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O uso indiscriminado de suplementos alimentares 

nas academias de ginástica: um risco à saúde

El uso indiscriminado de suplementos dietéticos en los gimnasios: un peligro para la salud

The indiscriminate use of dietary supplements in the gyms: a health risk

 

*Licenciado em Educação Física

Especialista em Treinamento Desportivo

**Mestre em Educação nas Ciências

(Brasil)

Eliomar Pereira dos Santos Costa*

Maicon Junio Oliveira*

Leandro Ferraz**

professorleandroferraz@gmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O presente estudo teve por objetivo avaliar os riscos que o uso indiscriminado de suplemento pode trazer à saúde do indivíduo. Na sociedade contemporânea é perceptível a rápida ampliação das academias e da crescente ingestão de suplementos alimentares bem como o aumento da oferta de diversas marcas no mercado. Assim, objetivou-se estudar o uso indiscriminado de suplementos alimentares nas academias de ginástica. A busca por um corpo musculoso, “ideal”, ou seja, um corpo esteticamente perfeito, idealizado pela sociedade, aquele que apresente um baixo percentual de gordura a curto prazo, faz muitas pessoas, principalmente jovens, recorrerem ao uso abusivo de suplementos alimentares sem nenhuma orientação médica. A amostra foi composta por 100 indivíduos, de ambos os sexos, selecionados ao acaso, cuja faixa etária está compreendida entre 18 a 30 anos. A pesquisa foi realizada por meio de aplicação de um questionário onde foram avaliados dados pessoais, conhecimento e opinião sobre suplementos alimentares. Os resultados demonstraram deficiência por parte dos entrevistados em relação ao conhecimento sobre o suplemento. É fato que, o uso de suplementos alimentares sem orientação, sem prescrição pode implicar riscos à saúde do indivíduo. Desta forma analisa-se indispensável o conhecimento do profissional de educação física sobre suplementos alimentares sendo ele o profissional de referência dentro das academias de ginástica.

          Unitermos: Academia de ginástica. Riscos. Suplementos alimentares.

 

Abstract

          This study aimed to evaluate the risks of the indiscriminate use of supplement can bring a person's health. In contemporary society is noticeable rapid expansion of academies and increasing intake of dietary supplements as well as the increased supply of various brands. The objective was to study the indiscriminate use of dietary supplements in the gyms. The search for a muscular body, "ideal", i.e. an aesthetically perfect body, created by society, one that presents a low percentage of fat in the short run, makes many people, especially young people, resort to excessive use of dietary supplements without any medical advice. The sample consisted of 100 individuals of both sexes, selected at random, whose age ranges from 18 to 30 years. The survey was conducted through a questionnaire that evaluated personal data, knowledge and opinion on food supplements. The results demonstrated deficiency of the interviewees in relation to knowledge about the supplement. It is a fact that the use of dietary supplements without guidance, without prescription can pose risks to health of the individual. Thus analyzes indispensable knowledge of physical education professional about dietary supplements being the reference within the professional gyms.

          Keywords: Fitness center. Risks. Dietary supplements.

 

Recepção: 27/02/2015 - Aceitação: 29/03/2015

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 20, Nº 203, Abril de 2015. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Atualmente a procura por suplementos nutricionais, sobretudo pelos proteico-energéticos, é fato cada vez mais comum entre os freqüentadores de academias de ginástica, notadamente impulsionados pelo desejo do ganho de massa muscular. Tais suplementos, além de serem utilizados com fim ergogênico, têm sido também usados para melhorar a estética nas academias de ginástica. O que se observa em muitas academias é que o uso indiscriminado destes suplementos é influenciado por instrutores, professores ou treinadores, atingindo 31% dos praticantes de exercícios físicos, não havendo, em muitos casos, a orientação por nutricionistas e/ou médicos esportistas (Garcia, 2003).

    É público que atualmente um dos aspectos que caracterizam a sociedade consumista contemporânea é a eminente importância atribuída à valorização e culto ao corpo. Aliada a isso, a vida do homem moderno dos grandes centros urbanos resulta em alto fator de impacto para doenças relacionadas ao estilo de vida. Segundo dados do Ministério da Saúde divulgados no ano de 2011, aproximadamente 48,5% da população brasileira estão com sobrepeso e 15,8% já são considerados obesos. Estes dados refletem o perfil alimentar da população brasileira, em que 34,6% consomem carnes com excesso de gordura e ingestão regular de refrigerantes por 29,8% (Castro, 2013).

    Observa-se ainda que nas últimas décadas, o corpo tornou-se alvo de uma atenção redobrada com a propagação de técnicas de cuidado e gerenciamento dos corpos, tais como dietas, musculação e cirurgias estéticas. Homens e mulheres investem cada vez mais tempo, energia e recursos financeiros no consumo de bens e serviços destinados à construção e manutenção do corpo. A busca por um corpo musculoso, “ideal”, ou seja, que apresente um baixo percentual de gordura em curto prazo faz muitas pessoas, principalmente jovens, recorrerem ao uso abusivo de suplementos alimentares sem nenhuma orientação médica.

    Desse modo, a utilização de suplementos alimentares tem-se tornado cada vez mais popular, principalmente entre os jovens, praticantes de atividades físicas. Tal aumento motivou o presente estudo. Sabe-se que a suplementação alimentar é indicada quando o organismo necessita de complementação na alimentação. Todavia, observa-se que está sendo feita sem necessidade e orientação de um profissional da área especializada e é mais comum do que se possa imaginar.

    É notório que academia é um dos locais bastante tendenciosos à dispersão de “padrões estéticos estereotipados”, tipo corpo magro, com baixa quantidade de gordura ou com elevado volume de músculos. Somando a isso, existe ainda certa cobrança da sociedade e da mídia em relação ao corpo padrão, o que, por sua vez, contribui para o aumento no uso de suplementos.

    Cumpre mencionar que a Portaria n° 32 de 13 de janeiro de 1998 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, aprovou o Regulamento Técnico para Suplementos Vitamínicos e ou de Minerais e os define, como alimentos que servem para complementar com estes nutrientes a dieta diária de uma pessoa saudável, em casos onde sua ingestão, a partir da alimentação, seja insuficiente ou quando a dieta requerer suplementação.

    Ainda segundo a Portaria n°222 de 24 de março do mesmo ano, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária os produtos classificados como “Repositores hidroeletrolíticos para Praticantes de Atividade Física; Repositores Energéticos para Atletas; Alimentos Protéicos para atletas; Alimentos Compensadores para Praticantes de Atividade Física; Aminoácidos de Cadeia Ramificada para atletas” são considerados como Alimentos para Praticantes de Atividade Física, uma categoria de produtos com finalidade e públicos específicos.

    Portanto, esta pesquisa apresenta como problema: Quais os principais riscos para a saúde do indivíduo que faz uso indiscriminado e abusivo de suplementos alimentares?

    Devido a esse uso indiscriminado de suplementos alimentares por pessoas sem informações e que, possivelmente apresentarão graves e sérias consequências, realizou-se a presente pesquisa para mostrar às pessoas que o uso não se resume apenas aos atletas e que os jovens que frequentam academias estão cada vez mais fazendo uso abusivo e indiscriminado dos mesmos sem considerarem que esses podem causar sérios efeitos colaterais ao organismo.

    Diante do exposto, a pesquisa em tela tem como objetivo principal avaliar o uso indiscriminado de anabolizantes nas academias e seus efeitos bem como os riscos que traz à saúde de quem o usa. Para tanto, torna-se necessário: caracterizar os suplementos quanto à sua origem e seu conceito e os tipos e formas mais utilizadas; Identificar os tipos e formas de suplementos mais utilizados pelos jovens nas academias bem como os efeitos colaterais do uso de suplementos em ambos os sexos.

    A pesquisa justifica-se, pois embora os meios de comunicação de massa veiculem com certa freqüência acerca do consumo dessas substâncias nas academias de musculação, e chamado a atenção para os casos de efeitos colaterais graves decorrentes de seu uso abusivo, na sociedade consumista contemporânea o “culto ao corpo” tornou-se prioridade sobrepondo-se a qualquer custo. Portanto, o anabolizante é visto como uma droga poderosa que permite ao organismo trabalhar mais rapidamente, proporcionando resultados quase instantâneos e milagrosos com recompensa imediata.

    Desse modo, justifica-se ainda pelo escopo de uma análise acerca dos riscos e da ação dos anabolizantes no organismo dos praticantes de musculação e, assim, colaborar com os inúmeros estudos atuais que buscam esta resposta ainda não confirmada, vez que no Brasil, estudos que abordem o uso de anabolizantes são escassos, não existindo dados epidemiológicos que indiquem a extensão do consumo dessas substâncias.

    A metodologia utilizada neste estudo caracteriza-se enquanto forma de abordagem, quantitativa, enquanto objetivo, descritiva e enquanto procedimentos técnicos, bibliográfica e de campo.

Origem e conceito de suplementos alimentares

    A busca por uma corpo atlético/perfeito faz parte dos desejos humanos desde épocas remotas. As questões relativas a essa busca advêm desde os antigos atletas gregos. Aqueles já se preocupavam com o consumo de alimentos especiais, como carne de gazela, pois acreditavam que algumas características do alimento seriam transferidas para aqueles que a consumissem. (Castro, 2013).

    Percebe-se que, de certa forma, os gregos não estavam totalmente equivocados, vez que o processo de nutrição corresponde às funções orgânicas para absorção de nutrientes com diversas finalidades como: energia, construção e reparo de tecidos e regulação da fisiologia corpórea. (Baumgratz, 2013).

    Os suplementos alimentares priorizam aumentar o tecido muscular, ofertar e produzir energia para o músculo, minimizar os efeitos da fadiga, aumentar o alerta mental, reduzir a gordura corporal, diminuir a produção e aceleração da remoção de metabólicos tóxicos do músculo (Dantas, 2005, p.363). É comprovado que os Suplementos Alimentares são recursos ergogênicos usados para melhorar a performance e desempenho dos consumidores nas atividades esportivas e fitness, principalmente na musculação, onde muitos praticantes procuram obter resultados em curto período de tempo.

    Pelas normas brasileiras, os suplementos para praticantes de atividade física, pelas normas brasileiras são divididos em: repositores hidroelétricos, energéticos, protéicos, compensadores e aminoácidos de cadeia ramificada (Biesek, 2005, p.283). Apresentando ação nutricional, farmacológica, fisiológica, psicológica e biomecânica (Dantas, 2005, p.362). Todavia, segundo Aoki (2004, p. 44), para ser eficiente a suplementação nutricional precisa suprir alguma carência de certos nutrientes ou exercer efeito farmacológico-fisiológico sobre o processo celular.

    Como demonstra Lollo e Tavares (2007) em seus estudos, a os praticantes de musculação representam a maior incidência no número de consumidores de suplementos alimentares devido à possibilidade da musculação poder ser usada tanto para o desenvolvimento de força muscular, como para a "modelação" corporal” fato este que se baseia na crença de melhora de performance e resultados estéticos. É uma forma de “abreviar o caminho” aos resultados que desejam e potencializar os efeitos esperados.

    Por suplementos alimentares, entendem-se produtos a base de vitaminas, minerais, extratos, aminoácidos, metabólicos ou combinações destes. No Brasil, a portaria número 222 da Secretaria de Vigilância Sanitária estabelece como ‘’Alimentos para Praticantes de Atividades Físicas” (Nogueira, 2013).

    Segundo a Revista Brasileira de Medicina e Esporte (2010), o consumo de suplementos apesar de poder ter restrições, é uma prática eu faz parte da realidade das academias, onde o ambiente favorece o uso desse produto.

    Sabe-se que a indicação de suplementos alimentares é responsabilidade dos nutricionistas. Todavia, apenas 20,5% das prescrições emergem destes profissionais. Ocorre que entre 27,5% a 43,0% das indicações são provenientes de educadores físicos, os quais não possuem habilitação para este tipo de procedimento, conforme a Lei Federal número 9696 e Conselho Nacional de Saúde. (Nogueira, 2013).

    Ainda de acordo com os autores acima citados, avalia-se que de 8 a 70% dos indivíduos praticantes de musculação nas academias de ginástica brasileiras utilizem suplementos alimentares. Tal consumo, além de abusivo é sem a devida informação sobre o modo correto de utilização, indicação e prescrição, repercutindo em efeitos adversos à saúde.

    Por fim, como cita Oselame e Oselame (2013, p. 91):

    Suplementos de proteína não são necessários para indivíduos que desejam hipertrofia muscular (e que tenham uma dieta balanceada), pois a quantidade de 1,4 a 1,8 g/kg/dia já superior à recomendada e pode ser alcançada facilmente através da dieta. Caso a dieta do indivíduo seja bem diversificada, com alimentos ricos em proteína de boa qualidade, como carne vermelha, peixes, frango, ovos, leite e derivados, a suplementação protéica não se torna necessária. Em muitos casos os excessos de proteínas são transformados em gordura e, posteriormente, armazenados no tecido adiposo. Além disso, o sistema renal é exigido aquém de suas necessidades rotineiras para metabolizar todo esse aporte protéico, podendo resultar em patologias crônicas, uma vez que as substâncias extras não aproveitadas, produtos finais do metabolismo protéico, serão eliminadas pela urina. Esta informação hoje é falha, pois os indivíduos não sabem dos riscos do uso sem conhecimento destes suplementos.

    Ante o exposto observa-se a necessidade de recomendação e acompanhamento e médico-profissional no uso de suplementos para assim não pôr em riso a saúde. Em síntese, tem-se que os suplementos devem ser indicados somente por nutricionistas esportivos ou por médicos do esporte, conforme legislação vigente.

Material e método

    Esta pesquisa caracteriza-se enquanto forma de abordagem, quantitativa, enquanto objetivo, descritiva e enquanto procedimentos técnicos, bibliográfica e de campo.

    A população foi composta por freqüentadores de três diferentes academias de ginástica, duas de Carolina/MA e uma de Araguaína/TO.

    A amostra foi composta por 100 pessoas freqüentadoras assíduas das academias, sendo 67 homens e 33 mulheres selecionadas de forma aleatória.

    Consideram-se freqüentadores assíduos aqueles que vão à academia pelo menos três vezes por semana, por uma hora ou mais, para a prática de exercícios físicos.

    Foi considerado todos os tipos de atividades, exercícios aeróbicos e anaeróbicos, musculação e ginástica localizada.

    Com relação à coleta de dados, o instrumento utilizado foi um questionário auto-aplacável, composto por 12 questões de múltipla escolha, podendo o aluno escolher se desejasse mais de uma resposta para a mesma pergunta. Para a coleta dos dados, além de um formulário com questões sobre consumo de suplemento (tipo de suplemento, freqüência de consumo, indicação do produto, etc.) continha também perguntas referentes ao perfil dos freqüentadores, deixados para preenchimento nas respectivas academias. O que demonstra que apenas indivíduos motivados participaram da pesquisa e responderam ao questionário.

    Os pré-requisitos para a participação na pesquisa foram freqüentarem assiduamente as academias, com idade entre 18 a 30 anos e assinarem o termo de consentimento Livre e Esclarecido.

    Foram excluídos do estudo, os indivíduos que frequentam a academia com idade inferior a 17 anos e superior a 30 anos, além dos que se recusaram a participar do estudo e àqueles considerados não assíduos.

Resultado e discussão

    Na presente pesquisa participaram 100 sujeitos, sendo 67 homens e 33 mulheres. Percebe-se aí predomínio do gênero masculino.

    No que se refere à idade, variou entre 18 a 30 anos.

    Dos 100 entrevistados todos falaram que conheciam sim suplementos alimentares.

    A população estudada que consumia suplementos, numa faixa de 35%, todavia fazendo uma estratificação por gênero, o grupo de homens alcança 40% de uso.

    Da população estudada que consumia suplementos (35%), afirmou usar produtos à base de proteínas. Neste estudo, observou-se que tais consumidores objetivavam a hipertrofia muscular.

    Na pesquisa em tela observou-se ainda que as prescrições desses produtos foi em sua grande maioria realizadas pelo Educador Físico e/ou instrutores das academias e em segundo plano por indicações na Internet. Revelou ainda que apenas um pequeno grupo 5,0% dos consumidores de suplementos alimentares recebiam orientações de nutricionistas. Isso pode ocorrer devido à ausência de profissional especializado nas academias.

    Em relação aos consumidores que afirmaram utilizar de algum tipo de suplemento nutricional, a grande maioria relatou que o faz sem nenhuma indicação profissional, por vários motivos, dentre eles: propaganda e influência de amigos.

Conclusão

    Contemporaneamente, sabe-se que o uso indiscriminado de suplementos alimentares por praticantes de atividade física é uma realidade. Cada vez mais os jovens buscam além de resultados rápidos, maior desempenho dentro das academias de ginástica. Logo, essa população faz uso de diversos tipos de suplementos tanto por indicação de profissionais de educação física ou colegas mesmo estes não tendo o conhecimento necessário e principalmente não sendo habilitado para tal ou ainda pela divulgação na internet de produtos “milagrosos”.

    É nessa procura que muitos sujeitos utilizam suplemento alimentar pelos benefícios que eles supostamente ancoram, para atingir os seus objetivos. De acordo com alguns estudos, existe um enorme disparate entre os benefícios indicados e os malefícios que poderão ocasionar pelo uso indiscriminado dessas substâncias. Portanto, há necessidade de pesquisas adicionais antes de se considerar parâmetros definidos como dogmas.

    Nesta pesquisa, observou-se que em sua grande maioria a utilização de suplementos, nas academias pesquisadas, decorre por iniciativa própria do consumidor ou por indicação feita por pessoas não habilitadas. Observou-se ainda que a maioria das academias não conta com o profissional nutricionista em seu quadro para orientar aos usuários sobre sua conduta alimentar conforme suas especificidades individuais.

    Assim, diante dos resultados acima mencionados sugere-se que a utilização de suplemento alimentar seja prescrito pelo professor, ou por orientação de profissionais especializados. Devendo estar atentos quanto ao o uso dessas substâncias e orientados sobre os riscos associados à sua utilização indiscriminada e abusiva.

    Portanto, percebeu-se a necessidade de atuação de nutricionista como parte integrante da equipe multiprofissional das academias para promover e manter a saúde dos seus usuários.

Referencias

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EFDeportes.com, Revista Digital · Año 20 · N° 203 | Buenos Aires, Abril de 2015
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