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Homofobia: a postura dos alunos de Educação Física 

diante dos professores de dança do sexo masculino

Homophobia: the position of the students of Physical Education before the dance teachers male

 

*Graduandos do Curso de Educação Física

da Universidade Castelo Branco (UCB), Rio de Janeiro

**Co-orientadores. Graduandos do Curso de Educação Física

da Universidade Castelo Branco (UCB), Rio de Janeiro

***Orientador. Mestre em Ciência da Motricidade Humana pela Universidade Castelo Branco (UCB)

Licenciado em Educação Física pela UCB e Docente da UCB, Rio de Janeiro

(Brasil)

Lailla Letícia Lima Moreira Raimundo*

Kleyviton Marques Pinheiro*

Leandro Louro de Souza Barbosa*

Nelson Rodrigues Proença*

Thamiris Cristina da Silva e Silva*

Thamara Souto Lima**

Romulo Caccavo**

Sérgio Ferreira Tavares***

romulocaccavo@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O objetivo dessa pesquisa é mensurar o nível de homofobia dos graduandos do segundo período do curso de Educação Física da Universidade Castelo Branco do campus Realengo através de dados coletados. Tendo em vista que acabam de ingressar em um patamar mais elevado dentro dos níveis de especialização e ainda carregam consigo uma forte influência sociocultural com manifestações de comportamentos e atitudes discriminatórias e/ou preconceituosas de homofobia, precisamos encontrar meios, em contrapartida, para que esses conflitos não se reflitam nas aulas e ultrapassem os limites educacionais.

          Unitermos: Homofobia. Meninos. Dança. Graduandos.

 

Abstract

          The purpose of this search is to measure the level of homophobia in the second period of the college students coursing physical education at Universidade Castelo Branco from Realengo campus through data collected. Considering that they just join in a higher academic level specialization, still carring with them a strong influence on sociocultural with expressions and homophobic / dicriminatory attitudes. We need to find ways, in spite of dissolving this conflicts for do not reflect the classes and exceed the educational limits.

          Keywords: Homophobia. Boys. Dance. Graduates.

 

Recepção: 19/03/2015 - Aceitação: 14/04/2015

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 20, Nº 203, Abril de 2015. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Este trabalho acadêmico foi realizado por graduandos do curso de Educação Física da Universidade Castelo Branco, campus Realengo, no Rio de Janeiro, cursando a disciplina de Práticas Investigativas Culturais do Movimento – Cultura Corporal ministrada pelo professor e mestre Sérgio Ferreira Tavares. O presente estudo traz o tema “Homofobia” dentro de uma temática sobre “Inclusão e Exclusão Social”.

    O grupo buscou estreitar relações entre os embasamentos teóricos, que caracterizam a sociedade atual como homofóbica, e o evento prático realizado, que aponta esses dados estatísticos como sendo verídicos. Assim, foi aplicada uma intervenção aos discentes do segundo período do mesmo curso e universidade em questão,onde a proposta foi trazer esse polêmico tema à tona para gerar questionamentos e discussões.

    Assim, analisar o nível de homofobia dos graduandos do segundo período de Educação Física em relação aos professores de dança do sexo masculino foi o objetivo geral de investigação, sendo que para isso foi importante refletir sobre assuntos como o histórico da homossexualidade, a falta de interesse e/ou homofobia em relação aos homens que praticam dança, a visão homofóbica dos graduandos de Educação Física da Universidade Castelo Branco campus Realengo no Rio de Janeiro, e a relação entre homossexualidade e caráter.

    Subjetiva e posteriormente mais explícita, a proposta, mediante aos fatos, não foi a de fazer com que as pessoas se interessassem por dança ou aceitassem a homossexualidade, mas sim fazer com que grande parte do público alvo passasse a respeitar a posição sexual alheia e não julgar o caráter de alguém apenas pela sua opção sexual, seja em qualquer atividade. Não é uma profissão que caracteriza alguém como hetero ou homossexual e não é uma opção sexual que faz a pessoa ter menos caráter.

Histórico da homossexualidade

    Brito (2000) explica que etimologicamente, homossexual vem do grego homo ou homeo, elemento de composição que exprime a idéia de semelhança, igual, análogo, ou seja: homólogo ou semelhante ao sexo que a pessoa figura, ou aspira ter.

    Nos dias atuais, a questão da homossexualidade se tornou algo do cotidiano, onde não há mais aquele tabu em se dizer sobre a opção sexual das pessoas, coisa que era vista com maus olhos diante da sociedade pouco mais da metade do século XX, onde em alguns países, o ato homossexual era passível de condenação perpétua ou até mesmo sentenciado à morte. Esse tema polêmico está sendo abordado em diversos veículos de comunicação, tais como jornais, novelas, seriados etc., ao longo do tempo, mesmo que gradativamente.

    Vimos que a homossexualidade vem desde os tempos primórdios, passando por diversas culturas, e vista de forma diferente. Na Grécia antiga há relatos de filósofos que mantinham relações homossexuais com seus pupilos para estreitar as relações afetivas entre si. Na Roma antiga a pederastia poderia ser encarada com bons olhos, mas a passividade com pessoas mais velhas era vista de forma errada.

    Na Idade Média, com a crescente conversão das pessoas ao cristianismo, a idéia de ter relações sexuais com pessoas do mesmo sexo foi colocada como pecado, sendo considerado um ato abominável aos olhos de Deus. Mesmo com essas proibições, alguns integrantes da nobreza tiveram relações com pessoas do mesmo sexo.

Falta de interesse e/ou homofobia em relação aos homens que praticam dança

    Começamos por uma idéia fútil de grande quantidade das pessoas hoje em dia, de que “homem que é homem não dança” e “os homens que dançam são homossexuais”. É errado dizer isso, porque se fôssemos pensar nesse ponto de vista não haveria casais de dança heterossexuais, e mulheres dançariam com outras mulheres sem ter um homem para conduzi-la, como é feito em certas danças.

    Muitas das vezes esse pré-conceito da dança vem através dos próprios familiares e da sua cultura na sociedade, onde acabam sendo influenciados a esse pensamento vazio de se preocupar com o que as outras pessoas irão pensar delas. Não devemos nos preocupar com o que os outros irão pensar de nós e deixar de fazer algo que queríamos pelo menos experimentar.

    Acreditamos que as referências que temos de dança são fundamentais na opção de querer/gostar de realizá-la ou não. Assim, esse pode ser um primeiro caminho para que os meninos se sintam estimulados a dançar e, partir da primeira experiência, percebendo que não “deixaram de ser meninos”, possam se permitir experimentar as diferentes possibilidades, diminuindo o “desinteresse e inibição da maioria dos meninos para a dança”. (Kleinubing, p. 5, 2009).

    Os professores, atualmente, também têm receio com a dança, como por exemplo, um dos professores que contratamos para dar o “aulão”de Zumba aos alunos da Universidade. Este disse que acaba sentindo um desconforto pelo que as pessoas pensam dele e acaba se influenciando, fazendo isso apenas por um ato de profissionalismo e sustento próprio, não por um gosto pessoal de dançar.

Visão homofóbica dos graduandos de Educação Física da Universidade Castelo Branco campus Realengo no Rio de Janeiro

    Através de várias observações, em dias diferentes e por um período de duas semanas, além dos fatores de influência sociocultural que acabam de trazer consigo, os alunos de segundo período apresentam-se a nós como pessoas homofóbicas, cada um com um nível diferente.

    Em uma discussão gerada em sala de aula durante a disciplina de Sociedade e Ética, ministrada por uma professora da Universidade Castelo Branco, surgiu o assunto sobre a opinião de cada um a respeito da possibilidade de existência de um casal homossexual. Uma das respostas foi que tal hipótese não poderia ser válida, tendo em vista que, se tratando de pessoas do mesmo sexo, não seriam formados casais, mas sim pares.

    Tal afirmação foi dada de maneira irônica, assim sendo, deu-nos uma convicção ainda maior de que os graduandos ainda possuíam uma visão fechada sobre o tema, e por isso o segundo período seria o público alvo ideal para ser aplicada a intervenção.

Relação entre homossexualidade e caráter

    Caráter é uma palavra que muitos nem sabem o significado, por isso queremos esclarecer aqui o que realmente seria. Nenhum ser humano deixa de ter, independentemente das escolhas que faz na vida, pois é uma qualidade inerente de cada indivíduo, vindo de sua personalidade, sua índole, sua maneira de agir e reagir mediante as situações.

    Podemos dizer que as pessoas não se preocupam com o caráter do próximo, mas sim com sua aparência ou gesto corporal, julgando o indivíduo sem saber quem ele realmente é. Vale ressaltar que independente das diferenças que nos caracterizam, somos todos iguais perante a lei.

    A questão do preconceito existente entre os alunos, pais e professores em relação à homossexualidade, tem tornado alguns alunos vítima do bullying nas aulas de Educação Física e este se constitui um complexo problema da atualidade, existente em toda a sociedade, de um modo geral, e principalmente na escola, sendo freqüentemente observado nas aulas desta disciplina. Essas manifestações que geram humilhações ligadas ao gênero para com o homossexual, acabam influenciando no desenvolvimento das aulas e interferindo no desempenho dos alunos, transformando os alunos em indivíduos acríticos, tímidos e inseguros e que se sentem inferiorizados pelos outros (Bozi, et al., 2008).

    Quanto à escola, é nela onde o caráter dos alunos será trabalhado. Portanto, é importante que tenhamos um papel fundamental enquanto orientadores desses futuros cidadãos comprometidos com a ética. Esse nosso comprometimento ajudará na formação do caráter desses indivíduos, porém a livre escolha deles em decidirem uma posição sexual não nos faz menos capacitados para lidar com eles e nem os tornam pessoas sem caráter.

    Quando no espaço escolar passa a existir a homofobia em relação aos jovens homossexuais, a escola está agindo como reprodutora de diferenças no tom de desigualdade. Ser diferente não significa ser desigual (Nunes e Ramos, 2008).

Metodologia

    O presente estudo baseia-se em um modelo experimental com delineamento ex-post-facto e tem o intuito de mensurar o nível de homofobia dos graduandos do segundo período de Educação Física em relação aos professores de dança do sexo masculino, assim como tentar influenciá-los positivamente. Para isso, usamos dois protocolos como instrumento, com questões já validadas em cada um deles.

    As pesquisas foram aplicadas em 20 discentes (09 do gênero feminino e 11 do gênero masculino, com idades entre 17 e 29 anos) do 2º período do Curso de Educação Física da Universidade Castelo Branco, situada na Avenida Santa Cruz, número 1631, campus Realengo, Rio de Janeiro - R.J., CEP: 21.710-250. A aplicação do questionário ex-facto foi realizada no dia 31/10/2014, às 12hs, nas proximidades do bloco CECB, sem interferência dos pesquisadores, e a aplicação do questionário post-facto foi realizada no dia 05/11/2014, às 11:45 horas, na sala de dança no bloco CECB, depois da interferência dos mesmos pesquisadores.

    As duas pesquisas basearam-se em quatro níveis de homofobias: 1- não homofóbicos; 2- homofóbicos leves; 3- homofóbicos moderados; 4- homofóbicos ao extremo. As respostas funcionam da seguinte forma: letra A – não homofóbicos; letra B – homofóbicos leves; letra C – homofóbicos moderados; letra D – homofóbicos ao extremo.

    No dia do evento a intervenção teve duas etapas consecutivas. Na primeira etapa, dois professores (um heterossexual e outro homossexual) contratados pelo grupo deram um “aulão” de Zumba/Lambaeróbica com duração total de trinta minutos. Na segunda etapa, foi realizada uma apresentação de slides com perguntas polêmicas e indutivas que levavam às pessoas responderem como sendo homofóbicas, e depois uma reflexão sobre o tema e o nosso desafio em questão, de não julgarmos alguém pela sexualidade, mas sim pelo caráter. Nesta segunda etapa também houve debate com os ouvintes e um breve relato de cada um dos profissionais contratados a respeito de suas experiências profissionais, e os julgamentos e preconceitos que vivenciam em seu cotidiano.

Resultados

Primeira amostra

1.     Quando me refiro aos homossexuais chamo-lhes de:

A. Homossexuais.

B. “Bichinhas”, mas é brincadeira, até tenho amigos que são homossexuais e eles não se chateiam quando os chamo assim; são uns queridos, todos por igual.

C. “Baitolas”.

D. “Anda aqui fofinho”, ou então, “sai daqui, fufu”.

2.     Um homossexual é:

A. Um ser com os mesmos direitos que os cidadãos normais, menos o de se casar com alguém do mesmo sexo.

B. Gente de quem eu até sou amigo, porém tenho de reconhecer que são promíscuos, gostam de usar fardas, depilam as pernas, não gostam de futebol, não bebem cerveja, só vinho francês, têm a mania de ser sensíveis, vêem documentários coreanos e passam a vida a tentar ter sexo com adolescentes ou halterofilistas em casas de banho públicas.

C. Provavelmente inflamável; mas para ter a certeza nada melhor que regá-lo com gasolina e a seguir acender um fósforo.

D. Certamente meu amigo e possivelmente meu amante ou ex-amante.

3.     O que mais me irrita na homossexualidade é:

A. Querem destruir a família tradicional; se não fosse a família tradicional como é que pessoas como eu teriam sexo sem pagar?

B. Aqueles gestos afeminados, os gritinhos, as plumas, o disco-sound, as camisas vermelhas acetinadas, a mania das saladas de rúcula; mas gosto deles e até tenho amigos que são homossexuais.

C. Ainda não estarem todos mortos.

D. Serem tantos que não terei tempo para fazer amor com todos.

4.     Em termos antropológicos, a homossexualidade é:

A. Um desvio da norma da natureza, que atribui primordialmente ao sexo uma função reprodutora; aliás, eu e os meus amigos achamos que só deveriam ter sexo quem estivesse disposto a sustentar uma criança.

B. Uma escolha; só que aqueles e aquelas que escolhem ser homossexuais são gente mal informada, coitadinhos, porque não freqüentam a Igreja.

C. Uma doença, foda-se; há dúvidas?

D. Fofinha.

5.     Os defensores da legalização do casamento gay são:

A. De esquerda.

B. Homossexuais.

C. Alvos a abater.

D. Sexys.

6.     O casamento homossexual devia ser legalizado:

A. Errado, porque destrói a base da família tradicional.

B. Errado, porque se cedemos quanto ao casamento, qualquer dia eles poderão andar por aí na rua aos beijos, o que é nojento.

C. Errado; porém, se fosse legalizado o casamento homossexual seria uma ótima oportunidade para matá-los.

D. Certo, porque um casamento é uma chance como outra qualquer

7.     Se o casamento gay for legalizado:

A. As nossas criancinhas tornam-se todas gays, e a humanidade acaba.

B. Os homossexuais vão obrigar toda a gente a depilar as pernas, e vamos ter de ouvir a música “Village People” 24 horas por dia em alto-falantes.

C. Emigro para outro país.

D. Caso-me; só não sei se com o Antônio, com o Joaquim ou com o Manoel.

8.     Para mim os homossexuais:

A. Continuavam a exercer as suas práticas em segredo, enquanto publicamente se portavam como gente normal, e já não havia chatices.

B. Freqüentavam workshops de heterossexualidade para aprenderem a serem pessoas normais, porque eles também são gente, coitadinhos.

C. Eram crucificados no pelourinho.

D. Por mim podiam fazer o que quisessem.

9.     Se seu filho fosse homossexual você:

A. Aceitaria sem problema nenhum.

B. Daria uma coça.

C. Não aceitaria, mas o amaria normalmente.

D. Fingiria que não sabia de nada.

Segunda amostra

1.     Marque com um “X” a sua opinião em relação às fotos acima:

A. Ah normal, a vida é deles, por mim tanto faz!

B. Nojento, mas se eu me esforçar teria amigos homossexuais.

C. Ridículos, sem noção. Falta de respeito e vergonha na cara!

D. Abomináveis, doentes, gays do inferno! Essa prática precisa ser banida o mais rápido possível.

Discussões

    Dentre os dados analisados, o que obteve o maior percentual na amostra ex-facto foi o de “Não Homofóbicos”, com48%, continuando sendo o de maior percentual na amostra post-facto, inclusive subindo para 50%. Houve uma diferença significativa entre os resultados dos gráficos, assim sendo, o grau de “Homofóbicos Leves” aumentou de 24,5% para 40%, conseqüentemente o grau de “Homofóbicos Moderados” diminuiu de 13% para 10% e o grau de “Homofóbicos ao Extremo” despencou de 14,5% para 0%.

    Para que haja o respeito mútuo é preciso nos despir das “armaduras” da discriminação e do preconceito, a fim de que possamos ser mais tolerantes frente às diversidades, sejam elas por convicções, opções individuais ou socioculturais. (Della Corte, J. 2011, p. 40).

    Logo, a metade dos graduandos do segundo período do curso de Educação Física em questão é caracterizada como “Não Homofóbicos”, surpreendendo assim aos pesquisadores, que rebuscaram questões socioculturais que revelam a influência que acabam de trazer, recém-chegados em uma universidade.

    No decorrer da intervenção, os autores desta pesquisa observaram que o público alvo aderiu à proposta de trabalho, haja vista que interagiu com os palestrantes, discutiu sobre as questões pontuadas anteriormente e ainda se propôs a citar experiências pessoais, o que propiciou inicialmente um resultado positivo.

    Ao final do evento observou-se que, dentre os dados estatísticos dos que se apresentaram como “Homofóbicos ao Extremo”, houve uma queda brusca, como visto no segundo gráfico,podendo assim dizer que uma vez que esse percentual erradica-se, acredita-se que a luta por educandos mais profissionais que abordem esse tema, discutam e posicionem-se diante a essa realidade de homofóbicos ainda é válida. O percentual de “Homofóbicos Leves” também foi outro ponto positivo, já que houve subtração dos “Homofóbicos Moderados”.

    Destacamos aqui que quanto mais houver estudos enfatizando a temática e o tema deste artigo, com uma maior quantidade e diversidade de variáveis, haverá uma melhor contribuição para a quantidade de informações sobre os assuntos aqui pontuados.

Conclusão

    Como podemos observar, a rapidez com que nossa sociedade evolui nos força a andar lado a lado dessa transformação. Enquanto profissionais de Educação Física, precisamos estar sempre nos atualizando, nos respaldando e nos embasando de conhecimentos e novas informações para enfrentar a cultura plural que nos rodeia. Não podemos nos preparar para dar aulas voltadas somente para o âmbito escolar, mas também para a cidadania e para a formação do próprio ser humano.

    Não podemos nos limitar a tratar somente de coisas que visam à qualidade de vida, estabelecendo uma relação entre corpo e mente, mas precisamos encontrar alternativas a nível pedagógico, de forma a desfrutar da produção da cultura corporal, fazendo a inclusão dos alunos e compreendendo que é possível trabalhar conceitos sobre ética, sexualidade, tolerância, pluralidade, respeito, solidariedade, direitos iguais, integração social etc.

    Com a mensuração das amostras feitas pelo grupo, temos que concordar que em nosso meio não há mais lugar para a homofobia, a descriminação,o preconceito. Precisamos estar abertos para receber todos os gêneros de forma igual. Não é satisfatório o resultado de avaliação de um professor quando este permite que pelo menos um de seus alunos sinta-se excluído para praticar qualquer forma de atividade física, seja ela dança ou não. Não precisamos aceitar qualquer tipo de manifestação homossexual, mas respeitar a particularidade de cada ser é o primeiro passo e o mais importante.

    Sexualidade não define caráter. Independente de qualquer escolha, seja ela pela atividade dança ou pela escolha do parceiro com quem irá de relacionar, o importante é não julgar quem quer que seja, e ainda ajudar a esse aluno intensificar suas habilidades e contribuir na formação de um cidadão ético, criativo, reflexivo e participativo.

Referências bibliográficas

  • Bozi, L. H. M. et al. (2008). Educação Física Escolar: principais formas de preconceito. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, v.12, n.117. http://www.efdeportes.com/efd117/educacao-fisica-escolar-principais-formas-de-preconceito.htm

  • Brito, F. A. (2000). União Afetiva entre homossexuais e seus aspectos jurídicos. São Paulo: Editora: LTR.

  • Della Corte, J. Santos, C. Oliveira, L. Rangel, L. Costa, I. Souza, F. et al (2012). Homofobia: a postura dos lutadores evangélicos de jiu-jitsu brasileiro diante dos homossexuais. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, n.171. http://www.efdeportes.com/efd171/lutadores-evangelicos-diante-dos-homossexuais.htm

  • Della Corte, J. (2011). O Teatro Épico como Elemento Integrador na Educação em Saúde, 42f. Monografia (Especialização Lato Sensu em Ciência, Arte e Cultura na Saúde) – IOC/Fiocruz (Instituto Oswaldo Cruz / Fundação Oswaldo Cruz), Rio de Janeiro/RJ. Acessado em 16/11/2014. http://www.historiadomundo.com.br/idade-contemporanea/historiahomossexualidade.htm - Acessado em 16/11/14

  • Kleinubing, N. D. (2009). A dança com o espaço-tempo de intersubjetividades: possibilidade da educação física no ensino médio. 132 f. Dissertação (Mestrado em Educação Física)-Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.

  • Nunes, E.; Ramos, P. K. (2008). Homossexualidade Humana: Estudos na área da Biologia e da Psicologia. Revista Acadêmica Digital do Grupo POLIS Educacional. Ano 04, n.05.

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