efdeportes.com

Educação e inclusão de pessoas com deficiência visual:

do sistema Braille às tecnologias assistivas

La educación y la inclusión de personas con discapacidad visual: del sistema Braille a las tecnologías de asistencia

 

*Licenciada em Pedagogia, UNEB, DEDC-XII.

**Professor Auxiliar da Universidade

do Estado da Bahia (UNEB), DEDC-XII/LEPEAF

(Brasil)

Jamilly Ledo Teixeira*

Magna Souza Carvalho*

Claudio Bispo de Almeida**

cbalmeida@uneb.br

 

 

 

 

Resumo

          Para que as pessoas com deficiência visual tenham a sua educação garantida é necessário oferecer a essas pessoas condições e meios para que elas possam participar da educação. Nesse sentido, o objetivo do presente trabalho foi verificar quais as contribuições do sistema Braille e das Tecnologias Assistivas (TA) para inclusão da pessoa com deficiência visual no ensino regular. Esta pesquisa caracterizou-se como qualitativa e bibliográfica. A busca foi realizada em um banco de dados virtual no qual foram pesquisados artigos científicos de origem nacional que discutem a temática da pesquisa, publicadas no período de 2000 a 2012. Os resultados encontrados na pesquisa apontam para a confirmação de que tanto o sistema Braille quanto as TA, atuam como agentes facilitadores que contribuem no processo de ensino/aprendizagem das pessoas com deficiência visual dentro das salas de aula de ensino regular. Assim, conclui-se que o sistema Braille e as TA contribuem para garantir a educação, a inclusão digital e a inclusão social das pessoas com deficiência visual.

          Unitermos: Inclusão escolar. Deficiência visual. Sistema Braille. Tecnologias assistivas.

 

Abstract

          To help people with visual disabilities have their education guaranteed it is necessary to offer these people means and conditions for which they are able to participate in education. Therefore, the purpose of this investigation was to verify what the contributions of Braille and Assistive technologies (AT) for inclusion of the person with visual impairment in mainstream education. This research was characterized as qualitative and bibliographic references. The search was carried out in a virtual database which were researched scientific articles of national origin that discuss the topic of the research, published in the period from 2000 to 2012. The results found in the survey point to the confirmation that both the Braille system regarding AT, act as agents facilitators who contribute in the process of teaching/learning of people with visual disabilities within the classrooms of regular education. Thus, it is concluded that the system Braille and AT contribute to ensure the education, digital inclusion and the social inclusion of people with visual disabilities.

          Keywords: School inclusion. Visual impairment. Braille system. Assistive. Technologies.

 

Recepção: 08/12/2014 - Aceitação: 05/02/2015

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 202, Marzo de 2015. http://www.efdeportes.com/

1 / 1

Introdução

    Apesar de uma herança histórica marcada por desigualdades, exclusão, maus tratos e desprovidas do direito de participar da sociedade, algumas medidas foram tomadas, mesmo que a passos lentos, para tornar possível o direito das pessoas com deficiência de participar da vida escolar. No Brasil, por exemplo, as leis (CONSTITUIÇÃO FEDERAL, 1988; Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394/96 (LDBEN), 1996; ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE, 1990), ratificam que a Educação é um direito de todos os cidadãos (LIMA, 2006), sendo assim, também é direito da pessoa com deficiência receber a educação na escola (BRASIL, 1996) “preferencialmente” em classes regulares de ensino.

    Na visão de Sá, Campos e Silva (2006) para acontecer a educação do aluno com deficiência visual dentro de uma sala de ensino regular o ambiente esteja devidamente preparado para oferecer condições favoráveis de estímulo, além de oferecer professores mediadores que possam lidar com as limitações desse aluno. Nesse sentido, pode-se destacar a necessidade de dialogo entre educador e educando como o fator necessário dentro do processo de ensino e de aprendizagem (FIGUEREDO, 2010; COSTA, 2012). Além dessas exigências para a educação do aluno cego no ensino regular, Sá e Simão (2010) observam que as relações entre os colegas da turma também devem ser consideradas no processo de aprendizagem.

    O avanço tecnológico no ambiente escolar proporcionou maior contato de alunos com o material utilizado em classe, o sistema braile ficou mundialmente conhecido como o meio de escrita e leitura da pessoa cega (LIMA, 2006; SÁ; CAMPOS e SILVA, 2006). Para Santarosa (2010) as tecnologias assistivas (TA) são uma área multidisciplinar de conhecimentos que busca desenvolver estudos, pesquisas e produtos que visam a promoção da qualidade de vida e da inclusão social das pessoas com necessidades especiais. Já para Bersch (2008), as TA também podem ser definidas como todo o arsenal de recursos e serviços que pode proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência e consequentemente promover vida independente e inclusão.

    Para que a pessoa com deficiência visual pudesse fazer uso de recursos tecnológicos como o computador, foi preciso equipar essas ferramentas com software e hardware que possibilitem a esses sujeitos o seu uso de forma autônoma. Para tanto, foram criados Leitores de Tela, como por exemplo, o Dosvox, o Virtual Vision, o Jaws e o NVDA (Non Visual Desktop Access), para ambiente Windows (DOMINGUES; CARVALHO; ARRUDA, 2010); Ampliadores de Tela, o LentePro, o Lunar 95, o Visability, o Magic Deluxe, o LP DOS Deluxe e o Zoom Text Windows; e Hardwares,o Braille Falado e o Braille Lite 18 (SANTAROSA, 2010) permitindo que a pessoa cega ou com baixa visão possa navegar na internet, editar textos, fazer transferência de arquivos, usar o correio eletrônico e executar outras funções.

    Assim, o objetivo desse estudo é discutir as contribuições do Braille e das TA para a inclusão de alunos com deficiência visual incluídos em sala de aula do ensino regular.

Procedimentos metodológicos

    A pesquisa trata-se de uma revisão bibliográfica (GIL, 2010; CERVO; BERVIAN; SILVA, 2007). Esta pesquisa foi realizada no site de busca eletrônico Google Acadêmico, utilizando-se as seguintes combinações: Inclusão escolar and Deficiência visual and Tecnologia Assistiva e Inclusão escolar and Deficiência visual and Braille, publicadas no período de 2000 a 2012.

    Para melhor compreensão dos resultados, os trabalhos foram organizados em quadros (Quadro 1 e Quadro 2) que tratam da organização dos artigos incluídos na pesquisa no qual foram destacados os seguintes itens: autor/ autores; ano de publicação; local da pesquisa, contribuições para a inclusão, principais resultados e conclusão. Os artigos foram analisados por meio de análise de conteúdo e categorizados em seguida.

Resultados e discussão

    A pesquisa encontrou 2640 resultados relacionados ao Braille (Quadro 1) dos quais 20 artigos foram selecionados a partir da leitura prévia dos títulos encontrados, e destes três (MACHADO, 2011; TATO; LIMA, 2009; CAMPOS; GENUÍNO, 2010) foram incluídos para análise na pesquisa com base na leitura dos resumos. Tais artigos evidenciam a importância do sistema Braille para a aprendizagem da leitura e escrita dos alunos com deficiência visual.

    Machado (2011) diz que apesar do avanço tecnológico, o Braille ainda é o melhor sistema de escrita para pessoas com cegueira uma vez que proporciona contato direto e palpável com as palavras e proporciona independência para ler e escrever. Outro problema citado por Machado (2011) é que além de não ter profissionais preparados, na escola falta ainda recursos materiais, como o computador e a impressora em Braille, o que dificulta o trabalho em sala de aula.

    A falta de recursos materiais é também citada por Tato e Lima (2009), o que segundo eles, dificulta o desenvolvimento do discente em sala de aula, pois enquanto os alunos videntes têm diversos materiais de estudo à disposição, os alunos com deficiência visual dispõem apenas do material em Braille, que não é desenvolvido em tempo hábil para as aulas e ainda é desenvolvido por pessoas que não tem a capacitação necessária para a transcrição em Braille.

    Nessa perspectiva, Campos e Genuíno (2010) também destacam que a formação dos professores para trabalhar com a educação inclusiva é inadequada, pois não tiveram no currículo de seus cursos de formação nenhuma disciplina que oferecesse suporte para essa área. Trabalhar em classe inclusiva com alunos com deficiência visual é um desafio que exige dos profissionais, (principalmente os professores) diversos saberes da prática educativa, estes devem repensar sua prática e seus conceitos em sala de aula, é fundamental que o professor veja o aluno com deficiência como sujeito capaz de aprender, apesar de suas limitações. Esse trabalho exige procedimentos que interfere em toda a rotina escolar (MACHADO, 2011; TATO; LIMA, 2009; CAMPOS; GENUÍNO, 2010).

Quadro 1. Contribuições do Braille para a inclusão escolar de alunos com deficiência visual

Autor / Ano

Local da pesquisa

Contribuições para a inclusão

Principais resultados

Conclusão

Machado (2011)

São Paulo

 

O Braille proporciona maiores possibilidades de participação e da constituição de espaço inclusivo.

O professor precisa aprender a ver o aluno com deficiência como sujeito capaz de aprender. A família deve ser envolvida no processo de inclusão e de aprendizagem, ciente da importância de se conhecer, respeitar e aceitar o Braille como meio imprescindível de aprendizagem e de comunicação.

É urgente a necessidade de se humanizar as políticas para se ter uma prática educacional democrática, na qual se leve em conta os sujeitos a serem incluídos e suas reais singularidades e necessidades.

Tato; Lima (2009)

Rio de Janeiro

 

O material em braile contribui significativamente para a participação igualitária do aluno com DV, por isso é importante que o professor conheça para que não diferencie as atividades entre os alunos.

Apesar das dificuldades, as instituições de ensino tem avançado na inclusão de pessoas com deficiência visual, principalmente em relação aos professores que cada vez mais buscam se formar para esse trabalho.

Os professores que trabalham com as turmas de inclusão devem trabalhar de forma que todos os alunos participem de todas as atividades, possibilitando o aprendizado a todos.

Campos; Genuíno (2010)

*

*

Para o professor atuar em classes inclusivas com educandos com limitações visuais,

São necessários múltiplos

saberes na prática educativa.

 

A escola é responsável pelo desenvolvimento de recursos, para que todos tenham a

oportunidade de aprender,

*Itens não encontrados

    Em relação as TA obteve-se 884 resultados no sitio de busca Google Acadêmico, dos quais, 28 artigos foram selecionados a partir da leitura prévia dos títulos encontrados, e destes 10 foram incluídos para análise na pesquisa.

    Essas pesquisas tratam das TA e suas contribuições para a vida, o desenvolvimento e a aprendizagem da pessoa com deficiência visual (QUADRO 2). Chegou-se a um resultado que possibilita dizer que tais tecnologias podem auxiliar no desenvolvimento da pessoa com deficiência visual, uma vez que possibilitam aos seus usuários maior autonomia e liberdade para tornar-se independente, promovem a inclusão social e digital, além, de facilitar no processo de ensino e aprendizagem da pessoa com limitações visuais.

    No entanto, vale ressaltar que contrária a essas contribuições foram observados também alguns obstáculos que ainda impedem que todos tenham acesso às TA. Como por exemplo, foi observado nas pesquisas de Lima (2011); Carvalho (2011); Matos, Ribeiro e Silva (2009) a falta de capacitação, conhecimento e interesse dos professores regentes da sala de ensino regular em lidar com essas tecnologias, além, da falta de iniciativa das escolas em incentivar os alunos a usarem as TA.

    É possível destacar alguns estudos (LUZ; SOUZA; DUARTE, 2012; ESTABEL; MORO; SANTAROSA, 2006; ROSITO; SCARIOT, 2012; AMORIM; CARVALHO; MENEZES, 2011; SONZA, 2004) que chegaram a conclusões e resultados que evidenciam, apesar de terem sido realizadas por pesquisadores diferentes em condições, locais e anos distintos, que as TA são importantes ferramentas que auxiliam no processo de ensino aprendizagem dos alunos com limitações visuais.

    O trabalho de Luz, Souza e Duarte (2012) foi realizado na cidade de Jequié (BA), essas autoras após realizarem uma pesquisa qualitativa no ensino fundamental de uma escola privada, constataram que as TA auxiliam de forma positiva no desenvolvimento e aprendizagem de pessoas com deficiência visual (DV), além disso, tal trabalho concluiu que as TA são ferramentas que minimizam as dificuldades dos educandos com limitações visuais e promovem autonomia no cotidiano, e por isso representam um caminho viável para a inclusão.

    Em concordância com o estudo anterior há uma pesquisa realizada por Sonza (2004) em Porto Alegre que também teve como resultado a afirmação sobre as TA, nesse caso específico o computador, representa uma ferramenta em potencial no processo de ensino–aprendizagem, e contribui para propiciar o desenvolvimento cognitivo e sócio-afetivo das PNE. Além destes, ainda é possível destacar a conclusão da pesquisa de Rosito e Scariot (2012) a qual aponta que os leitores de tela, usados pelos alunos com deficiência visual, podem garantir a esses alunos independência e autonomia ao fazer uso do computador.

    Amorim, Carvalho e Menezes (2011), ao realizar a pesquisa em Irecê (BA), também chegam a conclusão de que é necessário popularizar as tecnologias que favorecem a aprendizagem da pessoa com deficiência visual, pois, como afirmam na pesquisa, as tecnologias atuam para incrementar na aprendizagem das pessoas que dela necessitam.

    Outra pesquisa que evidencia em sua conclusão que as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) têm um papel de extrema importância para incluir e promover a aprendizagem da pessoa com limitações visuais, ou seja, dar condições favoráveis para que sujeitos com DV possam participar do mundo digital é a pesquisa de Estabel, Moro e Santarosa (2006). Realizada no Proinesp (Programa Nacional de Informática na Educação Especial) e assim, como as demais pesquisas chegou à conclusão de que a parceria entre a educação e as TIC pode promover a inclusão social e digital dos sujeitos com limitações visuais.

    Ainda, sobre a mesma visão de que as tecnologias são ferramentas que beneficiam na aprendizagem e inclusão da pessoa com deficiência visual, destaca-se a pesquisa de Ataíde que foi realizada no Telecentro Acessível da sede da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais do Distrito Federal no ano de 2011. Com esse estudo a pesquisadora pôde concluir que apesar de poucas referências teóricas a respeito dos telecentros, foi possível observar que o telecentro pesquisado está buscando adequar-se para atender as pessoas com necessidades especiais, e com essas adequações observou-se que era possível promover uma melhor qualidade de vida e ampliação nas oportunidades de trabalho para as pessoas com limitações visuais.

    As contribuições tecnológicas ficaram bem evidentes nas pesquisas analisadas anteriormente (LUZ, SOUZA; DUARTE, 2012; ESTABEL; MORO; SANTAROSA, 2006; ROSITO; SCARIOT, 2012; SONZA, 2004). No entanto, pesquisas como a de Carvalho (2011) e Lima (2011) encontraram resultados que evidenciaram situações que dificultam o uso das tecnologias em favor da educação.

    A pesquisa de Carvalho (2011) realizada em uma Escola Pública da Região Administrativa III do Distrito Federal, ao analisar: perfil do professor, sua área de atuação, tempo de magistério, experiência em sala de aula com alunos DV, idade e atualização chegou à conclusão de que apesar dos avanços com os recursos didáticos e com as tecnologias, ainda há professores regentes que não sabem lidar, ou seja, ainda não estão preparados para atuar com esses recursos na sala de aula. A pesquisa de Lima (2011) realizada na Escola Pública da cidade do Gama no Distrito Federal teve uma conclusão muito semelhante à pesquisa de

Quadro 2. Contribuições da TA para inclusão escolar de alunos com deficiência visual

Autor/ ano

Local da pesquisa

Contribuições para a inclusão

Principais resultados

Conclusão

Luz; Souza;

Duarte (2012)

Jequié (BA)

 

Minimizar as dificuldades;

 

Promover autonomia;

 

Facilita o processo ensino-aprendizagem;

 

Desenvolvimento cultural e social;

 

Permite a comunicação

TA: auxiliam de forma

significativa no desenvolvimento e aprendizagem de pessoas com DV.

TA: minimizam as

dificuldades dos alunos com DV, promove autonomia no cotidiano e representam um caminho viável para o trabalho de inclusão destes; funcionam como um meio facilitador no processo de ensino-aprendizagem dos deficientes visuais, possibilitando que a

inclusão ocorra de fato na aprendizagem e não somente na socialização dos mesmos.

Rosito; Scariot (2012)

 

 

 

 

 

Propostas de novos meios para desenvolver materiais didáticos mais acessíveis aos DV.

Identificação dos aplicativos que são, efetivamente, lidos pelos softwares leitores de tela;

Criação de checklists para o desenvolvimento de material didático acessível para alunos com DV.

A utilização de recursos como os leitores de tela proporciona aos alunos com deficiência visual independência e autonomia.

Amorim;

Carvalho

Menezes (2011).

Irecê (BA)

Os recursos tecnológicos têm contribuído muito para incrementar o aprendizado e dentre eles o que mais se destaca é o computador.

Conhecer as limitações da implementação de ações que viabilizam potencializar o avanço tecnológico e as necessidades inerentes à permanência e ao desenvolvimento de programas que promovem a inclusão digital.

Popularizar a tecnologia para a inclusão é uma ação que deve ser urgente.

 

 

Ataide (2011)

Distrito Federal

O uso das tecnologias de comunicação e informação pelas pessoas com DV é um meio de oportunizar esses sujeitos uma melhor qualidade de vida.

Confirmação de que as tecnologias da informação e comunicação que estão disponíveis no telecentro pesquisado atuam contribuindo para a melhoria da qualidade de vida e ampliação das oportunidades de trabalho das pessoas com deficiência visual.

Observou-se que os telecentros acessíveis ainda que tenham o mesmo objetivo que os telecentros comunitários, adquirem novas configurações para adequar-se às necessidades do trabalho com as PNEE.

Carvalho (2011)

Distrito Federal

Chama a atenção das escolas e dos professores regentes para buscar capacitação para atender os alunos com DV.

Os professores da sala de recursos tem papel fundamental na promoção da educação do mesmo, cabendo a ela dar suporte ao professor do ensino regular, orientar, adaptar materiais necessários a aprendizagem do aluno, orientar as famílias e a escola sempre que necessário.

Apesar dos recursos didáticos, dos avanços tecnológicos, há professores regentes despreparados para atuar com esses recursos na sala de aula.

Lima (2011)

Distrito Federal

Contribui ao reafirmar que o uso das TA é um grande aliado no processo ensino aprendizado do aluno com deficiência.

Constatou-se avanços no uso das TA, no entanto, ainda há dificuldades em usar essas tecnologias por parte dos profissionais , que por sua vez busca ações efetivas por parte das gestões da rede pública e políticas públicas que favoreçam maior agilidade e eficácia no processo de apropriação dessa tecnologias.

Apesar de alguns avanços no uso das TA, ainda há um desconhecimento profundo quanto as possibilidades concretas dessas tecnologias.

Riffel (2009)

Cuiabá (MT)

A TA auxilia na efetivação da inclusão da pessoa com DV

A pesquisa revelou uma avaliação positiva, tanto no que se refere ao aspecto didático inclusivo, quanto à adequação de suas características de apropriação ao atendimento de pessoas com deficiência visual.

A inclusão de alunos com DV na escola regular é possível, embora necessite de instrumentos para sua efetivação. É importante que pesquisa, desenvolvimento e utilização de TA sejam incentivados nas escolas.

Matos;

Ribeiro; Silva,

(2008-2009)

Minas Gerais

Verificar a acessibilidade e usabilidade a fim de criticar as normas de desenvolvimento de WebSites e propor as devidas modificações ou inovações.

Os critérios ergonômicos não

satisfaziam totalmente as necessidades das pessoas DV.

 

Critérios alterados e reescritos inserindo regras de acessibilidade.

Ainda há muito que se fazer para garantir a real inclusão digital dos deficientes visuais na Web.

Estabel; Moro;

Santarosa, (2006)

São Paulo

 

Incentivos à superação de barreiras físicas e tecnológicas.

 

O desafio e a certeza de que as dificuldades e as limitações são superadas no compartilhamento com os outros.

Com a educação e o uso das TIC, é possível promover a inclusão social e digital das PNEE com limitação visual.

Sonza (2004)

Porto Alegre (RS)

 

As TA facilitam o acesso das PNEE aos ambientes digitais, garantindo independência, autonomia e oportunizando sua inclusão.

O computador representa uma poderosa ferramenta no processo ensino – aprendizagem, e contribui para propiciar o desenvolvimento cognitivo e sócio-afetivo das PNEE.

O advento das TA abriu um leque de possibilidades àqueles que de outra maneira não teriam o acesso à informação e forma de comunicação impossibilitados ou até mesmo impossíveis.

*PNEE: Pessoas com Necessidades Educativas Especiais

    Carvalho, segundo Lima (2011), mesmo com alguns avanços no uso das TA, ainda observa-se um grande desconhecimento quanto as possibilidades concretas dessas tecnologias.

    Outras pesquisas trazem conclusões diferenciadas, a pesquisa de Riffel (2009) realizada em Cuiabá é um exemplo. Tal pesquisa chegou à conclusão de que a inclusão de pessoas com limitações na escola regular é possível, no entanto, é preciso que a escola promova ações que incentivem o uso das TA para que a educação dos alunos com DV aconteça de forma mais criativa, instigante, ou seja, mais eficaz. O trabalho de Matos, Ribeiro e Silva (2009) buscou verificar a acessibilidade de Websites, e também se enquadra nessas conclusões diferenciadas. Esse trabalho foi realizado em Minas Gerais, a conclusão obtida não foi muito satisfatória para a inclusão da pessoa com deficiência visual, pois, segundo a pesquisa ainda há muito que se fazer para garantir a real inclusão digital da pessoa com deficiência visual na Web.

Considerações finais

    Assim, conclui-se que as TA e o sistema Braille em todos os seus aspectos atuam como importantes ferramentas no processo de ensino aprendizagem das pessoas com deficiência visual, uma vez que estes recursos permitem a seus usuários receber as informações de forma mais concreta e elaborada.

    Levando-se em conta os resultados encontrados sugere-se que é preciso garantir dentro das escolas professores qualificados para trabalhar com essas tecnologias que tanto facilitam a vida da pessoa com DV. É preciso também que as escolas incentivem o uso dessas tecnologias para que assim, os alunos que delas necessitam se sintam mais acolhidos e seguros ao fazer uso destas ferramentas.

Referências

Outros artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/
Búsqueda personalizada

EFDeportes.com, Revista Digital · Año 19 · N° 202 | Buenos Aires, Marzo de 2015
Lecturas: Educación Física y Deportes - ISSN 1514-3465 - © 1997-2015 Derechos reservados