Aptidão física de escolares com deficiência visual La aptitud física de escolares con discapacidad visual |
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*Graduado em Educação Física **Graduanda em Educação Física ***Especialista em traumo-ortopedia desportiva ****Especialista em atividade física saúde e qualidade de vida *****Graduanda de Enfermagem ******Especialista em Psicologia *******Doutor em Ciências da Saúde ********Orientador e Mestre em Ciências da Saúde (Brasil) |
Alex Cesário da Silva* Flávia Cavalcante Monteiro Melo** Kátia Kamila Félix de Lima** Joelma Gomes da Silva*** Dimas Anaximandro da Rocha Morgan**** Raphaela Knackfuss de Medeiros***** raphaelakdemedeiros@hotmail.com Ana Paula Knackfuss Silveira****** Humberto Jefferson de Medeiros******* Maria Irany Knackfuss******* Edson Fonseca Pinto******** |
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Resumo A deficiência visual é um obstáculo que interfere profundamente na vida do ser humano, cujo organismo está estruturado para realizar um contínuo feedback através da visão. O objetivo deste estudo foi verificar o nível de aptidão física relacionada á saúde de adolescentes com deficiência visual na rede escolar. A metodologia desta pesquisa possui caráter descritivo com abordagem quantitativa de corte transversal. A amostra do estudo foi constituída por 8 adolescentes com deficiência visual com idade entre 10 a 17 ambos os sexos da rede escolar pública que foi selecionada através do CADV – Centro de Apoio ao Deficiente visual, na cidade de Mossoró - RN. Os resultados da aptidão física dos jovens com deficiência visual das cidades de Baraúna e Mossoró foi satisfatório devido ao hábito da prática de atividade física no seu cotidiano. Unitermos: Aptidão física, jovens com deficiência visual, escola.
Abstract
Visual impairment is a barrier that interferes deeply in the life
of a human being whose body is structured to achieve a continuous feedback
through vision. The aim of this study was to assess the level of physical
fitness related to health of adolescents with visual impairments in the
school network. The methodology of this research has a descriptive
quantitative approach with cross-sectional. The study sample consisted of
eight visually impaired adolescents aged 10-17 of both sexes public school
system that was selected through CADV - Support Centre for Visual Impaired
in the city of Mossoro - RN. The results of the physical fitness of young
people with visual impairment and the cities of Baraúna Mossoró was
satisfactory due to the habit of physical activity in their daily lives.
Recepção: 26/10/2014 - Aceitação: 02/02/2015
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 202, Marzo de 2015. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
Embora sejam amplamente divulgados na literatura os benefícios da prática da atividade física como forma de prevenir ou reduzir os fatores de risco ligados a doenças e agravos não transmissíveis, observa-se ainda elevado índice de sedentarismo entre indivíduos dos mais diversos grupos etários (ALHASSAN, ROBINSON, 2010).
Jovens com deficiências de um modo geral são pouco encorajados pelos pais e professores a praticar atividades físicas e esportivas. Embora se saiba que a prática regular de exercícios melhora a aptidão física relacionada à saúde e contribui para o desenvolvimento motor e social, poucas são as oportunidades oferecidas àqueles com deficiência visual para o engajamento em programas que ofereçam o estímulo necessário para o aprimoramento da condição física (GREGUOL, DE ROSE JUNIOR, 2009).
A falta de estímulos, quando comparados com os demais indivíduos, demonstra que aqueles com deficiência têm com maior freqüência comportamentos sedentários, prevalência de sobrepeso e obesidade e níveis mais precários de aptidão física (CERVANTES, PORRETA, 2010).
Outro agravo é o tratamento da deficiência visual como um obstáculo, que interfere profundamente na vida do ser humano, e acaba em muitos casos diminuindo a capacidade de adaptação da pessoa na sociedade. (BITTENCOURT, HOEHNE, 2006). Porém, grande parte dessas limitações pode ser facilmente eliminada por meio de duas ações: uma educação adaptada à realidade destes cidadãos e o uso da tecnologia para diminuir as barreiras (BORGES, 1996).
Com o papel de proporcionar uma melhora na aptidão física de crianças com deficiência visual a educação física inclusiva se torna um instrumento para o melhor desenvolvimento dessas crianças (CIDADE, FREITAS, 2002). Diante do exposto o objetivo desse trabalho é verificar o nível de aptidão física relacionada á saúde de adolescentes com deficiência visual na rede pública de ensino da região oeste do estado do Rio Grande do Norte.
Metodologia
O presente estudo descritivo de caráter transversal teve como amostra 8 escolares, selecionados de forma não probabilística intencional correspondendo a 10% da população de 80 escolares, com deficiência visual com idades compreendidas dos 10 a 17 anos, matriculados na rede pública de ensino e atendidos Centro de Apoio ao Deficiente visual – CADV, na cidade de Mossoró e Baraúna - RN. O instrumento utilizado foi o Manual Brockport de testes, com foco na função aeróbica, composição corporal (IMC) e função musculoesquelética, indicados para jovens com deficiência visual. Para a composição corporal foi utilizada uma balança e um estadiômetro e para a função musculoesquelética se utilizou o banco de Wells.
Resultados
Tabela 1. Função Aeróbia e Sentar e Alcançar de Ambos os Sexos
O grupo feminino não obteve sucesso de acordo com os padrões do manual do brockport, e o grupo masculino por sua vez, apresentou 33,33% de sucesso na função aeróbia. Os resultados de Mesquita (2012) também mostraram o sexo masculino em destaque na função aeróbia, devido o mesmo estar culturalmente mais envolvido nos desportos organizados do que o sexo feminino, que passam mais tempo em atividades desorganizadas e não-competitivas.
Os resultados demostraram que o sexo feminino no teste de sentar e alcançar com proteção das costas, obteve 80% de sucesso e o sexo masculino apresentou 100%. Considerando que as crianças com Deficiência visual tendem a possuir baixo nível de tonicidade muscular e de capacidade motora, má postura e dificuldades ao nível da flexibilidade, os resultados foram positivos (WYATT, NG, 1997).
Tabela 2. IMC, Levantamento de Tronco e Flexão de Braço de ambos os sexos
Na avaliação do IMC o sexo masculino os resultados mostraram que todos os avaliados estão dentro dos padrões ideais enquanto apenas 20% do sexo feminino estão no mesmo padrão de acordo com a tabela da OMS. Nossos resultados corroboram com os estudos de Mesquita (2012) que mostra a maioria do sexo masculino situa-se dentro da “zona ideal” (64,3%), enquanto a maioria do sexo feminino se situa dentro do intervalo não ideal (50,6%).
O grupo feminino apresentou 60% das avaliadas com resultado ideal segundo o manual Brockport, enquanto o sexo masculino apresentou 66,67% dos avaliados com resultados ideais no teste do levantamento de tronco. Mascarenhas, et al (2013), aponta em seu estudo, que 58% dos alunos avaliados da escola pública de Lapa-PR mostraram resultado ideal, dado semelhante ao do presente estudo.
O sexo feminino teve na flexão de braço, resultado apontando 60% ideal e o sexo masculino apresentou 66,67% dos resultados ideais para flexão de braço de acordo com o manual Brockport. No entanto, estudos apontam que alunos da rede pública da mesma escola, apresentaram 56,7% de resultados ideais, número pouco abaixo do encontrado no nosso estudo.
Diante dos resultados obtidos e em comparação com outros artigos, observa-se que para as pessoas com deficiência visual, o nível de atividade física está fortemente atrelado a autonomia para a realização das atividades do dia-a-dia e como conseqüência, um melhor nível de independência e socialização (BARBOSA, 2013).
Conclusões
Conclui-se que os resultados da aptidão física dos jovens com deficiência visual das cidades de Baraúna e Mossoró foi favorável devido ao hábito da prática de atividade física no seu cotidiano. Não houve relato de nenhum dos participantes sobre a presença de profissionais de educação física na sua rotina de atividades físicas. Para que possamos mudar esse retrato com vistas em melhorar o desempenho, possibilitar novas oportunidades de lazer e melhor a saúde dos jovens, deve existir profissionais preparados para o trabalho com grupos especiais no âmbito escolar.
Referências
ALHASSAN, S.; ROBINSON T. N. Defining accelerometer thresholds for physical activity in girls using ROC analysis. Journal of Physical Activity and Health, Champaign, v.7, p.45-53, 2010.
BARBOSA, J. M.; BRANDÃO, D. C. Análise do condicionamento físico de deficientes visuais praticantes de atletismo. EFDeportes.com, Revista Digital, v.17, n.176, 2013. http://www.efdeportes.com/efd176/deficientes-visuais-praticantes-de-atletismo.htm
BITTENCOURT, Z. L.; HOEHNE, E. L. Qualidade de vida de deficientes visuais. Medicina, Ribeirão Preto, v.39, n.2, p.260-4, 2006.
BORGES, Antonio José. Dosvox: uma nova realidade educacional para deficientes visuais. Revista Benjamim Constant, Rio de Janeiro, n. 3, maio 1996.
CERVANTES, C.M.; PORRETA, D.L. Physical activity measurement among individuals with disabilities: a literature review. Adapted Physical Activity Quarterly, Champaign, v.27, p.173-90, 2010.
CIDADE, R. E. A.; FREITAS, P. S. Introdução à educação física e ao desporto para Pessoas portadoras de deficiência. Curitiba: Ed.UFPR, 2002.
GREGUOL, M.; De ROSE JUNIOR, D. Aptidão física relacionada à saúde de jovens cegos em escolas regulares e especiais. Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano, São Paulo, v.19, n.1, p.42-53, 2009.
MASCARENHAS, L. P. G. et al. Estudo comparativo da aptidão física entre crianças de escola pública e particular: uma visão regional. Revista Cinergis, v. 14, n.3, p.157-160, 2013.
MESQUITA, M. L. F. Estilos de vida, aptidão física e composição corporal em crianças e jovens. Tese de Mestrado, Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física da Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal, 2012.
WYATT, L.; NG, G. Y.. The effect of visual impairment on the strength of children's hip and knee extensors. Journal of Visual Impairment & Blindness, 1991, 40-46, 1997.
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