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A cultura da crítica e a crítica da cultura no esporte: notas introdutórias

La cultura de la crítica y la crítica de la cultura en el deporte: notas introductorias

 

*Doutor em Educação Especial (ênfase sociologia)

pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) Licenciado e Bacharel

em Educação Física pela UFSCar e professor efetivo de Educação Física

da rede estadual de educação do Estado de São Paulo, município de Araraquara

**Graduado em Letras. Autor de diversas peças, livros e contos

Gustavo Martins Piccolo*

Sérgio Silva**

gupiccolo@yahoo.com.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          O texto versa detidamente sobre compostos de esporte e ética, objetivando o estabelecer de uma nova relação entre ambos. Citada relação se corporifica quase que como tropos perdido na medida em que o universo esportivo se vê acoimado por diversos fatores que se entrelaçam no sentido da produção do ato, cujo produto visto é somente uma pequena amostra daquilo que se fato se desdobra sobre o mesmo.

          Unitermos: Esporte. Ética. Estética.

 

Recepção: 21/01/2015 - Aceitação: 23/02/2015

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 202, Marzo de 2015. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Buscando o significado da palavra ética, pode-se constatar que esta tem sua origem remontada ao grego "ethos", tendo seu correlato no latim "morale", com o mesmo significado: Conduta, relativo aos costumes. Porém, cabe ressaltar que as atuais correntes filosóficas fazem uma diferenciação entre a moral e a ética, para que um melhor delineamento sobre o tema seja traçado, com esta definição a ética acaba por conquistar um espaço mais amplo que a moral, pois é constituído de reflexões críticas sobre esta, este raciocínio é sistematizado pela primeira vez em ARISTÓTELES (1996), porém, sua origem se encontra em Sócrates, predecessor de Aristóteles, que não se preocupou com a depuração do tema.

    A construção de um pensamento ético é realizada historicamente, não nascendo de forma alguma com os indivíduos, já que estes princípios variam de sociedade para sociedade, sendo influenciado pela ideologia determinante de cada local, vale ressaltar, que um pensamento verdadeiramente ético deve-se contrapor a ideologias dominantes, exercitando sua liberdade de expressão, não sendo apenas uma marionete de determinados sistemas econômicos. Agir eticamente é tornar-se humano no sento mais amplo do termo, percebendo todas as amarras que a sociedade nos coloca, amordaçando não apenas nossas palavras, como também nossos pensamentos.

    Segundo o Dicionário Aurélio Buarque de Holanda Ferreira (1988), ética é ”o estudo dos juízos de apreciação que se referem à conduta humana susceptível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente à determinada sociedade, seja de modo absoluto” (Ferreira, 1988, p. 288). Esta descrição é importante, já que fica claro o caráter teleológico que este termo vem por assumir, porém, o bem e o mal ser dimensionados, para que não se caia em perigosos dogmatismos, devendo também ser entendidos como construções sociais.

O lugar da ética

    Os seres humanos não vivem isolados, seja no meio rural ou urbano, é através dos processos educacionais que este se torna humano, onde a socialização inter-pessoal assume um caráter de significativa importância. A vida em sociedade só é possível quando alguns princípios básicos são respeitados, para que esta não se torne caótica, por exemplo, não matar é uma das atitudes básicas de quem deseja viver com o outro. São diversos os valores que guiam nossas ações em uma sociedade, valores estes que são construídos culturalmente, sendo modificado pela transformação da sociedade.

    Este conjunto de valores (crenças, regras, comportamentos) atualmente é denominado por moral, enquanto que uma reflexão crítica sobre estes valores chamamos de ética. Não se trata aqui de realizar uma divisão rígida sobre o que é Ética e Moral, apenas por fins elucidativos, buscou-se mostrar uma das peculiaridades que envolvem cada um destes termos (BRASIL, 1998).

    Mas o que será reflexão? Uma boa descrição nos é oferecida Saviani, para quem ao atuarmos eticamente nos aproximamos de certa forma dos filósofos:

    A palavra nos vem do verbo latino ‘reflectere’ que significa ‘voltar atrás’. É, pois, um re-pensar, ou seja, um pensamento em segundo grau (...) é um pensamento consciente de si mesmo, capaz de se avaliar, de verificar o grau de adequação que mantém com os dados objetivos, de medir-se com o real. (...) Refletir é o ato de retomar, reconsiderar os dados disponíveis, revisar, vasculhar numa busca constante de significado. É examinar detidamente, prestar atenção, analisar com cuidado. E isto é filosofar. (SAVIANI, 2002, p. 16).

    A moral acaba por nortear grande parte das atitudes das pessoas, porém, é uma construção de mão dupla, pois ao mesmo tempo em que pode guiar boas ações como: solidariedade, respeito, amor ao próximo, pode também desencadear péssimas ações como: a submissão das mulheres em uma sociedade machista, a competição exacerbada que o modelo econômico de nossa sociedade exige. É nítido o caráter direcionado que a moral acaba por assumir, caráter este que garante, por exemplo, o predomínio de uma classe/sociedade sobre outra, muitas vezes estas explicações são buscadas em fenômenos sobrenaturais, dificultando possíveis contestações, e, conseqüentemente perpetuando certas características em uma sociedade, que costumeiramente se alinha com o padrão dominante.

    Atuar sobre valores morais, não é exceção, pois em geral é regra em nossa sociedade, pois praticamente todo cidadão se norteia por algum valor, o que na verdade precisa ser feito é um questionamento sobre como estes valores atuam na sociedade, e para isso deve-se fazer o uso da Ética, que pode desencadear novas atitudes e comportamentos intra e interpessoais (BRASIL, 1998).

    A Ética deve se fazer presente para a busca de uma constante remodelação da sociedade, transformando e criando valores que guiem nossa conduta moral, porém, deve-se deixar bem claro que de forma alguma a Ética representa um “mandamento”, não existe produto acabado, sua importância está no questionamento/reflexão de nossa sociedade, e na busca constante da reformulação/formulação de novos valores.

    A presença da Ética torna necessária uma atuação política na sociedade, atuando como cidadão em vias de fato. Atuar como cidadão, tem como uma das metas a defesa da coletividade em prol da individualidade (o que não significa se abster de interesses individuais), exercendo seus direitos e também cumprindo com seus deveres, porém, sem nunca deixar de questioná-los, e se possível, lutar por uma construção coletiva de todos eles, atuando assim de forma libertária. Ser cidadão é atuar, não existe cidadão omisso, existe apenas cidadão ou não-cidadão. (BRASIL, 1998).

    Portanto, conclui-se que uma vida baseada por valores éticos, deve ter aversão a qualquer tipo de preconceito (ético, racial, classe-social, gênero, moda), pois esta atitude está na contramão da construção de uma sociedade mais igualitária e justa, onde ao invés do monólogo se preze pelo diálogo, que tem como principais características o respeito, amor, amizade, união, só assim poderemos falar em Ética.

    Nossa Constituição Federal de 1988 estabelece que um dos objetivos de nossa república seria a construção de uma sociedade mais livre e solidária, erradicando a pobreza e diminuindo qualquer forma de desigualdade e discriminação (BRASIL, 1988), porém, a quase duas décadas de sua outorgação, pouco foi visto no sentido de uma vida mais justa para a população, pois a disparidade de condições a que estamos submetidos são imensas. Esta falha no cumprimento das normas, torna nossa população mais rancorosa, avessa à política, a escola como importante instituição social deve tentar reverter este quadro, buscando a construção de um novo tipo de cidadão, que possa realmente desenvolver suas atitudes de forma ética.

    Quando falamos em Ética na escola, devemos estar preparados para uma reflexão critica sobre os componentes do sistema escolar, que implica na construção/desconstrução de algumas normas que orientam a docência, para isso é preciso uma postura reflexiva, aberta ao diálogo, pronta para escutar o próximo.

    A escola talvez seja a instituição mais freqüentada de nosso planeta, pois uma enorme quantidade de pessoas em praticamente todos os países do mundo, passou, passa, ou passará por esta instituição, recebendo diversas culturas, crenças, costumes, estando, portanto, em contato com uma grande pluralidade cultural, que pode ser de grande importância para uma educação baseada em valores altruístas e no principio da alteridade.

    Muito dos valores que guiam o comportamento dos adultos são formados na escola, sejam eles positivos ou negativos, por isso sua importância é cada vez mais pronunciada, na medida em que sua influência sobre a sociedade também aumenta, devendo ser entendida como:

    (...) espaço de práticas sociais em que os alunos não apenas entram em contato com valores determinados, mas também aprendem a estabelecer hierarquia entre valores, ampliam sua capacidade de julgamento e a consciência de como realizam escolhas, ampliam-se as possibilidades de atuação da escola na formação moral, já que se ocupa uma formação ética, para formação de uma consciência moral reflexiva cada vez mais autônoma, mais capaz de posicionar-se e atuar em situações de conflito. (BRASIL, 1998, p.63).

    A imagem que construímos sobre nossa própria pessoa na verdade reflete, o que achamos que os outros pensam de nós. Esse “achismo” é baseado em alguns padrões impostos pela sociedade, que determinam o tipo de pessoa que é ou não aceito pela sociedade.

    A escola através da ética deve lutar contra este aspecto, que tende a inferiorizar determinadas pessoas em detrimento de outras, questionando os padrões impostos pela sociedade como construções de um grupo dominante, e não como algo divino, criando uma convivência mais plural e democrática.

    Com a chegada da puberdade à pessoa se torna mais apta a reflexões abstratas, implicando na reestruturação dos padrões que coordenam suas ações, e a conseqüente mudança de hábitos. Agora, os jovens sentem a necessidade de se definir em determinados grupos, que são estabelecidos por afinidade, essa necessidade está relacionada ao fato do jovem querer mostrar sua existência, sendo uma pessoa com opinião própria. A escola deve intervir na formação dos jovens, não impondo padrões, mas fazendo com que estes através do diálogo possam refletir sobre suas atitudes, atuando assim, com certeza estará contribuindo para a formação de um cidadão mais crítico e consciente que se norteie por valores éticos (BRASIL, 1998).

    É tarefa dos professores (inclusive o de Educação Física) a construção de determinados valores coletivamente, de forma que todos possam tomar parte nesta construção, desenvolvendo um espírito de liberdade entre o grupo. Alguns problemas como a violência, drogas, sexo, devem ser trabalhados pelos professores, para que uma reflexão critica possa ser formada, ouvindo sugestões e opiniões dos alunos, atuando de forma democrática e não autoritária, onde os alunos sintam-se parte integrante e não meros componentes, passando a ser encarados como principais sujeitos do processo educativo.

    (...) conviver significa conhecer, participar, opinar, ousar, transformar. Cabe a escola, espaço fundamental de convivência, afirmar valores que estão de acordo com estes princípios. É preciso estimular o desejo da participação, que valoriza a ação e amplia a co-responsabilidade, fazendo com que se compartilhem os destinos da vida coletiva da instituição. Se o aluno precisa ser participante e ativo na construção de sua aprendizagem, o professor precisa trilhar este caminho junto com ele, efetivando sua própria participação no espaço escolar. (BRASIL, 1998, p.76).

    Dentre os conteúdos que a escola deve desenvolver através da ética cita-se: Respeito Mútuo, Justiça, Solidariedade e Diálogo, que serão brevemente explicitados a seguir:

    O respeito mútuo é um dos princípios de dignidade do ser humano, sendo um principio básico em qualquer sociedade democrática. Para isso as pessoas devem respeitar os outros e também se sentir respeitadas, para que este seja um sentimento comum. (BRASIL, 1998).

    Respeitar significa não apenas tolerar (já que este parece ser um sentimento de ter que “engolir” as atitudes do próximo), como também valorizar as diferenças, impedindo assim que manifestações preconceituosas pudessem ser consignadas. (CROCHIK, 1998).

    A justiça é outro dos termos fundamentais na ética, cabendo a ela classificar as atitudes das pessoas sob a mesma base. A justiça não deve pender para nenhum lado, utilizando a mesma medida para o mesmo comportamento, impedindo que o sentimento de impunidade se espalhe ainda mais pelo nosso país. (BRASIL, 1998).

    Solidariedade é a capacidade de se doar em favor do outro, o homem desde que nasce tem a solidariedade como um de seus valores, porém, precisa expandir estas atitudes para a política, sendo também solidário não apenas em eventualidades, buscando uma melhor convivência coletiva através de sua atuação política.

    O Diálogo é um mecanismo que garante com que todos tenham voz ativa, independentemente de sua origem, é no diálogo que os valores podem ser discutidos e refletidos criticamente, sendo uma atitude de amor e respeito ao próximo. (FREIRE, 1977).

    O diálogo deve ser visto como um instrumento de cooperação, respeitando posições de dissenso, tão comum em situações dialógicas. O diálogo é importante para que os alunos possam respeitar a opinião do outro, contribuindo assim para a pluralidade cultural a qual estamos submetidos.

    È importante que as opiniões sejam realmente levadas em conta e utilizadas em conclusões ou decisões tomadas na escola e amplamente divulgadas. Nessa forma de ação, revelam-se diferentes valores, explicam-se conflitos e busca-se melhor convivência. A discussão ampla na qual a opinião do outro é respeitada, em que há liberdade de colocar opiniões, em que é enfatizado o compromisso com o coletivo da escola e com o bem estar de todos, possibilitará um novo olhar para o cotidiano, um olhar que tem como objetivo a participação na construção da cidadania. (BRASIL, 1998, p. 112-113).

O universo esportivo na escola

    Inicialmente consideramos importante registrar, resumidamente, como se desenvolveram nossas aulas de Educação Física Escolar (no período escolar: Ensino Fundamental e Médio) em relação aos conteúdos ministrados. Tendo como intuito levantar algumas experiências, e que essas sejam mais uma prova do que foi e do que continua sendo desenvolvido nas aulas de Educação Física Escolar.

    As aulas basicamente se resumiam em três fases principais, que são: uma fase inicial em que o professor trabalhava com os fundamentos dos principais esportes e alguns jogos, visando indiretamente melhorar os fundamentos, uma outra fase em que um outro professor simplesmente liberava bolas e ficava apitando o jogo que nós escolhêssemos (quase sempre era o futebol) e uma última fase (1º, 2º e 3º colegial) em que o professor dividia por semestre a modalidade que iria trabalhar, por exemplo: 1º semestre, voleibol; 2º semestre, futebol; 3º semestre, handebol; e 4º semestre, basquetebol. Nessa última fase, as aulas iniciavam com os fundamentos principais do esporte seguidas do jogo propriamente dito, no final de cada semestre era organizado um torneio interclasses de acordo com a modalidade daquele semestre. Os campeões recebiam as medalhas e as glórias.

    Hoje, diante de nossas observações, resolvemos fazer uma revisão do que é conteúdo, quais suas dimensões, porque o esporte ainda prevalece nas aulas de Educação Física e algumas análises críticas sobre este tipo de conteúdo.

    Segundo COLL et al. citado por Darido (2001), conteúdo é definido como:

    Uma seleção de formas ou saberes culturais, conceitos, explicações, raciocínios, habilidades, linguagens, valores, crenças, sentimentos, atitudes, interesses, modelos de conduta, etc. cuja assimilação é considerada essencial para que se produza um desenvolvimento e uma socialização adequada ao aluno. É importante ressaltar que nem todos os saberes e formas culturais são suscetíveis de constarem como conteúdos curriculares, o que exige uma seleção rigorosa da escola. (DARIDO, 2001, p.1).

    Em relação à seleção dos conteúdos escolares Brasil (1997) é bem claro e levanta alguns aspectos, tais como:

    A educação física escolar deve dar oportunidades a todos os alunos para que desenvolvam suas potencialidades, de forma democrática e não seletiva, visando seu aprimoramento como seres humanos (...) Independentemente de qual seja o conteúdo escolhido, os processos de ensino e aprendizagem devem considerar as características dos alunos em todas as suas dimensões (cognitiva, corporal, afetiva, ética, estética, de relação interpessoal e inserção social). Sobre o jogo da amarelinha, o voleibol ou uma dança, o aluno deve aprender, para além das técnicas de execução, a discutir regras e estratégias, aprecia-los criticamente, analisá-los esteticamente, avalia-los eticamente, ressignificá-los e recriá-los. É tarefa da Educação Física escolar, portanto, garantir o acesso dos alunos às práticas da cultura corporal, contribuir para a construção de um estilo pessoal de exerce-lás e oferecer instrumentos para que sejam capazes de apreciá-las criticamente. (BRASIL, 1997, p. 24)

    Esses objetivos devem ser vistos como algo a ser almejado pelos educadores, como um ideário a ser buscado e que não se dá de um dia para o outro, mas sim através de um trabalho coletivo envolvendo toda a sociedade, cabe ao professor de educação física fazer a sua parte e contribuir para que esses objetivos sejam alcançados através de aulas mais significativas que não busquem uma mera reprodução de gestos motores.

    Uma escola que visa objetivos mais amplos como os citados acima não podem simplesmente reproduzir os principais esportes na escola, gerando aulas que excluem os menos habilidosos e que contribuem para a evasão das aulas de Educação Física, mas sim, selecionar conteúdos levando em conta a relevância social, a sua contemporaneidade, a sua adequação às possibilidades sócio-cognoscitivas do aluno, o da simultaneidade dos conteúdos enquanto dados da realidade, o da espiralidade da incorporação das referências do pensamento e o da provisoriedade do conhecimento o que juntos possibilitarão a leitura crítica da realidade em favor de uma sociedade mais justa (Soares, 1992).

    Darido (2001) levanta algumas reflexões a respeito dos Parâmetros Curriculares Nacionais, quais sejam:

    Três aspectos da proposta dos PCNs – área Educação Física representam aspectos relevantes a serem buscados dentro de um projeto de melhoria da qualidade das aulas, quais sejam: princípio da inclusão, as dimensões dos conteúdos (atitudinais, conceituais e procedimentais) e os temas transversais. Assim, a proposta destaca uma Educação Física na escola dirigida a todos os alunos, sem discriminação. Ressalta também a importância da articulação entre o aprender a fazer, o saber por quê esta fazendo e como relacionar-se neste fazer, explicitando as dimensões dos conteúdos, e propõe um relacionamento das atividades da Educação Física com os grandes problemas da sociedade brasileira, sem, no entanto, perder de vista o seu papel de integrar o cidadão na esfera da cultura corporal. Sem dúvida, tais aspectos se constituem em enormes desafios para os profissionais da área. (DARIDO, 2001, p.5).

    A dimensão conceitual se caracteriza pela abordagem de conceitos, fatos e princípios; refere-se à construção das capacidades intelectuais para operar com símbolos, signos, idéias, imagens que permitem representar a realidade. A dimensão procedimental está intimamente relacionada ao saber fazer, que envolve o tomar decisões e realizar ações ordenadas buscando atingir um objetivo (RAMOS, 2000). E o autor acrescenta:

    Por isso, quando pensamos no desenvolvimento dos conteúdos em sua dimensão procedimental, devemos fazer com que os alunos construam instrumentos que os permitam analisar e criticar os resultados obtidos e os processos utilizados por eles para atingir aquela meta/objetivo (...) Não sei se ficou claro, mas procedimentos desse tipo, contribuem significativamente com a produção e transformação do conhecimento, fazendo com que o aluno se acostume que a informação pode ser transformada em conhecimento e que o próprio conhecimento não é algo pronto e acabado, mas deve (e pode!) ser transformado e produzido! (RAMOS, 2001, p. 6).

    A terceira dimensão do conteúdo é a atitudinal, que incluem as normas, os valores e as atitudes que permeiam todo o conhecimento escolar, sendo que a escola deve sempre buscar uma reflexão crítica sobre os valores que permeiam nossa sociedade.

    Nossas vivências nos permitem concluir que os conceitos, quando falados, se limitam à explicação do que aquelas atividades buscavam como objetivos, tais como, agilidade, velocidade e coordenação espaço-temporal (sem explicar o que eram essas habilidades); a dimensão procedimental imperava, pois era buscado o saber fazer um gesto técnico; quanto à dimensão atitudinal, quase nada era visto, pois as aulas nunca questionavam os valores impostos em nossa sociedade, se resumindo a um fazer irrefletido.

    O esporte é o veiculo mais utilizado como forma de difusão do movimento corporal na escola de 1º e 2º graus. Segundo Bracht (1992) citado por Betti:

    Apesar da Educação Física haver lançado mão de um amplo leque de objetivos, como o desenvolvimento do sentimento de grupo, cooperação,etc. o objetivo da escola é tão somente a aprendizagem do esporte, ficando a ginástica e a corrida, por exemplo, como simples aquecimento, além, dos jogos populares terem sido transformados em “jogos pré-desportivos”. O esporte passou a ser o conteúdo hegemônico da Educação Física. (BETTI, 1995, p.3).

    Isso foi nítido durante a maioria de nossas aulas, na qual estas começavam com alguns aquecimentos, visando indiretamente melhorar as capacidades esportivas, sendo que logo em seguida partia-se para o jogo propriamente dito.

    Brasil (1998) reforça essas idéias ao falar que:

    Enquanto as demais áreas de estudo dedicam-se a aprofundar os conhecimentos dos alunos através de metodologias diversificadas, estudo do meio, exposição de vídeos, apreciação de obras de diversos autores, leitura de texto, solução de problemas, discussão de assuntos atuais e concretos, as aulas do “mais atraente” dos componentes limita-se aos já conhecidos fundamentos do esporte e jogo. A influência do esporte no sistema escolar é de tal magnitude que temos não o esporte da escola, mas sim o esporte na escola. Isso indica a subordinação da Educação Física aos códigos/sentidos da instituição esportiva: esporte olímpico, sistema desportivo nacional e internacional. Esses códigos podem ser resumidos em: princípios de rendimento atlético-desportivo, comparação de rendimento, competição, regulamentação rígida, sucesso no esporte como sinônimo de vitória, racionalização de meios e técnicas etc. (BRASIL, 1998, p.2).

    Betti (1995) aponta alguns dos motivos que levam os professores a trabalharem somente com os esportes e negar outros conteúdos, tais como: “o receio de mudar talvez ocorra pela insegurança dos professores em relação a conteúdos que não dominam (...) ou por acreditarem que a escola não possui nem espaço, nem material apropriado, ou ainda por acharem que os alunos não gostariam de aprender outros conteúdos” (BETTI, p. 1995)

    De acordo com Betti (1995):

    É impossível, atualmente negar aos alunos nas aulas de Educação Física de 1º e 2º graus o aprendizado de esportes. Mais do que isto, temos que aceitar que este é um fenômeno da cultura corporal de movimento e trabalhar adequadamente com ele. O que não podemos aceitar é que a forma como este conteúdo é transmitido não passe pela compreensão e transformação do aluno, Falta, portanto, construir uma nova forma didática de utilização dos esportes na escola que consiga delegar a este fenômeno a tão almejada educação pelo/através do esporte. (BETTI, 1995, p.4).

    Deve-se lembrar que o esporte não é um fenômeno natural, sendo uma construção da sociedade, principalmente da sociedade burguesa, podendo e devendo ser contestado como fruto de uma ideologia dominante, que massacra uns em detrimento dos outros.

    Betti (1995) traz o aspecto mais importante:

    Apesar de se remeter ao esporte alguns objetivos tais como a saúde, a moral e o valor educativo, ele não o será, a menos que um professor/educador faça dele um objeto e um meio de educação (grifo meu). Se o aprendizado dos esportes restringir-se ao processo ensino-aprendizagem de técnicas, gestos automatizados, onde somente o professor-técnico as conhece e domina, ou seja se o Sentido/Significado é compreendido somente pelo professor e ao aluno cabe assimila-las da melhor forma, não será possível um questionamento sobre esta prática. (BETTI, 1995, p.6).

    Durante nossas aulas constatamos exatamente isto, pois as professoras/professores não explicavam e nem questionavam, apenas reproduziam os fundamentos e o jogo propriamente dito. E finalizando vale ressaltar as palavras de Porcher citado por Betti (1995):

    A função do professor é a de promover o entendimento dos vários sentidos que os jogos esportivos possam ter, a resolução de conflitos que possam surgir em sua realização e a compreensão, e até alteração de suas regras. É preciso aprender a discutir o que acontece no esporte, por exemplo, à questão política dos boicotes olímpicos, os ídolos, e não simplesmente negá-los. O professor de Educação Física é o mais indicado para abordar estes assuntos, sem, no entanto, transformar a aula em pura teoria. (BETTI, 1995, p.6)

    Foi inegável a presença quase que absoluta dos conteúdos esportivos em nossas aulas, tanto no Ensino Fundamental, como no Ensino Médio, presença esta que se estende até os dias atuais (fato comprovado pela observação nos estágios, em qualquer nível de ensino, com exceção da Educação Infantil). A intenção com estas descrições não estão relacionadas ao tecimento de críticas quanto ao trabalho dos professores, muito pelo contrário, pois nós, ainda alunos, sabemos da dificuldade de revolucionar o ensino da Educação Física, porém acreditamos na capacidade de superação humana, que passa tanto pelos professores como pelos alunos. Vale dizer, que consideramos preferível pecar pelo excesso de otimismo, do que nos omitir perante as primeiras situações de dificuldade.

A importância da Educação Física

    Em grande parte das escolas, o esporte se apresenta como o conteúdo predominante das aulas de educação Física, ocasionando um descontentamento por parte daqueles que não possuem as habilidades físicas desenvolvidas, gerando altos índices de evasão das aulas, o que é extremamente prejudicial para a imagem da disciplina.

    Infelizmente as aulas de Educação Física ao saírem do Ensino Fundamental para o Médio, pouco mudam em relação a seu conteúdo, tendo em seu interior a mesma prática, seja para uma criança de 12, ou uma de 17 anos.

    A Educação Física ao atuar desta maneira acaba por desconsiderar todo o ambiente no qual o ser humano está envolvido, entendendo por movimento (principal meio da educação física) apenas gestos esportivos, deve-se buscar uma solução para a disciplina, que promova sua prática de forma contextualizada (BRASIL, 1998).

    Um círculo vicioso se forma sobre a Educação Física, já que vale dizer que muitas atitudes dos professores têm suas raízes, em suas experiências como alunos, que em geral na Educação Física são constituídas basicamente por esportes. Isso faz com que o futuro professor atue com práticas recalcadas em seu passado (esportes), por isso, uma melhor formação profissional é de extrema importância para um novo trabalho, trabalho este que deve estar unido ao projeto pedagógico da escola e com os objetivos do ensino médio, para que assim a disciplina possa ter sua importância reconhecida institucionalmente, não sendo relevada a segundo plano.

    O professor deve estender sua área de atuação para diferentes setores da escola e sociedade, mostrando iniciativa e se envolvendo com os problemas da comunidade. Em sua prática escolar não deve desprezar o esporte, apenas utilizá-lo de forma diferente, sem objetivo na formação de atletas, criando o esporte “da escola” (FREIRE, 1997), que consiga integrar todos os alunos independentemente de suas qualidades físicas, respeitando as diferenças culturais a qual cada um está submetido, propondo situações-problemas que busquem a formação de um cidadão mais reflexivo e crítico.

    O corpo humano é repleto de significados culturais, pois através dele conseguimos nos expressar de diferentes maneiras, que refletem uma linguagem própria de cada ser humano. Os gestos, posturas e expressões faciais refletem um determinado contexto social, sendo que a forma de se comunicar corporalmente se modifica de cultura para cultura (FREIRE, 1997).

    Toda manifestação corpórea tem um significado, e a sua não consideração por parte do professor, pode levar a um grande erro metodológico/pedagógico. Um aluno pode mostrar-se desinteressado por uma atividade através das expressões corporais, cabendo ao professor identifica-las, para poder intervir neste problema, buscando novas alternativas, como a proposição de uma outra atividade (se for o caso).

    Nossos movimentos são moldados socialmente, o certo e errado é assim estabelecido, portanto, a aquisição de certos padrões motores tem estreito vínculo com o tipo de cultura na qual o individuo está inserido, e é função da Educação Física trabalhar com estes diversos padrões motores, e também refletir sobre diversas culturas (BRASIL, 1997).

    Cabe a Educação Física promover uma ampla gama de vivências corporais, para que os alunos possam entrar em contato com diferentes culturas, e compreender estas diferenças, não como um defeito, mas como parte da diversidade cultural.

Educação Física versus esportes

    Dentre os objetivos gerais da Educação Física, pode-se destacar:

    “Adotar atitudes de respeito mútuo, dignidade e solidariedade em situações lúdicas e esportivas, repudiando qualquer espécie de violência”. (BRASIL, 1998, p.43), além destes, vale destacar o conhecimento sobre a pluralidade cultural na qual estamos inseridos.

    Os principais conteúdos na Educação Física a ser destacados são: conhecimentos sobre o corpo; esportes, lutas, jogos e ginásticas; atividades rítmicas e expressivas.

    Conhecimentos sobre o corpo: Este bloco dá ao aluno informações sobre o próprio corpo, sua estrutura física e interação com o meio social em que vive. Estudam-se noções básicas de anatomia, fisiologia, dos aspectos biomecânicos e bioquímicos do corpo humano.

    Esportes, lutas, jogos e ginásticas: O esporte pode e deve ser praticado. A escola deve se aproveitar da grande difusão na qual o esporte está envolvido, principalmente pela atuação da mídia, que tem presença marcante em nossa sociedade. Deve-se destacar neste bloco o trabalho das origens históricas do esporte e a característica de cada modalidade, como forma de promover uma elevação no entendimento sobre este fantástico fenômeno cultural.

    Atividades rítmicas e expressivas: combinam as diversas manifestações (danças, mímicas, brincadeiras) que são constituintes do folclore brasileiro, devendo ser trabalhado nas aulas de Educação Física.

    A Educação Física pode se utilizar do esporte como um excelente meio para a discussão das regras de forma coletiva, para que cada aluno compreenda a sua importância para a realização do jogo, o professor pode aproveitar este momento como uma excelente oportunidade para discutir algumas regras impostas pela sociedade, que acabam por nos atingir diretamente. Assim o esporte, pode atuar em um aspecto positivo sob um duplo aspecto, já que através dele pode-se além de estimular a reflexão em grupo, discutir algumas da amarras que a sociedade (burguesa) nos impõe, sendo uma excelente forma de reflexão sobre a realidade, são exemplos destes esportes: vôlei, futebol, basquete e handebol, que justamente são as modalidades mais trabalhadas nas escolas (pelo menos em sua grande maioria).

    Com a chegada da adolescência, uma nova era se abate sobre o aluno, é nesta hora que o esporte pode ser mais bem discutido, devido à qualidade das abstrações que os alunos podem realizar, abstrações estas que devem ser realizadas criticamente, com a utilização da mídia como importante fator de questionamento. A mídia forma e deforma, no caso específico do esporte acreditamos mais no poder deformador, já a cobertura midiática se dirige principalmente para o esporte de alto rendimento, na verdade para as glórias deste esporte, por isso, alguns têm um grande espaço enquanto outros vivem em uma densa nebulosidade, sendo escondidos aos olhos da população.

    Estes padrões impostos pela mídia devem ser refletidos criticamente, para que não os adotamos como verdades absolutas, refletindo sobre determinadas questões, como, a importância econômica e mercantil que o esporte assumiu em nossa sociedade moderna e a grande disparidade financeira entre os atletas de elite (raras exceções) e os atletas amadores (que são a grande maioria), desmistificando conseqüentemente, a idéia do esporte como a forma mais fácil de ascensão social. Porém, é importante destacar as finalidades pedagógicas que o esporte pode assumir, principalmente por intermédio das suas relações sociais, que podem ser construídas de forma harmônica e desafiadora, ou de forma mecânica e alienada como em geral esta acontecendo, para isso, a reflexão sobre a moral, denominada ética, deve ser trabalhada em nosso sistema escolar, independentemente da disciplina ministrada, seja ela realizada na sala de aula ou em uma quadra esportiva.

    Se a era burguesa confinou o indivíduo nos estreitos limites de sua própria interioridade e constitui esta segundo seus ditames, ao contrário do que pode parecer, a reflexão sobre a moral é mais urgente do que nunca, pois torna-se imperativo resistir a essa ordem de coisas que, no fim das contas, impede a plena realização do indivíduo como ser autônomo. A análise de alguns elementos presente em Adorno são fundamentais para esta compreensão, já que este dá grande importância para este tema. (MAIA, 1998).

    Nota-se, portanto, a importância que a ética assume em nossa sociedade, grande prova deste fato, é que mesmo um filósofo do porte de Adorno, que não acredita em ética neste tipo de sociedade em que vivemos (por esta ser corrompida pelos ideários capitalistas de mercado), interferindo conseqüentemente na qualidade de nossas reflexões, que são sempre manipuladas, destaca a ética como fator fundamental para a conquista de uma possível “autonomia”, referente à possibilidade de se criticar os padrões impostos pela sociedade.

    É importante também que nas aulas meninos e meninas estejam integrados, porém sem esperar o mesmo rendimento de ambos, pois esta não é a função da Educação Física, as diferenças devem ser respeitadas e valorizadas como fruto da pluralidade cultural, sendo um aspecto positivo e não negativo, dimensionando a competição exacerbada na qual estamos constantemente submetidos, presente marcantemente nos esportes (BRASIL, 1997).

    Cooperação e competição não devem ser entendidas como elementos mutuamente exclusivos, ambos devem ser considerados como componentes da sociedade, desde os tempos mais primitivos (BROTTO, 1995). Vale destacar que o problema não é trabalhar a competição na Educação Física, mas sim trabalhar apenas ela, esquecendo da cooperação, que é fundamental para a sobrevivência humana, pois em tempos de grande poderio tecnológico, uma desavença pode significar o começo do fim, ou o fim total, e o esporte pode representar um excelente meio para o trabalho destes fatores.O esporte é um fenômeno cultural, que não deve de maneira alguma ser banido do meio educacional, o que deve ser mudado é o enfoque com que este é trabalhado.

    O quadro da Educação Física como disciplina voltada para a formação de atletas há algum tempo foi alterado, passando agora o esporte a ser encarado como um potente recurso educacional, fazendo com que as crianças se apropriem desta construção cultural, podendo estabelecer uma significativa fonte de aprendizagem para as crianças.

    Tani (apud BROTTO, 2001), divide o esporte em duas vertentes: 1- Esporte-rendimento: atividade preocupada essencialmente com o desempenho da pessoa, não importando o processo que a leva realizar determinado movimento, este tipo de atividade se perpetua através dos recordes, tendo um forte caráter ideológico, 2- Esporte como conteúdo da Educação Física; respeita as características e limitações de cada um, devendo proporcionar o acesso a diferentes modalidades esportivas, como parte de um complexo universo cultural, não enfatizando a quebra de recordes, porém, deseja que o aluno desempenhe seu melhor rendimento possível, entretanto, sem fins seletivos.

    A ludicidade, a cooperação, e a competição podem e devem ser trabalhados na Educação Física através dos esportes, desde que este seja trabalhado em sua vertente pedagógica, sabendo dimensionar e refletir sobre seus conteúdos.

    Para Brotto (2001), os esportes coletivos são excelentes no aspecto de poderem ser trabalhados em grupos, pois para o sucesso do time é necessário que todos contribuam para um fim comum. Gostar do esporte, também é gostar de seus colegas e adversários, pois sem eles esta atividade não existirá, portanto, mesmo que discretamente, quem pratica o esporte, também é capaz de cooperar. Brotto (2001), diz que mais importante que a atividade, são as pessoas que praticam a atividade. Digo mais, o imprescindível, não são as pessoas, mas sim a forma como estas jogam, pois, suas atitudes demonstram os valores que norteiam seu comportamento no agora e possivelmente em um amanhã não tão distante assim.

Referências

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  • BRASIL. (Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental). Parâmetros Curriculares Nacionais de educação física: 3º e 4º ciclos do ensino fundamental. Brasília: SEF/MEC, 1998.

  • BRASIL (Secretaria de Educação Fundamental). Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos: apresentação dos temas transversais. Brasília: MEC/SEF, 1998.

  • BRASIL. (Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental) Parâmetros curriculares nacionais: Linguagens, códigos e suas tecnologias. Brasília: MEC. SEF, 1998.

  • BRASIL. (Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental) Parâmetros curriculares nacionais: educação física. Brasília: MEC. SEF, 1997.

  • BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: Texto constitucional promulgado em 5 de outubro de 1988. Brasília, 1988.

  • BROTTO, F. O. Jogos cooperativos: se o importante e competir, o fundamental e cooperar. 5ª ed. Santos: Projeto Cooperação, 2001.

  • CROCHIK, J. L. Preconceito: indivíduo e cultura. 2ª ed. São Paulo: Robe, 1997.

  • DARIDO. S. C. Os conteúdos da educação física escolar: influencia, tendências, dificuldades e possibilidades. In: Perspectiva em educação física escolar, Niterói, v.2, n.1 (suplemento), 2001.

  • FERREIRA, A. B. (de) H. Novo dicionário de língua portuguesa. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986

  • FREIRE, J. B. Educação de corpo inteiro: teoria e pratica da Educação Física. 4. ed. São Paulo: Scipione, 1989.

  • FREIRE, P. R. N. Pedagogia do oprimido. 4ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977.

  • MAIA, A. F. Apontamentos sobre ética e individualidade a partir da Mínima Moralia. Psicol. USP, 1998, vol.9, no.2, p.151-177. ISSN 0103-6564

  • RAMOS, G. N. S. (org.) Estágios em educação física: experiência de ação e reflexão. São Carlos: EdUFSCar, 2001

  • SAVIANI, D. Filosofia da educação brasileira. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1983.

  • SOARES, C. L. et al. Metodologia do ensino de Educação Física. São Paulo: Cortez.

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EFDeportes.com, Revista Digital · Año 19 · N° 202 | Buenos Aires, Marzo de 2015
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