Índice de massa corporal e
relação cintura-quadril Índice de masa corporal y relación cintura-cadera relacionados con problemas de salud |
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*Discentes do Curso de Educação Física **Orientador. Mestre e Doutor em Educação Física. Universidade Salgado de Oliveira, UNIVERSO (Brasil) |
Joel Mota Leite Junior* Lucas Alves Mota* Lorrany Fernandes Veiga* Antônio Rodrigues de Carvalho Neto* Paulo Roberto Cardoso dos Santos Guimarães* Prof. Ademir Schmidt** |
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Resumo A prevalência da obesidade tem crescido rapidamente e representa um dos principais desafios para a saúde pública. O objetivo deste estudo foi verificar a prevalência de sobrepeso e obesidade e o risco coronariano de visitantes da Feira da Saúde da X Semana Acadêmica da Saúde, realizada pela Universidade Salgado de Oliveira - Campus Goiânia, no segundo semestre de 2011, através das variáveis antropométricas. Participaram desta pesquisa 283 sujeitos (sendo 176 mulheres e 107 homens), com faixa etária entre 16 e 82 anos (média 26,83±11,54. O índice de massa corpórea (IMC) foi calculado como peso em quilogramas dividido pela estatura em metros quadrados, dado pela formula: IMC= Peso (Kg)/Estatura (m²) e o risco coronariano foi calculado através da Relação Cintura Quadril, dado pela forma RCQ= Medida da circunferência da cintura/Medida da circunferência do quadril. Os resultados foram apresentados como média ± desvio padrão. Unitermos: Perfil antropométrico. IMC. RCQ.
Recepção: 25/11/2014 - Aceitação: 13/02/2015
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 202, Marzo de 2015. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
Hoje vivemos uma vida cômoda, cheia de luxos e facilidades, tudo instantaneamente, algumas pessoas dizem que não precisam sair de casa pra viver, pois, tem tudo que precisam TV, internet, rede sociais, namoros, comida por entrega, comida congelada, micro-ondas, e muitas outras formas de deixar a vida mais fácil. Porem como todos sabemos, esse estilo de vida não contribui para uma vida saudável, assim levando as pessoas a praticar cada vez menos atividades esportivas e exercícios físicos, visto que ate mesmo suas atividades diárias não exigem nenhum condicionamento, fazendo com que o gasto calórico seja muito acima do gasto energético, o que tem aumentado a incidência de obesidade e sedentarismo, e junto a esses aspectos os problemas de saúde cada vez mais rotineiros, e isso ocorre cada vez com pessoas mais novas, que é o que mais nos preocupa. Damos uma atenção especial à alimentação, pois com os produtos químicos utilizados, os fast foods, tem tomado conta do mercado de alimentação, proporcionando cada vez mais diversidades nos alimentos, levando que as pessoas comam cada vez mais alimentos não naturais. Atualmente, observa-se elevada prevalência de sobrepeso e obesidade na população mundial. Este quadro tem se caracterizado como uma verdadeira epidemia representando um grave problema de saúde pública. Nos dias atuais o número de pessoas com excesso de peso corporal tem crescido de forma surpreendente na população mundial. Esse excesso de peso é classificado como sobrepeso ou obesidade e, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) (Organização Mundial de Saúde), vem crescendo de forma significativa, no decorrer dos anos, transformando-se em um grave problema de Saúde Pública, sendo caracterizada como uma verdadeira epidemia, principalmente em países desenvolvidos e naqueles em desenvolvimento, como é o caso do Brasil (SAMPAIO & NOGUEIRA, 2006).
Constatino & Lopez (1999) alertam que a prevalência da obesidade cresce e preocupa os médicos, mostrando a necessidade de combatê-la e controlá-la desde a infância e a adolescência, pois a obesidade é um distúrbio do metabolismo energético e o melhor caminho para não se tornar obeso é prevenir, uma vez que envolve um fator de risco e em condições crônicas à incapacidade e à perda de produtividade, além de comprometer a qualidade de vida.
O objetivo deste estudo foi verificar a prevalência de sobrepeso e obesidade de visitantes da Feira da Saúde da X Semana Acadêmica da Saúde, realizada pela Universidade Salgado de Oliveira - Campus Goiânia, no segundo semestre de 2011, através das variáveis antropométricas.
Desenvolvimento
O IMC (índice de massa corporal) e o RCQ (Relação Cintura Quadril), são medidas antropomórficas e antropométricas que comprovam riscos de saúde em padrões já aceitos pela OMS. Por sua vez o IMC consiste no cálculo da massa (o peso em kg) dividida pela altura ao quadrado, verifica especificamente a quantidade de gordura, e a composição corporal dos envolvidos. O RCQ consiste no perímetro da cintura dividida pelo perímetro do quadril. Essas duas medidas aliadas somam um poderoso método de analisar os riscos de saúde.
Embora o IMC não forneça informações acerca dos componentes da massa corporal, sua aplicabilidade não pode ser ignorada, já que envolve medidas relativamente fáceis de serem obtidas, é um método rápido e barato na determinação da obesidade, porém ele não fraciona os componentes da massa gorda e massa magra (Schmidt, 2010). A RCQ (Relação Cintura Quadril) é um índice simples e prático para determinação da distribuição da gordura abdominal e um forte preditor de morte prematura e doenças cardiovasculares, podendo ser usado como índice de nível de adiposidade, mas não independentemente das concentrações de colesterol e da pressão sanguínea (Pitanga, 2008).
A obesidade, com o passar do tempo, tende a repercutir de forma negativa tanto na qualidade como na expectativa de vida dos indivíduos. A incidência de diabetes, aterosclerose, gota, cálculo renal e morte cardíaca súbita é bastante freqüente em pessoas obesas (Pitanga, 2008). O excesso de gordura corporal está associado a diversas doenças de dimensão física e psicológica, incluindo doenças cardíacas, hipertensão, diabetes, osteoartrite, transtornos de ansiedade entre outros (Nahas; Goldenberg & Elliot, apud Santos, 2003). Para classificar o nível de gordura corporal são recomendados valores de 15% para homens e 23% para mulheres, enquanto a quantidade de gordura de 25% ou mais para homens, e 32% ou mais para mulheres são consideradas como obesidades (Pitanga, 2008).
O tratamento do paciente obeso deve ter como objetivo a saúde e o bem-estar do indivíduo, e não apenas os padrões estéticos, porém a prevenção da obesidade parece ser a melhor opção frente ao quadro delineado (NETO 2003 apud REZENDE et al., 2008). A atividade física deve ser estimulada desde cedo e os seus benefícios também devem ser sempre lembrados, pois a prática de atividades regulares favorece a prevenção da obesidade, de doenças cardiovasculares, do bem estar, enfim, ajuda o indivíduo a ter uma melhor qualidade de vida. Além dos exercícios é importante salientar que um mau hábito alimentar e os excessos de consumo de bebidas alcoólicas e de cigarro são fundamentais para que o indivíduo tenha predisposição a esses problemas.
Considerando a relação existente entre o excesso de gordura corporal e doenças crônicas degenerativa ficam evidentes verificar os índices de adiposidade no combate a estes problemas de saúde.
Metodologia
A pesquisa se classifica como descritiva, que segundo Cervo e Bervian (2002, p. 66) caracteriza-se por observar, registrar, analisar e correlacionar variáveis sem manipulá-las, procurando descobrir, com a precisão possível, a frequência com que um fenômeno ocorre, sua relação e conexão com outros, sua natureza e características.
Participaram desta pesquisa 283 sujeitos (sendo 176 mulheres e 107 homens), com faixa etária entre 16 e 82 anos (média 26,83±11,54), visitantes da Feira da Saúde da X Semana Acadêmica da Saúde, realizada pela Universidade Salgado de Oliveira - Campus Goiânia, no segundo semestre de 2011.
Foram determinados o Índice de Massa Corporal (IMC) e a relação da circunferência da Cintura-para-Quadril (RCQ). Para o cálculo do IMC foram coletadas as medidas antropométricas de Massa Corporal (em kg) utilizando uma balança digital da marca Bioland (capacidade até 200kg) e um antropômetro de marca Cescorf para determinação da Estatura (em metros). As medidas de circunferência da cintura e do quadril (em cm) foram realizadas com uma fita métrica flexível.
Após calculados o IMC e a RCQ, os dados foram comparados aos padrões de referência disponíveis na literatura pertinente.
Resultados e discussão
Tabela 1. Idade, estatura e massa corporal (média e desvio padrão)
Gráfico 1. Classificação do índice de massa corporal
Gráfico 2. Classificação do risco coronariano, com base na relação da circunferência da Cintura-para-Quadril (RCQ)
No total foram avaliados 106 homens (37,8%) e 176 mulheres (62,2%). As prevalências totais de sobrepeso e obesidade Grau I e II, foram 35,5% e 17% respectivamente. No sexo masculino, os valores encontrados foram 32,7% para o sobrepeso, e 2,8% para obesidade Grau I, já que nenhum homem estava com obesidade Grau II. Já no feminino, 12,5% e 4,5% foram respectivamente, as prevalências de sobrepeso e obesidade Grau I e II. Na comparação entre o sexo masculino e feminino, os homens tiveram prevalência significante maior de sobrepeso do que as mulheres, porém as mulheres apresentaram um Grau de obesidade maior do que os homens.
Em relação aos percentuais de RCQ , observa-se que 52,3% dos homens tem um baixo risco coronariano. Já nas mulheres esse percentual é de apenas 23,3%. No sexo masculino, os valores encontrados foram de 6,5% tanto para o risco alto quanto para o risco muito alto. As mulheres tiveram 15,9% e 10,8% respectivamente. Comparando o sexo feminino com o masculino, os homens possuem um risco significante menor de doenças cardiovasculares do que as mulheres. O risco alto das mulheres é mais do que o dobro comparado com os homens e o risco muito alto também é maior nas mulheres.
Alguns autores, com relação ao sexo, descrevem maior prevalência de sobrepeso e obesidade no sexo feminino, entre os adolescentes, mas o oposto também é descrito. No presente estudo, obesidade e o risco coronariano foi mais prevalente no sexo feminino.
Conclusão
Observou-se que os homens tiveram prevalência significante maior de sobrepeso do que as mulheres, porém as mulheres apresentaram um Grau de obesidade maior do que os homens. Também pode observar que as mulheres tem muito mais chances de ter uma doença cardiovascular do que os homens. O presente estudo conclui que a prevalência de sobrepeso e obesidade Grau I e II e o risco coronariano é grande, sendo verificada uma prevalência maior no sexo feminino.
Assim, a prevalência de sobrepeso e obesidade e o risco coronariano observada, evidencia a importância dos profissionais da área de saúde em alertarem para os riscos que o excesso de gordura pode trazer para o indivíduo. Esse alerta se faz necessário em decorrência da vida das grandes cidades, aonde as pessoas estão ficando cada vez mais sedentárias e deixando de fazer atividades físicas, levando ao risco da obesidade.
Referências
CERVO, A.L.; BERVIAN, P.A. Metodologia científica. 5ª ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2002.
CONSTANTINO, C.F.; LOPEZ, F.A. Obesidade infanto-juvenil. Unifesp – Comunicação/Clipping, Folha de São Paulo/SP, jan, 1999.
PITANGA, F. J. G. Testes, medidas e avaliação em educação física e esportes. 5. ed. São Paulo: Phorte, 2008.
REZENDE, V.A.; ALVES, APP.; CASTRO, LPT.; PONTIERI, FM. Prevalência de Sobrepeso e Obesidade em Alunos de uma Rede Pública de Anápolis. Anúario de Produção de Iniciação Cientifica Discente.
SANTOS, João Francisco Severo. Atividade física e obesidade em trabalhadores da indústria. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 9 - N° 67 - Diciembre de 2003. http://www.efdeportes.com/efd67/obesidad.htm
SCHMIDT, Ademir. Caderno de Estudos de Cineantropometria. 2010. Curso de Educação Física. Universidade Salgado de Oliveira Campus Goiânia, Goiânia-Goiás.
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