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A prática esportiva e a construção de valores: 

uma análise da realidade nas aulas de Educação Física Escolar

La práctica deportiva y la construcción de valores: un análisis de la realidad en las clases de Educación Física Escolar

The sports practice construction of values: an analysis of reality in school Physical Education Classes

 

*Mestrando em distúrbios do desenvolvimento

Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo

**Mestrando em Ciências da Saúde, Faculdade de Medicina do ABC, Santo André, SP

Faculdade Nossa Cidade, Carapicuíba, SP

***Doutora em Ciências, Faculdade Nossa Cidade, Carapicuíba, SP

****Doutorando em Educação Física, Faculdade Nossa Cidade, Carapicuíba, SP

Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, SP

Arcenio José Ferreira Junior*

Luiz Fernando de Lima Paulo**

Claudia de Oliveira Ayala***

Vinicius Barroso Hirota****

vbhirota@gmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          O esporte é considerado como um dos instrumentos que a educação física escolar faz uso a fim de atingir o desenvolvimento global do ser humano, dentro do aspecto motor, social, psicológico, físico entre outros, portanto esse estudo teve como objetivo discutir e avaliar como vem sendo desenvolvida e difundida a prática esportiva nas aulas de educação física. Através de uma pesquisa descritiva entrevistamos 10 professores de escolas públicas e particulares (cinco de cada) e os resultados mostraram que os professores enfatizam objetivos educacionais em suas aulas práticas, não priorizando o rendimento; os mesmos estão preocupados com o envolvimento de todos e que valores como cooperação e emancipação e coeducação devem estar presentes nas aulas de educação física.

          Unitermos: Educação Física Escolar. Esporte. Prática profissional.

 

Abstract

          The sport is rated as one of the instruments that physical education makes use in order to achieve the overall development of human beings within the motor aspect, social, psychological, physical, among others, so this study aimed to discuss and evaluate how comes being developed and widespread practice sports in physical education classes. Through a descriptive study interviewed 10 teachers (five public schools and five private schools); The results showed that teachers emphasize educational goals in their classes, not prioritizing income, are concerned with the involvement of all and that values ​​such as cooperation and emancipation must be present in physical education classes.

          Keywords: School Physical Education. Sport. Professional practice.

 

Recepção: 28/02/2015 - Aceitação: 15/04/2015

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 20 - Nº 204 - Mayo de 2015. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Apesar da intensa produção científica na área da Educação Física e dos avanços conceituais acerca dos conteúdos a serem trabalhados durante as aulas, as concepções predominantes ainda manifestam um entendimento de ser humano fragmentado. Tentando obter respostas a essas indagações, vários autores deram sua visão ao fenômeno, entre eles temos Capitanio (2003), Galvão (2002), Paim (2001), Vianna (2004).

    Corrêa, Moro e Sabedotti (2002) relatam que a Educação Física pode contribuir para uma transformação social, com fins de formarem cidadãos críticos, autônomos e solidários, Korsakas e De Rose (2002), Galvão (2002), também encontramos a Educação Física, ou seja, a atividade física como um meio de motivação. Na visão de Vianna (2004), Paim (2002), outro ponto importante que leva grandes discussões é a questão da competição, onde encontramos vários pais e até professores preocupados somente com o resultado imediato em seu filho ou aluno de serem melhores do que os outros, preparando e colocando na cabeça da criança que o importante é vencer. Mas será que o importante é sempre vencer? Na visão de Capitanio (2003) as instituições educacionais e alguns profissionais falham em não assumir uma postura ética, de coragem e dizer não para a sedução que o esporte exerce sobre todos nós.

    Silva et al. (2014) complementa dizendo que educadores físicos, devem estar atentos em despertar o exercício da cidadania através, pelo, e com o exercício físico, através do movimento humano.

    Ao longo deste trabalho mostra-se que o educar e o lazer não se adversam, ao contrário, é dar ao esporte o sentido social que dele se pode obter, ensinando a lidar com a perda e a conquista, com a vitória e com a frustração. Entender que a atividade física pode ser uma ferramenta que auxilie na construção de valores educacionais, na formação de crianças e jovens, preparando-os para a vida.

    É portanto um trabalho entre escola, direção, professor e pais devendo sempre estar em evidencia, como afirma Marangoni e Hirota (2013) a participação dos pais é de grande importância para a o desenvolvimento da moral dos indivíduos dentro do esporte. Devemos estar atentos a temas que possam excluir os fatores relacionados ao gênero, uma vez que o professor deve facilitar a participação de todos nas aulas de educação física, mesmo que o tema seja futebol, prática esta muitas vezes masculinizada, difundindo o esporte para com todos os alunos (Santos e Hirota, 2012).

    Portanto esse estudo teve como objetivo discutir e avaliar como vem sendo desenvolvida e difundida a prática esportiva nas aulas de educação física e verificar se a prática esportiva pode contribuir para um desenvolvimento completo de um individuo, ou seja, além de seu desenvolvimento motor e físico, podemos formar um cidadão critico que saiba respeitar e questionar as regras e outras questões que vierem a ser impostas principalmente pela mídia, desenvolver valores, atitudes, conceitos e procedimentos.

Metodologia

    Esta é uma pesquisa descritiva no campo de investigação da Educação Física, tendo como referência a pesquisa descritiva (Thomas e Nelson, 2002). A coleta de dados foi feita através de um questionário com nove perguntas, aberta e fechada, e os dados foram discutidos a partir da análise do conteúdo (Bardin, 2009).

    Tendo a forma de estudo e coleta de dados definidos, direcionamos nossa atenção a seleção dos participantes estabelecendo os seguintes critérios: 1. Profissionais de educação física e/ ou esportes formados na área, ou seja, licenciados ou bacharéis; 2. A escola da amostra foi feita por conveniência, portanto, optou se por escolher 5 participantes que lecionavam em escolas privadas e cinco de escolas públicas ambos da cidade de São Paulo, os participantes das escolas privadas tinham média de idade de 39 anos e das escolas públicas média de idade de 41 anos.

    Para que os sujeitos participassem da pesquisa foram entregues os Termos de Consentimento Livre e Esclarecido, e estando os mesmos de acordo em participar da pesquisa recebiam os questionários, sendo que as perguntas seguiram uma ordem, as primeiras de caráter mais diretivo e de assuntos pontuais, como informações básicas do entrevistado e as outras seguiram um caráter mais aberto, sendo direcionada para questões de relevância da pesquisa. Aos sujeitos participantes da pesquisa não houve nenhum custo adicional, uma vez que os pesquisadores se direcionaram as escolas onde foram coletados os dados.

    Os resultados estão apresentados, fazendo uso da estatística descritiva (média, desvio padrão e porcentagem) e recorte das principais falas dos entrevistados.

Resultados e discussões

    Os resultados deste estudo estão apresentados respeitando a seqüência das perguntas, representadas pela letra P, e também a seqüência dos entrevistados, sendo estes identificados como SP (Sujeito Escola Privada, que variam de 1 a 5, ou seja, SP1, SP2, SP3, SP4 e SP5) e SE (Sujeito Escola Pública, igualmente variando entre 1 a 5, nomeando os sujeitos como SE1, SE2, SE3, SE4 e SE5).

    O Primeiro questionamento foi qual o tempo de formação e atuação na área de Educação Física?

    De acordo com os resultados podemos observar que o tempo médio de formação total do grupo total é de 16,5 anos (±8,91), sendo que deste total o tempo de formação dos professores de educação física das SP é de 16,2 anos (±7,67), e das SE foi de 16,8 anos (±9,98). Em relação ao tempo de atuação o grupo total apresenta se como ativos com média de 17,2 anos (±8,69), os professores das SE tem tempo de atuação de 17,6 anos (±9,58) e das SP 16,8 anos (±7,67). Este valor apresenta-se diferente uma vez que alguns dos professores levaram em consideração o seu tempo de estágio como parte da vida profissional. Realizando a testagem de diferença entre médias de tempo de atuação e tempo de formação não observamos significância (p=0,867).

    Sobre a formação e o tempo de atuação dos professores que participaram da pesquisa, pode-se observar que apenas dois são recém formados, com menos de cinco anos da sua graduação e os demais são formados na década de 70, 80 e 90.

    Outro dado importante é que cinco dos dez que responderam o questionário atuam a mais tempo do que são formados e os outros cinco tem o mesmo tempo de atuação e formação. Sendo assim, este resultado de cinco professores atuarem na área, mesmo antes de se formarem, mostra que dificilmente eles trabalhavam o desenvolvimento integral de um aluno e se preocupava com as fases e etapas do desenvolvimento humano, levantado por Capitanio (2003), nesta situação eles não teriam informações e conhecimentos suficientes para um trabalho de transformação através da prática esportiva defendido pela maioria dos autores presentes na revisão de literatura.

    Dos profissionais que participaram da pesquisa somente três possuem especialização na área, sendo dois destes atuantes no ensino privado e um no ensino público. Um sujeito dos entrevistados tem pós graduação stricto sensu – mestrado na área, atuante em escola privada

    Quando perguntados sobre o nível de satisfação com a profissão, 70% estão muito satisfeitos, e os 30% restante responderam estar satisfeitos; 3 dos professores da SP tem satisfação plena, e 2 estão somente satisfeitos, e na SE quatro dos cinco estão muito satisfeitos.

    Quanto ao conteúdo ministrado, em especifico as modalidades esportivas, podemos observar que a maioria dos professores trabalham com as quatro modalidades básicas: futebol, basquete, vôlei e handebol, exceto uma professora que dá aulas apenas para Educação Infantil. E outro ponto que chamou a atenção, é o fato de que nas escolas do estado terem mais professores que trabalham com ginástica olímpica (três), em relação às escolas particulares (uma), sendo que teoricamente os particulares tem melhores e mais completos equipamentos para tal prática esportiva.

    Quando questionamos se os professores organizam seus objetivos educacionais, levando em consideração o ensino e a aprendizagem de valores (respeito, cooperação trabalho em equipe, entre outros) e Justificar, apresentou-se as seguintes respostas:

SP1. Sim, através das aulas no dia a dia dando campeonatos e muitos jogos cooperativos.

SP2. Sem dúvida, é um dos principais objetivos que fundamentam minhas aulas.

SP3. Sim. Considero mais importante os valores de respeito, cooperação, trabalho em equipe do que os ensinamentos esportivos e motores, pois, sem isso nunca teremos uma boa equipe e muito mais um bom aluno.

SP4. Sim, estão todos interligados. O trabalho de habilidades motoras em jogo, e os valores de cooperação, respeito, integração são muito importantes para qualquer área de trabalho.

SP5. Sim, trabalhamos visando a formação integral do educando a fim de desenvolver, não só psicomotricidade, como o percepto-cognitivo e sócio-afetivo = respeito mútuo, cooperação, etc.

    Os sujeitos das escolas públicas responderam:

SE1. Sim, porque sem esses valores não existe meios de desenvolver trabalhos e também a formação do ser humano como um todo.

SE2. Claro, o aluno deve ser visto como um “todo”, onde o processo de ensino-aprendizagem vai além dos limites da escola.

SE3. Avaliamos em meu trabalho o quesito afetivo/social que abrange itens como participação, interesse, respeito, compreendendo os objetivos da escola.

SE4. Sim, em todas as aulas procuro abordar os diversos valores, nunca trabalho o esporte isolado.

SE5. Sim, porque só assim o aluno vai dar valor ao que está aprendendo, sempre respeitando os seus limites e dos seus colegas.

    Quanto à organização de objetivos educacionais, todos os professores dizem que levam em consideração o ensino-aprendizagem de valores como: o respeito, cooperação, trabalho em equipe, integração, sócio-afetivo através de jogos cooperativos, roda de conversa, indo de encontro a diversos autores como Ferraz (1997) que fala da importância da participação das crianças em jogos de regras, cooperativos, entre outros. Também na mesma linha de Brotto (2001), que vai de encontro com o objetivo do trabalho que é uma formação integral do aluno, um desenvolvimento como um todo.

    O próximo questionamento foi se Você professor acredita na educação através da prática esportiva? Justifique.

    Os sujeitos das escolas particulares responderam:

SP1. Sim, pois como diz a pergunta anterior podemos trabalhar e ensinar aos alunos através das regras, respeito, cooperação, tudo isso através de uma prática prazerosa.

SP2. Sim, o esporte atua embasado nos princípios e valores acima citados.

SP3. Sim, desde que o professor realmente assuma o papel de educador que lhe é devido, o que não vemos normalmente, infelizmente.

SP4. Sim. Os valores atitudinais expressos durante as atividades esportivas são importantes, para serem ressaltados em debates com os alunos. Atitudes de esportistas de torcidas, etc.

SP5. Sim, atividades esportivas existem regras para serem cumpridas e os alunos sabem que sem as regras e o respeito mútuo a atividade não se desenvolve de forma completa.

    Os sujeitos das escolas públicas responderam:

SE1. Sim, porque a prática esportiva envolve o trabalho com disciplina e dedicação, assim o aluno aprende a ter concentração e melhora o raciocínio, conseqüentemente vem à melhoria na sala de aula.

SE2. É através da educação das práticas esportivas é que desenvolvemos os valores éticos, morais, sociais e de cidadania. Na educação física o aluno vivência tudo isso na prática.

SE3. Depende do que se chama educação (hoje o termo vulgarizou-se) se considerarmos os princípios da atividade física – corpo, mente, SIM. Se considerarmos previstos da disciplina, perseverança, controle emocional, socialização – SIM. Caminho para o dinheiro no esporte – NÃO (Hoje os adolescentes, em geral, pensam assim)

SE4. Acredito plenamente, pois através dessa é possível aprender a respeitar, a aceitar a diversidade humana, a conviver a sociabilizar entre outros.

SE5. Sim, porque através das regras os alunos respeitarão a todos os seus companheiros.

    Sobre a educação através da prática esportiva, todos os professores, tanto das escolas particulares, como das escolas públicas, acreditam que o esporte é um instrumento necessário e imprescindível. Fica claro nas respostas que vários fatores trabalhados e aprendidos nas aulas são transferidos para a vida cotidiana, como o respeito às regras e aos colegas, a percepção que trabalhando em equipe você pode atingir o objetivo mais facilmente, e tudo isso pode ser trabalhado em uma prática esportiva, segundo respostas dos professores, indo de encontro ao objetivo do trabalho de diversos autores presentes nesta pesquisa, como Galvão (2002) e Guimarães et al. (2001).

    Ficou claro que nos diversos autores citados neste trabalho como Mendonça et al. (2002), Capitanio (2003), entre outros e algumas respostas da coleta de dados que é possível desenvolver valores através da prática esportiva e que muitos professores têm consciência desta importante ferramenta que tem em mãos, porém percebe-se que alguns professores só percebam isso na teoria e ainda algumas vezes não muito claro.

    Na pergunta sobre O que você acha do programa interdisciplinar (Interação da Educação Física com outras disciplinas), e Justifique, obtivemos as seguintes respostas:

SP1. Acho bom e legal, pois os alunos aprendem sempre e se envolvem em vários projetos independente de disciplina.

SP2. Bastante interessante, e importante, pois ajuda a valorizar e esclarecem a importância da atividade física e da disciplina Educação Física.

SP3. Excelente se ele existisse na prática e não apenas na teoria.

SP4. Quando bem elaborado e objetivo sempre bem vindo

SP5. Acho importante integrar as matérias, pois os alunos devem saber que a educação física está co-ligada com tantas outras áreas.

    Os sujeitos das escolas públicas responderam:

SE1. Bom, porque assim um acaba auxiliando o outro. Muitas vezes o aluno que tem dificuldade em sala de aula, tem facilidade na Educação Física. É bom ter uma transferência de outras disciplinas e a Educação Física.

SE2. Uma disciplina completa a outra, pertencemos a um processo total e global, e não com fim em si mesmo.

SE3. Teoricamente funciona. Já na prática não. Os professores de áreas diferentes têm grande dificuldade em reuniões que todos estejam para um planejamento comum.

SE4. A interdisciplinaridade é muito interessante, porém para que ela seja produtiva é necessário a interação de todos os professores e uma análise prévia de quais temas abordar.

SE5. Ótimo. É uma ótima forma de interagir com todos os alunos e os professores.

    Quanto ao programa interdisciplinar, todos os professores responderam que é uma importante estratégia, quando bem elaborado, porém nem sempre utilizados, já que, segundo eles, é uma boa oportunidade de mostrar o verdadeiro objetivo da Educação Física, mostrando que pode contribuir para um desenvolvimento completo do aluno, onde uma disciplina pode completar a outra.

    Uma resposta interessante de ser citada, é a do SE1 “muitas vezes o aluno que tem dificuldade em sala, tem facilidade na Educação Física”, diante desta colocação, fica claro a sensibilidade do professor, quanto a possibilidade de uma disciplina ajudar a outra, podendo ser aproveitada essa maior aproximação que muitas vezes o professor de Educação Física tem para diagnosticar e trabalhar algum tipo de bloqueio ou dificuldade que o aluno tenha, e muitas vezes a professora da sala de aula, não consegue identificar e só olha para os pontos negativos do aluno. Essa postura do professor pode ser comparada com a pedagogia crítica de Corrêa, Moro e Sabedotti (2002), para uma reflexão crítica de todo o processo e resultado da aula.

    O próximo questionamento foi se Você professor se preocupa em saber a satisfação e envolvimento do grupo durante as aulas? Argumente.

    Os sujeitos das escolas privadas responderam:

SP1. Sim, pois procuro saber se eles estão interessados e gostando da atividade proposta.

SP2. Sempre, pois é diante desta preocupação que podemos melhorar a qualidade das aulas e das atividades.

SP3. Sim. É necessário uma auto-avaliação constante para o desenvolvimento de um trabalho competente e responsável.

SP4. Sim. É sempre bom ter pessoas que se envolvam com prazer e interesse nas aulas.

SP5. Sim. No final do mês conversamos com o grupo para fazermos um feedback das atividades realizadas no período.

    Enquanto os sujeitos das escolas públicas responderam:

SE1. Sim, porque um bom trabalho só pode ser desenvolvido com satisfação de ambas as classes. E muitas vezes o professor acha que a aula está ótima, mas não está dentro da realidade dos alunos. É sempre bom ter um feedback.

SE2. Lógico, o nosso plano de ensino nem sempre vai de encontro com os interesses do grupo, por isso o plano de aula de aula é flexível e conforme o momento e expectativa do grupo alteramos ou não.

SE3. Hoje os próprios alunos passam esta satisfação, seja pelo empenho/desanimo, seja por comunicação verbal. Cabe ao professor esta percepção e interesse.

SE4. Sim, para poder evoluir e atender as expectativas dos alunos.

SE5. Sim, porque eu procuro ver o rendimento de todos os grupos. Auxilio e cobro de todos muita participação.

    Sobre a preocupação em saber a satisfação e envolvimento do grupo durante as aulas, foram observados que todos os professores têm esta preocupação e eles justificam que auxilia na melhora da qualidade da aula, eles descobrem o momento de mudar ou dar mais tempo para uma atividade, com esse feedback as aulas podem evoluir e atender as expectativas dos alunos e dos professores e, principalmente, o professor vai percebendo qual a melhor estratégia de motivação para fazer com que todos os alunos participem e interagem nas aulas, ficando bem próximo das idéias de Vianna (2004) e Paim (2001) que defendem que as aulas tem que ser motivamente, que desperte o interesse dos alunos, pois a motivação constitui-se um dos elementos centrais para um desenvolvimento bem sucedido.

    Por fim foi perguntado os professores sobre qual o critério utilizado para a avaliação? E os sujeitos das escolas privadas responderam:

SP1. Avaliação continua aula a aula e individual.

SP2. Aspectos Psicomotores, cognitivos e afetivo-social.

SP3. Observação, participação, avaliações práticas e teóricas tudo de 0 a 10, com os seguintes critérios: psicomotor; afetivo-social e cognitivo.

SP4. Avaliação através da observação das habilidades motoras trabalhadas, freqüência nas aulas, interesse e participação. Avaliação teórica de temas desenvolvidos nas etapas.

SP5. Verifico desenvolvimento psicomotor, percepto-cognitivo e sócio afetivo.

    Os sujeitos das escolas públicas responderam:

SE1. Participação em aulas, disciplina e desempenho não esportivo simplesmente, mas como aluno atuava no início do trabalho e como ele está no dia da avaliação.

SE2. Eu faço uma avaliação constante do aluno, no seu esforço de superar dificuldades em seus atos e ações, seus argumentos, críticas, e todo seu desenvolvimento de aprendizagem.

SE3. Trabalho com = psicomotricidade – prática – temporadas e provas práticas; cognitivo – aula teórica – prova escrita – afetivo-social – comportamental.

SE4. Avaliação é feita toda aula, onde observo participação coordenação, ritmo, compreensão e também a evolução de cada aluno.

SE5. Disciplina; rendimento em aula; participação em aula; desenvolvimento em trabalhos em grupo.

    Quanto ao critério utilizado para avaliação dos professores, pode-se observar que há uma variedade de critério, onde três professores de escolas particulares e dois de estaduais avaliam os aspectos psicomotores, cognitivo e afetivo-social, durante o período de trabalho, já os professores restantes avaliam a aula, seu esforço, participação, coordenação, rendimento em aula, interesse, entre outros.

    Das respostas obtidas os dois métodos de avaliação presentes são definidos por Barbosa (2001) como formativa é aquela realizada durante todo o ano letivo, no qual o professor tentará detectar as falhas existentes no processo ensino-aprendizagem e avaliação somativa, que tem por objetivo verificar o resultado do processo ensino-aprendizagem ao final de uma unidade ou ano letivo, sendo esta última mais genérica abrangendo um conteúdo maior.

    Sendo que o terceiro tipo de avaliação, deste autor citado não é adotado por nenhum dos professores que responderam o questionário, no qual é chamado de avaliação diagnóstica onde é realizada no início do ano letivo, e tem o objetivo de dar ao professor informações sobre o nível de conhecimento ou habilidades que o aluno já possui para ai fazer um planejamento partindo deste ponto.

Considerações finais

    Considerando a análise dos resultados e os objetivos do trabalho, início pela discussão da educação através da prática esportiva. Dentro daquilo que as respostas mostraram é possível que sua prática promova mudança de comportamento que afetam diretamente nos valores individuais e coletivos das pessoas, transformando-os, seja para uma educação que promova a conscientização de uma cidadania autônoma, crítica e solidária.

    Concluiu-se também a importância do professor ser criativo, que conheça a natureza e os processos de formação das estruturas cognitivas complexas e amplas para motivar seus alunos no caminho do saber, o trabalho docente tem que se transformar em algo dinâmico, significativo e funcional, onde o aluno deixa de ser um agente passivo para ser ativo e transformador do meio em que vive, levando o aluno a uma reflexão crítica através de valores passado e trabalhado dentro de aulas de Educação Física. Desta forma cabe a nós, decidir que tipo de cidadãos queremos formar e que tipo de cidadania queremos promover o que vai garantir esta prática e a capacidade do educador de se perceber agente transformador da própria realidade, ou seja, a realidade da educação.

Referências

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