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A utilização de mecanismos terapêuticos para melhora 

do condicionamento físico do indivíduo vítima de acidente

 vascular encefálico (AVE). Uma revisão sistemática

El uso de mecanismos terapéuticos para mejorar el acondicionamiento físico de 

una persona víctima accidente cerebro vascular (ACV). Una revisión sistemática

Therapeutic use of mechanisms for improvement of physical conditioning 

the victim of guy cerebrovascular accident (CVA). A systematic review

 

*Acadêmicos do 8° semestre de Fisioterapia

da Universidade do Estado do Pará, Santarém-PA

**Fisioterapeuta, Docente da Universidade

do Estado do Pará do curso de Fisioterapia, Santarém-PA

*** Fisioterapeuta, Especialista em traumato-ortopedia

desportiva (Faculdade Inspirar, Curitiba-PR). Mestrando

em Biociências, UFOPA, Santarém, Pará

(Brasil)

Axell Timotheo Lima Acioli Lins*

axell.ti20@gmail.com

Patrícia de Alcântara Oliveira**

patydealcantara@hotmail.com

Richelma de Fátima de Miranda Barbosa**

richelmafmb@hotmail.com

João Oliveira e Silva Filho***

joaokc@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O AVE proporciona distúrbios neuropsicomotores de alto e baixo nível, sendo este determinado a partir do mecanismo da lesão sofrido pelo indivíduo. Nesse contexto, a fim de selecionar através de uma revisão sistemática com critérios de publicação a partir do ano de 2010, escolhidos pesquisas que fizessem uso de protocolo terapêutico em indivíduos com AVE para melhora do condicionamento físico. Foram selecionados 6 estudos que apresentaram compatibilidade com as questões especificadas, que fizeram uso de recursos terapêuticos para melhora do condicionamento físico do paciente ou que obtiveram melhora do mesmo, sendo este um critério secundário da pesquisa. Nesse contexto, pode ser evidenciado a pouca objetivação deste critério base da reabilitação do paciente com esta disfunção, sendo o principal motivo para isso ainda não encontrado, no entanto, as pesquisas selecionadas mostraram grande eficácia com sua abordagem para este tipo de paciente. Visto isso, o presente estudo evidenciou a alta relevância deste tipo de abordagem para com o público em questão, melhorando ainda a qualidade de vida deste o que pode favorecer ainda mais na reabilitação do mesmo.

          Unitermos: AVE. Condicionamento físico. Hemiparesia. Reabilitação.

 

Abstract

          The AVE provides neurological motor disorders of high and low level, which is determined from the mechanism of the individual suffered injury. In this context, in order to select through a systematic review and publication criteria from 2010, chosen research that made use of therapeutic protocol in subjects with stroke to better physical conditioning. A total of six studies that showed compatibility with the specified issues, which made use of therapeutic resources to better physical conditioning of the patient or who improved the same, which is a secondary criteria of the search. In this context, it can be shown the little objectification this basic criterion of the patient's rehabilitation with this dysfunction, and the main reason for this is still not found, however, the selected research has shown great efficiency with its approach to this type of patient. On this, the present study showed the high relevance of this approach to the public in question, still improving the quality of life of which can further enhance the rehabilitation of it.

          Keywords: AVE. Fitness. Hemiparesis. Rehabilitation.

 

Recepção: 12/10/2014 - Aceitação: 22/01/2015

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 20, Nº 203, Abril de 2015. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O Acidente Vascular Encefálico (AVE) é um dos maiores acometimentos na população idosa em países desenvolvidos e subdesenvolvidos, decorrente na maioria das vezes de hábitos inadequados de vida, sendo a etiologia específica não documentada com fidedignidade necessária.

    Se tratando de uma lesão a nível neurológico, o AVE proporciona distúrbios neuropsicomotores de alto e baixo nível, sendo este determinado a partir do mecanismo da lesão sofrido pelo indivíduo. Em sua maioria, os hemisférios cerebrais como maiores vítimas destes casos, repercutem em disfunções que podem comprometer a vítima em inúmeras categorias. Como prova disso, estudos com este tipo de situação é avaliado o tipo de comprometimento e a análise quanto o tratamento a partir do hemisfério que foi acometido, concluindo dessa forma que, a caracterização cuidadosa dos déficits da funcionalidade encontrados nos indivíduos com lesão do hemisfério esquerdo e outros com lesão do hemisfério direito necessitaram de iniciativas terapêuticas distintas para que pudessem obter a independência funcional mais uma vez (Voos e Ribeiro do Valle, 2008).

    Esses tipos de disfunções presentes nesse público podem ser, em maioria, de caráter físico-psicológico, onde os déficits sensórias e motores estão muito presentes. Heminegligência, espasticidade, paraparesia e outros, dependendo do tempo de lesão, podem ou não ser de difícil reabilitação quanto ao contexto fisioterapêutico, bem como o condicionamento cardiorrespiratório dos mesmos. Portanto, a presente pesquisa teve como objetivo analisar os tipos de protocolo utilizados em indivíduos com AVE para melhora do condicionamento físico através de uma revisão sistemática de publicações disponíveis a partir do ano de 2010 até 2014.

Material e métodos

    O presente estudo caracteriza-se como uma revisão sistemática sobre o treino de condicionamento físico em pessoas com seqüelas de acidente vascular encefálico. Foram utilizadas bases de dados eletrônicas, LILACS, SciELO e BIREME.

    A busca constou a partir dos descritores Acidente Vascular Cerebral, AVC, Doenças Vasculares, Doenças Vasculares e, sem o estabelecimento do número máximo de artigos. Dessa forma, objetivando uma busca mais detalhada, priorizou-se pesquisas enfocadas na patologia em questão, bem como o treino ou incentivo a exercícios, com enfoque na melhoria das funções cárdiorespiratórias.

    Foram selecionados estudos de ensaios clínicos randomizados, estudos de casos, publicados no período de 2010 a 2014, na língua portuguesa e inglesa, que fizessem uso de abordagens terapêuticas para reabilitar e otimizar o condicionamento de pacientes com seqüelas de AVE.

Resultados

    Foram encontradas 14 pesquisas com intervenção fisioterapêuticas, estando incluso artigos de revisão sistemática e bibliográfica (3), onde afirmado no critério de exclusão não fizeram parte do estudo em questão, mostrando apenas na tabela 1 as pesquisas analisadas e os fatores que foram objetivados pelos autores da presente pesquisa.

Tabela 1. Relação dos estudos encontrados, seguindo ordem cronológica de publicação

Autor

Objetivos

Amostra

Instrumentos

Intervenção

Ovando, Michaelsen, Carvalho e Herber (2010)

Aplicar uma conduta de teste de esforço submáximo na esteira

8 portadores de hemiparesia crônica por seqüela de AVE, com comprometimento motor leve e moderado no membro inferior

Escala de Equilíbrio de Berg; Teste de caminhada de 6 minutos (TC 6 min); Perfil de Atividade Humana (PAH)

Caminhada em esteira ergométrica e um sistema de análise de gases metabólicos, com monitoração de através de um elétrocardiograma. Iniciando o circuito com uma velocidade de 70% e finalizando com 40% superior à velocidade máxima do indivíduo no solo. Com duração de 8 minutos no total.

Mota et al (2011)

Exercícios aeróbicos para melhora funcional da execução da marcha, facilitando a marcha

14 indivíduos com idade em torno de 43 e 67 anos com hemiparesia

Teste de caminhada de 6 minutos (TC 6 min)

Alongamentos passivos e outros ativos durante 15 minutos, exercício em esteira elétrica ou bicicleta ergométrica durante40 minutos

Santos, Oliveira e Piemonte (2012)

Aplicar um manual com exercícios domiciliares para pacientes com ave

 

40 pacientes (23 mulheres e 17 homens)

_________

Um conjunto individual de exercício para cada paciente, com alteração após 15 dias

Jakaitis et al (2012)

Melhora do condicionamento físico em paciente com AVE no ambiente aquático

13 indivíduos

Escala de Borg; Frequência cardíaca; Functinal Independence Measure (FIM)

Alongamento global, fortalecimento muscular específico, condicionamento aeróbico, relaxamento ou finalização dependendo do enfoque da terapia

Polese et al (2013)

caracterizar e analisar variáveis relacionadas à função motora em indivíduos hemiparéticos

57 indivíduos

Perfil de Atividade Humana – PAH14; velocidades de marcha habitual e máxima; manovacuometria: pressão inspiratória e expiratória máxima; teste de caminhada de 6 minutos – TC6min

Os indivíduos foram solicitados a deambular, em ambas as velocidades, por uma distância de 28 metros, utilizando órteses e auxílios de deambulação se necessário. O tempo gasto para percorrer os 24 metros centrais foi registrado com um cronômetro, utilizando-se a média de três medidas para a análise. A manovacuometria foi utilizada para avaliar de forma indireta a força da musculatura respiratória por meio das medidas PImáx e PEmáx

Ovando et al (2013)

Comparar as variáveis frequência cardíaca (FC) e percepção subjetiva de esforço (PSE) entre o AF e o AT em esteiras elétricas com indivíduos com hemiparesia

13 indivíduos com seqüelas de hemiparesia

Escala de Fugl-Meyer; Timed up and go; Teste de velocidade de marcha rápida

Os indivíduos foram instruídos a deambular, primeiramente para trás, e a velocidade foi aumentando gradualmente até este sinalizar a máxima velocidade tolerada, com descanso de 10 minutos

    Participaram como critério de exclusão, os artigos de revisão de literatura, teses, monografias, pesquisas que não estivessem com texto completo disponível e revisões sistemáticas. As pesquisas selecionadas foram analisadas de forma individual. Após isso, cada estudo foi detalhado e tabulado.

Discussão

    A partir dos dados coletados e evidenciados na tabela, nota-se um leve escasses deste tipo de estudo ao longo do período onde foi feito a busca. O que por base se específica quanto à intervenção objetivada nas análises concluídas pelos pesquisadores que publicaram.

    Sabe-se que a disfunção cardiorrespiratória está presente em maioria no público acometido por este tipo de disfunção (Ferreira e Contato, 2012). Em decorrência disso, alguns autores se fundamentaram neste critério, buscando dessa forma uma melhoria na qualidade de vida do paciente (Michaelsen, Carvalho e Herber, 2010; Jakaitis et al, 2012).

    Indivíduos com hemiparesia por sequela do AVE, estiveram presentes em quase que todos os estudos relatados, apesar desta não ser a única disfunção motora ocasionada pelo distúrbio vascular. No entanto, por ser o mais comum, os autores utilizaram abordagens baseadas nas possibilidades das realizações dos protocolos, onde em sua maioria, para que fosse alcançado o devido objetivo dos estudos em geral, foi utilizado com frequência pelos autores, a esteira, como mecanismo para auxilio da marcha e treinamento cardiorrespiratório, tendo como meta causar um mecanismo excitatório dos batimentos cardíacos e da regulação da respiração favorecendo uma reeducação do mecanismo em questão (Ovando et al, 2013).

    Em fatores terapêuticos usados pela fisioterapia, a hidroterapia (Jakaitis et al, 2012) ou exercícios de reeducação em ambiente domiciliar como critério de devolução das Atividades de Vida Diária (Santos, Oliveira e Piemonte, 2012) foram artifícios usados pelos estudos selecionados que apresentaram ótimos resultados quando estes eram objetivos das pesquisas em questão.

Conclusão

    A presente pesquisa conclui que todos os estudos avaliados e selecionados pelos responsáveis atenderam seus objetivos a partir dos protocolos utilizados, onde pode ser analisado a importância do treinamento cardiorrespiratório como critério base para a reabilitação do paciente vítima de AVE, tendo por base os estudos, mesmo não sendo muitos quanto ao contexto cronológico escolhido pelos autores desta, mas pode ser analisado que o condicionamento físico do indivíduo é um dos principais fatores estimulantes e reabilitatórios para o retorno ás suas atividades do cotididano.

Referências

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Lecturas: Educación Física y Deportes - ISSN 1514-3465 - © 1997-2015 Derechos reservados