Aplicações clínicas de
fixação externa Aplicaciones clínicas de fijación externa en diferentes casos: revisión de la literatura Clinical applications of external fixation in different cases: literature review |
|||
*Fisioterapeuta. Docente da Universidade do Estado do Pará do curso de Fisioterapia, Santarém-PA **Acadêmicos do 8° semestre de Fisioterapia da Universidade do Estado do Pará, Santarém-PA (Brasil) |
Patrícia de Alcântara Oliveira* Axell Timotheo Lima Acioli Lins** Iavila Brena Pereira de Almeida** Evelyn Rebeca Ribeiro Silva** |
|
|
Resumo Os fixadores externos são instrumentos utilizados para estabilização de fraturas com grande comprometimento da estrutura óssea, em sua maioria, são comumente usados para tratamento de fraturas expostas, havendo no mercado, diversos tipos de matérias para aplicação cirúrgica com suas particularidades para cada tipo de caso. Dessa forma, a presente pesquisa teve como objetivo relatar através de uma revisão bibliográfica dos bancos de dados Scielo e Lilacs, a análise dessas particularidades e suas aplicações clínicas através das publicações disponíveis entre o ano de 2002 até o ano de 2014. A aplicabilidade do método de fixação externa torna-se excessivo para o caso em que haja a devida necessidade, podendo este ser por fraturas expostas de tíbia, fêmur ou necessidade de alongamento ósseo. Concluindo que a variação de materiais e métodos torna a fixação externa uma abordagem particular para cada indivíduo a ela submetido. Unitermos: Fixadores externos. Técnica de Ilizarov. Fixação de fraturas.
Abstract
External fixators are instruments used for stabilization of fractures
with severe impairment of bone structure, in most cases, are commonly used to
treat fractures, with the market, various types of materials for surgical
application with its particularities for each type of case. Thus, the present
study aimed at reporting through a literature review of banks Lilacs and SciELO
data, the analysis of these characteristics and their clinical applications
through available between 2002 publications by the year 2014 The applicability
of the method external fixation becomes excessive for the case where there is
need proper, which may be, for open fractures of the tibia, femur bone
lengthening or necessity. He concludes that the variation of materials and
external fixation methods makes a particular approach for each individual
subjected to it.
Recepção: 02/11/2014 - Aceitação: 22/02/2015
|
|||
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 20, Nº 203, Abril de 2015. http://www.efdeportes.com/ |
1 / 1
Introdução
Os fixadores fazem parte de um constante recurso em meio á traumatologia e ortopedia, onde esta é utilizada desde os primórdios. A mudança quanto aos tipos de matérias e principalmente a forma de aplicação foi sendo aprimorada de acordo com os avanços tecnológicos (Sternick, Dallacosta, Bento e Reis, 2012). Cada tipo de diagnóstico que o paciente possa vir a apresentar irá definir os tipos de peça que serão utilizadas para aplicar a melhor abordagem.
A fixação externa é uma técnica comumente usada para cirurgias onde a instabilidade se torna um co-fator presente no período de pós-operatório, estando presente em alguns casos mesmo que a abordagem citada tenha sido executada (Mazella, Costa e Cobra, 2012). Com embasamento no estudo citado, fica por assim comprovado que a utilização deste tipo de recurso auxilia na diminuição de agravantes como a neoformação óssea que possa vir a agravar o pós cirúrgico, em contexto com essa afirmação, torna-se parte dessas repercussões o desenvolvimento de encurtamento tendíneo e desvios biomecânicos tornando base para aplicação da fixação externa.
Metodologia
A presente pesquisa tratou-se de uma revisão bibliográfica a respeito da utilização dos diversos tipos de fixadores externos em vários tipos de afecções. Para tal, foram selecionados artigos de abordagens clínicas e hospitalares, através dos bancos de dados Scielo e Lilacs. Obedecendo os critérios de seleção de artigos publicados no período de 2002 até o período até 2014, estudos randomizados, estudos de caso, ensaios clínicos; foram excluídos da pesquisa, artigos que não apresentaram as características supracitadas e que fossem revisões bibliográficas, revisões sistemáticas, monografias, teses de mestrado e doutorado.
Para a execução da seleção, foram utilizados os seguintes descritores: fixadores externos, técnica de Ilizarov, fixação de fraturas.
Resultados e discussão
Segundo Mazella, Costa e Cobra (2012), a execução de Osteotomia Tibial Alta com a utilização da técnica de cunha de abertura foi comprovadamente eficaz, porém, dado o resultado da pesquisa destes, concluindo que este tipo de cirurgia apresentou aumento do grau de angulação posterior da superfície articular tibial, onde foi estudado dois tipos de fixação, com placa e fixador externo. Dessa forma, identificou-se que não houve diferença significativa quanto ao melhor tipo de fixação, valendo ressaltar que a altura patelar não teve alterações quando analisado.
Grecco, Junior, Rocha e Barros (2002) em um estudo epidemiológico, relataram quanto à utilização da fixação externa em pacientes vitimados de fraturas diafisárias de tíbia, sendo elas expostas e fechadas. Porém, em análise, a comprovação de maior nível infeccioso comprovado me pacientes com fratura externa se comparado com o outro público supracitado, sem relação comprovada com a fixação externa.
Souza, Marchiori, Dinoá e Knackfuss (2003) em análise do alongamento ósseo pelo método de Ilizarov em dez pacientes pelo método radiográfico evidenciou a presença de osteogênese na região determinada pela abordagem, onde os pacientes foram classificados em três tipos de grau a partir do nível de transparência no raio X e na Ultrassonografria, porém, esta incluía ainda a distância entre as corticais ósseas. Relatando dessa forma a progressão do tratamento para cada indivíduo que foi submetido à técnica. Corroborando com os autores, Leite et al (2013) evidenciaram através de sua pesquisa quanto à utillização do método de Ilizarov para pacientes de pós operatório de artrodese tibiocalcaneana. Para isso, utilizaram uma amostra de 12 indivíduos, com média de idade de 35 anos. Em seis pacientes, foi utilizada a técnica de Reckling modificada, onde foram feitas vias de acesso medial e lateral, ressecção maleolar medial e talectomia, ostectomia da fíbula e compressão das superfícies osteotomizadas por meio do fixador de Ilizarov. Já no outro grupo, foram executados os mesmos procedimentos, porém com uma pequena diferença, onde houve a montagem da técnica de Ilizarov modificada por Catagni com artrodese de tornozelo utilizando pinos e fios de Schanz, sem aplicação de alongamento. A partir disso, foram analisados e concluído que a artrodese tibiocalcaneal com o fixador de Ilizarov apresentou satisfatória melhora para os quadros clínicos estudados pelos pesquisadores.
Já Filho et al (2005) analisaram a progressão da aplicação da fixação externa em crianças vitimadas de fratura de fêmur. Para isso, os autores utilizaram uma amostra de 24 pacientes, predominando o sexo masculino, onde foi constatado um total de 26 fraturas diafisárias de fêmur, fazendo uso de fixador externo linear lateral após a osteossíntese. Nesse estudo, um paciente apresentou infecção pelo trajeto do pino de Schanz, 17 apresentaram supercrescimento, 7 com encurtamento, 4 com refratura e 2 não apresentaram dismetria. Apesar desta análise, não fica comprovado, por assim dizer, que os efeitos deletérios citados tenham ligação direta com a abordagem escolhida.
Guaniero et al (2010) aplicaram a fixação externa do tipo “Orthofix” em pacientes de categoria juvenil com diagnóstico de artrite reumatóide com comprometimento de rigidez de quadril. Para isso, fizeram parte do estudo 12 pacientes (6 do sexo masculino e 6 do sexo feminino), o fixador permaneceu por um período correspondente entre 78 e 90 dias, obtendo uma média de 86 dias. Este tipo de material para abordagem facilitou a execução de movimentos como flexão e extensão de quadril, aplicado com dois pinos do tipo Schanz inseridos no osso ilíaco e mais dois na diáfise femoral. Dessa forma, foi comprovado pelo estudo a partir da amostra utilizada que este tipo de abordagem é bem indicada para este tipo de caso, em contexto com essa afirmação, para ressalto, foi evidenciado a diminuição considerável em relação à dor nos pacientes que foram submetidos à técnica em questão.
Miyazaki et al (2009) fizeram uso de fixadores externos do tipo articulado em pacientes com diagnóstico de cotovelo rígido interposição da fascia lata após artroplastia de cotovelo. Para isso, foi utilizado um n amostral de cinco pacientes, a idade variou entre 21 e 25 anos, com maior prevalência de pacientes do sexo masculino, o maior tempo de surgimento do período sintomatológico foi de 6 anos, com etiologias diferentes para cada caso. A execução de reconstrução do ligamento do cotovelo foi necessária em apenas um dos casos, retirando o enxerto do tendão flexor do joelho para fazer a reparação medial e lateral do cotovelo. Durante a pesquisa, o fixador externo permaneceu por um período médio de 60 dias. A partir disso, ficou constatado que o procedimento realizado foi eficaz em quatro dos cinco casos estudados.
Bortolini e Volpon (2008) aplicaram a fixação externa híbrida modificada em pacientes com deformidades na região femoral, sendo um n amostral de 11, com desvios do tipo varo e valgo, submetidos à correção cirúrgica para as deformidades provenientes das já citadas. Para a fixação, foi utilizado o fixador externo híbrido com material Ilizarov e o fixador AO tubular. Através disso, os pesquisadores obtiveram resultados positivos com a aplicação do protocolo, tendo a correção necessária dos membros.
Conclusão
Através das análises bibliográficas citadas, este estudo conclui quanto à utilização do método de fixação externa que para este, torna-se necessário a análise criteriosa do caso para que haja a adequada abordagem médico-cirúrgica. Tomando como base os artigos publicados utilizados como conteúdo para esta pesquisa, fica por assim dizer então que a variação de materiais e métodos torna a fixação externa uma abordagem particular para cada indivíduo a ela submetido, onde não há um método completamente eficaz.
Referências
Filho, G. C. et al. (2005). Fixação Externa em Fraturas de Fêmur em Crianças. Acta Ortopedia Brasil 13(1).
Grecco, M. A. S.; Junior, I. P.; Rocha, M. A.; Barros, J. W. (2002). Estudo Epidemiológico das Fraturas Diafisárias de Tíbia. Acta Ortopedia Brasil. 10(4)- Out/Dez.
Guarniero, R. et al. (2010). Artrodiastase para o Tratamento da Rigidez do Quadril na Artrite Reumatóide Juvenil (ARJ) – Resultados Preliminares. Revista Brasileira de Ortopedia; 45(Suppl): 15-8.
Leite, A. M. et al. (2013). Artrodese Tibiocalcaneana Usando Fixador de Ilizarov. Revista Brasileira de Ortopedia; 48(1): 57-61.
Mazella, A. P.; Costa, M. A. V.; Cobra, H. A. A. B. (2012). Avaliação do Ângulo de Inclinação Tibial e Altura Patelar Após Osteotomia Tibial de Abertura Medial. Revista Brasileira de Ortopedia; 47(4): 441-5.
Miyazaki, A. N. et al. (2009). Tratamento do Cotovelo Rígido com Artroplastia de Interposição Associada ao Fixador Externo Articular. Revista Brasileira de Ortopedia; 44(4): 336-41.
Souza, P. M.; Marchiori, E.; Dinoá, V. A.; Knackfuss, I. G. (2003). Aspectos Radiográficos e Ultra-Sonográficos dos Pacientes Submetidos a Alongamento Ósseo pelo Método Ilizarov. Radiologia Brasil; 36(6): 345-352.
Sternick, M. B.; Dallacosta, D.; Bento, D. A.; Reis, M. L. (2012). Relação entre Rigidez de Fixador Externo e Quantidade de Pinos: Análise Computacional por Elementos Finitos. Revista Brasileira de Ortopedia; 47(5): 646-50.
Outros artigos em Portugués
Búsqueda personalizada
|
|
EFDeportes.com, Revista
Digital · Año 20 · N° 203 | Buenos Aires,
Abril de 2015 |