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Acessibilidade física das escolas da rede municipal de Tubarão, sC

Accesibilidad física de las escuelas de la red municipal de Tubarao, SC

 

*Doutor em Metodologia da Investigação em Ciências da Saúde pela Universidade de Córdoba na Espanha

Mestre em Ciências Aplicadas a Atividade Física e Esporte pela Universidade de Córdoba. Especialista

em Psicologia do Exercício e do Esporte. Licenciado pleno em Educação Física pelo Instituto Porto Alegre

da Igreja Metodista. Atualmente é coordenador na Pró-Reitoria de Desenvolvimento Institucional

no setor de Gestão de Pessoas do Programa Institucional Aquele Abraço voltado para Clima e Cultura Organizacional da Universidade

 do Sul de Santa Catarina e professor titular nos cursos de graduação de Educação Física Licenciatura e Bacharelado nas disciplinas de 

Atividade Adaptada e Psicologia do Esporte Membro do Centro de Pesquisa Clínica (CPC) Unisul/Hospital Nossa Senhora de Tubarão - SC.

**Acadêmico do Curso de Educação Física Bacharel da Universidade do Sul de Santa Catarina

Richard Ferreira Sene*

Helio Nunes**

richard.sene@unisul.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Objetivou verificar acessibilidade física dos locais de prática esportiva das escolas municipais de Tubarão. Para tanto se utilizou de uma pesquisa descritiva e de campo. A amostra foi de 20 (100%) das escolas municipais. Utilizou-se um diário de campo para verificação dos ambientes de acordo com a NBR9050/2004. Os resultados demonstram que somente 15% das portas e sanitários, contemplam a norma. Já 60% da rota acessível e 75% das quadras estão adequadas para alunos deficientes. Conclui-se que as escolas têm quadras e uma rota acessível para atender os alunos deficientes. Entretanto, a largura das portas está aquém do desejado.

          Unitermos: Acessibilidade. Escolas. Locais esportivos.

 

Resumen

          Se buscó verificar la accesibilidad física en los sitios de práctica deportiva de las escuelas municipales de Tubarao. Para esto, se realizó una investigación descriptiva en cuanto a sus objetivos y de campo cuanto a sus procedimientos. La muestra fue de 20 escuelas, 100% de las escuelas municipales. Se utilizó un registro de campo para la verificación de los ambientes de acuerdo con la NBR9050/2004. Los resultados demuestran que solo el 15% de las puertas y baños contemplan las normas. Ya el 60% del camino es accesible y el 75% de las salas deportivas están adecuadas para alumnos con discapacidad. Se concluye que las escuelas tienen áreas deportivas y una vía accesible para recibir los alumnos con discapacidad. Sin embargo, el tamaño de las puertas está lejos del deseado.

          Palabras clave: Accesibilidad. Escuelas. Instalaciones deportivas.

 

Recepção: 15/12/2014 – Aceitação: 27/03/2015

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 20, Nº 203, Abril de 2015. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Este trabalho irá relatar pouco da realidade das escolas municipais da cidade de Tubarão em Santa Catarina, descrevendo principalmente sobre as estruturas físicas das escolas quanto á acessibilidade nos locais esportivos.

    O trabalho tem como objetivo analisar algumas escolas da cidade de Tubarão, no quesito de acessibilidade nas aulas de educação física, os espaços que são utilizados para serem ministradas as aulas, se o acesso ao local adequado, para receber alunos com algum tipo de necessidades especiais, seja ela física intelectual ou sensorial.

    Foi aplicado um questionário elaborado com base na norma da NBR9050/2004, com algumas perguntas sobre as estruturas da escola, em conjunto com registros fotográficos para posterior analise e descrição de tal realidade.

    O tema escolhido para ser mais aprofundado, pode ser considerado interessante e certamente de utilidade pública. Pois acreditamos ser um problema comum em nosso país, e consequentemente no município de Tubarão em Santa Catarina. A realidade das sofridas instalações públicas educacionais constantemente retratados em jornais e telejornais sobre a falta de estrutura física adaptada nas escolas e em relação aos locais esportivos onde ocorre a aula de educação física, principalmente para receber e incentivar os alunos com necessidades especiais a participarem efetivamente nas aulas de educação física e poderem se desenvolver principalmente no plano motor vem, nos dias atuais, se tornando latente na sociedade atual.

    E, através de uma pesquisa em algumas escolas do município de Tubarão Santa Catarina, que visa observar e descrever integralmente as estruturas físicas das escolas para a aula de educação física, e assim fazer uma posterior analise das estruturas, são fatores primordiais deste trabalho. A verificação dos espaços é um alerta para o desempenho de tarefas rotineiras da escola e das aulas de educação física, assim como, tomar água, ir ao banheiro, lavar as mãos e ter acesso pleno a todos esses locais. Assim como não se pretende criticar nenhum sistema público, mas alertar sobre as condições de escolas públicas municipais com ênfase nos espaços de prática esportiva para a pessoa com deficiência.

Objetivo geral

  • Avaliar as estruturas físicas onde ocorrem as aulas de educação física das escolas da rede municipal de ensino da cidade de Tubarão localizada ao sul do estado de Santa Catarina.

Objetivos específicos

  • Identificar e descrever acessibilidade física nas estruturas de prática esportiva nas escolas municipais;

  • Verificar se os espaços de prática esportiva atendem a norma NBR9050;

  • Relatar a condição dos espaços esportivos das escolas municipais.

Fundamentação teórica

Deficiências. Conceitos e características

Deficiência intelectual

    Para Krebs (2004), o conceito de retardo mental corresponde a um grupo heterogêneo de desordens com variadas causas. Caracteriza-se por limitações cognitivas e funcionais como habilidades da vida diária, como escovar os dentes, ir para o trabalho e outros, habilidades sociais, como se relacionar com outras pessoas, e comunicação.

    Ao longo dos anos, a definição de retardo mental e seus critérios de classificação vêm mudando, e afetando drasticamente a incidência de deficiência intelectual. A definição atual de retardo mental, segundo a Associação Americana de Retardo Mental (American Association on Mental Retardation) ou (A.A.R.M.), adotada em 1992, estabelece que o retardo mental refere-se às limitações substanciais no funcionamento.

    Segundo Rosadas (1991), a deficiência intelectual, é o desenvolvimento insuficiente da capacidade intelectiva, e podemos através de testes, saber a idade mental da pessoal, comparada a sua idade cronológica, consequentemente obtém-se o quociente de inteligência (QI).

    Os deficientes intelectuais podem ser divididos em três grupos, são eles, os dependentes, necessitam de atenção permanente, pois são incapazes de assimilar os fatos e emitirem algum tipo de linguagem expressiva, senão rudimentar. Os treináveis são capazes de serem treinados e de realizar certas atividades denominadas como comuns. Os educáveis são perfeitamente capazes de receber uma educação especial, e alguns até alcançam o ensino regular das escolas.

    Estudos mostram que 5% da população mundial tem algum tipo de deficiência intelectual, as crianças que estão em idade escolar 3% das crianças apresentam algum tipo de problema associado à deficiência intelectual. (Winnick, 2004).

Deficiências sensoriais

    Conforme Gorgatti e Costa (2005), falam que compreender a deficiência visual não é muito fácil, porque existe uma enorme variedade de definições e classificações que são empregados a mesma. A deficiência visual é caracterizada pela perda parcial ou total da visão em ambos os olhos, que leva ao individuo com deficiência visual a ter limitações em seu desempenho habitual.

    A simples utilização de óculos ou lentes de contato, não é suficiente para caracterizar a deficiência visual, porque eles corrigem a falta de visão que o individuo tem. Desta forma o individuo com deficiência visual, passa a ter a visão normal, mas se de alguma forma o individuo use óculos, lentes de contato ou até mesmo sofra uma intervenção cirúrgica e mesmo assim ele continue com a capacidade visual severamente comprometida, ele é considerado como uma pessoa com deficiência visual.

    A maioria das pessoas com deficiência visual enxerga alguma coisa como a diferença de luminosidade e vultos, talvez em cada 4 pessoas com deficiência visual uma seja completamente cega. Cerca de metade dos alunos com deficiência visual adquirem a cegueira antes ou durante o nascimento.

    As causas da perda visual pedem ser, congênitas ou adquiridas, algumas doenças que podem ocasionar a deficiência visual são: a rubéola, albinismo, glaucoma, catarata entre outras. Quanto à classificação das deficiências visual existem vários tipos: como a deficiência visual, que engloba todos os tipos.

    A deficiência auditiva é caracterizada pela redução de percepção sonora, que pode ocorrer antes, durante ou após o nascimento. De acordo com a portaria n. 298, de 9 de agosto de 2001, o Ministério da saúde define deficiência auditiva como “perda parcial ou total das possibilidades auditivas sonoras, variando de graus e níveis”. (Teixeira, 2008, p. 355).

    Para Teixeira (2008), algumas características de crianças com deficiência auditiva são: problemas na respiração, a respiração é menos ampla, não é tão bem utilizada como a de uma criança que fala, grita e canta. A fala e o canto ajudam a desenvolver a musculatura responsável pela função respiratória.

    Segundo Lieberman (2004), deficiência auditiva um termo normalmente empregado junto a outros termos como surdez, é uma disfunção do mecanismo auditivo. O termo surdez designa uma perda auditiva em que a audição é insuficiente para compreender as informações auditivas, com o uso ou não do aparelho auditivo.

    Para Lieberman (2004), algumas características de pessoas com deficiência auditiva se dividem em categorias, são elas: lingüísticas, culturais, comportamentais, afetivas e motoras. Lingüísticas e culturais tem como principal característica lingüística é sem duvida a linguagem de sinais que é utilizada pela comunidade surda, é a língua de sinais, e cada comunidade surda tem a sua linguagem de sinais própria por causa da sua cultura. Comportamentais e afetivas: as pessoas com deficiência auditiva muitas vezes as características comportamentais são ocasionadas.

Deficiência Física

    Conforme Teixeira e colaboradores (2008), as deficiências físicas ou motoras, podem ser definidas como condições resultantes de lesões neurológicas ou ortopédicas e que acarretam transtornos na locomoção e na motricidade de uma pessoa. A deficiência física pode ser classificada de acordo com alguns parâmetros, quanto ao momento em que ela aparece. São algumas as classificações de deficiência física: pode ser congênita no nascimento, ou adquirida após o nascimento. Pode ser relacionada ao tempo que fica presente no individuo, se é temporária ou permanente. E se a deficiência é progressiva ou não, se for progressiva as seqüelas se agravam, e a não progressiva as seqüelas se estabilizam.

    Os indivíduos com a deficiência física podem fazer o uso de um equipamento que facilita a sua movimentação e locomoção, esses equipamentos são uma tentativa de melhorar a condição de vida, dos indivíduos com deficiência motora.

    A deficiência física se refere ao comprometimento do aparelho locomotor que compreende o sistema Osteoarticular, o Sistema Muscular e o Sistema Nervoso. As doenças ou lesões que afetam quaisquer desses sistemas, isoladamente ou em conjunto, podem produzir grandes limitações físicas de grau e gravidades variáveis, segundo os segmentos corporais afetados e o tipo de lesão ocorrida. (Schirmer et al., apud Brasil, 2006, p. 28)

NBR9050. Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços equipamentos urbanos

    A Norma ABNT NBR9050 (2004), estabelece alguns critérios e parâmetros técnicos a serem observados quando do projeto, construção, instalação e adaptação de edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos às condições de acessibilidade forem feitos. Para elaboração e estabelecimento desses critérios e parâmetros técnicos foram consideradas diversas condições de mobilidade e de percepção do ambiente, com ou sem a ajuda de aparelhos específicos, como: próteses, aparelhos de apoio, cadeiras de rodas, bengalas de rastreamento, sistemas assistivos de audição ou qualquer outro que venha a complementar necessidades individuais.

    Esta Norma visa proporcionar à maior quantidade possível de pessoas, independentemente de idade, estatura ou limitação de mobilidade ou percepção, a utilização de maneira autônoma e segura do ambiente, edificações, mobiliário, equipamentos urbanos e elementos principalmente os ambientes públicos.

    Segundo a NBR 9050/2004, a definição de acessibilidade é: “É a possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para a utilização com segurança e autonomia nas edificações, espaço, mobiliário, equipamento urbano e elementos.” (ABNT, 2004, p.2).

    A Norma Brasileira a NBR 9050/2004 fala que espaço acessível é: “Espaço que pode ser percebido e utilizado em sua totalidade por todas as pessoas, inclusive aquelas com mobilidade reduzida.” (ABNT, 2004, p.3).

Espaços esportivos ideais

    Winnick (2004) diz que o local para a realização da educação física adaptada e os esportes adaptados, tem grande influência na pratica dessas atividades. As instalações esportivas das escolas devem ser utilizadas de forma que estejam prontamente acessíveis para receber as pessoas com necessidades especiais, para esses locais onde as aulas são realizadas, e pode-se ser exigidas mudanças nas estruturas para receber as pessoas com necessidades especiais.

    Quanto ao planejamento dos locais destinados a educação física e esportes adaptados, devem-se dar atenção aos locais fechados e ao ar livre. Esses locais devem atender as seguintes características. Locais fechados devem ter um espaço adequado para a realização das atividades e que não apresente nenhum impedimento ou risco as pessoas, o ambiente deve ter também iluminação, acústica e ventilação adequadas, o teto deve ter a altura adequada para jogo, o piso do local deve ser adaptado para a melhor circulação das pessoas no local, quando necessário as paredes devem ter um revestimento protetor, e deve-se ter um espaço para as pessoas em cadeira de rodas poderem transitar e manobrar a sua cadeira de rodas livremente.

    Assim como os locais fechados, os locais ao ar livre devem ter superfície adequada, as instalações devem estar disponíveis e demarcadas para a realização das atividades inclusive os esportes adaptados, as entradas e saídas tem que ser planas, firmes, sem rachaduras, com no mínimo de 1,20 m, de largura, as portas, terem vãos de 90 cm, e serem leves para possibilitar a fácil abertura e fechamento das mesmas, o ideal seria se fossem portas automáticas, os bebedouros devem ser adaptados para serem acionados tanto com as mãos como com os pés, devem estar localizados em locais acessíveis, é preciso haver sinalizações coloridas e mapas táteis do local para ajudar as pessoas com deficiência visual.

Metodologia da pesquisa

Tipo de estudo

    Será realizada uma pesquisa de caráter empírico analítica, que visa codificar uma face mensurável da sociedade, ou seja, quantificar aspectos físicos das escolas quanto à acessibilidade. Quanto aos objetivos se caracteriza como um estudo descritivo, pois visa descrever, analisar, registrar, classificar e interpretar as características de acessibilidade dos espaços de prática esportiva das escolas municipais da cidade de Tubarão em Santa Catarina.

    Quanto aos procedimentos a pesquisa se caracteriza como de campo, pois para coletar os dados através de um check-list com as normas da NBR9050/2004 referente aos itens obrigatórios para ginásios e espaços esportivos. Esse estudo segundo Andrade (2004) se desenvolve fora de laboratórios e ultrapassa os limites de uma revisão bibliográfica.

Universo amostral

    Participaram da amostra as 20 escolas pertencentes à rede municipal de ensino da cidade de Tubarão Santa Catarina contemplando 100% das escolas existentes. Conforme descritas por letra e bairro no quadro 1.

Quadro 1. Letra e bairro onde escola pertence

Fonte: Secretaria de Educação de Tubarão SC

Instrumentos e materiais

    Foi criado pelos autores afirmativas referentes à NBR9050/2004 do item 8.5 que se refere às necessidades obrigatórias para utilização de espaços esportivos. O check list visa à identificação dos espaços e necessidades para que as pessoas com necessidades especiais pratiquem atividades esportivas. Sendo assim, com o comprimento da norma referido os espaços estariam acessíveis às pessoas com necessidades especiais.

    Dentre outros materiais estão: caneta esferográfica, prancheta de apoio para o papel, câmera fotográfica de marca SONY cyber-shot modelo DSC-W310 com 12.1 megapixels e um zoom óptico de 4 vezes além de uma trena métrica com precisão de 1 centímetro para verificação da largura das portas.

Procedimentos

  • Requereu-se na secretaria de educação a autorização e listagem das escolas que compõem o quadro de escolas municipais de Tubarão;

  • Logo após entrou-se em contato com os diretores das respectivas escolas;

  • A partir daí foi marcado o inicio da verificação dos espaços, com a contemplação do check list e o registro com fotografias.

Analise dos dados

    A análise dos dados ocorreu da forma que contemple as normas exigidas pela NBR9050/2004. Nela, estão às orientações de como os espaços de prática esportiva devem estar adequados para assistirem as pessoas com necessidades especiais. A forma desse relato foi descritiva, segundo as informações contidas no check list e nas fotografias.

Resultados e discussão

    Segundo a Norma Brasileira, NBR 9050/2004 a seção (8.5) que se refere aos locais esportivos, lazer e turismo. Passaremos a apresentar os resultados conforme situação encontrada em cada uma das 20 escolas avaliadas no estudo. Sendo que os principais componentes avaliados nos espaços esportivos foram: largura das portas, arquibancadas, rota acessível, quadra de esporte, sanitários e vestiários.

Quadro 2. Acessibilidade nas largura de portas, arquibancada, rota acessível, quadra, sanitário e vestiário.

Fonte: Elaboração dos autores (2013).

Legenda: S = Sim contempla e N = Não contempla

 

Gráfico da porcentagem das larguras de portas, rotas acessíveis, arquibancada, quadras de esportes,

sanitários e vestiários encontrados nas escolas municipais do município de Tubarão em Santa Catarina.

Fonte: Elaboração dos autores (2013)

    Das 20 escolas analisadas podemos verificar que apenas 15% delas possuem largura das portas de acesso adequadas. Diferente do estudo de Pagliuca, Aragão e Almeida (2007) que verificou em hospitais do município de Sobral no estado do Ceara onde 100% tinham portas adequadas de acesso. Não queremos comparar hospital com escola, entretanto, os dois ambientes, por lei, devem ser acessíveis a todos. Assim como o autor Rodrigues e colaboradores (2006), descrevem que para a otimização do processo de inclusão de pessoas com necessidades especiais em atividades motoras, são obrigatórias as portas de acesso escolar e espaços educativos serem bem largas, para que assim possam passar com facilidade pessoas com mobilidade reduzida, ou ainda, cadeirantes.

    A rota acessível nas escolas é muito importante, pois é por ela que o aluno ira se deslocar de um local para outro na escola então o estudo nos mostra que 60% das 20 escolas visitadas possuem uma rota acessível. Um estudo realizado por Chaves, Fosse e Antunes (2011), descreve sobre acessibilidade em rotas de acesso em locais públicos como universidades. Relata que os locais devem ser acessíveis e preparados para receber pessoas com necessidades especiais e que a universidade em questão tem uma rota que não prioriza o acesso da pessoa com deficiência, não sendo, principalmente, uma rota retilínea e que aproxima e encurta a distancia entre os diversos pontos.

    Em relação ao item da arquibancada adaptada nenhuma quase nenhuma escola possuía arquibancada e as que possuíam arquibancada não estavam adaptadas dentro do que a pesquisa se propôs a analisar então a porcentagem é de 0% de escolas com arquibancadas adaptadas. Em uma pesquisa realizada por Manzini e Corrêa (2008), que analisava a acessibilidade em 18 escolas municipais de ensino fundamental de uma cidade do interior paulista, demonstra que em relação à largura das portas, rota acessível e sanitários se encontram adequados para o acesso das pessoas com necessidades especiais. Entretanto, em relação às arquibancadas nenhuma das escolas contem lugar para pessoas com cadeiras de rodas.

    A pesquisa realizada em relação às quadras ou ginásios de esportes acessíveis teve o resultado de 75% das 20 escolas tinham quadras ou ginásios acessíveis, e algumas das outras escolas que não estavam adaptadas, é porque não possuíam uma quadra ou ginásio, tinham apenas gramados ou terrenos arenosos o que impossibilita que uma pessoa cadeirante, por exemplo, participe das atividades realizadas no local. O autor Rodrigues e colaboradores (2006) relatam que a quadra deve ser adaptada, para que todos possam usufruir o local não restringindo o acesso de nenhuma pessoa com algum tipo de deficiência ou não.

    O item sanitário acessível apresentou um resultado de 15% das 20 escolas estarem com seus sanitários adaptados, e estavam adaptados porque nessas escolas existem alunos com necessidades especiais matriculados, no caso as três escolas possuem aluno cadeirante. Como relatam Rodrigues colaboradores (2006), as barreiras arquitetônicas quando existentes devem ser eliminadas para que haja a acessibilidade em certos locais, isso tudo nada mais é que o respeito à diversidade e as diferenças.

    Já para o que se refere aos vestiários adaptados a pesquisa constatou que 19 das 20 escolas não contemplam as normas, não possuem acesso à pessoa com cadeira de rodas, por exemplo. Entretanto, cabe a ressalva que somente uma das escolas possui vestiário e o mesmo não possui adaptações e acesso. Sendo assim, as outras 19 escolas não possuem vestiários e a e ficam então impossibilitadas de qualquer tipo de avaliação.

Considerações finais

    Este trabalho teve como intuito identificar e descrever a acessibilidade nas estruturas físicas das áreas de prática esportiva nas escolas municipais.

    Na observação dos espaços para a prática esportiva das escolas podemos observar que na sua maioria não atendem a norma NBR 9050/2004 completamente. Como observado in loco existem locais acessíveis e não acessíveis na mesma escola. Dentro do que foi analisado pela pesquisa, por exemplo, escolas com possuíam uma quadra acessível, em grande parte não possuíam uma rota acessível, se tornando um fator impeditivo para que os alunos com necessidades especiais pudessem usufruir daquele espaço. Assim como encontramos escolas com uma rota acessível, sendo que as mesmas não possuíam uma quadra acessível ou até mesmo não possui uma quadra. Como observado algumas delas possuem somente um terreno arenoso ou um gramado.

    Assim como a maioria dos sanitários não serem acessíveis, entretanto as que possuem pessoas com cadeira de rodas matriculadas e freqüentando as aulas, são adaptados. Demonstrando assim, que a prerrogativa para se ter um banheiro acessível é um aluno deficiente estar matriculado e frequentando a escola. Já em relação às arquibancadas somente duas escolas possuem, mas não são acessíveis conforme as normas.

    Os vestiários também foi outro item quase que inexistente nas escolas, sendo que apenas uma das escolas possuía um vestiário e não era acessível, pois não tinha largura suficiente para que uma pessoa com cadeira de rodas pudesse utilizar.

    Quanto a largura das portas, a maioria das escolas, não atendem a norma NBR 9050/2004, pois suas portas não tem largura suficiente para que passe, por exemplo, uma pessoa com cadeira de rodas. As escolas que atendem a essa exigência são somente aquelas que continham alunos cadeirantes.

    Com isso, podemos concluir que parte das escolas tem quadras e uma rota acessível para atender seu aluno com necessidade especial. Entretanto, a largura das portas que são essenciais para o acesso dos cadeirantes, por exemplo, ainda está muito aquém do desejado. Mostrando assim que o processo de acessibilidade física se dá mediante a matrícula de alunos com necessidades especiais. Ou seja, não são medidas planejadas para que se estejam preparadas para receber os alunos com deficiência física e sim se adequam quando há uma demanda.

Referências

  • Associação Brasileira de Normas Técnicas (2004). NBR 9050: Rio de Janeiro.

  • Chaves, Talita C; Fosse, Juliana M; Antunes, Mauro A. (2011). Proposta de uma rota de acessibilidade para deficientes visuais do campus Seropédica da UFRRJ. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.

  • Ferreira, A.; Branco, M. (1995). Mudanças de Atitudes... Um Desafio em Aberto. Integrar, nº 8: 12-15.

  • Gorgatti, Márcia Greguol; Costa, Roberto Fernandes da (2005). Atividade física adaptada: qualidade de vida para pessoas com necessidades especiais. 2. ed. rev. e ampl. Barueri: Manole. 660 p.

  • Manzini, Eduardo José; Corrêa, Priscila Moreira (2007). Avaliação da acessibilidade em escolas do ensino fundamental usando a tecnologia digital: 2007, 13 f. Grupo de Pesquisa Deficiências Físicas e Sensoriais da Faculdade de Filosofia e Ciências UNESP, Marilia SP.

  • Rodrigues, David (2006). Atividade motora adaptada: a alegria do corpo. São Paulo: Artes Médicas, 230 p.

  • Schirmer, Carolina R. et al. (2007). Atendimento educacional especializado. Brasília: Cromos.

  • Teixeira, Luzimar; Carvalho, Celso R. F. (2008). Atividade física adaptada e saúde: da teoria à prática. São Paulo: Phorte, 455 p.

  • Winnick, Joseph P. (2004). Educação física e esportes adaptados. 3ª ed. São Paulo: Manole.

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