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Adaptação, inclusão e estimulação sensorial de um aluno com paralisia cerebral nas aulas de educação física do 2º ano
do ensino fundamental: relato de experiência

Adaptación, inclusión y estimulación sensorial de un alumno con parálisis cerebral en 

las clases de Educación Física de 2º año de escuela primaria: relato de experiencia

 

* Pedagoga, Especialista em Educação Empreendedora pela UFS. Prof. do Estado de Minas Gerais em Atendimento Educacional Especializado-Apoio. 

Concluinte da Esp. Esportes e Atividades Físicas Inclusivas para Pessoas com Deficiência pela Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF

** Educador Físico, Pedagogo, Mestre em Promoção de Saúde, Orientador no curso de Esportes

e Atividades Físicas Inclusivas para Pessoas com Deficiência

da Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF

Daniela Pegorari Cezar Silva*

danielapegorari2009@hotmail.com

Carlos Henrique de Freitas Lima**

carloshdfl@gmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Este trabalho tem o objetivo de retratar a adaptação, estimulação sensorial e inclusão de um aluno com Paralisia Cerebral (PC) grave, nas aulas de Educação Física, do segundo ano do Ensino fundamental em uma escola Estadual de Minas Gerais, Brasil, nos meses de março a junho de 2014. Apresentamos informações de alguns teóricos sobre Paralisia Cerebral e ainda a importância da professora do Ensino regular, trabalhar em conjunto com a professora de Atendimento Educacional Especializado-Apoio. Apresentamos cinco atividades físicas e recreativas, onde relatamos de que forma ocorreram as estratégias de adaptação, estimulação sensorial e inclusão, respeitando a capacidade motora e psicológica do aluno. Este estudo torna-se relevante para a comunidade acadêmica, professores, pais e familiares de crianças com Paralisia Cerebral, no sentido de ampliar as informações sobre inclusão escolar e estimulação sensorial. Os resultados obtidos apontaram melhorias no humor do aluno e ainda, uma recíproca afetividade em relação ao mesmo para com os demais alunos e professores. Ele pôde ver, sentir e praticar atividades físicas variadas benéficas para o seu corpo através de uma seqüência de estímulos sensoriais.

          Unitermos: Paralisia Cerebral. Professor de apoio. Estimulação sensorial.

 

Recepção: 04/02/2015 - Aceitação: 02/03/2015

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 202, Marzo de 2015. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Existem muitas discussões sobre a importância da inclusão na escola e da Educação Física Adaptada bem como a maneira como os professores do ensino regular e de apoio podem integrar e estimular sensorialmente alunos com Paralisia Cerebral (PC) nesse contexto.

    Fato é que encontramos tanto no contexto escolar, social ou familiar em que vivemos, que ainda existem pessoas que não acreditam que uma criança com PC possa participar das aulas práticas de educação física e que tenha capacidades de aprendizagem e de comunicação quando devidamente estimuladas.

    Um trabalho conjunto entre as professoras do ensino regular e de apoio através de aulas de Educação Física devidamente adaptadas podem oferecer um novo paradigma para esses alunos e quebrar estigmas em relação à criança com PC.

    O cerne deste trabalho é relatar a adaptação, estimulação sensorial e participação de um aluno com PC nas aulas de Educação Física do 2º ano do ensino fundamental, através de um relato de experiência. Uma vez que percebemos através de nossa práxis que muitos profissionais escolares, pessoas da sociedade e familiares, mesmo que bem intencionados, não acreditam ser possível incluir adaptar e estimular sensorialmente alunos com PC nas aulas de Educação Física.

Referencial teórico

O conceito de Paralisia Cerebral

    Paralisia Cerebral (PC) é um termo geral que engloba manifestações clínicas muito variadas, que têm em comum a dificuldade motora em conseqüência de uma lesão cerebral. Conceituada como encefalopatia crônica não evolutiva da infância (ROTTA, 2002).

    O cérebro comanda as funções do corpo. Cada área do cérebro é responsável por uma determinada função, como os movimentos dos braços e das pernas, a visão, a audição e a inteligência. (GOMES, 2006)

    A Paralisia Cerebral pode ocorrer antes, durante ou após o parto. Uma criança com PC pode apresentar alterações que variam desde leve incoordenacão dos movimentos, até uma grave inabilidade para segurar um objeto, andar, falar e deglutir (ROTTA,2002). Na área intelectual, pode ocorrer comprometimentos graves, leves ou ausência de comprometimentos.

    As áreas do corpo que podem ser atingidas pela PC são:

Hemiplegia: Quando afeta um dos dois lados do coro (direito ou esquerdo).

Diplegia: Quando apenas os membros superiores são afetados.

Paraplegia: Quando há comprometimento apenas dos membros inferiores.

Monoplegia: Apresenta um único membro afetado, superior ou inferior.

Triplegia: Quando apresenta três membros afetados.

Tetraplegia: Quando os quatro membros são afetados​​.

    De acordo com Gomes (2006) além dos diferentes tipos de PC, existem possíveis desordens associadas, como: retardo mental, epilepsia, alterações visuais, deficiência auditiva, dificuldades para a alimentação e constipação intestinal.

    O tratamento em suas diferentes modalidades envolve profissionais multidisciplinares e a família (ROTTA, 2002).

O direito da criança com Paralisia Cerebral em freqüentar a escola regular

    Toda criança deficiente tem o seu direito garantido pela Constituição Nacional em freqüentar a escola regular.

    Para Gil (2009), a escola inclusiva é aquela que aceita as diferenças e se esforça para trabalhar de maneira saudável com todas elas.

    A Lei das Diretrizes e Bases da Educação nacional (LDB) determina que deve haver Atendimento Educacional Especializado gratuito aos educandos com deficiência e/ou transtornos globais do desenvolvimento, incluindo o direito a um professor de Apoio. Este profissional, que tem que ser capacitado na sua área de atuação e ainda, ser especializado na deficiência que irá atuar (BRASIL, 1996).

    Para Rodrigues (2003) e Bersch (2008), deve ainda ser oferecido ao aluno uma ação integrada com o Professor Regente, que vise favorecer o acesso do aluno à comunicação e ao currículo, por meio de adequação de material didático-pedagógico, utilização de estratégias e recursos tecnológicos.

    Carmo (1989) e posteriormente Ferreira (2003), afirmam que as pessoas com deficiência física não vão mudar o sentido da deficiência, mas elas poderão mudar suas relações com as pessoas que estão estabelecendo o sentido da deficiência.

Métodos

    O instrumento para coleta de dados se deu através de observações das aulas de educação física, com registros através de notas de campo para posterior análise.

    A coleta dos dados aconteceu uma vez por semana, com exceção dos ensaios para a festa junina, que ocorreram três vezes na semana por duas semanas.

    O estudo aconteceu em uma classe do 2º Ano do Ensino Fundamental, entre o meses de março a junho do ano de 2014, na quadra de esportes de uma Escola do Estado de Minas Gerais-Brasil.

    Os participantes deste estudo foram: a Professora do ensino regular Regente de Turma, que aplicou as aulas de Educação Física; a professora de Apoio, que adaptou as aulas de Educação Física de forma que incluísse e estimulasse sensorialmente o aluno com PC; O Aluno com PC ; e os demais colegas de classe.

    Ressaltamos que foi solicitada à direção da Instituição de Ensino envolvida, aos professores envolvidos e aos responsáveis pelo aluno com PC, permissão para o desenvolvimento, publicação de dados e imagens desta pesquisa. Desta forma, foram assinados Termos de Consentimento Livre e Esclarecido.

Atividades escolhidas e como aconteceram as estratégias de adaptação, estimulação sensorial e inclusão

1.     Brincadeira de mímica

    As crianças se sentaram em circulo,a professora regente apresentou as regras da brincadeira para as crianças. Onde começou com uma criança fazendo uma mímica, as demais crianças tentaram adivinhar a mímica. A criança que acertou a mímica ganhou o direito de fazer a próxima mímica, assim por diante.

 

Brincadeira de mímica. Arquivo da autora

    Estratégias de adaptação, estimulação sensorial e inclusão do Aluno com PC na brincadeira de mímica: Como o aluno tem uma PC grave, que o impossibilita de falar e andar, fazendo uso contínuo de cadeira de rodas, a professora de Apoio, combinou a mímica a ser apresentada previamente com outro aluno, pedindo para este aluno, conduzir a cadeira de rodas. Em seguida, a professora de Apoio, pegou nas mãos do aluno com PC, fez uma mímica de dança em cadeira de rodas, onde os dois dançaram uma valça. A criança que acertou a mímica realizada ganhou o direito de continuar a brincadeira.

2.     Pular corda

    A professora regente apresentou as regras da brincadeira para as crianças. As crianças se agruparam em fila, a professora regente juntamente com outra criança cadeirante PC leve, começaram a bater a corda. Cada criança que estava pulando a corda, escolhia uma música de sua preferência, que era cantada pelos que batiam a corda e também pelos que estavam na fila. Cada criança também escolhia a velocidade das batidas da corda, que poderia ser leve, moderada ou rápida.

    Estratégias de adaptação, estimulação sensorial e inclusão do Aluno com PC na atividade de pular corda: Como o aluno tem uma PC grave, que o impossibilita de falar e andar, fazendo uso contínuo de cadeira de rodas, a professora de Apoio, pediu para uma criança conduzir a cadeira de rodas. A corda foi batida em formato de cobra, rasteijando-se pelo chão, na velocidade leve. A criança com PC foi conduzida para frente e para trás, passando entre a corda várias vezes. A corda também foi batida em formato de ondas, acima do nível da cabeça do aluno com PC,que era conduzido para frente e para trás pela outra criança várias vezes.

3.     Pular no jump

    A professora regente apresentou as regras da brincadeira para as crianças. Onde, foram alinhados 08 jumps. Em cada jump, houve uma fila com três crianças, que se revezavam para pular, com música, movimentos e ritmos variados.

Pular no jump. Arquivo da autora

    Estratégias de adaptação, estimulação sensorial e inclusão do Aluno com PC na atividade de pular no jump: Como o aluno tem uma PC grave que o impossibilita de falar e andar, fazendo uso contínuo de cadeira de rodas, a professora de Apoio, pediu para uma criança subir no jump, segurar a mão do aluno com PC e conduzir a brincadeira, pulando com movimentos e ritmos variados. A professora de Apoio e a professora regente se revesaram durante esta atividade, ficando o tempo todo segurando e sustentando o Aluno com PC pelo tronco.

4.     Pega rabo

    A professora regente apresentou as regras da brincadeira para as crianças. Deu um rabo de barbante para cada criança prender na região da cintura. Foi delimitado o espaço em que elas poderiam correr para pegar o rabo do seu colega. Dado o sinal de a brincadeira começar, todos correram para pegar o rabo do outro colega e tentaram proteger o seu rabo, para que os colegas não o pegassem. Ganhou a brincadeira aquele que conseguiu pegar o maior número de rabos sem perder o seu próprio rabo.

    Estratégias de adaptação, estimulação sensorial e inclusão do Aluno com PC na atividade do pega-rabo: Como o aluno tem uma PC grave, que o impossibilita de falar e andar , fazendo uso contínuo de cadeira de rodas, a professora de Apoio, pediu para uma criança conduzir a cadeira de rodas. Foi colocado um rabo de barbante preso á cadeira de rodas. Dado o sinal da brincadeira começar, a criança que estava conduzindo a cadeira de rodas, tinha que fugir, correndo para que o rabo da criança com PC não fosse retirado, também tendo que tentar pegar o rabo de outra criança.

5.     Ensaio da dança junina e dia da apresentação

    A professora regente apresentou as crianças duas músicas típicas de dança junina. As crianças votaram e escolheram uma das músicas para o ensaio. A professora regente combinou, explicou ensaiou a coreografia da música. Os ensaios aconteceram três vezes na semana, em um tempo médio de meia hora, logo após o intervalo do lanche. No dia da apresentação, todos vieram vestidos á caráter para a festa junina. Os pais e todos da comunidade escolar também vieram para o evento . As crianças apresentaram sua dança. Terminando a dança, elas se acomodaram para ver a apresentação de dança das outras salas.

Ensaio da dança junina e dia da apresentação. Arquivo da autora

    Estratégias de adaptação, estimulação sensorial e inclusão do Aluno com PC, no ensaio da dança junina e no dia da apresentação: Como o aluno tem uma PC grave, que o impossibilita de falar e andar, fazendo uso contínuo de cadeira de rodas, a professora de Apoio, juntamente com a professora regente, combinou com um casal de crianças como seria o ensaio e a coreografia específica deles, que seriam um trio, de forma a cooperar com o amigo com PC. Nos ensaios, o menino escolhido conduzia a cadeira de rodas e a menina escolhida fazia a coreografia segurando na mão do amigo com PC. No dia da Apresentação, as crianças apresentaram a dança, conforme haviam treinado nos ensaios. Terminando a dança, a mãe do aluno com PC o acomodou para ver a apresentação de dança das outras salas.

Apresentação e análise dos resultados

    Para apoiar a nossa prática nas atividades de estímulos sensoriais, físicos, recreativos e de dança, nos orientamos através de referenciais teóricos conceituados no ramo da Educação Física Adaptada e em Especialistas da educação e saúde. Como nos explica Rotta (2002), o diagnóstico e tratamento da paralisia cerebral são multidisciplinares. Ao lado do sintoma principal motor estão os sintomas associados que requerem igual atenção.

    Pudemos assim, através desse relato de experiência, aplicar cinco atividades, que visaram a adaptação, estimulação sensorial e inclusão de um aluno com Paralisia Cerebral Grave, nas aulas de Educação Física. Onde adaptamos e respeitamos suas necessidades próprias de aprendizagem, locomoção e comunicação, apoiadas no autores (DO CARMO,1989; FERREIRA,2011; RODRIGUES 2003).

    Nesses três meses de práticas, observações e registros, constatamos mudanças significativas para nós professoras em relação ao aluno com PC, além dos relatos da própria mãe da criança, nos contando mudanças principalmente no humor do seu filho.

    Observamos um nível de afetividade e entrosamento muito elevado por parte do aluno com PC, entre seus colegas de classe e com suas professoras. Acreditamos que as atividades físicas adaptadas, recreativas e de estimulação sensorial contribuíram para uma crescente socialização, auto-estima e humor elevado do Aluno com PC, corroborando o que nos aponta Bersch (2008), Dias (2010) e Gomes (2006).

    Em se tratando das características cognitivas pudemos constatar que houve avanços na área da atenção,concentração,comunicação visual e corporal, para isso nos apoiamos nos estudos de Rotta (2002) . Observando as características motoras, levando em consideração as limitações físicas do aluno, não pudemos observar grandes avanços, exceto, quanto às condições cardiorrespiratórias (aeróbica e anaeróbica), onde percebemos maior fôlego ao período inicial das atividades, do aluno com PC.

    Com as práticas dessas atividades, ressaltamos que o nosso maior objetivo foi atingido. Pois pudemos demonstrar que professores de Apoio e Regente de Tuma, podem trabalhar em parceria, visando benefícios para o aluno com PC nas aulas de Educação Física (BRASIL, 1996).

Considerações finais

    Pudemos constatar através deste relato de experiência, que foi e se torna possível incluir um aluno com Paralisia Cerebral grave nas aulas de educação física. Para tanto, as professoras de Apoio e regente de turma trabalharam em parceria, adaptando as aulas de forma estratégica com o objetivo de estimular sensorialmente o aluno com PC e tornar sua participação efetiva e válida enquanto experiência corporal durante as aulas de educação física.

    Foi possível através de observações e registros, encontrar evidências que o estado de humor do aluno com PC ficou muito elevado. Constatamos um crescente grau de afetividade dos demais alunos para com o aluno com PC. As atividades físicas adaptadas proporcionaram ao aluno com PC variados estímulos sensoriais. Também pudemos perceber através da reação do aluno com PC, que ele pôde ver, ouvir, sentir e praticar atividades Físicas variadas, benéficas para o seu corpo e que colaboraram para o seu cognitivo .

    Ressaltamos que este artigo não tem o intuito de encerrar a discussão e reflexão em torno desta temática. Ressaltamos ainda a necessidade de continuidade de estudos, pesquisas e discussões, referentes à adaptação, inclusão e estimulação sensorial de alunos com Paralisia Cerebral nas aulas de Educação Física. Podendo assim contribuir para a comunidade escolar: acadêmicos, professores e familiares de PC.

Referências

  • BERSCH, Rita. Introdução à tecnologia assistiva. Porto Alegre: CEDI, 2008. Disponível em: http://www.assistiva.com.br/Introducao_Tecnologia_Assistiva.pdf.> Acesso em 05/07/14.

  • BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB nº 9394/1996.

  • CARMO, Apolônio Abadio do. Deficiência física: a sociedade brasileira cria, "recupera" e discrimina. 1989. Disponível em http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=vtls000036029. Acesso em: 30/06/14.

  • DIAS, Alex Carrer Borges et al. Desempenho funcional de crianças com paralisia cerebral participantes de tratamento multidisciplinar. Fisioter. Pesqui., São Paulo , v. 17, n. 3, Sept. 2010.

  • FERREIRA, Eliana Lucia. Atividades físicas inclusivas para pessoas com deficiência. 2011.

  • GOMES, Claudia; BARBOSA, Altemir José Gonçalves. Inclusão escolar do portador de paralisia cerebral: atitudes de professores do ensino fundamental. Rev. bras. educ. espec, v. 12, n. 1, p. 85-100, 2006.

  • GIL, Flávia Ceccon Moreira. A criança com deficiência visual na escola regular. Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo. São Paulo, 2009. 176 p.

  • RODRIGUES, David António. A Educação Física perante a Educação Inclusiva: reflexões conceptuais e metodológicas. Revista da Educação Física/UEM, v. 14, n. 1, p. 67-73, 2008.

  • ROTTA, Newra Tellechea. Paralisia cerebral, novas perspectivas terapêuticas. Jornal de pediatria, v. 78, n. 1, p. 48-54, 2002.

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