigindo as suas ações e a intensidade dos esforços para atingir um objetivo.

   Propõe-se assim, possibilitar aos alunos uma vivência de atividades esportivas e provocar a exploração das próprias possibilidades e limitações corporais, a fim de apresentar um mundo ainda desconhecido para o aluno e desenvolver suas capacidades físicas e cognitivas, assim gerando novos conhecimentos das atividades dadas. As aulas de Educação Física contemplam em si uma imensa variedade de conteúdos, atividades de manifestações corporais criadas pelo homem ao longo dos anos. Podendo ser classificadas como: esportes, jogos, brincadeiras, danças, ginásticas, lutas e outros (Coletivo de Autores, 1992).

   Em estágio de Educação Física, realizado em uma escola estadual de Porto Alegre, com alunos de 7ª e 8ª séries do ensino fundamental, as aulas eram realizadas à tarde, em turno inverso, no Parque Ramiro Souto, um parque com espaço amplo, quadras esportivas, campo de futebol, pista de atletismo, etc. Perto da escola, pois a mesma não possui quadra poliesportiva, tão pouco espaço físico para as aulas. A princípio tivemos certa dificuldade, pois gostaríamos de gerar para a turma um conhecimento e experiência prática de outras modalidades esportivas nos alunos, além de proporcionar a cooperação e a recreação. E eles tinham uma resistência, por estarem acostumados a realizar somente o futebol nas aulas de Educação Física.

   Segundo Ribeiro (2003):

O papel fundamental que o futebol teve na construção da identidade nacional brasileira, na medida em que foi se transformando numa "paixão nacional", compondo de maneira significativa o mosaico da cultura política nacional. Assim como o carnaval e o samba, o futebol é um dos patrimônios culturais brasileiros.

   Independentemente de o futebol fazer parte da identidade e da cultura nacional brasileira, sabe-se que não devemos nos esquecer das outras atividades, como a dança, por exemplo, também citado acima por Ribeiro (2003). Após, juntamente com o professor da turma e os próprios alunos, conseguimos organizar o conteúdo a ser trabalhados nas aulas.A Educação Física Escolar além de ter um papel no desenvolvimento do aluno, tanto na parte física como na parte cognitiva, possui um conteúdo muito amplo a ser trabalhado, como esportes, jogos, danças, lutas, brincadeiras e outros. O professor tem um papel importante de educar e desenvolver seus alunos, pois ele deve sempre estar atento no objetivo e nas práticas dadas em aula, para que seus alunos tenham uma motivação, assim tendo uma maior participação e envolvimento juntamente com o restante da turma.

Metodologia

   Neste estudo participaram 20 alunos adolescentes do sexo masculino, das 7ª e 8ª séries da Escola Estadual de Ensino Médio Anne Frank, localizada no município de Porto Alegre - RS, no 1º semestre do ano letivo de 2011, tendo por objetivo principal da pesquisa a identificação dos aspectos motivacionais que levam os alunos a prática das aulas de Educação Física em turno inverso, bem como as suas motivações durante as práticas da mesma.

   Foi utilizado como instrumento de pesquisa uma adaptação do "Questionário de Motivação para as Atividades Desportivas" - (QMAD). Trata-se de uma versão traduzida e adaptada por Serpa (1992), com base em um instrumento originalmente desenvolvido por Gill et al. (1983), denominado de "Participation Motivation Questionnaire" - (PMQ), para determinar as principais motivações para a prática dos alunos, o que faz com que os alunos gostem das aulas, mas também determinar as motivações que mais contribuem para a não participação dos mesmos nas aulas de Educação Física.

   A aplicação do questionário ocorreu durante o tempo de aula, tendo os alunos colaborado com base no voluntariado e dispondo do tempo necessário para responder a todas as questões. Não houve limite de tempo de resposta aos alunos, verificando-se que todo o processo ocupou cerca de 30 a 45 minutos.

   Os materiais que foram de suma importância para a coleta de dados procederam de livros de leitura corrente, artigos científicos, revistas científicas, dissertações de mestrado e doutorado e documentos governamentais.

Resultados e análise de dados

   Pode-se dizer que é coerente afirmar que o ser humano não vive sem ser motivado a algo, que cada passo que buscamos, cada processo de vida que enfrentamos está ligado as nossas motivações intrínsecas ou extrínsecas. "Vários fatores são capazes de motivar o ser humano em seu dia-a-dia, tanto de forma interna como externa" (Machado, 1997, p. 167). Para tanto tornam-se necessários estímulos externos, para nossa auto-estima, nossos prazeres, confiança e mais fatores que nos elevem positivamente. E com os alunos na escola não é diferente. A motivação pode ser o principal fator a influenciar no comportamento de uma pessoa no processo ensino-aprendizagem, pois ela influi, com muita propriedade, em todos os tipos de comportamentos, permitindo um maior envolvimento ou uma simples participação em atividades que se relacionem com: aprendizagem, desempenho e atenção (Gouveia, 2007).

   Busca-se assim sobre os principais estímulos e motivações que levam os alunos a prática regular de atividades físicas, no caso, nas aulas de Educação Física Escolar, viu-se que estão relacionados vários fatores entre os mais "buscados" pelos alunos com essa prática, além do por que (estímulos) de sua permanência nas aulas e também os motivos relacionados à desistência da prática da Educação Física. Gouveia (2007, p.32) ainda afirma que, "sem a presença da motivação, os alunos em aulas de Educação Física não exercerão as atividades ou então, farão mal o que for proposto. A motivação em questão é a responsável ". Machado (1997, p.173) descreve a motivação como "estado interior, emocional capaz de despertar o interesse ou a inclinação do indivíduo para algo".

   No presente estudo, os resultados revelam uma motivação maior dos alunos quanto a sua participação das aulas de Educação Física, identificando as questões que dizem respeito ao "gostar de aprender novas habilidades" e "a importância de aumentar os conhecimentos sobre esportes e outros conteúdos", respondendo totalmente importante para ambas as afirmações.

   Constata-se que nessas duas afirmações, o papel do professor de Educação Física se faz muito presente, visto que é ele que tem em suas mãos a incumbência e a oportunidade de oportunizar novas habilidades e conhecimentos a seus alunos, tanto em suas aulas práticas, quanto nos conhecimentos teóricos. Para Feijó (1998, p.63), "motivar é todo um processo de mobilização de todas as necessidades existentes ou pré-existentes, necessidades estas que estejam relacionadas aos diferentes tipos de comportamentos, que sejam capazes de satisfazê-las".

   Nas afirmações que diziam respeito ao gosto e continuação nas aulas de Educação Física, os alunos responderam, quase que unanimemente como totalmente importante para "o professor e/ou meus colegas reconhecem minha atuação" e "sinto-me integrado ao grupo", onde se torna notável a questão social envolvente nas atividades físicas, tanto referindo-se aos demais colegas quanto ao próprio professor e seu reconhecimento pós-atividades.

   Já a questão que referia os motivos que eles não gostavam das aulas de educação física, suas respostas vieram de encontro primeiramente ao professor, na afirmação "não sinto prazer na atividade proposta" e por outro lado, referindo a questão social novamente "não me sinto integrado ao grupo". A primeira faz-se notar o quanto a aula do professor de Educação Física e seus conhecimentos e motivações durante a mesma são necessários para os sucessos de aula, aluno e professor. A segunda afirmação vem de encontro ao social, o medo de não estar em grupo, o que a Educação Física tem por solução, desenvolver o ser humano integralmente, tanto nos aspectos motor, cognitivo e sócio-afetivo, buscando a integração de todos esses aspectos para tornar sua aula em um momento prazeroso e de futura autonomia por parte de todos os presentes. Machado (1997, p. 179) descreve que a "motivação refere-se ao comportamento prazeroso e satisfatório obtido por realizar uma atividade".

   Os espaços que a escola possui podem ser vistos com tristeza por não haver um lugar adequado na mesma para a realização das atividades físicas, mas vista com bons olhos, em nossa opinião, os olhos corretos, o espaço onde são realizadas as aulas são os mais motivadores possíveis; no parque, com árvores, quadras, um espaço aberto em uma grande cidade, quantos professores e alunos gostariam de realizar suas atividades e aulas de educação física em espaços como este, mas não podem, por que tem seu ambiente escolar, um fato positivo, claro, quando não chove principalmente, mas com certeza se pudessem realizar em ambientes como este às vezes, seria já uma forma de colocar seus alunos em contato com a natureza, juntando com o esporte, a atividade física e assim interligando seus benefícios, tanto físicos como sociais, principalmente.

   As aulas de Educação Física sendo em turno inverso, pode ser um fator que influencie na presença e na motivação do aluno, uma vez que o aluno deve retornar a escola, muitas vezes distante de sua casa. Assim a Educação Física fora do período pode-se constituir numa dificuldade extra, o que gera como conseqüência em um aumento do número de alunos afastados da cultura corporal. Embora as aulas por serem oferecidas em um parque, com estrutura para a prática, onde possua um ambiente natural, diferente da cidade, já gere uma motivação por si só pela atividade física.

   Os resultados mostraram que os alunos participam das aulas de Educação Física, porque gostam da atividade física e possuem uma vontade de aumentar seus conhecimentos dos conteúdos dados, e também de aprender novas habilidades ou por estarem integrados a um grupo. Foi constatado também que eles não gostam principalmente quando os colegas zombam de suas falhas, assim certo constrangimento com a situação, de ter errado alguma coisa.

   O que nos cabe enquanto professores é esse olhar diferenciado para as aulas de Educação Física, uma vez que em todas as afirmações o que mais se viu foi a motivação extrínseca, partindo do professor, visto que desde o início, os processos onde encontramos nossos alunos, lhes conhecendo, identificando suas dificuldades, suas realidades, e por fim oportunizando a eles uma aula diferenciada, onde se aprenda além das matérias, onde se ensine e se aprenda os valores humanos, valores as vezes perdidos, muitas vezes esquecidos, mas que podem e devem ser vistos na escola, onde tudo se inicia, e, mesmo que não tenha o poder de interferir 100% na vida desses alunos, temos a obrigação de ocupar a maior parte que pudermos na vida de cada um deles.

Considerações finais

   Pesquisou-se neste artigo a motivação dos alunos nas aulas de Educação Física em uma escola publica, em turno inverso ao das outras disciplinas. É preciso lembrar que esta escola não possui espaço para a prática da Educação Física, assim as aulas ocorrem no Parque Ramiro Souto (Redenção), localizada na frente da escola a uma quadra de distância e que oferece a disciplina em período alternado ao das demais disciplinas, uma vez na semana.

   A análise deste artigo só comprovou o quanto é importante a Educação Física Escolar para o desenvolvimento do aluno. E que nós como professores devemos proporcionar diferentes meios de ensino e conteúdos, a fim de promover este desenvolvimento. O aluno tem que saber por meio do professor que esta ali para aprender, e nesse processo de aprendizagem é natural errar para buscar o objetivo desejado. A Educação Física Escolar deve ter um papel de aprendizagem, por tanto de ensino e não de auto-rendimento esportivos, onde é o que ocorre na maioria das vezes. Atividades de recreação e cooperação, além de serem motivacionais para a prática, podem contribuir para a formação do aluno e agregar valores no individuo, como respeito ao outro por exemplo. Não falamos na exclusão dos esportes nas aulas, mas sim de um melhor aproveitamento desses conteúdos na aula de Educação Física. Também com diversas outras práticas podemos fazer com que o aluno experimente e realize vivencias dos mais variados tipos, para que o mesmo possa levar este gosto pela atividade para o resto de sua vida. Além disso, a prática de atividade física, conforme já discutimos é capaz de contribuir para o desenvolvimento integral do individuo. E os alunos manifestaram o desejo de experimentar novos desafios e emoções, fato este que comprova a necessidade de uma renovação educativa escolar visando uma melhoria na qualidade de ensino e na formação integral dos indivíduos.

Adaptação do Questionário de Motivação para as Atividades Desportivas - (QMAD)

Questionário

Antes de tudo, o nosso muito obrigado pela sua participação.
Este estudo faz parte do Estágio Escolar em Ensino Fundamental (anos finais) do curso de Educação Física da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).

O questionário é anônimo, confidencial e de resposta voluntária, no entanto, para posterior análise estatística, pedimos que respondas às seguintes questões:
1. Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino
2. Idade: _____(anos)
3. Série: ( ) 7ª ( ) 8ª
4. Local de residência: ( ) Porto Alegre ( ) Outro município. Qual? _________________
5. Qual sua modalidade esportiva favorita? ____________________________________
6. Quantos dias por semana pratica atividade física? _____________________________

A classificação é a seguinte:
1 - Nada importante
2 - Pouco importante
3 - Importante
4 - Muito importante
5 - Totalmente importante

Leia cada uma das afirmações abaixo. Não leve muito tempo a indicar sua resposta em cada afirmação. Não há respostas certas ou erradas. Preencha todas as questões.

1 - Participo das aulas de Educação Física por que:
( ) gosto de atividades físicas.
( ) mantenho a forma.
( ) estou com meus amigos.
( ) as aulas me dão prazer.
( ) gosto de aprender novas habilidades.
( ) acho importante aumentar meus conhecimentos sobre esportes e outros conteúdos.

2 - Eu gosto das aulas de Educação Física quando:
( ) aprendo uma nova habilidade.
( ) dedico-me ao máximo à atividade.
( ) o professor e/ ou meus colegas reconhecem minha atuação.
( ) compreendo os benefícios das atividades propostas em aula.
( ) sinto-me integrado ao grupo.
( ) o que eu aprendo me faz querer praticar mais.
( ) movimento o meu corpo.

3 - Não gosto das aulas de Educação Física quando:
( ) não consigo realizar bem as atividades.
( ) não me sinto integrado ao grupo.
( ) não sinto prazer na atividade proposta.
( ) meus colegas zombam de minhas falhas.
( ) alguns colegas querem demonstrar que são melhores que os outros.
( ) exercito pouco o meu corpo.
( ) não há tempo para praticar tudo o que gostaria.

Muito obrigado pela sua colaboração!

Bibliografia

  • Brasil. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Ensino Fundamental (1998). Parâmetros curriculares nacionais: educação física. Brasília: Secretaria de Ensino Fundamental, v.7.

  • Coletivo de Autores (1992). Metodologia do ensino da educação física. São Paulo: Cortez.

  • Fontaine, A. M. (2005). Motivação em Contexto Escolar. Lisboa: Universidade Aberta. 232 p.

  • Feijó, O. G. (1998). Psicologia para o esporte: corpo e movimento. 2ª ed. Rio de Janeiro: Shape. 185 p.

  • Gil, D., Gross, J. Huddleston, S. (1983). “Participation Motivation in Youth Sports”. International Journal of Sports Psycology, Vol XIV, pp 1-14.

  • Gouveia, F. C. Motivação e Prática da Educação Física. Disponível em: http://br.geocities.com/norbasjr/motivacao.htm. Acesso em 09/06/2011.

  • Machado, A. A. (1997). Psicologia do Esporte: Temas emergentes. 1ª. ed. Jundiaí: Ápice Editora. v. 2000. 191 p.

  • Moreno, R; Dezan, F.; Duarte, L. & Schwartz, G. (2006). Persuasão e motivação: Intervenções na atividade física e no esporte. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, 11 (103). http://www.efdeportes.com/efd103/motivacao.htm

  • Ribeiro, Luiz C. (2003). Brasil: futebol e identidade nacional. EFDeportes.com, Revista Digital. Bueno Aires, Ano 8 – Nº 56 – Janeiro. http://www.efdeportes.com/efd56/futebol.htm

  • Serpa, S. (1991). Motivação para a prática desportiva. In F. Sobral e A. Marques, Coordenação. FACDEX – Desenvolvimento Somato-Motor e Factores de Excelência na População Escolar Portuguesa. Lisboa: Ministério da Educação. Direcção Geral do Ensino Básico e Secundário. Direcção Geral dos Desportos. Gabinete Coordenador do Desporto Escolar. Fevereiro.

  • Veigas, J. (2009). Motivação para a prática e não prática no desporto escolar (2009) Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Disponível em: http://www.psicologia.com.pt. Acesso em: 11/06/2011.

  • Vokoy, T. (2005). Psicologia escolar em educação infantil: reflexões de uma atuação. Revista Psicologia Escolar e Educacional, vol. 9, nº 1, 95-104.

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