Cartilha educativa acerca da influência dos fatores modificáveis da obesidade em adolescentes: processo de elaboração Folleto educativo sobre la influencia de los factores modificables de la obesidad en adolescentes: el proceso de elaboración Educational booklet about the influence of modifiable factors of obesity in adolescents: development process |
|||
*Acadêmicos do Curso de Medicina das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros-FIP/MOC **Graduada em Educação Física pela Universidade Federal de Uberlândia Mestre em Educação Física pela Universidade Católica de Brasília Doutora em Ciências da Saúde pela Universidade de Brasília Docente do Curso de Medicina das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros-FIP/MOC (Brasil) |
Daniel Oliva Brito* Isabela Thayná Antunes Dias* Amanda Lemos Lages* Marina Luiza Fernandes* Juliana Maria Silva Mendes* Scárllety Karenn Mendes Oliveira* Pedro Rocha Gonçalves* Josiane Santos Brant Rocha** |
|
|
Resumo Atualmente, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que cerca de 10% das crianças e adolescentes (de 5 a 17 anos) apresentam sobrepeso. Frente a tal realidade, a presente intervenção objetivou descrever a construção de uma Cartilha Educativa que versasse pela avaliação dos fatores modificáveis que mais contribuem para o aumento da taxa de obesidade em adolescentes, para então, realizar uma campanha através das mesmas, de conscientização da população do bairro Vila Atlântida de Montes Claros acerca da temática referente à Obesidade na Adolescência. O processo de elaboração do material iniciou-se com uma pesquisa bibliográfica, seguido da sistematização e delimitação do conteúdo até a etapa de editoração gráfica e composição da versão para impressão. O processo de elaboração da cartilha salientou a importância de ações conjuntas no trato de problemáticas como a obesidade, tendo em vista a necessidade de maior atenção em todos os níveis de assistência do sistema de saúde frente à sua intercorrência. Considerando-se que a falta de informações pode ser um fator agravante para a instalação e prevalência de determinadas patologias, pode-se observar que investir no caráter preventivo, pela via da Educação em Saúde, pode ser uma forma de convidar a população a ser co-participe do processo de promoção, prevenção e proteção à saúde; ofertando inclusive, a oportunidade de uma ação mais autônoma no que tange o conhecimento dos fatores de risco para determinadas patologias, o reconhecimento dos dispositivos de saúde e as formas de acessá-los. Unitermos: Obesidade. Adolescentes. Educação em saúde. Cartilha educativa.
Abstract Actually, according to WHO (World Health Organization), it is estimated that about 10% of children and adolescents (aged 5 to 17 years) are overweight. Faced with this fact, this intervention aimed to describe the construction of an Educational Booklet which would deal with review of modifiable factors that contribute to the rising rate of obesity in teenagers, and then, make one campaign there through, the population of neighborhood of Vila Atlantida de Montes Claros about themes related to Obesity in Adolescence. The process of preparing the material began with a literature search for qualitative analysis, followed by the systematization and delimitation of content to step graphical editing and composition of the printable version. The process of preparing the booklet emphasized the importance of joint action in dealing with problems like obesity, given the need for greater attention at all levels of the health care system ahead of its complications. Given that lack of information can be an aggravating factor for the installation and prevalence of certain diseases, it can be seen that investing in preventive, via the Health Education can be a way to invite people to be co -participates in the promotion, prevention and health protection process; including offering the opportunity of a more autonomous action regarding knowledge of risk factors for certain pathologies, recognition of health devices and ways to access them. Keywords: Obesity. Teens. Health education. Educational booklet.
Recepção: 28/08/2018 - Aceitação: 21/12/2014
|
|||
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 202, Marzo de 2015. http://www.efdeportes.com/ |
1 / 1
Introdução
Em uma perspectiva de promoção, prevenção e proteção à saúde, o presente trabalho apresenta a experiência da disciplina de Projeto Interdisciplinar, com ação voltada para a população do bairro Vila Atlântida de Montes Claros-MG. Buscou-se articular um trabalho de mobilização e conscientização de discentes, grupos de profissionais e população em geral, acerca da atual conjuntura de obesidade em adolescentes e as formas de prevenção da mesma.
A obesidade, que segue um caminho antagônico à desnutrição que outrora era o maior problema de desordem alimentar mundial, tem apresentado um aumento epidêmico em todas as regiões do planeta. Assumindo proporções graves, esse fenômeno tem sido nomeado “globesity” ou “globesidade”, em tradução literal (WHO, 2008).
Segundo o Manual das Diretrizes Brasileiras de Obesidade (2010), a doença tem caráter e etimologia multifatorial, sendo resultado de interações gênicas, condições ambientais, estilos de vida e fatores emocionais. A partir dessas considerações é visível a influência dos fatores biopsicossociais na condição de obesidade.
Os hábitos alimentares dos adolescentes tem resultado em grandes preocupações à saúde pública devido à associação direta que existe entre obesidade na infância e adolescência e a ocorrência de doenças crônicas na vida adulta (MC-NAUGHTON et al., 2008). Deve-se considerar que uma mudança nos hábitos alimentares e no estilo de vida da população tem grande influência nas condições de obesidade e sobrepeso.
Organizações nacionais e internacionais buscam promover ações vinculadas à área de saúde e educação alimentar. O Brasil, por exemplo, possui algumas estratégias multidisciplinares no combate da pobreza e desnutrição, como Fome Zero e Bolsa Família, que vem tentando melhorar as condições da família brasileira (UCHIMURA et al., 2012).
Além disso, de acordo com Torres et al (2009), é crescente o uso de materiais educativos como instrumentos para a educação e conscientização na área da saúde, angariando um importante papel no processo de ensino-aprendizagem, principalmente no que se refere às intervenções terapêuticas das doenças crônicas. Trata-se, pois, de uma forma de melhorar o conhecimento da população, uma vez que desenvolve nos sujeitos atitudes e habilidades que lhes tornam mais autônomos em relação à busca de informações, a adesão aos tratamentos ofertados e, principalmente, a influência de suas próprias ações como co-participes do seu padrão de saúde.
Frente a tal realidade, observou-se a necessidade de intervenções pontuais, que visem minorar os impactos da problemática, ou mesmo, subsidiar medidas e estratégias que priorizem a prevenção de seu desenvolvimento e/ou instalação posteriores. Para tanto, foi executada a proposta de elaboração de material educativo (pelos discentes do Curso de Medicina das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros-MG) que ofertasse informações acerca do autocuidado frente à condição de sobrepeso e obesidade. O processo de elaboração se atentou ao estudo e inserção de dados que subsidiassem aos sujeitos possibilidades para a modificação do seu estilo de vida, tornando-o um agente transformador, autor de sua história e sujeito de mudança; capaz de abstrair e difundir os conhecimentos que lhe foram ofertados.
Nesta perspectiva, o presente estudo objetivou descrever a construção de uma Cartilha Educativa que versasse pela avaliação dos fatores modificáveis que mais contribuem para o aumento da taxa de obesidade em adolescentes, para então, realizar uma campanha através das mesmas, de conscientização da população do bairro Vila Atlântida de Montes Claros acerca da temática referente à Obesidade na Adolescência. Buscou-se descrever, inclusive, a experiência da elaboração do material e os objetivos específicos do mesmo, que albergam: a orientação de adolescentes na melhoria de seus hábitos alimentares e, conseqüentemente, a promoção de uma ação educativa com sujeitos da referida faixa etária, assistidos pela ESF do bairro Vila Atlântida.
Métodos
Tipo de pesquisa
Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos (GIL, 2008).
Sistematização do conteúdo
O conteúdo da cartilha, bem como sua sistematização, foi composto tendo como base a orientação contínua na disciplina de Projeto Interdisciplinar. Foi realizada, ainda, uma revisão de literatura para garantir a fundamentação teórico-científica do material compilado. As fontes de dados utilizadas foram livros sobre alimentação e desordens alimentares além dos buscadores online: Scielo e Google Acadêmico, com informações indexadas em sites científicos entre os períodos de 1998 a 2014. Para a busca por referências bibliográficas, foram utilizados como descritores: “obesidade”, “adolescência”, “fatores que influenciam na obesidade”, “atividades físicas e obesidade”, “obesidade e tratamento”, “alimentação e obesidade”.
Após a delimitação do conteúdo teórico, sistematizar o processo de construção da cartilha exigiu especial atenção, considerando-se a importância de adequação da linguagem, uma vez que, com a identificação de termos técnicos, fez-se necessário que os mesmos fossem transformados, sendo substituídos para uma linguagem coloquial e/ou popular. Tal preocupação é de grande relevância para o resultado final do trabalho, pois a população somente pode se conscientizar de uma problemática se esta lhe é apresentada de modo compreensível. Assim sendo, buscou-se facilitar a apreensão do conteúdo da cartilha por seus usuários por meio da adaptação de termos e do conteúdo, em acepções mais amplas (BRAZ et al, 2010).
Seleção das ilustrações
Para dinamizar a leitura e representar graficamente o conteúdo, notou-se a indispensabilidade do uso de imagens para a exemplificação do material teórico. Deliberou-se que seriam utilizadas ilustrações prontas com a indicação de suas respectivas fontes, sendo elas selecionadas a partir dos materiais consultados no momento da revisão literária e sistematização do conteúdo (livros, revistas, apostilas, cartilhas), e também, àquelas disponibilizadas em páginas eletrônicas.
Composição da cartilha
A etapa de composição da cartilha foi realizada mediante estabelecimento de contato com profissional de artes gráficas. Mediante apresentação da proposta do material, com explicitação de detalhes como: tema central, público-alvo e conteúdo a ser incluído; foi realizada a editoração do material. A etapa de editoração do material englobou a adequação e redimensionamento das imagens, escolha do design gráfico (cores, fontes, destaques), correção ortográfica e confecção de esboço da cartilha.
Mediante o recebimento do esboço da cartilha, foram realizadas novas adequações no conteúdo, inclusive no agrupamento e efeito das imagens, com a intenção de torná-las mais atraentes ao público leitor. Houve, também, uma redução nas informações, como forma de evitar a sobrecarga do conteúdo, priorizando-se somente àquelas informações mais relevantes.
Finalizada a revisão, foi feita a última organização estrutural e de formato do material. Posteriormente, realizou-se a diagramação da cartilha e sua transformação para um formato possível de impressão.
Resultados
Versão final da cartilha
Constitui-se de um material educativo, contendo 13 páginas. Estas possuem dimensão 21 cm X 29,7, medidas proporcionais a uma folha A4, impressas majoritariamente nas cores: amarelo, azul, preto e verde, em formato ‘Brochura’. O título da cartilha é “Saber Faz Bem: uma abordagem sobre obesidade na adolescência”.
A cartilha, respeitando seu caráter auto-explicativo, traz uma breve apresentação acerca dos objetivos que motivaram sua elaboração e a proposta de ofertar um material capaz de sanar dúvidas e propor estratégias de enfrentamento para a problemática da Obesidade. Explicitando, inclusive, o motivo de escolha de tal abordagem, representado, majoritariamente, pela preocupação com o aumento alarmante dos índices de obesidade na faixa etária em questão, no caso, a adolescência.
Os tópicos elencados como núcleos centrais do eixo temático – Obesidade em Adolescentes, são apresentados no sumário respeitando a seguinte ordem e titulação: Obesidade; Estratégia de Saúde da Família e Obesidade; Como prevenir a Obesidade? Quais os fatores associados à Obesidade?
É importante destacar que para além dos títulos, subtítulos são utilizados para desenvolver as subtemáticas que englobam o eixo temático central.
Ao final da cartilha, encontra-se uma lista das referências que foram consultadas para elaboração do texto e ilustrações.
Discussão
A obesidade
Segundo Godoy (2005) a obesidade pode ser definida como uma doença crônica caracterizada pelo excesso de gordura corporal, que acontece em decorrência de um desequilíbrio energético que pode ocorrer devido a fatores ambientais, genéticos, nutricionais, hipotalâmicos, farmacológicos e ambientais que se interligam e influenciam mutuamente. Os hábitos alimentares inadequados e o sedentarismo podem contribuir para o aparecimento de doenças não transmissíveis ligadas a obesidade, como diabetes mellitus tipo 2, doenças da artéria coronária, síndrome dos ovários policísticos, doença hepática gordurosa não alcoólica, e neoplasias (GUPTA, 2012).
Segundo a Federação Latino-Americana de Sociedades para Obesidade, a obesidade é um dos fatores de risco para outras doenças não-transmissíveis como diabetes, hipertensão, além do aumento de chance de ter uma morte por AVC (Acidente Vascular Cerebral) e infarto agudo do miocárdio, além da relação direta com alguns tipos de câncer como de cólon, reto, mama, próstata, ovário e endométrio.
Segundo Pinheiro et al (2004 citado por BRASIL, 2006), as causas do aumento da obesidade no mundo ainda não foram esclarecidas, mas existem hipóteses de que populações tenham predisposições genéticas que unidas a condições biopsicossociais podem levar a condição obesa. Segundo Ciolac et al (2004) a prevenção e tratamento da obesidade deve ser feita através de medidas educativas em alimentação e prática de exercícios físicos, que podem beneficiar o obeso com intensidade baixa, moderada ou alta, indicando que a manutenção de um estilo de vida ativo, independente de qual atividade praticada, pode evitar o desenvolvimento dessa doença.
Obesidade e ESF
A Saúde da Família é uma das principais estratégias, propostas pelo Ministério da Saúde do Brasil, para reorientar o modelo assistencial do Sistema Único de Saúde, a partir da atenção básica (BRASIL, 1997 apud BRASIL, 2006). Ela procura reorganizar os serviços e reorientar as práticas profissionais na lógica da promoção da saúde, prevenção de doenças e reabilitação, enfim, da promoção da qualidade de vida da população, constituindo-se em uma proposta com dimensões técnica, política e administrativas inovadoras. Pressupõe, ainda, o princípio da Vigilância à Saúde, a inter e multidisciplinaridade e a integralidade do cuidado sobre a população que reside na área de abrangência de suas unidades de saúde.
A Estratégia de Saúde da família busca ainda, através de sua atividade, colocar em prática os princípios organizacionais e conseqüentemente os doutrinários do SUS, realizando processo de territorialização e mapeamento de regiões de forma a aplicar os princípios de hierarquização e regionalização, descentralização e universalidade, garantindo, portanto a integralidade do atendimento, buscando sempre a resolubilidade dos problemas, incentivando a participação popular através de conselhos de saúde e ações sociais, encaminhando gratuitamente os pacientes ao setor privado de saúde caso o serviço não seja disponível no setor público além de reorientar a atuação dos profissionais de modo que os serviços oferecidos sejam “personalizados” de acordo com a necessidade da clientela específica encaminhando os pacientes conforme a necessidade de cada um ao sistema de referência e contra-referência garantindo assim o princípio da equidade. (FIGUEIREDO, 2010)
Critérios para referência e contra-referência do Obeso no SUS:
a) Usuários que apresentem sobrepeso (IMC entre 25,0 e 29,9 Kg/m 2) associados à morbidade (diabetes mellitus), ou obesidade I (IMC entre 30 e 34,9 Kg/m 2), ou obesidade II (IMC entre 35,0 - 39,9 Kg/m 2) devem receber atenção diferenciada, com orientação alimentar e avaliação clínica e laboratorial específicas. Para isto, devem ser assistidos na Atenção Básica por nutricionista em unidade de referência da área geográfica.
b) Usuários com obesidade II (IMC entre 35,0 - 39,9 Kg/m 2) sem resposta ao tratamento e com obesidade III (IMC igual ou maior que 40,0 Kg/m 2) deverão ser referenciados aos serviços de média complexidade (ambulatório), sendo avaliada a necessidade de associação do tratamento com uso de fármacos.
c) Usuários com obesidade II (IMC entre 35,0 - 39,9 Kg/m 2) com existência de com morbidades como diabetes, hipertensão e dislipidemias ou com obesidade III (IMC igual ou maior que 40,0 Kg/m 2) que não obtiveram respostas em todos os planos de tratamento e foram avaliados pelos serviços de referência para o acompanhamento da obesidade, deverão ser referenciados para os serviços de alta complexidade, para avaliação da necessidade de cirurgia bariátrica (ou gastroplastia) nos centros de referência regionais/estaduais do SUS (CADERNOS DE ATENÇÃO BÁSICA - n.º 12, SÉRIE A. NORMAS E MANUAIS TÉCNICOS, 2006).
É de extrema importância a atenção à obesidade em todos os níveis do sistema de saúde. Assim, quanto à organização da assistência, cabe particularmente à atenção básica ter uma atitude de promoção à saúde e de vigilância, prevenindo novos casos e evitando que indivíduos com sobrepeso venham a se tornar obesos (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1998).
Prevenção
A prevenção da obesidade na infância e adolescência se configura como a maneira mais segura de controle desta patologia crônica grave, que pode emergir já na vida intra-uterina, já que se trata de um período crítico para o desenvolvimento da obesidade, assim como o primeiro ano de vida e a adolescência. Teoricamente, as crianças e os adolescentes poderiam prevenir, mais facilmente, o ganho descomedido de peso, pois estão em fase de crescimento, ou seja, precisam de energia extra para se desenvolver e têm a possibilidade de maior gasto de energia em atividades de lazer, em comparação com os adultos. Entretanto, esses possíveis facilitadores parecem não superar os diversos fatores que concorrem para a crescente epidemia de obesidade (SICHIERI e SOUZA, 2008).
Assim sendo, vê-se a necessidade de medidas preventivas para evitar que o adolescente chegue a tal condição. Na prevenção da obesidade deve haver um esforço coletivo da família, escola e comunidade de modo a incentivar os adolescentes a hábitos de vida mais saudáveis. As comunidades científicas, a mídia e as indústrias alimentícias podem contribuir também, por meio da realização das respectivas atitudes: divulgação de trabalhos que demonstrem os benefícios de uma alimentação adequada; estimulação de hábitos alimentares mais saudáveis, inclusive evitando propagandas de alimentos não-nutritivos no horário que a programação da televisão é direcionada às crianças e adolescentes (OBESIDADE NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA – MANUAL DE ORIENTAÇÃO, 2008).
Conclusão
A busca pela diminuição do índice de Obesidade em Adolescentes requer o desenvolvimento e implantação de estratégias de longo prazo no que diz respeito à proteção, promoção e apoio aos modos de vida saudáveis. No que se refere à prevenção, é indispensável ressaltar a indispensabilidade do esforço coletivo da família, escola e comunidade no incentivo à adoção de hábitos de vida mais saudáveis pela população adolescente. Pode-se perceber que a educação nutricional é um fator substancial na prevenção e controle da Obesidade, somada, também, à realização regular de exercícios físicos pode corroborar em melhorias notórias à condição de vida do sujeito que tem predisposição à obesidade ou que se encontra em condição de sobrepeso.
Partiu-se da premissa de que a falta de informações pode ser um fator agravante para a instalação e prevalência de determinadas patologias. Diante disso, investir no caráter preventivo, pela via da Educação em Saúde, pode ser uma forma de convidar a população a ser co-participe do processo de promoção, prevenção e proteção à saúde; ofertando inclusive, a oportunidade de uma ação mais autônoma no que tange o conhecimento dos fatores de risco para determinadas patologias, o reconhecimento dos dispositivos de saúde e as formas de acessá-los. Logo, a disponibilização de um produto de orientação acerca da Obesidade na Adolescência pode ajudar tanto a população quanto os profissionais da Atenção Primária, principalmente o Agente Comunitário de Saúde, que pode lançar mão do seu conteúdo para orientar a comunidade no que diz respeito à temática.
Referências
Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. Diretrizes brasileiras de obesidade 2009/2010 / ABESO - Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. 3ª ed. Itapevi, SP: AC Farmacêutica, 2009/2010.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Obesidade. Caderno de Atenção Básica, nº12, 108 p.; 2006.
BRAZ, Márcia Ribeiro. Cartilha de Orientações Nutricionais para Portadores de Diabetes e Hipertensão Arterial Sistêmica. REMPEC - Ensino, Saúde e Ambiente, v.3 n 2 p.134-143, Agosto 2010.
CIOLAC, E. G.; GUIMARÃES, G. V. Exercício físico e síndrome metabólica. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Niterói, v. 10, n. 4, p. 319-324, jul./ago. 2004.
FEDERACIÓN LATINOAMERICANA DESOCIEDADES OBESIDAD (FLASO). I Consenso Latino-americano em obesidade. Rio de Janeiro, 1998.
FIGUEIREDO, Elisabeth Niglio de. Estratégia Saúde da Família e Núcleo de Apoio à Saúde da Família: diretrizes e fundamentos. Módulo político gestor. Unidade 5; 2010. Disponível em: http://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/esf/1/modulo_politico_gestor/Unidade_5.pdf Acesso em: 20/06/2014
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 2008.
GODOY, Matos AF. Síndrome Metabólica. 1ª ed. São Paulo: Editora Atheneu; 356 p.; 2005.
GUPTA, N.; GOEL, K.; SHAP, P. Misra A. Childhood obesity in developing countries: epidemiology, determinants, and prevention. Endocrinal Rev., 33:48-70; 2012.
MCNAUGHTON, S.A.; BALL, K.; MISHRA, G.D.; CRAWFORD, D.A. Dietary patterns of adolescents and risk of obesity and hypertension. J Nutr.;138:364-70, 2008.
MINISTÉRIO DE SAÚDE. Caderno de atenção básica à saúde, Brasília, distrito federal, 2006.
Obesidade na infância e na adolescência-Manual de orientação/Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento de nutrologia. –São Paulo: Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento de nutrologia, 116p.; 2008.
SICHIERI, R.; SOUZA, R.A. Estratégias para prevenção em crianças e adolescentes. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 24 Sup. 2:S209-S234, 2008.
TORRES, Heloisa Carvalho. O processo de elaboração de cartilhas para orientação do autocuidado no programa educativo em Diabetes. Rev Bras Enferm, Brasília, mar-abril; 62(2): 312-6; 2009.
UCHIMURA, Kátia Yumi; BOSI, Maria Lúcia Magalhães; LIMA, Flávia Emília Leite de; DOBRYKOPF, Vanessa França. Qualidade da alimentação: percepções de participantes do programa bolsa família. Ciência & Saúde Coletiva, 17(3): 687-694, 2012.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Obesity: Preventing and Managing the Global Epidemic. Report of a WHO Consultation. Geneva. WHO Technical Report Series, nº. 894; 2008.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Obesity: preventing and managing the global epidemic: report of a WHO consultation on Obesity. Geneva, 1998.
Outros artigos em Portugués
Búsqueda personalizada
|
|
EFDeportes.com, Revista
Digital · Año 19 · N° 202 | Buenos Aires,
Marzo de 2015 |