Crescimento, atividade física e
hábitos alimentares Crecimiento, actividad física y hábitos alimenticios en escolares de escuela media |
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*Graduada/o em Educação Física **Graduada em Psicologia ***Graduanda em Enfermagem ****Especialização em Nutrição para o Fitness e Alto Rendimento *****Doutor em Ciências da Saúde ******Orientadora e Doutora em Ciências da Saúde Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Mossoró (Brasil) |
Isis Kelly Dos Santos* Kesley Pablo Morais De Azevedo* Erika Karla Abreu Viana* Ana Paula Knacfuss Silveira** Raphaela Knackfuss De Medeiros*** Edson Fonseca Pinto**** Humberto Jefferson De Medeiros***** Maria Irany Knackfuss****** |
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Resumo O estilo de vida das pessoas vem se tornando cada vez mais sedentário, devido, principalmente, às comodidades oferecidas pelo mundo moderno. Este trabalho teve como objetivo analisar o crescimento, a atividade física e os hábitos alimentares dos escolares do ensino médio do instituto federal de educação, ciência e tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN) – Campus Mossoró. A população foi composta pelos escolares do instituto, com a amostra constituída por 120 alunos de ambos os sexos, com faixa etária de 13 a 21 anos. Foram realizadas duas coletas que consistiam na aferição da massa corporal e da estatura, uma no ano de 2009 e outra em 2012, e aplicados dois questionários, o Questionário Internacional de atividade física (IPAQ) e o Questionário Sobre Hábito Alimentar. Na análise estatística foram utilizadas medidas de tendência central, média, desvio padrão e o percentual. O teste para identificar a normalidade foi o de Kolmogorov-Smirnov e o de comparação entre os grupos foi utilizado o teste não paramétrico Kruskal-Wallis H e o de Qui Quadrado X² considerando um nível de significância p≤0,05 o que representa 95% de probabilidade de respostas afirmativas ou negativas. Em relação à massa corporal e a estatura tanto os meninos quanto as meninas apresentaram uma diferença significativa da primeira para a segunda coleta, foi observado também um aumento no IMC, caracterizando um aumento maior da massa corporal do que da estatura. Apresentando assim uma má alimentação, mesmo demonstrando conhecimentos sobre bons hábitos alimentares, e uma prática de atividade física insuficiente para uma boa qualidade de vida. Conclui-se que há um crescimento irregular em relação ao IMC dos alunos estudados, esse fator está relacionada a um nível baixo de prática de atividade física e à má alimentação dos mesmos. Unitermos: Estado nutricional. Hábito alimentar. Aptidão física. Sedentarismo.
Abstract The lifestyle of people is becoming increasingly sedentary, mainly due to the facilities offered by the modern world. This study aimed to analyze the growth, physical activity and dietary habits of high school students from the federal Institute of Education, Science and Technology of Rio Grande do Norte (IFRN) - Campus Mossley. The population consisted of students of the institute, with a sample of 120 students of both sexes, aged 13-21 years. Two collections consisting in measuring the body mass and height, one in 2009 and another in 2012, and applied two questionnaires were conducted, the International Physical Activity Questionnaire (IPAQ) and the Food Habit Questionnaire. Measures of central tendency, mean, standard deviation and percentage were used in the statistical analysis. The test to identify normality, Kolmogorov-Smirnov and the comparison between groups, the nonparametric Kruskal-Wallis H test was used and the Chi Square X² considering a significance level of p ≤ 0.05 which represents 95% of probability of positive or negative responses. In relation to body mass and stature both boys and girls showed a significant difference from the first to second test, was also observed an increase in BMI, featuring a greater increase in body mass than stature. Thus presenting a poor diet, even demonstrating knowledge on good eating habits and insufficient physical activity practice for good quality of life. We conclude that there is an uneven growth over the BMI of students studied, this factor is related to a low level of physical activity and poor diet the same. Keywords: Nutritional status. Feeding habit. Physical fitness. Physical inactivity.
Recepção: 15/10/2014 - Aceitação: 22/01/2015
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 202, Marzo de 2015. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
O estilo de vida das pessoas vem se tornando cada vez mais sedentário, devido, principalmente, as comodidades oferecidas pelo mundo moderno, tendo uma grande influência nas possíveis causas de doenças, como a obesidade, sobrepeso, dentre outras (GARCÍA et al, 2013).
A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS, 2003) defende que a prevalência do excesso de peso e a obesidade são avaliadas pelo índice de massa corporal (IMC), definido como o peso em quilogramas dividido pelo quadrado da altura, em metros (kg/m²).
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) (2012), o sobrepeso e a obesidade são grandes fatores de risco para uma série de doenças crônicas, como diabetes, doenças cardiovasculares e câncer. Uma vez considerado um problema apenas dos países de renda elevada, o número de pessoas com excesso de peso ou obesidade está aumentando drasticamente em países de baixa e média renda, especialmente em áreas urbanas.
A relação existente entre os níveis habituais de atividade física e alimentação equilibrada são fatores intervenientes na manutenção de uma vida saudável, onde controle alimentar e a prática de atividade física são comprovadamente formas de atuar contra doenças crônicas não transmissíveis, porém, apesar de a população ter consciência dos benefícios desses hábitos saudáveis, parece haver, em todos os níveis populacionais, certa resistência na efetiva adesão a estas práticas (FIN; BARETTA; NODARI JÚNIOR, 2013).
Massa corporal e a estatura dos adolescentes não têm um acompanhamento ao longo dos anos pelas escolas e que a preocupação com a prática da Educação Física e a modificação dos hábitos alimentares não são tidos como prioridade (VENÂNCIO et al, 2011).
Por essa razão objetivou- se neste estudo analisar o crescimento, a atividade física e os hábitos alimentares dos escolares do ensino médio do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN) – Campus Mossoró.
Metodologia
O presente estudo descritivo foi realizado com um grupo amostral constituído de 120 escolares de ambos os sexos, na faixa etária entre 13 a 21 anos, matriculada no ensino médio integral do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN) – Campus Mossoró.
Foi utilizado como instrumento de medida para avaliar o peso corporal e a estatura uma balança antropométrica digital e um estadiômetro ambos da marca Sanny. Para analisar o nível de atividade física, utilizou Questionário Internacional de atividade física (IPAQ) – versão curta, proposta pela OMS em 1998. O Questionário sobre hábito alimentar, recomendado pelo programa agita São Paulo em 1998, para analise dos hábitos alimentares, seguindo como base na pirâmide alimentar. Foram realizadas duas coletas, a primeira foi composta pela aferição da massa corporal e da estatura dos alunos matriculados nas turmas de mecânica, eletrotécnica, edificações e informática da 1ª série do ensino médio integrado no ano de 2009, a segunda foi realizada no ano de 2012, pelas mesmas turmas, estando os alunos cursando a 4ª série, sendo aferida novamente, a massa corporal e a estatura, e aplicados os questionários.
Os dados foram analisados através do programa estatístico SPSS 20.0 versão em português. A normalidade foi verificada através do Kolmogorov-Smirnov, com nível de confiança 95%, os dados foram apresentados por meio de medidas de tendência central, média, desvio padrão e percentual, para comparação entre os grupos utilizou o teste não paramétrico Kruskal-Wallis H e o de Qui quadrado X², considerando a significância de p≤0,05.
Resultados
Ao analisarmos os gráficos 1, 2 e 3, relacionados à massa corporal, estatura e IMC, podemos observar que os meninos apresentam valores maiores que o das meninas e que, ao comparar os dados da primeira avaliação para a segunda, ambos os sexos aumentaram a massa corporal e a estatura. Esses padrões estão dentro da normalidade quando observamos o CDC 2000; os adolescentes se encontram dentro da média, mas houve um elevado aumento no peso. Podendo assim observar um aumento dos valores do IMC ao longo dos anos, como também houve aumento na estatura, explicado pela a fase do estirão que é vivenciado nessa faixa etária estudada.
Nos resultados de Mello et al (2014), com escolares na mesma faixa etária, apresentou um percentual de 72,2 % no índice de massa corporal normal, diferindo com os nossos achados, onde a população estudada encontra-se com o índice de massa corporal acima do normal.
Em relação aos resultados do nível de atividade física dos escolares no gráfico 4, apresenta-se uma grande preocupação, onde se observa uma prática de atividade física insuficiente para uma boa qualidade de vida, já que o gráfico mostra que há uma alta prevalência de escolares em todos os cursos, identificados como irregularmente ativos.
Os resultados aqui encontrados em relação ao nível de atividade física dos escolares difere dos estudos de Dresch et al (2013) com adolescentes escolares do Rio Grande do Sul apresentou que 57,5% dos escolares eram ativos, demostrando uma frequência de prática de atividade física pelos os adolescentes investigados, estando em grande diferença com a nossa amostra estudada. Corroborando com nossos achados o estudo de Mello et al (2014), ao avaliar o nível de atividade física de escolares de instituições públicas utilizando os mesmos procedimentos, analisou que 68,0% eram inativos e 23,7% irregularmente ativo, apresentando como ativos só 7,6% dos escolares, resultados estes reforçam a importância de ações para o aumento do nível de atividade física de crianças e adolescentes, onde estes comportamentos parece exercer efeito protetor contra fatores de risco para diferentes problemas de saúde nesta faixa etária.
Os gráficos 5, 6 e 7 tratam dos hábitos alimentares dos estudantes, não podendo ser analisados separadamente. Observando as questões de uma 1 a 10 refletimos sobre a maneira como os alunos se alimentam e podemos verificar que eles erram quase que 50% em relação como deveriam se alimentar, significando que se alimentam de forma errada. As pessoas consomem uma dieta monótona, rica em alimentos altamente calóricos e gastam muito tempo do seu dia em frente a aparelhos eletrônicos (BORBA, 2006). É perceptível que esse problema não acontece por falta de conhecimento, pois a questão 11 do próprio questionário é relacionada ao quanto ele conhece sobre alimentação e há uma média maior que 75% de acertos, o que mostra que os adolescentes sabem o que é certo fazer em relação à alimentação.
O último gráfico que reflete o resultado da questão 12 referente à pirâmide alimentar reafirma que os escolares sabem sobre os bons hábitos, pois observar-se que a maioria deles diz que conhecem ou já ouviram sobre a pirâmide, muito provavelmente por meio de informações obtidas na escola ou mesmo algum dos programas televisivos, que ultimamente vem sempre mostrando as vantagens da boa alimentação e como ela deve ser feita.
De acordo com esses últimos resultados e voltando aos gráficos 1, 2 e 3, principalmente ao gráfico 3, notamos que o aumento dos valores do IMC, comparando a primeira e a segunda coleta, se dá pela má alimentação desses indivíduos, por forma incorreta ou insuficiente, tendo uma associação com a falta de prática de atividade física nessa população, o que se torna um dado preocupante á saúde. De acordo com Pandolfo et al (2014), o crescente aumento dos níveis de obesidade em crianças e adolescentes vem se configurando em um problema de saúde pública, tendo em vista que o excesso de gordura é um indicador para o desenvolvimento e agravamento de alterações metabólicas.
Conclusão
Conclui- se que há um crescimento irregular em relação ao IMC dos alunos estudados, esse fator está relacionado à pouca prática de atividade física e à maus hábitos de alimentação dos mesmos, apesar de todo conhecimento que eles têm sobre bons hábitos alimentares. Faz-se necessário a criação de políticas de alimentação mais saudável dentro da instituição de ensino, além da oferta de práticas de atividade física. E não se pode esquecer a importância da família trabalhando juntamente com a escola para a formação de um indivíduo saudável.
Referencias
BORBA, P. C. S.. A importância da atividade física lúdica no tratamento da obesidade infantil. Revista Medicina Integral. Espanha. V. 8, n. 4, 2006. p. 18-32.
CDC – 2000 CDC Growth charts for the United States: methods and development. National Center for Health Statistics. Vital Health Stat 11(246), 2002.
OMS - World Health Organization. Obesity. Disponível em: http://www.who.int/en/. Acesso em: 02/07/2012.
DRESCH, Franciele et al. Nível de atividade física de escolares da rede pública de ensino de um município do Rio Grande do Sul. Revista Brasileira em Promoção da Saúde, v. 26, n. 3, 2013.
FIN, Gracielle; BARRETA, Elisabeth; NORADI JÚNIOR, Rudy José. Nível de atividade física, hábitos alimentares e indicadores antropométricos de funcionários da universidade do oeste de Santa Catarina. Evidência, Joaçaba v. 11 n. 2, p. 57-68, julho/dezembro 2011.
GARCÍA, Magdalena Cuenca; et al. Clustering of Multiple Lifestyle Behaviors and Health-related Fitness in European Adolescents. Journal of Nutrition Education and Behavior, v. 45, n. 6, 2013.
MELLO, Julio Brugnara; et al. Associação entre nível de atividade física e excesso de peso corporal em adolescentes: um estudo transversal de base escolar. Rev Bras Ativ Fis e Saúde, v. 19, n.1, p.25-34, 2014.
OPAS - Organização Pan-Americana da Saúde. Doenças crônico-degenerativas e obesidade: estratégia mundial sobre alimentação saudável, atividade física e saúde. Brasília, 2003.
PANDOLFO, Kelly Christine Maccarini et al. Estado Nutricional de Escolares do Ensino Público Federal. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo. v. 8. n. 47. p. 300-306. Set./Out. 2014.
VENÂNCIO, Patricia Espíndola Mota; et al. Hábitos alimentares e atividade física em escolares das redes públicas e privadas da cidade de Anápolis-GO. Coleção Pesquisa em Educação Física - Vol.10, n.4, 2011.
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