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Os desafios da mulher contra o preconceito no futebol

Los desafíos de la mujer contra el prejuicio en el fútbol

 

*Discente do curso de Educação Física

da Universidade Salgado de Oliveira - Goiânia

**Docente do curso de Educação Física

da Universidade Salgado de Oliveira – Goiânia

(Brasil)

Jéssica Silva*

Jéssica Souza de Oliveira*

Larissa Freire*

Thais Sousa Pereira*

Orientador: Jovino Oliveira Ferreira**

jessy_oliveira123@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Desde o início a mulher sempre encontrou dificuldades para sua participação no futebol. O preconceito foi o seu maior adversário, preconceito este que vem associado ao futebol na sua pratica. O homossexualismo e um grande fator, pois a sociedade julga as praticantes como lésbicas, e essas mulheres vem até os dias atuais lutando por um reconhecimento social. Assim o objetivo do nosso trabalho é de mostrar a luta das mulheres contra discriminações e preconceitos sofridos através da pratica do futebol. Tendo como aporte teórico a pesquisa bibliográfica analisando discurso de vários autores, uma vez que relatam o preconceito que a mulher sofre em nossa sociedade.

          Unitermos: Futebol feminino. Preconceito no futebol. Mulher.

 

Recepção: 15/12/2014 - Aceitação: 16/02/2015

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 202, Marzo de 2015. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Hoje a grande adesão do publico feminino pela pratica do futebol e notória, e essas mulheres vem até os dias atuais lutando pelo reconhecimento social. Sendo assim o objetivo deste trabalho e mostrar a inserção da mulher nesse esporte é mostrar a luta das mulheres contra discriminações e preconceitos sofridos através da pratica do futebol e identificar as dificuldades e os pontos positivos que as mulheres obtiveram ate chegar ao estagio que se encontram hoje.

Metodologia

    O método de pesquisa deste trabalho foi revisão bibliográfica. Pois recolhe e seleciona conhecimentos e informações acerca de um problema ou hipótese já organizado e trabalhado por outro autor, colocando o pesquisador em contato com materiais e informações sobre determinado assunto e tem como finalidade de colocar o pesquisador em contado direto com o que for escrito sobre o determinado assunto, (MARCONI e LAKATOS, 2005, p. 190).

Referencial teórico

    Engels (2002) diz que o preconceito em relação às mulheres sempre houve desde o início, onde os homens as tinham como propriedade e que serviam apenas para procriar. Sendo assim, estas mulheres não tinham a liberdade de expressar suas vontades e eram submissas aos homens.

    De acordo com Daólio (1997), o preconceito se traduz de várias maneiras, como exemplo cultural, em que desde pequenas as crianças são influenciadas pelos familiares, ao brincar com determinados brinquedos de acordo com o gênero, ou seja, se forem meninas brincam de boneca, se forem meninos jogam bola ou brincam de carrinho.

    Outra forma de preconceito é o de gênero, no qual se julga e delimita o tipo de esporte que se deve praticar de acordo com o sexo do indivíduo e não através do seu desenvolvimento nas modalidades esportivas. Sendo assim o gênero se torna uma categoria útil de análise que nos permite compreender conceitos, valores e representações vividos na nossa sociedade (SCOTT, 1995).

    Em relação à mulher nas modalidades esportivas e neste caso especifico o futebol, o preconceito existe de diversas formas, o homossexualismo e um grande fator, pois a sociedade julga as praticantes como lésbicas, levantando a discussão sobre a masculinização das mulheres que praticam tal modalidade. Essa visão de masculinizar ou afeminar um sujeito social se estabelece por uma definição binária acerca dos gêneros, que considera algumas características como sendo exclusivamente femininas ou masculinas, atribuindo uma fixidez às identidades (GOELLNER, 2006).

    Viana (2012) cita em sua pesquisa a forma de ensino diferenciada através de sua própria observação diante uma das aulas de um determinado professor da escola na qual este ensinava. Houve uma situação em que uma garota estava no gol e na hora do pênalti, o professor pediu para que o garoto deixasse uma menina cobrar o pênalti, pelo fato de ser outra garota que estava no gol. O time era misto e na percepção do professor, o mesmo estava criando uma situação de igualdade no momento em que deixou uma garota cobrar o pênalti, pois assim, não estaria expondo a riscos à goleira. Porém, garotos também estão suscetíveis a quaisquer acontecimentos devido a um chute ou choques físicos e nem por isso tem alguma “proteção”, então por que as garotas devem ter? É a partir desse fato que percebemos a idealização de que os garotos são mais fortes, viris, másculos e desta forma, estão prontos para tais acontecimentos.

    Segundo Freitas (2003), diversos professores citaram a violência como parte do futebol masculino, o que na visão deles não seria suportado pelo feminino. Já nas famílias, o preconceito se faz presente quando alguns pais não permitiam que suas filhas jogassem futebol, muitas vezes por medo do julgamento que a sociedade iria fazer, sendo estes os pais desinformados dos benefícios que a pratica do futebol traria a sua filha.

    Diante disso, observamos várias maneiras de preconceito existentes nas escolas e nas famílias das alunas praticantes de futebol. Assim as opiniões relatadas pelos professores, em sua maioria, são preferenciais ao treinamento do futebol para os garotos, sendo justificadas de varias formas, no entanto, com o mesmo intuito de que se têm menos trabalho ao se ministrar aulas de futebol para os meninos. Percebemos então que se há um menor incentivo para que estas meninas pratiquem o futebol, pode-se justificar assim através de hipótese o porquê de encontrarmos um menor número de praticantes femininas a este esporte.

    Romero (1994) entende que há diferenciação relacionado às experiências de movimentos vivenciados por meninos e meninas. Aos garotos são permitidas e incentivadas brincadeiras mais agressivas como jogar bola nas ruas, soltam pipas, andam de bicicleta, rolam no chão em brigas intermináveis, escalam muros e realizam muitas atividades que envolvem riscos e desafios. As meninas, por outro lado, são desencorajadas, e até mesmo proibidas, de praticarem essas brincadeiras e atividades, o que tem resultado num quadro de desempenho motor diferenciado, onde os meninos saem privilegiados em relação a déficit motor.

    Podemos constatar é que por força do processo cultural os preconceitos já são reforçados, colaborando para que as meninas não tenham as mesmas experiências motoras dos meninos, gerando assim varias situações que leva à exclusão e à falta de motivação por parte das mesmas quanto à prática da Educação Física e a determinado esporte.

    Uma alternativa para tentar reverter este fato seria, na fase anterior à iniciação esportiva, da educação infantil e do primeiro segmento do ensino fundamental, oferecer para as meninas os mesmos estímulos amplamente explorados pelos meninos, diminuindo assim os efeitos proporcionados pelo maior envolvimento dos meninos com diversas atividades que ocorre não só na escola, mas no dia a dia como em casa, na rua, no parque, no clube (DARIDO; SOUZA JUNIOR, 2002).

Considerações finais

    O preconceito no futebol feminino vem de fatores culturais, sociais, os quais precisam ser revistos, sendo a escola e iniciação esportiva um meio para esse problema, já que são fatores limitantes do desenvolvimento não somente do futebol, mas do esporte feminino como um todo. Ainda hoje, as mulheres sofrem com as dificuldades e discriminações existentes para a inserção no futebol brasileiro.

    Necessita assim, de apoio das instituições desportivas para que gere uma valorização das praticantes no esporte e no meio em que vivem, a fim de que possibilite uma diminuição ou fim do preconceito relacionado às mulheres e sua pratica no futebol.

Referencial bibliográfico

  • ADELMAN, M. Mulheres atletas: re-significações da corporalidade feminina. Estudos Feministas, Rio de Janeiro, v. 11, n. 2, p. 445-65, jul./dez. 2003.

  • DAÓLIO, JOCIMAR. Cultura: Educação Física e futebol. Campinas – SP: Editora da Unicamp, 1997.

  • DARIDO, S.C. Futebol feminino no Brasil, do seu início a prática pedagógica. Motriz, Rio Claro, v. 8, n. 2, p 43-49, abr – ago. 2002.

  • ENGELS, F. A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado. São Paulo: Centauro, 2002.

  • FREITAS, L. L. Futebol feminino: análise dos discursos dos sujeitos envolvidos em uma competição infantil entre escolas públicas em João Pessoa, PB. UFPB, João Pessoa, 2003.

  • GOELLNER, S. Gênero. In. González, F.J. Fensterseifer, P. E. (Orgs). Dicionário crítico de Educação Física. Ijuí: Unijuí, 2006.

  • MACIEL. J. S. Estudo bibliográfico sobre Educação Física e mídia: a concepção da imagem corporal e esportiva na mídia televisiva. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Ano 18 - N° 185 - Outubro de 2013. http://www.efdeportes.com/efd185/imagem-corporal-e-esportiva-na-midia-televisiva.htm

  • ROMERO, E. A Educação Física a serviço da ideologia sexista. Revista Brasileira de Ciências do Esporte. Campinas, v. 15, n. 3, p. 226-233, jan. 1994.

  • SCOTT, J. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 20, n. 2, p. 54-73, 1995.

  • VIANA, A. E. S. As relações de gênero em uma escola de futebol: quando o jogo é possível? Disponível em: http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=000873274, acesso em 31/01/2013.

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