As políticas de implantação de tecnologias na escola: uma análise da distribuição e utilização de tablets em Ouro Verde de Goiás Las políticas de implementación
de tecnologías en la escuela: un análisis Technology deployment policies in
schools: a distribution analysis |
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*Bacharelado em Educação Física pela UFG **Graduação em Pedagogia (UEG) e Artes Visuais (UFG) Especialização em Gestão Educacional (UEG) ***Mestrado em Ciências da Motricidade pela UNESP Doutorado em Desenvolvimento Humano e Tecnologias pela UNESP |
Julyne Santos Barbosa* Cleima Maria dos Santos Barbosa** Flórence Rosana Faganello Gemente*** (Brasil) |
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Resumo Diante das políticas de governo que visam equipar as escolas com computadores e salas de informática, de modo a contribuir para a melhoria da educação, este trabalho teve como objetivo verificar as impressões dos professores da rede Estadual do município de Ouro Verde de Goiás, a respeito da distribuição dos tablets, como eles estão sendo utilizados e as modificações no processo de ensino e aprendizagem proporcionada por esta ferramenta. Os resultados demonstram que embora a maioria dos professores considera boa a política de distribuição dos tablets, ela não veio acompanhada de políticas de formação de professores e de melhorias na estrutura da escola, ocasionando assim a não utilização da ferramenta pelos professores da escola. Unitermos: Tecnologia. Educação. Tablets.
Abstract Given the government policy of equipping schools with computers and computer rooms in order to contribute to the improvement of education, this study aimed to determine the perceptions of teachers of the network of public schools in Ouro Verde de Goias about the distribution of tablets, how they are being used, and the changes in the teaching and learning process provided by this tool. The results show that although most teachers consider the distribution of tablets a good policy, it was not accompanied by policies for teacher education and improvements in the structure of the school, thus producing non-use tool for school teachers. Keywords: Technology. Education. Tablets.
Recepção: 29/03/2015 - Aceitação: 26/04/2015
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 20 - Nº 204 - Mayo de 2015. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
Atualmente, a humanidade vive um processo de transformações sociais e culturais acentuadas, proporcionado pelo avanço do desenvolvimento tecnológico. É praticamente inevitável a presença das tecnologias em nossas atividades diárias, as quais, constantemente invadem e modificam o nosso cotidiano. É possível perceber essas transformações no trabalho, em nossas casas, em nossas atividades de lazer, na saúde, nos transportes, nos meios de comunicação e informação, dentre outros. Segundo Bianchi (2009) o desenvolvimento tecnológico está diretamente relacionado com a evolução da humanidade, uma vez que, ele é responsável por uma série de modificações que ocorrem em todas as áreas da nossa vida. Como menciona Tepedino (2004) “[...] a marca do avanço tecnológico é definitiva em nossa civilização”.
Cientes das inúmeras transformações ocasionadas devido à rapidez com que as tecnologias são incorporadas às nossas vidas em todas as suas dimensões, consideramos que a escola, instituição historicamente responsável pelo acesso e construção do conhecimento não pode ficar à margem dos avanços tecnológicos e, que a união das tecnologias com a educação pode trazer diversos benefícios para o desenvolvimento do trabalho docente e para a aprendizagem dos alunos. Como ressalta Tepedino (2004) a junção da educação com as tecnologias pode proporcionar a implantação de novas abordagens de ensino-aprendizagem e estratégias pedagógicas. A tecnologia na escola pode trazer ganhos significativos para o aprendizado. Estes ganhos podem ser expressos não somente em termos do enriquecimento de conteúdo, mas também sob a forma de motivação para alunos e professores.
Contudo, o fato da escola ser equipada com ferramentas tecnológicas não garante que elas serão utilizadas pelos professores, também não significa que ocorrerá uma melhora das práticas pedagógicas e da aprendizagem dos alunos. Para não reduzir o potencial interativo e inovador das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), é preciso que a escola se organize e reestruture seu currículo, que a formação profissional seja adequada e novas práticas sejam elaboradas para favorecer a construção coletiva de conhecimento entre professores e alunos. De acordo com Marinho (2006) sem uma ressignificação, as tecnologias, por si só, não serão motivos de mudanças nas escolas. Segundo Masetto (2010), tampouco seu uso será justificado se o objetivo de facilitar a aprendizagem, não for determinado e alcançado.
A fim de acompanhar o desenvolvimento tecnológico e considerando os possíveis benefícios que as tecnologias podem proporcionar para a melhoria da aprendizagem, verificamos que o governo em seus três níveis (municipal, estadual e federal) está criando políticas de governo para inserir diferentes recursos tecnológicos nas escolas públicas brasileiras, tais como: computadores, data show, net books e tablets, além da implantação de salas de informática. Um exemplo dessa política é a distribuição, realizada pelo governo federal, no ano de 2013, de tablets para os professores regentes efetivos da escola Estadual de Ouro Verde de Goiás.
Conhecendo os benefícios que as tecnologias, se inseridas de forma planejada, acompanhada de ações de formação para professores, podem favorecer para a construção do conhecimento, este trabalho teve como objetivo verificar as impressões dos professores da rede Estadual do município de Ouro Verde de Goiás, a respeito da distribuição dos tablets feita pelo governo federal, como os eles estão sendo utilizados e as modificações no processo de ensino e aprendizagem proporcionada por esta ferramenta.
Metodologia
Para o desenvolvimento desta pesquisa, aplicamos um questionário misto, com perguntas abertas e fechadas, aos professores regentes e efetivos, no ano de 2014 e, realizamos uma entrevista com a diretora da escola estadual de Ouro Verde de Goiás, a fim de entender a política de implantação dos tablets na escola.
Os questionários foram entregues aos oito professores regentes e efetivos da escola estadual. Porém uma professora optou por não responder o questionário. Assim, participaram da pesquisa sete professores efetivos da escola. As questões eram referentes à motivação dos professores em receber o tablet, como estão utilizando e o que pensam dessa iniciativa do governo federal.
Resultados
Sobre a motivação em receber o tablet, duas professoras afirmaram que apenas seguiram as instruções da direção da escola, ou seja, apenas receberam a ferramenta sem expectativas. Nesse sentido, podemos inferir que essas professoras não consideram que a distribuição dos tablets foi relevante no sentido de auxiliar no desenvolvimento de suas aulas e contribuir para a aprendizagem dos estudantes.
Já os demais professores gostaram da iniciativa do governo, sendo que 3 desses professores consideram que o tablet é uma ferramenta que pode contribuir para o desenvolvimento de aulas mais dinâmicas. Como podemos observar nas respostas apresentadas:
A oportunidade de dinamizar minhas aulas com recursos tecnológicos, tornando as aulas mais interessantes (P.2).
É uma oportunidade para dinamizar as aulas, tornando essas aulas mais interessantes para os alunos e conseqüentemente mais proveitosas em relação à aprendizagem (P.4).
Achei interessante por ser um veículo tecnológico inovador para leitura de livros, revistas (P.1).
As respostas apresentadas por esses professores seguem na direção das idéias que Belloni (1999) nos apresenta. Segundo a autora, as ferramentas tecnológicas possibilitam novas formas de se pensar o ensino e aprendizagem de professores e alunos, seja utilizando como recursos didático-pedagógicos ou também como objetos que promovem a reflexão.
No entanto, mesmo com a aprovação da iniciativa do governo e reconhecimento que as tecnologias podem dinamizar as aulas. Quando perguntados se estão utilizando o tablet em suas aulas, todos os professores responderam que não estão fazendo uso da ferramenta. A razão apresentada por 3 dos 7 professores é o fato da escola não possuir internet ou suporte para utilizá-lo. Como podemos observar nas afirmações abaixo:
Na escola não há internet disponível, portanto torna o uso inviabilizado (P.6).
Porque não temos sinal de internet na escola, o laboratório está desativado por falta de técnicos (P.2).
Não temos Wi-fi na escola em que trabalho (P.5).
Certamente a internet é um importante recurso tecnológico e nos possibilita o desenvolvimento de diversas práticas pedagógicas. Porém, a dependência da internet na escola para usar o tablet pode ser devido à falta de conhecimento de outras formas de uso, como também de outros recursos como jogos e softwares educacionais que não dependem da internet para serem utilizados.
Entretanto, essas afirmações revelam que o governo federal não se preocupou em oferecer uma estrutura adequada quando tomou a iniciativa de distribuir os tablets. Com isso, não há possibilidade dos professores explorarem a ferramenta em todas as suas possibilidades. Neste caso, a disponibilidade da internet na escola facilitaria o uso dos tablets pelos professores.
Além da falta de internet, outro motivo dos professores não estarem utilizando a ferramenta, é o fato de não terem passado por uma capacitação. Ou seja, os professores apenas receberam o tablet, não tiveram nenhum curso de formação para conhecer formas de como desenvolver práticas pedagógicas com a utilização do tablet. Como podemos observar nas afirmações:
Não houve capacitação, não há suporte na escola (P.1).
Não recebi nenhuma orientação para utilizá-lo (P.4).
Nesse sentido, consideramos que com mais capacitação os professores poderiam explorar outras formas de uso, sem depender somente da internet, uma vez que, sem conhecimento sobre a ferramenta e como desenvolver novas práticas pedagógicas com ela, o uso fica limitado, ou até mesmo inviável.
A capacitação para o uso de tecnologias é necessária, os professores receberam a ferramenta, mas para que possam utilizá-la em suas aulas é preciso conhecimento, formação direcionada ao uso das tecnologias e para a elaboração de novas práticas pedagógicas. Como afirma Gomes (2002) somente à presença de tecnologias na escola não garante que estarão sendo utilizadas para proporcionar situações inovadoras para a aprendizagem. Para que tais situações aconteçam o professor é um sujeito fundamental desse processo.
Desse modo é necessária uma formação constante e atualizada para que o professor possa inserir as tecnologias de forma crítica e criativa em suas aulas. Como registram Bianchi, Pires e Vanzin (2008), não basta à escola se equipar com as diversas tecnologias. É preciso a construção de uma proposta pedagógica e o oferecimento de uma formação continuada para os professores, que envolva o planejamento metodológico com a utilização das TICs.
Vale destacar que, de acordo com os relatos da diretora durante a entrevista, a escola em questão não prevê um curso que capacite os professores para o uso do tablet, no sentido de planejamento de aulas e estratégias de acordo com sua área de atuação. A diretora da escola revelou também que, existe a possibilidade dos professores passarem por um curso para aprenderem procedimentos técnicos que será oferecido pelo Núcleo de Tecnologia Educacional (NTE). Porém, é preciso que a escola disponha de uma internet de qualidade, o que não acontece no momento, como relata a diretora:
Não tem data prevista para o início do curso de capacitação pra utilização do tablet, o NTE se dispôs a oferecer o curso, porém a escola tem que oferecer uma internet potente para o curso acontecer e, nós no momento não temos essas condições [...] se quisermos internet teremos que bancar por que o governo já deixou claro que não fará isso (D).
Embora também seja necessário dominar a ferramenta para que os professores possam explorar suas potencialidades, aprender a manusear a ferramenta não é a maior necessidade dos professores efetivos da escola estadual de Ouro Verde de Goiás. Uma vez que, apenas dois professores responderam que não sabiam manusear o tablet quando o receberam. Como ressalta Cysneiros (2003) a tecnologia educacional é diferente, pois uma coisa é ensinar qualquer pessoa a manusear uma ferramenta tecnológica, outra coisa é ensinar educadores a utilizá-la em ambiente escolar, objetivando ensinar e/ou aprender algo novo.
Assim, além de saber manusear a ferramenta é fundamental que os professores sejam capazes de elaborar novas práticas pedagógicas com o auxílio das tecnologias, que possibilitem a participação ativa e colaborativa dos estudantes. Caso contrário, velhas práticas pedagógicas serão reproduzidas com novos recursos.
Nesse sentido, para que as políticas de equipar as escolas com tecnologias possam produzir transformações nas práticas pedagógicas, é preciso também investir em políticas de formação de professores. Não apenas formação direcionada para uso instrumental das tecnologias mas que proporcionem a apropriação crítica, reflexiva e criativa das TICs. Apenas com professores capacitados as tecnologias poderão contribuir para a aprendizagem dos estudantes e formação de cidadãos consciente, autônomos, que saibam utilizar de forma crítica e criativa as tecnologias.
Outro aspecto que precisa ser levado em consideração ao inserir as TICs na escola é a sua infraestrutura. Segundo Leite e Ribeiro (2011) é preciso oferecer condições para que os professores consigam introduzir as tecnologias em suas aulas. Para isso é necessária uma mudança no ambiente escolar, equipar uma sala de aula com tecnologias desde as mais simples até as mais sofisticadas, de fácil acesso do professor e dos alunos. Assim, será possível oferecer uma educação de qualidade.
No entanto, diante das afirmações dos professores e da diretora da escola de Ouro Verde de Goiás, verificamos que essas questões não foram levadas em consideração pelo governo federal ao distribuir os tablets para os professores efetivos, pois não existe, ao menos, uma política para a instalação de internet na escola.
Também perguntamos aos professores o que pensam sobre a iniciativa do governo federal em distribuir tablets para os professores, quatro professores consideram boa, porém precisa ser melhorada; dois avaliam como muito boa e um professor respondeu regular. Os professores que consideram que a iniciativa foi boa, afirmam que não foi satisfatória a forma como esse recurso chegou, uma vez que, o tablet deveria vir acompanhado de cursos para capacitação, condições de trabalho e estrutura adequada da escola. Como podemos verificar nas seguintes afirmações:
A iniciativa é boa, a forma como esses recursos têm chegado ao professor é que não são satisfatórias. Geralmente são jogadas em nossas mãos e depois vêm as cobranças (P.2).
Boa, porém, a escola deveria ter wi-fi para facilitar as pesquisas durante as aulas (P.5).
A iniciativa seria boa, se tivesse os meios cabíveis para o bom funcionamento e não só recebê-lo sem orientação. Muitos professores, acredito que a maioria, estão insatisfeitos, pois alguns não conseguiram nem acessar o uso do tablet. O governo tem que viabilizar não só o objeto, mas condições adequadas de uso, para que o educador possa viabilizar e diversificar suas aulas (P.6).
A qualidade do produto também é um fator que interfere no modo como o professor vai utilizá-lo, um produto de má qualidade limita as possibilidades de uso por parte do professor. Nesse sentido, uma professora afirmou que o governo federal teve uma boa iniciativa, porém, seria necessário que a ferramenta tivesse uma boa qualidade para que o uso seja efetivo. Como mostra a afirmação abaixo:
Iniciativa boa, mas deveria repassar uma mercadoria boa (P.3).
Os dois professores que acharam a iniciativa do governo muito boa, ressaltaram o fato de que atualmente os alunos estão cada vez mais envolvidos com o mundo digital e também pela possibilidade de melhoria do ensino. Como podemos observar nas respostas:
Muito boa, pois o alunado está totalmente envolvido no mundo digital e tecnológico (P.4).
O governo na minha opinião teve uma ótima iniciativa, com possibilidade de melhoria nas aulas e no ensino (P.7).
De fato, atualmente as crianças e adolescentes estão cada vez mais envolvidos com o mundo digital, como ressalta Grossi et al (2014), as crianças e adolescentes do século XXI, nasceram cercados pelas TICs, cresceram em meio à revolução das comunicações, assim se adaptaram a tudo isso com muita naturalidade. Desse modo, como demonstra as falas dos professores (P.4) e (P.7), utilizar ferramentas tecnológicas, nesse caso o tablet, podem melhorar o ensino. Todavia, como menciona Cysneiros (2003) a proposta da inserção de tecnologias na escola é justificada pela melhoria da aprendizagem e não somente do ensino, também da possibilidade dos alunos construírem o conhecimento junto com os professores e, não que o professor a utilize apenas para melhorar sua qualidade de exposição. Assim, o tablet sendo utilizado apenas por professores não garante uma maior interatividade e participação dos alunos na construção do conhecimento. É necessário tornar o aluno sujeito ativo do processo de aprendizagem. A distribuição de tablets também aos alunos é mencionada por uma das professoras:
Acho que é uma iniciativa regular, seria interessante que antes houvesse suporte nas escolas e que oferecessem também aos alunos. Os tablets deveriam ser distribuídos também aos alunos da 3ª série do Ensino Médio com duas revistas de circulação semanal, [...] (P.1)
As informações apresentadas são, também, justificativas dos professores por não estarem utilizando o tablet. É importante destacar que nenhum professor está fazendo o uso do tablet em suas aulas e, não estão fazendo nenhum outro uso dele. Desse modo, esse investimento, assim como outros que o governo federal já fez por essa escola como, por exemplo, o envio de netbooks para que os alunos pudessem utilizar durante as aulas, estão sendo recursos desperdiçados, pois não trouxeram melhorias para a aprendizagem dos alunos e não estão sendo utilizados. Como apresenta uma professora:
A escola já possui vários netbooks que estão encostados por falta de internet e porque são fracos, muito difícil de trabalhar. Agora manda um tablet de baixa qualidade e só faz propaganda dos investimentos. Não modula mais o dinamizador, não disponibiliza técnicos, o sinal de internet é fraco, ou seja, estamos acumulando lixo eletrônico nas escolas.” (P.2)
A resposta dessa professora mais uma vez, reforçam que as tecnologias por si só não garantem melhor aprendizagem dos alunos, como enfatizam Martin-Barbero (2000), Orozco (2002) e Kenski (2007). Além disso, comprova a imposição acelerada das tecnologias apresentadas por Martín-Barbero (2004). Ou seja, devido às políticas de governo, as escolas recebem computadores e outros recursos tecnológicos, sem que tenham estrutura para recebê-los. Neste caso, verificamos ainda, que os recursos distribuídos pelo governo não são de boa qualidade, dificultando ainda mais o uso efetivo das tecnologias por professores e alunos e, revelam o investimento do dinheiro público em políticas que não contribuem para a melhoria da qualidade da educação pública do país.
Considerações finais
Os resultados apresentados reforçam o que outras pesquisas realizadas sobre esse assunto já constataram, que apenas oferecer um recurso tecnológico aos professores, não é suficiente para garantir uma educação de qualidade para os alunos, uma vez que a ferramenta tecnológica por si só não possibilita aulas inovadoras e, sem o uso adequado, essa ferramenta se torna inútil dentro da escola. Desse modo, para que as TICs possam vir a contribuir para uma educação pública de qualidade, é preciso dar o aparato necessário, como: condições de trabalho para os professores, estrutura adequada na escola e, principalmente, capacitação aos professores para o uso das tecnologias, que os ensinem a manusear a ferramenta, mas também auxilie na elaboração de novas práticas pedagógicas. Ademais, vale destacar que é importante também que os alunos sejam envolvidos nesse processo, que eles sejam sujeitos ativos no processo de construção do conhecimento. Isso só será possível se as TICs chegarem até eles, dando possibilidade de manusearem e interagir com o professor.
Por meio desse trabalho, verificamos que existem falhas na iniciativa do governo federal ao distribuir os tablets para os professores da rede estadual da cidade de Ouro Verde de Goiás. Essa ferramenta é mais uma das que já foram distribuídas e não estão sendo utilizadas por professores e alunos. Embora os professores reconheçam as possibilidades que as tecnologias podem oferecer, eles relatam que a escola não tem estrutura para receber essas ferramentas, mencionam também que não estão capacitados para o desenvolvimento de práticas pedagógicas com o uso das tecnologias. Como destaca Bianchi (2009) os órgãos federais, estaduais e municipais estão investindo na distribuição das tecnologias para a educação. Todavia, verificamos a falta de políticas que precisam acompanhar a distribuição de tecnologias na escola.
Diante dessas constatações, para que as TICs possam contribuir para a formação de cidadãos que saibam explorá-las de maneira crítica e criativa, é fundamental que políticas direcionadas a melhoria da estrutura da escola, da formação dos professores e das condições de trabalho acompanhem as políticas de distribuição de recursos tecnológicos para as escolas. Caso contrário, o uso de tecnologias na escola não será efetivo de maneira a contribuir com o processo de ensino e aprendizagem.
Bibliografia
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Bianchi, P. (2009). Relato de experiência em mídia-educação (Física) com professores da rede municipal de ensino de Florianópolis/SC. Anais do XVI COMBRACE. Salvador.
Bianchi, P; Pires, G. de L; Vanzin, T. (2008). As tecnologias de informação e comunicação na rede municipal de ensino de Florianópolis: possibilidades para a Educação (Física). Linhas, Florianópolis, v.9, n. 2, p. 56-57, jul./dez.
Cysneiros, P. G. (2003). Fenomenologia das novas tecnologias na educação. Revista da FACED. Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia. n.07, p. 89-107.
Gomes, N. G. (2002). Os computadores chegaram à escola: E agora professor? IV Seminário de Pesquisa em Educação da Região Sul. Florianópolis.
Grossi, M. G. R. et al. (2014). A utilização das tecnologias digitais de informação e comunicação nas redes sociais pelos universitários brasileiros. Texto Digital. Florianópolis, Santa Catarina.
Kenski, V. M. (2007). Educação e tecnologias: O novo ritmo da informação. Campinas: Papirus.
Leite, W. S. S; Ribeiro, C. A N. (2012). A Inclusão das TICs na realidade brasileira: problemas e desafios. Magis. Revista internacional de investigación en educación. Setembro.
Marinho, S. P. P. (2006). Novas tecnologias e velhos currículos; já é hora de sincronizar. Revista E-Curriculun, São Paulo, v.2, n.3, dez.
Martín-Barbero, J. (2004). Ofício de cartógrafo: Travessias latino-americanas da comunicação na cultura. São Paulo: Edições Loyola.
Martín-Barbero, J. (2000). Desafios culturais da comunicação à Educação. Comunicação & Educação, São Paulo, n.18. p. 51-61.
Masetto, M. T. (2010). Mediação pedagógica e o uso da tecnologia. In: Moran, J. M; Masseto, M. T; Behrens, M. A. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 17ª ed. Campinas: Papirus.
Orozco, G. G. (2002). Comunicação, Educação e Novas Tecnologias: Tríade do Século XXI. Comunicação & Educação. n.23, p. 57-70, jan./abr.
Tepedino, S. A. S. (2004). A autoformação do professor para uso de tecnologias digitais na educação. Belo Horizonte.
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EFDeportes.com, Revista Digital · Año 20 · N° 204 | Buenos Aires,
Mayo de 2015 |