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Perfil do hábito de leitura sobre a temática atividade física
e obesidade de licenciandos em Educação Física
de uma universidade privada do sul do Brasil

Perfil del hábito de la lectura sobre el tema de la actividad física y la obesidad de los estudiantes 

de la licenciatura en Educación Física de una universidad privada del sur de Brasil

 

*Especialista em Educação Física Escolar, UFSM, Santa Maria, RS

**Prof.ª Drª. e Coordenadora do Curso
de Educação Física, URCAMP, Alegrete, RS

(Brasil)

Rhenan Ferraz de Jesus*

rhenanferraz@yahoo.com.br

Jaqueline Copetti**

jaquecopetti@yahoo.com.br

 

 

 

 

Resumo

          O objetivo deste estudo foi analisar um perfil do hábito de leitura de Licenciandos em Educação Física de uma Universidade privada de Alegrete, RS sobre os temas atividade física e obesidade, bem como os instrumentos mais utilizados pelos mesmos. Estudo descritivo de cunho transversal, onde 60 acadêmicos foram investigados por meio de um questionário sobre as seguintes questões: 1) “Você tem hábito de ler?” e 2) “Qual(is) é(são) a(s) fonte(s) que você se mantém atualizado(a) sobre a temática atividade física e obesidade?”. Para análise dos resultados, utilizou-se o programa estatístico SPSS. Foi possível evidenciar que a maioria dos estudantes (55%) é pertencente ao sexo masculino (♂). Para a primeira questão, grande parte (66,7%) dos entrevistados respondeu ‘sim’. Para o outro questionamento, houve destaque para a ‘Internet’ como instrumento mais utilizado pelos acadêmicos de Educação Física para se manterem atualizados sobre a temática, aparecendo em 15 (71,42%) variantes em comum, dos 21 tipos de respostas obtidas. Acredita-se que o hábito da leitura seja uma opção que vem a somar (plus) e agregar positivamente aos conhecimentos dos professores de Educação Física como uma ferramenta a qual se faz indispensável e é essencial à formação deste educador.

          Unitermos: Leitura. Educação Física. Estudantes.

 

Resumen

          El objetivo de este estudio fue analizar el perfil del hábito de la lectura de los estudiantes de la licenciatura en Educación Física desde una universidad privada de Alegrete, RS sobre el tema de la actividad física y la obesidad, además de las herramientas más utilizadas por los mismos. Se trata de un estudio descriptivo de tipo cruzado en el que 60 estudiantes fueron consultados por medio de un cuestionario sobre las siguientes preguntas: 1) “¿Tienes el hábito de la lectura?” y 2) “¿Cuál(s) es(son) la(s) fuente(s) que te mantiene actualizado(a) sobre el tema de la actividad física y la obesidad?”. Para analizar los resultados, se utilizó el programa estadístico SPSS. Los resultados mostraron que la mayoría de los estudiantes (55%) son de sexo masculino (♂). En la primera pregunta, la mayoría de los encuestados contestaron ‘si’. En la otra pregunta, hubo énfasis en ‘Internet’ como una herramienta utilizada por la mayoría de los estudiantes de la Educación Física para mantenerse al día sobre el tema, apareciendo en 15 (71,42%) variantes en común, de los 21 tipos de respuestas. Se cree que el hábito de la lectura es una opción que viene a agregar (plus) y sumar positivamente al conocimiento de profesores de Educación Física como una herramienta indispensable y es esencial para la formación de este educador.

          Palabras clave: Lectura. Educación Física. Estudiantes.

 

Recepção: 01/07/2014 - Aceitação: 20/11/2014

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 202, Marzo de 2015. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Quando as pessoas ouvem falar em Educação Física, geralmente, lembram-se da prática de esportes. Para muitos, o estudo de Educação Física se reduz a conhecer as regras e praticar as modalidades esportivas, o que afasta de muitos o gosto pela disciplina, já que as habilidades de praticar determinado esporte não são as mesmas para todas as pessoas, assim, alguns se destacam e outros são excluídos. (MUSTIFAGA e GOETTMS, 2008, p.210).

    Essa visão da disciplina precisa ser ampliada, pois precisa envolver tudo o que se refere ao movimento, primeira linguagem do indivíduo, sendo assim, os professores de Educação Física precisam ir além da prática de esportes e do estudo do corpo e da saúde, dando atenção ao movimento, às expressões, como construção de uma linguagem que precisa de leitura e interpretação, mesmo que:

    Realizar uma reflexão sobre os processos de leitura e escrita buscando relacioná-la com o universo da educação física parece uma tarefa delicada. Pode-se constatar que tais relações são frágeis, quase inviáveis, em razão dos elementos que o senso comum oferece para avaliar a tarefa de ler e escrever. (NEVES, 1999, p. 45).

    O ato da leitura, segundo Molina (1992), é a chave para a aquisição do saber sistematizado, uma forma de saber que é produzida pela humanidade, ao longo de sua história. Da mesma forma, o hábito da leitura é um fator essencial ao desenvolvimento integral do alunado, mais preciso no processo de formação da linguagem, juntamente ao seu desempenho técnico na escrita.

    A proposta deste estudo tem como base subjetiva esses três atos acadêmicos (TEIXEIRA, 2006) a sua finalidade, pois, conforme a afirmativa de Menestrina (2005, p. 92), acredita-se que o educador físico (ou futuro) deve possuir conhecimentos teóricos e desempenhos práticos que auxiliem a fundamentar o desenvolvimento de ações, no decorrer de todas as etapas do processo educativo, possibilitando a execução de procedimentos compatíveis com a natureza das atividades e com as necessidades dos praticantes.

    Um dos assuntos trabalhos nas atividades pedagógicas pelos professores de Educação Física são relacionados à saúde humana. Entre eles, a obesidade, a qual constitui, atualmente, um dos principais problemas de saúde pública no mundo, atingindo proporções epidêmicas (BOUCHARD, 2003; NAHAS, 2006; GORGATTI e COSTA, 2008) em todos os grupos etários (OMS, 1994). Também, a conscientização sobre os seus malefícios, e o combate ao sedentarismo, podendo e devendo ser realizados pelo profissional da área de Educação Física. (BERNARDES, PIMENTA e CAPUTO, 2004). Em meio a isso, compreende-se que a atividade física pode desempenhar um papel importante no tratamento desta patologia, mas é capaz de ser muito mais efetiva nos programas de prevenção. Nesse sentido, é óbvia a necessidade da intervenção dos profissionais de educação física em programas multiprofissionais. (GORGATTI e COSTA, 2008, p.483).

    Em relação a isso, é possível ajudar o adolescente a se preparar para a idade adulta, mediante orientação prévia sobre questões vitais de biologia humana, saúde, doenças e adaptações de conduta. (NIEMAN, 1999, apud BERNARDES, PIMENTA e CAPUTO, 2004, p.04). Especificamente na Educação Física, onde há uma preocupação em licenciar o acadêmico como futuro educador, pois este deverá proporcionar um conhecimento e uma experiência aos seus alunos para que possam ter autonomia, compreendendo o que é essencial na prática cautelosa de atividades corporais à obtenção, recuperação e manutenção da saúde. (JESUS, 2012, p.16).

    A Educação Física, conforme o entendimento de Nahas (1997), é a profissão que tem uma responsabilidade maior do que as outras profissões em relação à prestação de serviços relacionados com atividade física e o desenvolvimento humano. Para esse mesmo autor, incluindo-se as escolas, a Educação Física tem a responsabilidade de uma contribuição educacional para seus praticantes em relação ao seu desenvolvimento motor e aptidão física, tanto para um bem-estar como para a saúde.

    No entanto, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 2000, p.25), o que se espera é que haja uma análise crítica e que se busque a superação da concepção de corpo e movimento apenas em seus aspectos fisiológicos e técnicos; é preciso que se considere, também, a dimensão cultural, social, política e afetiva, presente no “corpo vivo, ou seja, no corpo das pessoas que interagem e se movimentam como sujeitos sociais e como cidadãos”.

    É nesse pensamento que Costa (2001, p. 12) vem colaborar afirmando, e com base no pressuposto, de que o sentido da nossa profissão é proporcionar – por meio do conhecimento, da experiência com o conteúdo dos jogos, da dança, do esporte, e do lazer – melhores condições de se expressar, de se manifestar por meio do movimento corporal para então ele (o indivíduo) construir possibilidades outras de se situar no mundo com o intuito de, justamente, viver melhor – individual e coletivamente.

    Em vista disso, tanto nas escolas quanto nas universidades, entende-se que:

    [..] há necessidade de discussões, objetivando a conscientização das crianças, adolescentes, e adultos de como, onde e por que devem praticar atividades físicas regulares diariamente, salientando que é oportuno desenvolver um trabalho de esclarecimento e com a orientação de um profissional qualificado, como é o caso do professor de educação física, quanto aos fatores de risco e as doenças crônico-degenerativas não transmissíveis. (PAIM e MANFIO, 2008, p.04).

    Com essa preocupação, denota-se que a atuação deste educador parece estar intimamente relacionada com a projeção da sociedade. (MENESTRINA, 2005). Talvez por isso, segundo Jesus e Copetti (2013, p.102), que existe uma preocupação em capacitar e formar o acadêmico como futuro educador de maneira integral, para que a sua formação lhe permita desenvolver os trabalhos e conteúdos com competência.

    Em relação a esta afirmação, percebe-se que o acadêmico pode contribuir e muito nas aulas de Educação Física Escolar para a permanência do aluno na escola, auxiliando no processo de ensino-aprendizagem ao despertar a autoestima, o conhecimento de si, suas limitações e o gosto pela atividade física. (JESUS, 2012). Além disso, para esse mesmo autor, o professor não fica isento de uma responsabilidade com os seus alunos só porque proporcionou a eles acesso a conhecimentos que pudessem favorecer a construção de uma autonomia que os auxiliassem a realizar escolhas, de acordo com a sua realidade e o seu contexto de vida. Pois, “[...] a função e a responsabilidade do professor de Educação Física tornam-se, portanto, a colaborar e a agregar estes conhecimentos para que o aluno possa transformar a si e ao meio em que vive”. (JESUS, 2012, p.40).

    Nessa perspectiva, baseando-se neste conhecimento que o professor de Educação Física deve ensinar seus alunos, sujeitos da atividade física com papel principal, a fim de proporcionar-lhes um conhecimento e uma experiência para que o mesmo possa vir a ter autonomia para compreender se é necessário, ou não, a prática de atividade física para a preservação da saúde, esse trabalho almeja colaborar por meio de uma investigação realizada no meio acadêmico, objetivando analisar o hábito de leitura de Licenciandos em Educação Física de uma Universidade privada do município de Alegrete/RS sobre os temas atividade física e obesidade.

    Assim, nos próximos parágrafos que seguem, é apresentada de ma­neira breve a metodologia que configurou esta pesquisa. Logo, são apresentados os resultados e a discussão deste trabalho, fundamentados no referencial teórico utilizado para, por fim, lavrar as devidas considerações dos achados desta investigação que permeiam, predominantemente, o ambiente acadêmico pesquisado.

Metodologia

    Prevaleceu-se um estudo descritivo transversal para estudar 67 discentes elegíveis no Curso de Educação Física em Licenciatura de uma universidade privada da cidade de Alegrete, RS, Brasil. A Secretaria da Universidade pesquisada emitiu um documento, a pedido dos pesquisadores, do número quantitativo de acadêmicos matriculados no curso.

    Fora compreendido o período de setembro a outubro de 2012 à coleta de dados, sendo realizada por meio de um questionário com perguntas fechadas, elaborado e adaptado pelos pesquisadores conforme os objetivos do estudo, onde a sua aplicação fora realizada individualmente pelos pesquisadores em uma sala de aula restrita, cedida pela universidade.

    Ressalta-se que os acadêmicos foram convidados a participar de maneira voluntária, os quais assinaram juntamente o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Os dados foram mantidos em sigilo, bem como as identidades dos respondentes foram preservadas.

    A investigação teve como base as seguintes questões:

1.     Você tem hábito de ler?

( ) Sim.

( ) Não.

2.     Qual(is) é(são) a(s) fonte(s) que você se mantém atualizado(a) sobre a temática atividade física e obesidade?

(a) Livros, revistas científicas.

(b) Palestras, seminários.

(c) Revistas, jornais.

(d) Internet.

(e) Televisão.

(f) Outros. Qual(is)? ______________________________

    Em vista disso, os dados foram revistos e digitados em planilhas EXCEL (97-2003) e analisados, posteriormente, no programa estatístico SPSS versão 19 para checagem automática e consistente por suas variáveis, percentuais e quantitativos apresentados.

Resultados e discussão

    De um total de 67 acadêmicos elegíveis no Curso de Educação Física em Licenciatura em 2012, 60 (89,55%) destes, os quais estavam matriculados e frequentes nesse curso de ensino superior, totalizaram a amostra deste estudo, perfazendo um total 10,45% de perdas. Constatou-se que 55% deles eram do sexo masculino (♂) e 45% do sexo feminino (♀).

Figura 1. Percentual dos acadêmicos de Educação Física por semestre em que estavam matriculados no curso

    Verificou-se na Figura 1 que para o 2º e 6º semestre há um percentual mais presente de acadêmicos do sexo masculino (♂) do que acadêmicas (♀). A diferença na quantidade de acadêmicos por semestre não parece ser tão relevante, havendo 18 estudantes no 2º semestre, 20 estudantes para o 4º e 22 no 6º semestre (formandos, pois a duração do Curso em Licenciatura desta Universidade investigada é de três anos), que correspondem, respectivamente, 30%, 33,3% e 36,7% da amostra.

    Referindo-se ao primeiro questionamento, sobre o hábito de ler, grande parte (66,7%) dos entrevistados, respondeu ‘sim’, que possuem hábito de leitura, além disso, 33,3% desses universitários afirmaram não ter tal hábito. Como escrevem Luckesi et al. (1996), Molina (1992) e Silva (1981), é através da leitura que o indivíduo adota uma postura reflexiva, cotejando idéias e pontos de vista; e é lendo que o Homem se posiciona no mundo das idéias e concepções.

    Em meio à relevância do hábito de leitura, leva-se em consideração que é importante que o professor se prepare para expor o texto, que comente sobre o assunto antes da leitura para que os alunos possam debater acerca dos conhecimentos que possuem. Bem como estará instigando a curiosidade para que interajam com atenção, pois se percebe que “[...] o leitor já não lê mais com a atenção devida, por querer economizar tempo, para ler mais (ou menos) ou para fazer outras coisas.” (GONÇALVES e RIBEIRO, 2007, p.163).

    Teixeira (2006) cita as competências transversais do ofício de aluno que são os três atos acadêmicos, a saber: o Ato de Estudar, o de Ler e o de Escrever textos. No primeiro, é importante destacar e exercitar a atenção, a memória e a associação de idéias para posteriormente ser organizado o tempo, o material e o local onde estudar. No segundo, destaca-se a leitura dirigida enquanto técnica eficaz para a adequada compreensão do que se lê. Já o terceiro é importante porque o estudante adquire, por hábito do exercício constante da escrita, bases da produção textual recorrente em sua área de concentração.

Figura 2. Percentual dos acadêmicos de Educação Física que se consideram ter 

hábito de leitura sobre os temas atividade física e obesidade, por semestre

    Para a segunda questão pesquisada, em relação sobre quais as fontes que os acadêmicos se mantêm atualizados sobre a temática atividade física e obesidade, houve destaque para as seguintes respostas mais presentes: revistas, jornais; internet; televisão (13,3%); internet; televisão (13,3%); Internet (10%); livros, revistas científicas; Internet (10%) e Livros, revistas científicas; Internet; Televisão (6,7%). Notou-se que, no 2º e 6º semestres, os acadêmicos responderam para esse questionamento que, geralmente, utilizam revistas, jornais; internet e televisão como fontes de informações à temática abordada, já para o 4º semestre, predominou a utilização de apenas revistas, jornais e a Internet.

    Com esses resultados, pode-se evidenciar pelas respostas dos estudantes que a Internet aparece em 15 (71,42%) variantes comumente, dos 21 tipos de respostas obtidas, a qual tem sido mais utilizada como recurso de informação no hábito de leitura dos acadêmicos do curso de Educação Física em Licenciatura, da mesma forma que revistas e jornais aparecem em 12 respostas (57,14%).

    Corroborando para essa discussão, uma pesquisa realizada por Moura, Matsudo e Andrade (2001) que objetivou identificar o perfil do hábito de leitura de 233 alunos do Curso de Educação Física do Centro Universitário UniFMU em São Paulo, mostra que os investigados lêem 3,16 dias por semana, sendo que nesses dias, lêem, em média, 1,16 h (±0,24).

    Ainda, esses autores apontaram que o veículo de leitura mais utilizado, para 133 alunos (57,1%), é o jornal; em segundo, para 109 alunos (46,8%), o caderno de anotações e, em terceiro, para 108 alunos (46,4%), as revistas não técnicas. Também, evidenciaram que esses alunos lêem, anualmente, uma média de 3,50 (±2,1) livros técnicos; 2,65 (±10,12) revistas técnicas; 2,01 (±1,84) livros não técnicos; 8,10 (±13,9) revistas não técnicas. Concluindo-se, dessa maneira, que esses alunos apresentam um baixo volume de leitura.

    Em breve comparação, percebe-se que os jornais continuam sendo um dos materiais mais utilizados como fonte de informação em relação aos temas que tratam à saúde humana e ao hábito de leitura. O que se pode destacar, é condizente com o avanço tecnológico, como é evidenciado nesta pesquisa, que grande parte das respostas dos acadêmicos (71,42%) afirmam utilizar a Internet como meio/recurso para se manter atualizado sobre a temática atividade física e obesidade.

    Com afinidade ao tema, destaca-se uma pesquisa realizada por Ribeiro (2010) que, ao investigar a produção intelectual na área em questão na Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência (SBPC), entre 2004 e 2010, percebeu grande recorrência dos temas ligados à saúde e à qualidade de vida, em contrapartida a outros temas menos recorrentes como a inclusão, a cultura e a mídia. Em meio a isso, pode mencionar que os temas relacionados à saúde também vem sendo destaque na área da Educação Física.

    Para a abordagem de temas nas aulas, vale ressaltar que a Educação Física:

  1. desenvolve habilidades motoras, como agilidade, coordenação e equilíbrio;

  2. leva ao conhecimento do próprio corpo e de seu desenvolvimento;

  3. facilita o ensino de valores como respeito, tolerância e cooperação;

  4. incentiva a adoção de hábitos saudáveis;

  5. alivia a tensão e garante um momento de lazer;

  6. possibilita o conhecimento – e, conseqüentemente, a valorização e o respeito – de diversas manifestações de cultura corporal do Brasil e do mundo;

  7. estimula a expressão corporal;

  8. introduz a noção de respeito às regras e ensina a reformulá-la. (FERRARI, 2005, p. 62).

    Para isso, os professores podem utilizar várias ferramentas, como a leitura, discussão e reformulação das regras esportivas, a competição e a necessidade do trabalho em grupo, a valorização dos membros de um grupo, saber vencer e saber perder, e também dicas sobre cuidados com a saúde, postura, alimentação e higiene nas salas de aula, para, posteriormente, aplicar esses conhecimentos mediante atividades físicas e esportivas (MUSTIFAGA e GOETTMS, 2008, p.211).

Considerações finais

    Em vista do que foi exposto, a realização deste estudo, em uma Universidade privada do sul do Brasil, possibilitou traçar um perfil de hábito de leitura sobre os temas atividade física e obesidade em uma comunidade acadêmica, respeitando os seus contextos sociais e culturais onde estão inseridos. Assim sendo, compreende-se ser de grande relevância o hábito da leitura, pois, acredita-se que ele seja uma opção que vem a somar (plus) e agregar positivamente aos conhecimentos dos professores de Educação Física como uma ferramenta a qual se faz indispensável e é essencial à formação deste educador.

    Além do mais, podendo auxiliar e contribuindo nas ações docentes para que os alunos possam ampliar competências que ultrapassem a teoria e a prática esportiva, atingindo, além disso, a competência social, de saber conviver, linguística, criando modos de se expressar, usando também o corpo e o movimento, percebendo tudo isso de forma crítica e autônoma e que venha a integrar sua vida e do coletivo.

    Desta forma, sugere-se que seja fundamental uma proposta de investigação mais abrangente, que englobe um maior número de acadêmicos em base populacional, pois, sabe-se hoje da limitação da temática e de trabalhos que não vêm sendo pautados nesta perspectiva.

Referências

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  • TEIXEIRA, E. As três metodologias: acadêmica, da ciência e da pesquisa. 2. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2006.

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